Szondi Peter - Introduccion A La Hermeneutica Literaria

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nrTrn C7flMni rCICn Ol UNUI iIINI M TnUUUUUIUIN R n n iim m M

A B A D ü f EDITORES

I

A LA HERMENEUTICA LITERARIA

Serie

LECTURAS Teoría literaria

T ít u l o o r i g in a l :

Einfuhrungin die literarische Hermeneutik

© J o sé Ma n u e l C uesta A b a d , de la Introducción, 2 0 0 6 © SuHRKAMP VERLAG, Frankfurt am Main, 1975 © A ba d a E d it o r e s , s . l ., 20 0 6 para todos lospaíses de lengua española Plaza de Jesús, 5 2 8 0 14 Madrid T e jJ 914 2 9 6 882 fax: 9 1 4 2 9 7 5 0 7 www.ahadaeditores.com

diseño E stu d io J o a q u ín G a l le g o

producción GUADALUPE GlSBERT

ISBN 13 9 7 8 - 8 4 - 9 6 2 5 8 - 7 9 - 2 ISBN 10 8 4 - 9 6 2 5 8 - 7 9 - 3 depósito legal M. 36 . 5 5 3 - 2 0 0 6

preimpresión Dalubert Alié y Escarola Leczinska impresión Lavel, S .L .

PETER SZONDI Introducción a la hermenéutica literaria EDICIÓN DE J ean B o lla c k

y

H e l e n S t ie r l in

introducción JOSÉ MANUEL CUESTA ABAD traducción JOAQUÍN CHAMORRO MIELKE

A B A D A E D IT O R E S LECTURAS DE TEORÍA LITERARIA

LECTIO STRICTA L a hermenéutica material de P eter S zondi J

o sé

M a n u el C u esta A bad

«La verdadera historicidad consiste en descubrir la causa genética inscrita en el objeto mismo, por tanto interna, objetiva; pero desde el momento en que ese principio de evolución es descubierto en el objeto mismo, es pre­ ciso renunciar a las propias ideas preconcebidas; y no hay que hacer más que seguir al objeto en su génesis». F . - W . S c h e l l in g

E l arte de la in te rp reta ció n com ienza allí d on d e la lectura de u n texto e n fre n ta a la e vid e n c ia d e qu e el v e rd a d e ro se n tid o está ausente. Esta ausencia, que no se c o n fu n d e con u n a carencia de sig n ific a c ió n (pues el texto sie m p re sig n ific a : in c lu so c u a n d o «nada>> sign ifica), com parece en la in te rp re ta c ió n com o ve la m ien to de lo literal, d istancia te m p o ral, esp esor e n a p arien cia equívoco de u n a exp resió n cuya oscu rid ad , si n o del todo escla­ recid a, p u ed e ser al m en o s desp ejada p o r m ed io de reglas que m u estre n los facto re s de su re siste n c ia , tal vez ir re d u c tib le , a u n a « p e rfe c ta c o m p r e n s ió n » . E l v ie jo id e a l filo ló g ic o de la p erfecta c o m p ren sió n de u n texto p re su p o n ía , no ya que dicha co m p ren sió n fu era factible, sino ante tod o que sólo p o d ía aspi­ ra r a serlo en v irtu d de los p rin c ip io s m etódicos que c o n cern ía estipular e in v en tariar en cada caso —según de qué tipo de texto se tratara— al ars interpretandi. Las herm enéu ticas llam adas « r e g io ­ n a les» su rg ie ro n así de la tentativa de ad ecuació n de sus m éto ­ dos de in terp retació n a los caracteres supuestam ente específicos

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JO SÉ M A N U EL CU ESTA ABAD

d e lo s d is tin to s tip o s de te x to s (sa g ra d o s, ju r íd ic o s , lite r a r io s , h is tó r ic o s ...) . P e ro la in c ip ie n te c o n s titu c ió n e n el siglo

X IX

de

u n a te o ría g e n e ra l de la c o m p r e n s ió n d io lu g a r a u n a tr a n s f o r ­ m a c ió n h is tó r ic a ra d ic a l e n el m o d o de c o n c e b ir el c o m e tid o a sig n a d o h a sta e n to n c e s a la h e r m e n é u tic a . U n c a m b io q u e se v islu m b ra ya e n esta c o n s ta ta c ió n p ro g ra m á tic a de S c h le ie rm a c h e r: « L a h e r m e n é u tic a c o m o arte de la comprensión [Kunst des Versíe/icns] n o ex iste a ú n engeneral, s in o só lo d iv e rsa s hermenéuticas especiales» \ El énfasis q u e an tes se p o n ía e n la in v e n c ió n de p r o ­

c e d im ie n to s té c n ic o s d ir ig id o s a la c o r r e c ta c o m p r e n s ió n d e u n a s y o tra s clases de tex to s tie n d e a re c a e r a h o ra e n la re fle x ió n s o b r e la u n iv e r s a lid a d d e l « c o m p r e n d e r » , d e s u e r te q u e lo s lím ite s e n tr e las h e rm e n é u tic a s especiales d e ja n de se r re le v a n ­ tes o se d e s d ib u ja n p o r c o m p le to e n aras d e u n a Universalhermeneutik. E sta p é r d id a de la e sp e c ific id ad de lo s m é to d o s i n t e r p r e ­

ta tiv o s tr a d ic io n a le s e n la g e n e r a lid a d

de u n a

m o d e rn a

h e r m e n é u tic a filo só fic a to r n a p ro b le m á tic a , e n efecto , la p o s i­ b ilid a d d e q u e se p u e d a h a b la r h o y c o n f u n d a m e n to de u n a h e r m e n é u tic a « l i t e r a r i a » . E l p r o b le m a h is tó r ic o d e l q u e p a r te P e te r S z o n d i e n su Introducción a la hermenéutica literaria ( l 9 7 5 1 2) se cifra p re c is a m e n te e n

esta in c e r tid u m b r e : « la p re g u n ta de si la d isc ip lin a a la q u e este lib r o o fre c e u n a in tr o d u c c i ó n existe to d a v ía n o p u e d e r e c ib ir u n a re s p u e s ta a firm a tiv a s in m á s » . T al p re m is a d ic e ya m u c h o so b re el sig n ific a d o q u e se h a d e d a r a q u í a la p a la b ra Einfilhrung: 1 2

F. D, E. Schleiermacher, Hermeneutik und Kritik, Frankfurt a, M .f Suhrkamp, 1977, ed. de Manfred Frank (basada en la edición de 1838 de F. Lücke), p. 75P. Szondi, Einfuhrung in die iiterarische Hermeneutik (Studienausgabe der Vorlesungen, Bd. 5), Frankfurt a. M ., Suhrkamp, 1975« e p- 5 * 8 ) in t e r v e n g a n e n la « c o m p r e n s i ó n p e r f e c t a » d e l m is m o . S i n e m b a r g o , la c u e stió n de la c o in c id e n c ia de a u to r y le c t o r , de la id e n t id a d d e l s e n t id o y lo c o m p r e n d id o c o m o c r it e r io , n o p ie r d e v a lid e z , y la c o n e x ió n d e lo s d o s p r in c ip io s h e r m e n é u t ico s —el p r in c ip io q u e r e c u r r e a la in t e n c ió n y el q u e r e c u r r e al e fe c to — co n stitu y e el p r o b le m a d e la te o r ía d e la in t e r p r e t a c ió n d e C h la d e n iu s , c o m o lo d e m u e s tra d e la fo r m a m ás c la ra el t e r ­ c e r m o m e n t o q u e é l in t r o d u c e e n la c o m p r e n s ió n p e r fe c t a ju n t o a la c o m p r e n s ió n in m e d ia ta y la c o m p r e n s ió n m e d ia ta : la « d iv a g a c ió n » . E n e l § 6 9 0 se le e : « L a com p ren sión m ediata es aquello que el alm a, u n a vez se ha rep resen tad o las cosas co n te n id a s en la co m p re n sió n in m ed iata, sigue p en sa n d o y s in tie n d o a p a r tir de ellas, lo cual acontece p o r la aplicación de facultades de todo tipo p re ­ sentes en nuestra alm a. [ ...] G o m o aquello que llam am os una divagación es provocado tam bién p o r u n a cierta capacidad de nuestra alm a co n ocasión de la lectura de u n pasaje, las a p li­ caciones no son fáciles de d istin g u ir de las d ivagaciones; sin em bargo, la d iferen cia se evidenciará de la m anera siguiente. M ien tras, en el cu rso de n u e stro s p en sa m ien to s, segu im os teniend o en la m ente el pasaje p o r el cual son suscitados, nos encontram os en el p lan o de la aplicación del pasaje. Pero en el m om en to en que ya n o pensam os en el pasaje, estos c o n ­ ceptos, aunque p ro d u cid o s p o r el pasaje, constitu yen lo que lllam am os una divagación» (pp. 5 3 5 y *•)■

Y C h la d e n iu s a ñ a d e c o m o e je m p lo q u e

« n o hay nada más h abitu al que explicar m ediante u n pasaje el pasaje de otro lib ro , y esto constituye u na aplicación. Só lo

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PETER SZONDI

cuando, en el pasaje que hay que explicar, pienso en el autor del mismo y en su vida, o en la época en que escribió el libro, lo cual puede suceder según las reglas de la mem oria y de la im aginación, estamos ante una divagación [ ...] » (§ 6 9 0 , pp- 5 3 6 ys-)La a n tin o m ia de C h la d e n iu s, p ro p ia de u n a h e rm e n é u tic a basada e n la p sico lo g ía del efecto , se m u e stra p le n a m e n te c u a n d o , e n el p arág rafo sig u ien te, C h la d e n iu s rechaza ju s ta ­ m e n te aquello q ue h a in tro d u c id o com o la tercera p a rte de la c o m p re n s ió n p e rfe c ta de u n a pasaje o de u n lib ro , y qu e era in h e re n te a dicha c o m p re n sió n . E n este p arágrafo leem os: « C o m o [...] la im aginación y la m em oria trabajan en cada hom bre de una m anera particular, presentándole en esta o la otra ocasión cosas que en ese m om ento no pueden caer en las m ientes de otras personas, aunque tengan los saberes necesarios, de esto se sigue: i) que cada lector está inclinado a hacer determ inadas divagaciones cuando tiene ocasión de hacerlas; 2) que el a u to r de u n escrito, p o r no ser o m n is­ ciente, no puede prever las divagaciones, sobre todo si tienen p o r objeto cosas que no suceden en su época, o que aún no h a n sucedido, o que a ú n n o h a n sido inventadas; 3) que, en consecuencia, el a u to r de u n lib ro n o puede co in cid ir con sus lectores en lo que se refiere a las divagaciones, p o r lo que 4 ) éstas n o e n tra n en la co m p re n sió n del lib ro o del pasaje, dado que al a u to r nada ha declarado con relación a ellas» (§ 691, pp. 537 y s.). Cincuenta páginas más adelante se lee nuevamente frente a esto que la «com prensión de un libro la constituyen la compren­ sión inmediata, las aplicaciones y las divagaciones» (§ 7 3 ® . p. 5 8 2 ). Esta contradicción que Chladenius deja irresuelta en su libro señala la problemática inherente a su teoría del signifi­ cado de un pasaje o de un libro, esto es, la cuestión de si un

IN T R O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A LIT E R A R IA - 3

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a n á lisis d el sig n ific a d o e n sus c o m p o n e n te s aislado s (c o m o la c o m p ren sió n in m ed iata, la a p lica ció n y las d ivagaciones), cuya re la c ió n con la in te n c ió n del a u to r sería distinta en cada caso, es sostenible; de si ta l^ n á lisis n o contrad ice la u n id a d d el p r o ­ ceso de la co m p ren sió n . A q u í, com o en otras partes, se da u n a o p o sició n entre el p ro c e d e r e m p íric o , fu n d ad o en la o b serva­ ció n , y el p ro ce d er n o rm ativo , basado en p o stu la d o s—una o p o ­ sic ió n in h e re n te al ra c io n a lis m o —. C h la d e n iu s sabe p e r fe c ta ­ m ente que « c o n t r a la certeza de la c o m p re n sió n in m e d ia ta se p o d ría o b jetar [ ...] que m uchas p alab ras, o casi todas, tie n e n , adem ás de su sig n ifica d o c o rrie n te , u n sig n ifica d o accid en tal, u n sig n ific a d o fig u r a d o y u n sig n ific a d o m ás re stric to o m ás a m p lio ; esta d iversidad de los sign ificad o s parece e n trañ ar una consecuencia natu ral, y es que, m ien tras em plea sus palabras, el a u to r p u ed a estar p e n sa n d o e n o tra cosa q u e la qu e u n le c to r acaso p erciba en esas palabras**. (§ 7 4 2 , p p . 5^7 y s .). C h la d e ­ n iu s n o sólo ve la p o s ib ilid a d de esta o b je c ió n : u n o de lo s m érito s de su o b ra es la c o n sid e ra c ió n de esta p o lise m ia de las palabras, especialm ente de la q u e resulta del uso m eta fó rico de las m ism as. Pero , ju n to a esta p erce p ció n , que le hace d ecir que « ta m b ié n hay discursos verd ad eram en te a m b ig u o s» , e n co n tra­ m os otra de carácter n o rm ativo : la de que « s i b ie n en todas las lenguas se en cu en tren los tipos de significad o m en cion ad os, no es m en o s c ierto qu e hay frases y ob ras enteras que están c o m ­ puestas de tal m an era que el le cto r tenga que pen sar ju stam en te lo que el au to r ha pen sad o al e sc rib irla s» (§ 742 , p . 5 8 8 ) . Y su p erce p ció n de la re la ció n existente entre la in te n c ió n específica de u n lib r o y su g é n e ro se h alla ig u alm en te d ism in u id a p o r el carácter n o rm ativo que tien de a dar a esa re la ció n . Pues la c ircularid ad que su p o n e el que la in te rp reta c ió n deba orien tarse a la in te n c ió n del au to r, p e ro la in te n c ió n d ep end a de la n a tu ra ­ leza de la o b ra, que sólo en la in te rp reta ció n se da a co n o cer, es rota p o r el p ostu lad o de que « s e p u ed e [...] su p o n e r y esp erar

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de todo escrito r h áb il que en su lib ro haya escrito y pensado según las reglas pertinentes» (§ 7 0 5 , p. 551 )- E n este contexto entra tam bién, finalm ente, el problem a que C h ladenius roza cuando dice que « e l autor de u n escrito [...] no puede prever las divagaciones, sobre todo si tien en p o r objeto cosas que no suceden en su época, o que aún no han su ced id o » —el p r o ­ blem a de la historicidad tanto de las obras com o de su c o m ­ p re n sió n , del p o d er d eterm in an !* ¿ e la distancia h istórica sobre el efecto de las obras—.

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C h lad en iu s satisface el postu lad o de la psicología del efecto cuando, en la d e fin ic ió n de la «com pAem sión p e rfe c ta » , afirm a que se com pren de «un discurso o un escrito perfectamente cuando leyéndolo se tien en en la m ente todos aquellos pensa­ m ientos que las palabras p u ed en suscitar en n o so tro s c o n ­ form e a la razón y a las reglas de nuestra alm a» (§ 15 5 , P- 8 6). Q ue esta p sico logía d el efecto es b ija del racio n alism o lo demuestra la reserva incluida en la frase: «co n fo rm e a la razón y a las reglas de nuestra a lm a» . S in em bargo, una concepción del significado de un pasaje o un escrito así fundam entada no puede estar con form e sin más con el postulado del raci(Mialism o, según el cual las palabras —com o escribe C h lad en iu s— « p o r ambiguas que puedan parecer cuando se leen los pasajes superficialm ente, [ ...] tien en u n significado c ie rto » (§ 7 5 ^ ’ p. 595) > 1 ° cual legitim ará más adelante la afirm ación de que tam bién las « in te rp re ta c io n e s» tien en « su certeza» (§ 75*> p. 596 ). Esta certeza sólo se establece cuando p o r « s ig n ifi­ cado» no se entiende ya la totalidad de los pensam ientos des­ pertados en el lector, que m uestran una pluralidad tanto in d i­ vidual com o h istó ricam en te con d icion ad a, sino —en cierto

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RETER S Z ND

m o d o contra el ju ic io d e C h la d e n iu s b asad o e n la p sic o lo g ía d el e fe c to , se g ú n el c u a l lo s p a s a je s p u e d e n ta m b ié n s ig n ific a r cosas q u e al a u to r m is m o n o le « v i n i e r o n a las m ie n t e s » (§ 1 5 6 , p . 8 7 ) — só lo el c o n t e n id o d e su in t e n c ió n . E sta c o n t r a ­ d ic c ió n e n tre lo s p o stu la d o s de la p sic o lo g ía d el efecto y lo s del r a c io n a lis m o m a rc a la d iv is ió n q u e h a ce C h la d e n iu s de la « c o m p r e n s ió n p e r fe c t a » : la c o m p r e n s ió n in m e d ia ta , la c o m ­ p r e n s ió n m e d ia ta —es d e c ir, la a p lic a c ió n — y la d iv a g a c ió n n o t ie n e n ig u a le s d e r e c h o s . A l a c o n s t a t a c ió n d e q u e to d o esto in te g ra la « c o m p r e n s ió n p e r fe c ta » r e s p o n d e , lim it á n d o la , la e x ig e n c ia d e q u e , de esto s tres m o m e n t o s d e l s ig n ific a d o , la in t e r p r e t a c ió n só lo ha d e c o n s id e r a r , e n in te ré s de su p r o p ia certeza, aquellos e n lo s que p u e d e s u p o n e rs e u n a c o n c o rd a n c ia c o n la in t e n c ió n d el a u to r , c o m o p u e d e s e r lo el de la « c o m ­ p r e n s ió n in m e d ia t a » , p e r o n o el de las « d iv a g a c io n e s » , cuya p e r te n e n c ia a l a ^ c o m p r e n s i ó n p e r fe c t a » es u n a s veces a f i r ­ m a d a y o tra s n e g a d a . P e ro el p r o b le m a es casi in s o lu b le en la « c o m p r e n s ió n m e d ia t a » , es d e c ir , e n las a p lic a c io n e s . S in d u d a d istin g u e C h la d e n iu s en tre las qu e s o n « n e c e s a r ia s » y las q ue n o lo so n , p e ro in c lu so e n las « n e c e s a r ia s » n o p u e d e e v i­ ta r p e n s a r q u e éstas n o s ie m p re tie n e n q u e c o n c o r d a r c o n las q ue el a u to r tien e en la m en te, qu e m ás b ie n p u e d e su c ed e r que u n « a u t o r [ ...] sea d istin to de [sus le cto res] [ ...] o que se h alle e n d esa cu e rd o c o n e llo s » . A q u í se m u estra, seg ú n él, « la d ife ­ r e n c ia q u e h a ce q u e lo s p a sa je s se a n u n a s veces m ás y o tra s m en o s fe c u n d o s p ara el le cto r [es d ec ir, capaces de d esp erta r en él p e n s a m ie n to s ] d e lo q u e al a u to r le p a r e c ía n s e r » (§ 6 9 4 , p p . 5 3 9 y s -)- P a ra este p r o b le m a n o h ay u n a s o lu c ió n in m a ­ n e n te . C h la d e n iu s se ve o b lig a d o a r e c u r r ir a p o stu la d o s q u e n o se d e r iv a n de su a n á lis is , cu yos re s u lta d o s d e b e n s e r e n p a rte a n u la d o s p o r e llo s. A s í, e n el § 6 9 4 , a c o n tin u a c ió n d el pasaje a rrib a c ita d o , se lee lo sig u ie n te acerca de la fe c u n d id a d de u n p asaje, n o sie m p re c o rre cta m e n te a p recia d a p o r el a u to r:

IN T R O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - A

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« P ero com o los discursos y los escritos deben ser considera­ dos com o explicitacion es (Erklárungen), y en consecuen cia están elaborados de form a que se pueda conocer la o p in ió n del autor, éste, del m ism o m odo que está de acuerdo con sus lectores en la com prensión inm ediata, debería estar tam bién de acuerdo con ellos en la com pren sión mediata. Pero, para conseguirlo, todavía no se han p odido encontrar otras reglas o m edios que puedan utilizar tanto los lectores que leen u n lib ro sin in térp rete com o el in térp rete m ism o, que esta regla: ceñ irse a la in te n c ió n del au to r y no ir más allá de ella» (p. 5 4 °)■ P e ro h ay q u e p re g u n ta rse si la h e r m e n é u tic a p u e d e h o y a c e p ­ ta r la d e fin ic ió n de lo s d isc u rso s y lo s e scrito s c o m o e x p lic ita ­ c io n e s. A n te s de r e ^ o n d e r c o n v ie n e c ita r algu n as de las c o n ­ s id e r a c io n e s de G h la d e n iu s s o b r e la in t e n c ió n d e l a u t o r , p o rq u e p u e d e n e v id e n c ia r lo s su p u e sto s de esta c o n c e p c ió n . « L a intención de un autor' en un pasaje o u n lib ro , o en general en una exposición, es limitar ¡a representación que él tiene del asunto o que él tiene en el pasaje. Po r ejem plo, V irg ilio introd u ce a D ido en sus lib ro s. E l la ve com o una princesa que tras la m uerte de su esposo ha h u id o de T ir o y ha fu nd ad o la ciudad de G artago. Esto sucedió en tiem p os an teriores, y ya en su época no se sabía m ucho acerca de ello. Esta representación tiene sus lím ites, pues él no se representa ni los años, n i aun el siglo, en que ella verdaderam ente vivió, ni la edad que ella tenía cuando em prendió su huida o cuando se construyó la ciudad, ni tam poco su re lig ió n , com o si todo esto n o le im portase. Las circunstancias en que él pensaba le eran su fi­ cientes para im agin ar u n a aventura atrayente, aunque trá ­ gica, con Eneas, cuyas circunstancias personales tam poco se representaba. Su in te n ció n a lo largo de todo el relato era deleitar al lector, pues sabía que la ingeniosidad de su poesía ♦

Las cursivas s o n d e S z o n d i. [N . d e l T .]

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PETER SZONDI

tenía que agradar a la mayoría de los lectores. —Se puede, por tanto, apelar a la intención del autor en dos casos, recor­ dando al lector que no debe perderla de vista: i) cuando leyendo el pasaje piensa en algo que el autor no ha pensado: en cuyo caso va mas allá de la intención; 2 ) cuando leyendo el pasaje no piensa en algo que el autor sí ha pensado: en cuyo caso el lector no percibe la intención del autor o no la alcanza. Guando se da uno de los dos, o los dos a la vez, se dice en general que el lector se descamina o pierde de vista la intención del autor. Pero cuando no se va más allá de la intención ni se la pierde vista, se comprende al autor perfectamente. Hay, por ejem­ plo, lectores que, dejando a Virgilio y a la Dido que él p re­ senta, han descubierto por otros relatos el siglo en que Dido vivió» (§§ 695 y s., pp. 14.5 Y s.) —y que han reprochado a V irgilio el haber faltado a la verosimilitud, pues Dido vivió trescientos años después que Eneas—.

E l ejem p lo es particu larm ente instructivo, pues esclarece, más allá de la in ten ción de C hladenius, su concepción de la poesía y al m ism o tiem p o p erm ite e n te n d er p o r qué p u ed e p o n e r los escrito s p o ético s, h istó rico s, d ogm áticos y ju ríd ic o s en el m ism o plano (sin con siderarlos iguales) y subsum irlos bajo el m ism o concepto de explicitación, o declaración en la cual se da a conocer la o p in ió n del autor. C hladenius elige com o ejem plo u n poem a que recurre a una tradición. Los críticos de V irgilio, p o r él criticados, son aquellos que contrap onen su conocim iento del m aterial tradicional a la e lab o ració n del m ism o p o r V irg ilio . E n este p u n to es im p o r­ tante el h ech o de que C h lad en iu s no d efien d a a V irg ilio en nom bre de la licencia poética, p o r ejem plo, pues lo que le in te­ resa no es d efen d er a V irg ilio , sino c o m p ren d e r, d escu brir su in ten ción . R ecu rrien d o a la cron ología, los críticos de V irg ilio se sirven de u n conocim iento del tem a y de los datos históricos que el poeta ha excluido en su elaboración del m aterial. L a dis-

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c u s ic ® con una crítica que contrasta la obra coi*-los hechos h is­ tó rico s n o h ab ría sido p o sib le si C h lad en iu s h u b ie ra puesto c u n o ejem plo una obra que hubiera sido toda ella inventada p o r su autor. Pero aú n m ás im p o rtan te es n o tar que n o sólo esta fo rm a de d esco n ocim ien to de la in te n c ió n de V irg ilio , sin o tam b ién la p ro p ia d e fin ic ió n ch ladeniana de la in te n c ió n supone que la p oesía tien e u n objeto ex te rio r a ella. S i p ara C hladenius « la in ten ción de u n a u to r» consiste en « lim ita r la representación que él tiene del a su n to » , esto tiene com o p r e ­ m isa que el asunto n o es u n p ro d u cto de la poesía, sin o que posee su realidad in d e p e n d ie n te de ella. S ó lo p o r eso p u ed e C hladenius considerar las obras poéticas, igual que los escritos históricos o ju ríd ico s, com o ErklSnmgen (explicitaciones) n o en el sentido de la explicado, sino de la declaratio (p. 5 4 ° ) ; sólo p o r eso puede ver en la regla que p rescrib e ceñirse a la in te n c ió n del autor y no ir más allá de ella la so lu ció n de u n p ro b lem a que había planteado la psicología del efecto: el problem a de com patibilizar la pluralidad de significaciones con la certeza de la in te r­ pretación. S i la h erm enéutica actual pone al recurso a la in te n ­ ción del autor la objeción de que ésta sólo puede conocerse p o r docum entos exteriores a la obra m ism a, los cuales condenan a la obra a la heteronom ía, esta ob jeción no alcanza a la d octrina de Chladenius, pues su concepción de la poesía no se refiere desde el p rin cip io a la poesía en sentido absoluto. L a poesía habla de una cosa igual que u n texto de filo so fía o de h isto ria, y de esa cosa transmite una representación: la del autor. El lector puede form arse una idea com pletam ente distinta de la cosa o con o cer otras ideas de la m ism a. Pero si, en interés de la certeza de la interpretación, quiere, com o dice C hladenius, coincid ir con el autor tanto en la co m p ren sió n inm ediata com o en la m ediata, tendrá que hacer abstracción de esas otras ideas. Pero esto significa que n o ten d ría sentido o p o n e r al e je m ­ plo que da C h la d e n iu s de la fig u ra de D id o en V irg ilio otros

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e je m p lo s q u e , p o r n o e x is t ir su o b je t o f u e r a d e la p o e s íg , h a r ía n im p o s ib le u n a c rític a q u e se basase e n u n a c o m p a r a c ió n d e la p o e s ía c o n su m o d e lo y la d e f i n i c i ó n c h la d e n i^ t a d e la in t e n c ió n c o m o re s u lta d o d e l acto d e lim it a r e l a u to r la r e p r e ­ s e n t a c ió n q u e é l t ie n e d e u n a c o s a . M á fifc ie n h a y q u e t e n e r p r e s e n t e q u e esta c o n c e p c ió n de la p o e s ía c o n s titu y e la b a se de la h e r m e n é u tic a d e C h la d e n iu s . L o q u e h o y n o s p u e d e p a r e c e r u n a e x c e p c ió n —u n a p o e s ía cu ya p e c u lia r id a d se r e c o n o c e p o r c o m p a r a c ió n c o n su m o d e lo — n o lo e ra e n la é p o c a d e C h l a ­ d e n iu s , y p o r u n d o b le m o tiv o : e n p r im e r lu g a r , la r e fe r e n c ia a u n m o d e lo e r a d e s d e la a n tig ü e d a d a lg o e s e n c ia l e n lo s d o s g é n e r o s m ás im p o r t a n te s , la e p o p e y a y la tr a g e d ia —a d i f e r e n ­ cia, c o m o se sab e, d e la c o m e d ia —; y e n se g u n d o lu g a r , y esto es s in d u d a lo d e c is iv o , e n la r e f e r e n c ia d e la o b r a p o é t ic a a u n o b je t o h is t ó r ic o - m ít ic o q u e le sirv e d e b a se , c o m o o c u r r ía e n la e p o p e y a y la t r a g e d ia , se r e p it e e l m o d e lo q u e e n a q u e lla é p o c a a ú n d e t e r m in a b a to d a la c o n c e p c i ó n d e la p o e s ía : la i m it a c i ó n d e la n a t u r a le z a 34. C o m o es s a b id o , el s ig lo X V I I I c o n s id e r a b a t a m b ié n la p o e s ía l ír ic a c o m o imitatio naturae, e n e ste ca so d e s e n t im ie n t o s q u e p e r t e n e c e n a la n a tu r a le z a d e l h o m b r e , d e m o d o q u e u n p o e m a p o d ía e n te n d e r s e —e n el l e n ­ g u a je d e C h l a d e n i u s — c o m o u n a e x p lic it a c ió n e n la q u e se e x p re sa b a la id e a q u e el a u to r te n ía d e u n a cosa, p o r e je m p lo , u n d e t e r m in a d o s e n t im ie n t o . E l c a m b io q u e e n la t r a n s ic ió n d e l s ig lo x v i l l a l x i x a c o n te c ió e n lo s p r e s u p u e s t o s d e la p o é ­ tic a p u e d e m o s t r a r s e de m a n e r a p a r t ic u l a r m e n t e c la r a e n la h is to r ia y la te o ría d e la n o v e la , d e l g é n e r o q u e se rá c a r a c te r ís ­ tic o d e l s ig lo X I X 35". Sobre la superación del principio de imitación, cfr. Szondi, Antike undModeme ¡n der Asthetik der Goethe&it en P. Szondi, Poetik und Geschichtsphilosophie I. Studienausgabe der Vorlesungen, vol. 2 , Frankfurt a.M., 1974 [Poéticayfilosofía de la historia I, Madrid, Visor, La Balsa de la Medusa, 1992, trad. de F. L . Lisi]. 35* Pueden encontrarse importantes aportaciones sobre estas cuestiones en el volumen Nachahmung und Rlusion (Poetik undHermeneutikI), ed. de H. R. Jauft, Múnich, 1964* 34

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T a l es e l f o n d o s o b r e el q u e h a y q u e v e r la te sis d e C h la d e n iu s , q u e n o só lo e n u n c ia la s p re m is a s m ás im p o r t a n te s d e su h e r m e n é u tic a , s in o ta m b ié n u n o d e lo s p u n to s e n lo s q u e u n a h e r m e n é u tic a a c tu a l t ^ n e q u e s e p a ra rs e d e e lla . E l § 6 8 o d ic e : « T o d o s los pasajes tratan de u n asunto, y en ellos hay o u n con ten id o h istó rico o u n a d o ctrin a gen eral. G o m o la c o m ­ pren sión inm ediata es aquello que se nos presenta a través de las palabras de u n pasaje, cada vez que leem os y entendem os u n pasaje ten em o s u n a re p re s e n ta c ió n y u n c o n o c im ie n to de u n determ inado asunto. P o r eso, esta representación de cosas, que constituye la com pren sión inm ediata de u n pasaje, puede verse de dos m aneras: i) com o u n concepto y una representa­ ció n in d icad os, sign ificad o s y p ro d u c id o s p o r p alabras; en sum a, com o u n sign ificad o del pasaje; 2) com o u n c o n o c i­ m iento de la cosa de que trata el m ism o pasaje» (p. 5^5)-

E s ta d u a lid a d d e la c o m p r e n s i ó n , q u e e n la d o c t r in a d e la in t e r p r e t a c ió n d e G h la d e n iu s n o t ie n e , p o r lo d e m á s , c o n s e ­ c u e n c ia s , s ó lo es p o s ib le p o r q u e e n la b a se d e a m b a s m a n e r a s d e v e r está la m is m a c o n c e p c ió n . P e r o e x a m in a n d o las te o ría s c h la d e n ia n a s d e s d e e l p u n t o d e v is ta d e u n a h e r m e n é u t i c a a c tu a l, se o b t ie n e n lo s s ig u ie n te s r e s u lt a d o s : p o r u n p a r t e , y c o m o ya se h a m o s tr a d o , la e q u iv a le n c ia de lo s e sc rito s h is t ó r i­ co s y d o g m á tic o s y lo s p o é tic o s , o d ic h o d e o t r o m o d o : la u n i ­ fic a c ió n d e las h e r m e n é u tic a s e sp e c ia le s en u n a h e r m e n é u tic a g e n e r a l tie n e la c o n d ic ió n d e su p o s ib ilid a d e n la c o n c e p c ió n d e la p o e s ía c o m o imitatio naturae-, p o r o t r a p a r t e , e n n u e s t r a c o n c e p c ió n d e la p o e s ía h a y u n a r u p t u r a , a ú n m ás r a d ic a l q u e las n e g a c io n e s d e é p o c a s a n t e r i o r e s , c o n la te s is d e la i m i t a ­ c ió n . C o n la c o n c e p c i ó n d e u n a p o e s ía a b s o lu t a a f in e s d e l sig lo X IX y d e u n a p o e s ía a b stra c ta e n el X X , n o s ó lo d e s a p a r e ­ c ió la r e fe r e n c ia d e la p o e sía a u n o b je to e x t e r io r —q u e a n ta ñ o te n ía q u e im it a r —, s in o q u e a d e m á s fu e p o s ib le u n a p o e s ía q u e

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ren u n ciaba a p ro d u c ir p o r m edio de la ficció n u n objeto p r o ­ p io , u n a p o esía cuyo o b je to e ra m ás b ie n ella m ism a, y que debía su u n id ad a la co m p o sició n de m om entos verbales, y no sólo sem ánticos, referid os de m últiples form as u nos a otros, y n o a la c o h e re n cia de u n o b je to im a g in a rio o de u n m u n d o im a g in a rio 36. S i la h erm enéutica debe hoy tener en cuenta este cam b io h istó ric o n o sólo en la c o n c e p c ió n de la p oesía, sino en la p oesía misma-, si n o quiere re n u n c ia r desde el p rin c ip io a la p o sib ilid ad de p o n erse a p ru eba con las obras poéticas de los últim os cien años, n o sólo debe revisar la teoría de C h lad en iu s, segú n la cual tod os los p asajes tratan de u n a cosa, de m odo que la com p ren sión de u n pasaje p u ed e ser considerada com o u n conocim iento del asunto de que el pasaje trata. T am ­ b ié n ha de revisar la co n cep ció n del sign ificad o , de la « c o m ­ p r e n s ió n » de u n pasaje, pu es esta c o n c e p c ió n se basa ig u a l­ m en te en la p re ex isten c ia de una cosa. P o r otra p arte , el cam b io en la c o n c e p c ió n de la p o e sía n o p o n e en cu estió n solam en te la u n ific a c ió n de las h erm e n é u tica s especiales en u n a te o ría gen eral de la in te rp re ta c ió n , p o rq u e la poesía, tal com o nosotros la entendem os, no trata de cosas y no transm ite co n o c im ie n to s sobre ellas, com o los escritos de h isto ria y de ju risp ru d e n c ia , p o r ejem plo. Y lo que hem os llam ado el p o s­ tulado de la re la c ió n al c o n te n id o , el cual constituye, p o r así decirlo, un correctivo, inm anente al sistema, de esta tendencia a la generalización, se vuelve p roblem ático . Pues si G hladeniu s postula que la in ten ció n de u n au to r o la aplicació n , es decir, la c o m p ren sió n m ediata de u n escrito , so n siem p re e sp e c ífi­ cos, es d ecir, d ep en d en de la naturaleza de la cosa de que trata el escrito, esto supone ciertam ente la diversidad de las cosas de que tra ía n lo s escritos ju ríd ic o s, históricos, filosó fico s y p o é ti36

Cfr. al respecto el análisis de Szondi de la Hérodiade de Mallarmé en P. Szondi, Das lyrische Drama des Fin de siécle. Studienausgabe der Vorlesungen Band Frankfurt a.M ., 1975 > pp. 3 1-13 8 , así como Szondi, Celan-Studien, Frankfurt a.M., 1972 -

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eos, p ero no u n a p o sib le d ife re n c ia en la re la c ió n de la ob ra con las cosas. La idea de que éstas no p u ed en p reexistir a u n a o b ra p o é tica , sin o que son p ro d u c id a s p o r ella, o in clu so idénticas a ella, tuvo que descon ocerla u n a h erm en éu tica que se m an tenía en el m arco de la teo ría de la imitatio naturae —cosa que n ad ie re p ro c h a rá a u n a u to r de m ed id ad o s d el siglo XVIII—. S i hasta ah ora se h an usado las expresiones « re la c ió n

al co n te n id o » y « re la ció n al g é n e ro » com o sinónim as, es sólo p o rq u e lo que ellas designan n o salía del m arco d B la co n cep ­ ción chladeniana. A h o ra que hem os visto claram ente hasta qué punto es necesario revisarlas en razón de su enraizam iento en la teoría de la imitatio naturae, la « re la c ió n al g é n e ro » aparece, fre n te a la « r e la c ió n al c o n t e n id o » , com o el té rm in o más adecuado. E n efecto, los tipos de obras se d istinguen —los h is­ tóricos de los poéticos, p ero tam bién, dentro de la poesía, los g én ero s p artic u la re s— n o solam en te p o r la n atu raleza de M.S contenidos, sino tam bién en razón de su distinta relación a los contenidos. Si la concepción del significado de u n pasaje o de u n escrito debe ser exam in ad a crítica m e n te p o r estas razon es, tam bién debe serlo la o p in ió n de G h laden iu s, hasta ah ora no discutida, p ero que ya hem os visto expresada en varias citas, de que en la com pren sión correcta de u n pasaje o de u n escrito se p ro d u c e una c o in c id e n c ia o a cu erd o e n tre a u to r y le c to r. P u ed o aqu í p asar p o r alto las d ife re n c ia s que C h la d e n ^ s señala en esta c o in cid en cia, según se trate de la c o m p ren sió n inm ediata, la co m p ren sió n m ediata o las divagaciones. Pues lo que en el m arco de esta discu sión im po rta es la relación entre la teo ría de la c o in c id e n c ia y la p re m isa de la h e rm e n é u tica ch lad en ian a, u n a vez reco n o cid as sus raíces h istó ricas. E n el § 677 se l ee: co m p ren sió n inm ediata es aquella en la cual el a u to r del pasaje tien e que c o in c id ir con todos los lectores que e n tien d en el p a sa je » (p. 522 ). E l § 6 8 l vuelve sobre ello para m ostrar «h asta qué p u n to el au tor coin cid e con sus lee-

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to r e s e n el c o n o c im ie n to y e n las e n s e ñ a n z a s de la cosa t r a ­ ta d a » (p . 5 2 6 ). Y p ro sig u e : « C o m o la co m p re n sió n in m e d ia ta es al m ism o tiem p o u n conocim iento de la cosa de que se trata en el pasaje, y el autor de u n pasaje coin cid e con todos sus lectores en la c o m p ren ­ sió n in m ed iata, se sigue q u e: i) cu an d o el a u to r tien e p o r verdadera una frase de u n pasaje y el lector la tiene igualm ente p o r verdadera, el autor tiene que c o in cid ir con todos sus le c ­ to res en el co n o c im ie n to de la cosa, puesto que el m ism o c o n o cim ien to está con ten id o en la co m p ren sió n inm ediata. 2 ) G o m o adem ás todas las verd ad es d eb en ser con sid erad as com o enseñanzas, el au to r tien e tam b ién que c o in c id ir con todos sus lectores en la enseñanza que en cierra la cosa tratada en el pasaje, puesto que las enseñanzas de la m ism a cosa están contenidas en la com pren sión inm ediata. 3) G om o todos los pasajes son explicitaciones, todos los lectores com pren den la e x p lic ita c ió n que el a u to r ha h ech o de la cosa tratada en el pasaje, en la m edida en que la explicitación está contenida en la com p ren sión in m ed iata» (pp. 5 2 6 y s.).

T a m b ié n a q u í se p r e g u n ta u n o , c o m o ta n ta s veces tie n e q u e h a c e rlo ley en d o a C h la d e n iu s, si estas frases so n ta m b ié n a p li­ cables a la p o e sía o só lo a lo s e sc rito s h is tó ric o s y d o g m á tic o s (es d e c ir, filo só fic o s), lo s ú n ic o s d e los q u e C h la d e n iu s tra ta e n la p a rte d e sa rro lla d a de su te o ría de la in te rp re ta c ió n —e n la q u e, p o r lo dem ás, y co m o L utz G eld setzer h a se ñ a la d o 37, sigue a C h ris tia n W olff, e n cuya Lógica hay u n cap ítu lo sobre la « L e c ­ tu r a d e lib ro s h is tó ric o s y dogmatischer Bücher)—. P e ro « e x p lic a d o y d e m o s tra d o v e rd a d e s g e n e ra le s c o m o 37

d o g m á tic o s » (Das Lesen historischer und C h la d e n iu s n o só lo a firm a h a b e r las reglas p a ra i n te r p r e ta r ta n to las las h is to r ia s , h a y a n sid o exp u estas

L . Geldsetzer, isín/ertung, en G . Fr. M eier, Versuch einer allgemeinen Ausíegungskunst, op. cit., p .X I .

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o r a lm e n te o p o r e s c rito , y e llo d e ta l m a n e ra , q u e to d a s las in te rp re ta c io n e s d e los d em ás tip o s d e lib ro s p u e d e n re d u c irse a e lla s » (§ 64.8, p . 4 9 7 )- E l e je m p lo d e D id o e n V irg ilio h a m o s tra d o al m ism o tie m p o e n q u é m e d id a —y so b re to d o : e n ra z ó n d e q u é c o n c e p to d e la p o esía—p u e d e C h la d e n iu s d e fin ir la in te n c ió n d e l a u to s , in c lu s o e n el caso de u n texto p o é tic o , c o m o la « l im ita c ió n d e la r e p r e s e n ta c ió n q u e él tie n e d e l a s u n to » (§ 6 9 5 ) . C h la d e n iu s se e n f r e n ta a a q u e llo s c rític o s q u e h a c e n u n a in te r p r e ta c ió n falsa, es decir» "una i n te r p r e ta ­ c ió n q u e sobrepasa la in te n c ió n de V irg ilio , y, b asán d o se e n su « v is ió n c r o n o ló g ic a » (§ 6 9 6 , p . 5 4 ^ ) . a cu san al p o e ta d e h a b e r c o n tra v e n id o el j ^ s t u l a d o d e la v e ro s im flltu d (p o r q u e D id o vivió tre sc ie n to s a ñ o s d esp u és de E n eas), y es este e je m ­ p lo to m a d o de la p o e sía lo q u e le lleva a d e s a rro lla r la ex p lica­ c ió n te ó ric a d el p á rra fo sig u ie n te : « L a intelección de u na cosa es el con o cim ien to que tenem os de esa cosa en tan to que n os re p rese n ta m o s re a lm e n te su con ten id o. E lla se o p o n e a la lim itación o a la in te n c ió n que se en cu en tra en el c o n o c im ie n to . P o r eso i) q u ie n tien e de una cosa el m ism o co n o cim ien to que o tro , ha de tener tanto la m ism a in te le cció n com o la m ism a in te n c ió n respecto a la cosa. 2) Q u ie n tiene más in telecció n que el au tor del pasaje, sobrep asa la in te n c ió n d el a u to r; en c a m b io , q u ie n tien e m en o s in te le c c ió n que el a u to r, n o alcanza la in te n c ió n de éste. 3 ) A q u ie n tien e la m ism a in te le c c ió n de u n p asaje [¿ c o sa ?] que el a u to r, n o es n ecesario re c o rd a rle que debe ceñ irse a la in ten ció n del a u to r» (§ 6 9 7, p p . 5 4 2 y s.).

La re la c ió n de estas tesis c o n el ejem p lo de V irg ilio es clara: los crítico s m e n c io n a d o s p o r C h la d e n iu s van m ás allá de la i n te n ­ c ió n d e V irg ilio e n ra z ó n d e sus c o n o c im ie n to s h is tó ric o s , m ie n tra s q u e a lg u ie n q u e n o sabe m ás n i m e n o s de D id o q u e lo q u e e n c u e n tr a e n V irg ilio tie n e u n a in te le c c ió n q u e c o in -

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cide con la in ten ción del autor, p o r lo que no puede divergir de ésta. Entre él y el poeta hay una convergencia. Pero ¿cóm o hay que pensar esta convergencia cuando la intelección que el lecto r tiene de la cosa no se da sin la obra, puesto que la cosa no existe fuera de la ob ra? Guando dom ina la teoeáa de la imi tatio naturae, cuando la lírica es entendida com o im itació n de sentim ientos, una com pren sión correcta, una interpretación correcta, p o r ejem plo, de u n soneto a la m uerte de la amada, puede considerarse tal si el lector tiene la m ism a in telecció n de la m ateria, en este caso de los sentim ientos del que llo ra a su am ada, que el poeta —sen tim ientos que, según la con cep ­ ción reinante en la época de Chladenius, de la que su teoría de la interpretación es testim onio, n i el poeta n i el lector deben tener com o p rop ios—. La convergencia entre autor y lector no se basa en la em patia n i en una id en tid ad de sen tim ientos —sen tim ien to s que el poem a no expresa, sin o que im ita—; se produce en virtud de la misma intelección de la naturaleza de esos sentim ientos. E n relación al p roblem a de la convergencia postulada p or C h la d e n iu s, hay que observar aún que una h erm en éu tica actual no debe som eterla a un examen crítico solamente en lo tocante a la poesía, sino tam bién en relación a la in te rp reta ­ ció n de otros escritos. E l problem a tiene actualidad p orq u e, en la herm enéutica proyectada p o r Gadam er, el fenóm eno de la convergencia, del acuerdo en el sentido más enfático de la p alabra, d esem peña u n papel im p o rtan te y, a m i p arecer, urgentem ente necesitado de u n exam en crítico de su id e o lo ­ gía. E n Verdadj método se lee: « C o m p re n d er significa p rim a ria ­ m ente entenderse en la cosa, y sólo secundariam ente destacar y c o m p ren d e r la o p in ió n del otro com o tal. La priitoera de todas las condiciones herm enéuticas» es « la precom prensión que surge del tener que ver con el m ismo asunto. [...] El sen ­ tido de la pertenencia, es decir, el m om ento de la tradición en

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el com portam iento histórico-h erm enéutico, [se realiza] a tra­ vés de la com unidad de prejuicios fundam entales y sustentado­ re s» 38. G ad am er trata de su perar las antinom ias del h isto ricism o m ediante u n concepto de la h isto ria del efecto (Wirkungsgeschichte) que se basa en la misma conce^H Én de la tra­ dición. « L a distancia te m p o ra l» , se lee tam bién en Gadam er, « n o es algo que tenga que ser superado. Este era más bien el presupuesto ingenuo del h istoricism o: que había que despla­ zarse al espíritu de la época, pensar con sus conceptos y rep re­ sentaciones en vez de h acerlo con los p ro p io s, y que de esa m anera podía avanzarse hacia la objetividad h istó rica. De lo que en verdad se trata es de reconocer la clistancia en el tiem po com o una p osibilid ad positiva y productiva del com pren d er. N o es u n abismo abierto, sino que está lleno de la continuidad de la precedencia y la tradición, a cuya luz se nos muestra todo lo tra n sm itid o » 39. Gadam er invoca, precisam ente en este contexto, a C h ladenius, y no sin buenas razones. Pues su doctrina del « p u n to de vista» no se puede separar del aspecto fundam ental, hoy d is­ cutido, de la herm enéutica chladeniana, cual es el de la rela­ ción del pasaje con una cosa preexistente, que en él, com o en Gadam er, tiene com o consecuencia el postulado de la coin ci­ dencia o el acu erdo. L a teo ría que pasa p o r ser el verdadero m érito de Ghladenius y una audaz anticipación de la teoría del con d icion am ien to del co n o cim ien to p o r su p o sic ió n h is tó ­ rica, tiene su lím ite en la concepción, que le sirve de base, de la relación entre pasaje y asunto, entre com prensión del pasaje e intelección del asunto40. Las dos tendencias principales de la práctica herm enéutica, la interpretación histórico-gram atical y la alegórica, tienen su 38 H .-G . Gadamer, Wahrheit undMethode, pp. 278 y s. 39 Ibid., p. 281. 40 Cfr. capítulo 5. pp- 119 y s.

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o rig en en el envejecim iento de los textos, en s( h is to ric id a d 4'. In d e p e n d ie n te m e n te de su teo ría, p o s te rio rm e n te d e s a rro ­ llada, del « p u n to de vista», C hladenius reflexiona sobre este h e ch o en los capítulos in tro d u c to rio s de su o b ra. E n ellos desem peña u n im p ortante papel, en relación a los escritos h is­ tóricos, el concepto de lo increíble —u n a form a de la obscuritas—. E n el § 319 se lee: « S e cuenta o se escribe una historia para que la crean los lectores o los oyentes. Si la historia es verosím il y el que la cuenta merece crédito, no hay razón para que no la creamos. Pero nadie creerá una historia que parezca dem asiado soprendente, absurda o fabulosa. Si, con todo, es verdadera, nuestra incredulidad es señal de que no la com prendem os. N o se com prenden, pues, la historias verdaderas cuando no se las cree porque parecen demasiado soprendentes, absurdas o fabulosas. Tales historias necesitan, pues, de una interpre­ tación» (p. 196).

U na de las razones p o r las que las historias no p u ed en ser creí­ das es para C hladenius el cambio histórico. Las historias « pu ed en con el tiem po resultar increíbles. Pues si las cosas que las palabras designan cambian imperceptiblemente, con el tiempo se pondrán las palabras del escritor de historias en relación con otras ideas, a saber: con las representaciones que se tien en de las cosas según las circunstancias de la época, cuando deberían representarse tal como eran en tiem pos del narrador, cuando la cosa sucedió. Com o liga­ mos otros conceptos a sus palabras, puede ciertamente ocu­ rrir que algo que, según los verdaderos conceptos, era natu­ ral y concebible, nos parezca contradictorio o inconcebible. En las historias de Rom a, p or ejem plo, se cuenta que algu- 4 1

41

Gfr. capítulo

I, pp.

47 y ss.

IN TR O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - A

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nos ciudadanos de Rom a llegaron a tener entre diez y doce mil siervos. A hora, cuando con el tiempo el verdadero con­ cepto de un ciudadano rom ano ha quedado en el olvido, mientras que esta noticia perm anece, a muchos les parecerá increíble que un ciudadano pudiera tener tantos siervos, más de los que hoy poseen los condes y otros señores, e incluso los príncipes» (§ 53 » P» 2 2 ) .

E l p u n to d e p a r t id a de la r e fle x ió n de C h la d e n iu s es, de a c u e rd o c o n su c o n c e p c ió n de la h e r m e n é u tic a , o r ie n ta d a sie m p re a la cosa, la c irc u n sta n c ia de qu e « la s cosas q u e las p alabras d esign an cam b ien im p e rc e p tib le m e n te » . E n el c a p í­ tu lo te rce ro , que trata de las « p ro p ie d a d e s de las p alabras, que d e b e n ser c o n sid e ra d a s e n la in t e r p r e t a c ió n de d isc u rso s y e sc rito s» (p. 3 9 ) , C h la d e n iu s vuelve sobre este tem a. E n él es im p o rta n te su o b se rv a c ió n de qu e « c u a n d o u n a cosa ca m b ia p o c o a p o c o , [ . . . ] e n n in g ú n m o m e n to se [e n c u e n tra ] u n a razó n su ficien te p ara in tro d u c ir u n a nueva p ala b ra qu e su sti­ tuya a la a n tig u a , y así ésta se co n se rv a s ie m p re , a u n q u e el ú ltim o s ig n ifica d o sea c o m p le ta m e n te d istin to d el p r im e r o » (§ 8 5 , p- 43 )- E n tre las con secu en cias de este cam bio de s ig n i­ ficad o m en c io n a C h la d e n iu s el h ech o de que « c o n el tiem p o , una palabra usada solam ente en d iscursos serios p u ed e vcA^erse rid icu la y d esd e ñ a b le» (§ 8 7 , p p . 43 y s -)- Estas re fle x io n e s son d iscutibles p o r la m ism a razó n que lo es la c o n c e p c ió n ch lad en ia n a de la estru ctu ra d el sig n ifica d o , esto es: la p rim a cía de la cosa fre n te a la p a la b ra , a la qu e se atrib u ye sólo u n a fu n c ió n d e íc tic a . D is c u tib le es ya el e je m p lo de la p a la b ra « s ie r v o » , que C h la d e n iu s p o n e n u evam en te a p ro p ó sito de la tr a n s fo r ­ m a c ió n p a u la tin a e im p e rc e p tib le de las cosas. C u a n d o la « d u re z a de la s e rv id u m b re » , dice C h la d e n iu s, « s e fu e p o co a p oco suavizando m ed ian te leyes de to d o tip o » (§ 8 5 , p . 4 2 ) , es d ecir, cuando se p ro d u c e u n cam bio en la cosa, la frase « a lg u -

lio

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nos ciudadanos de Rom a llegaron a tener entre diez y doce m il siervo s» resulta increíble no p o rq u e el ciudadano y el siervo con el tiem po hayan cam biado, sino p orq u e aquí se em plean las palabras « c iu d a d a n o » y « s ie rv o » en lugar de civis y servus sin tener en cuenta que estas últim as palabras, p o r pertenecer a otra lengua, p erten ecen tam bién a otra realidad h istó rica. N o es, pues, la transform ación de la cosa tras la fachada de una p alabra estable lo que hace in creíb le la afirm ació n , sino el em pleo de la palabra alem ana para una cosa que ella no sign i­ fica. C hladenius no es consciente de esto debido al p red o m i­ nio de la cosa sobre el lenguaje que caraoteriza al pensam iento de su época y que constituye uno de los puntos capitales en los que la herm enéutica actual debe diferenciarse de la suya. Esto se hace aún más evidente cuando Chladenius trata de los casos en los que el sign ificad o , en su o p in ió n , no ha cam biado. « U n a [...] transform ación im perceptible del significado p ro ­ p io de una palabra [ ...] nunca se p ro d u ce cuando las cosas designadas por las palabras permanecen idénticas» (§ 88, p. 44)C o n tra su costum bre, C h lad en iu s no ofrece aquí n in gú n ejem p lo . Los ejem plos que p on e en los dos parágrafo s siguientes para m ostrar la constancia del sign ificad o no los explica com o ejem plos de cosas inm utables —y habría que p re ­ guntarse si la ausencia de ejem plos en un caso y la ausencia de explicación en otro no indican que Chladenius ve los ejem plos que ofrece de la constancia del significado a la vez com o ejem ­ plos de la constancia de la cosa—. Estos son, p o r una parte, térm inos com o « d o lo re s» , pero tam bién « d u r o » , « p la n o » , « v e r d e » , « b la n c o » o « r o jo » , y p o r otra parte térm in o s com o « o r d e n » , «n ecesid ad » o «sem ejan za». Si Chladenius caracteriza a estos últim os com o «palabras m etafísicas» (§ 90> p. 45)> de los p rim eros sólo dice que expresan u n «concepto claro, pero in d istin to » (§ 89, p. 44 )- Defacto son palabras que designan fen ó m en o s de la naturaleza —sensaciones com o la

INTRODUCCIÓN A LA HERM ENÉU TICA LITERARIA

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III

palabra « d o lo r » , p ro p ied ad es físicas com o las palabras « d u r o » o « b la n c o » —. Se puede su p o n er que C h lad en iu s niega a estas palabras la posibilidad de cam biar de significado porque no proceden de la historia —como las palabras « ciu d a ­ dano» y « sie rv o » —, sino de la física o de la metafísica, y que si no es consciente de esta m otivación, es porque antes de la fo r ­ m ación de la con cien cia h istó rica eran sin duda posibles —como muestra su doctrina de la interpretación—ciertas in tu i­ ciones sobre la historicidad de las cosas y su designación p o r el lenguaje, pero no la separación esencial entre lo histórico y lo 4 0 histórico. Ciertam ente hoy no corresponde hacer una revi­ sión de las teorías de Chladenius en el sentido de esta d istin ­ ción, pero sí reconocer la condición históricam ente m udable, si no de la naturaleza m ism a, sí de la im agen que el hom bre se form a de ella, así com o de su expresión lingüística. Pero esto im plica que ya no estamos tan dispuestos a excluir la p o sib ili­ dad del cambio de significado de una palabra como « b la n c o » . Es cierto que a su afirm ación de que, cuando las cosas designa­ das p or las palabras perm anecen idénticas, no se produce n in ­ gún cambio en el significado de las palabras, añade Chladenius lo siguiente: « P u es si o c u rrie ra que se empezase a utilizar la palabra con otro significado igualm ente p ro p io , este cam bio de significado p ronto sería notado p o r todo el m undo, p o r lo que no se produciría de form a im perceptible, com o sucede en el caso en que las cosas mismas cambian im perceptíblem entp» (§ 88, p. 4 4 ) —y hablar de «sign ificad o p ro p io » indica que en el im p rop io , en el figurad o o m etafórico, tal cam bio es p e r­ fectam ente posible—4*. Pero lo que hace problem ática la tesis de Chladenius radica tam bién en la separación m ecánica entre el significado p rop io y el im prop io —com o si el carácter h istó­ rico individual del segundo no destiñera sobre el quizá esen- 4 2 42 Cfr. capítulo 5. pp- 120 y ss.

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cialm ente ahistórico del p rim ero . —A u n q u e se puede afirm ar que la propiedad física llamada blanco no está sometida a n in ­ gún cam bio histórico, en la in terpretación de textos poéticos h abrá que guardarse de co n ceb ir el carácter h istó rico del estrato sim bólico de la palabra y de su cam po asociativca^ólo com o «sign ificad o im p ro p io » , ju n to al cual estaría el « p r o ­ p io » designando sólo el hecho físico —y ello p rin cip alm en te p o rq u e, para nuestra con cepción actual, la poesía ig n o ra tal p reexisten cia de la cosa, en este caso de u n ob jeto b lan co —. Finalm ente habría que señaiKr que la h istoria de la lengua no puede con firm ar la constancia, afirm ada p o r C hladenius, del sign ificad o de las palabras: cuando C h lad en iu s dice que una palabra com o « d o lo r » «sibm pre ha tenido el m ismo sig n ifi­ c a d o » , que « su significado nunca cam biará» (§ 89, p. 45)> a esto p od ríam os o p o n er, com o ejem plo de lo c o n tra rio , la palabra francesa « tra v a il» , que originalm ente no significaba « tr a b a jo » , sin o « d o lo r » , « s u fr im ie n t o » 4"3. Q ue durante siglos « s u fr im ie n to » significase « s u fr im ie n to » y —para recordar el ejem plo, páginas atrás analizado, de la palabra Bosheit4 344— « c ó le ra » significase « c ó le r a » , no quiere decir que el lenguaje tenga que re p ro d u cir la inm utabilidad de la cosa en la constancia semántica. N o lo hace ya p o r la sola razón de que la fu n ción de las palabras respecto a las cosas no consiste sim ­ plem ente en la designación, sino tam bién en la significación. C o n el cambio en la concepción de la relación entre palabra y cosa, lenguaje y realid ad, cam bia tanto el fu n d am en to de la poética com o el de la herm enéutica.

43 El diccionario Robert cita un ejemplo de Bossuet: Lesgrands travauxque Notre Seigneur a 44

soufferts. Gfr. Littré, s.v. 2. Cfr. capítulo 2, pp. 71 y s.

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E l problem a del cam bio h istó rico y sus consecuencias para la interpretación ocupa a Chladenius no sólo en relación al cam ­ bio de significado de las palabras, que él cree p od er red u cir al cambio de las cosas mismas. S u doctrina del « p u n to de vista»», de la perspectiva en la co m p ren sió n , im plica igu alm ente el p roblem a de la h isto ricid ad . 9 |ta teoría, expuesta p rim e ra ­ m ente en el capítulo sobre la interpretación de los libros h is­ tóricos, es luego retom ada en el capítulo sobre la in t * p r e t a ción de los tratados, esto es, de las obras filosóficas. E llo pone al concepto en estrecha relación con cuestiones h isto rio gráficas y, de form a m enos m arcada, con cuestiones relativas a los escritos teóricos. S in em bargo se puede afirm ar que C h la d e ­ nius tiene en m ente la idea de una teoría general de la in te r­ pretación. E n el § 3 0 8 se lee: «L o que acontece en el mundo es visto de manera diferente por personas diferentes: si muchas personas tuvieran que relatar una misma historia, en cada relato se encontraría algo distinto incluso si todas ellas, suponiéndoles la misma capa­ cidad, se hubieran representado correctamente el asunto. La causa de esta diversidad está en parte en el lugar y la posición

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de n u estro cu erp o , distintos en cada u n o de n o so tros, en parte en las distintas relaciones que m antenem os con las cosas y en parte en nuestra m anera previa de pensar, de bus­ car, p o r la cual uno está acostum brado a fijar su atención en una cosa y otro en otra distinta. Se cree com ú nm ente que cada cosa sólo puede p ro d u cir una representación correcta, y, p o r eso, cuando en los relatos se encuentra alguna d ife ­ ren cia, uno de ellos debe ser cierto y el o tro n o . Pero esta regla no es co n fo rm e ni a otras verdades generales ni a un conocim iento más preciso de nuestra alm a» (p. 18 5).

La a firm a c ió n de q ue la d e s c rip c ió n de u n a c o n te c e r varía se g ú n la p o s ic ió n d el o b se rv a d o r, la e je m p lific a G h la d e n iu s p rim e ro en el caso de u n a batalla de cuyo curso in fo rm a n sin c o in c id ir tre s o b serv ad o res, « d e los cuales u n o observa la batalla desde u n m o n te p ró x im o al ala derecha de u n ejército, el o tro desde u n a lo m a p ró x im a al ala iz q u ie rd a , y el te rc e ro desd e u n a p o sic ió n d e trá s de ese e jé rc ito » (p p . 185 y s .). Su d e sa c u e rd o se d eb e en p r im e r lu g a r al h e c h o de q u e, de los d ife ren tes m o v im ien to s qu e se p ro d u c e n , u n o s so n vistos p o r u n o b serv ad o r, y los d em ás p o r o tro s o b serv ad o res, y e n segundo lugar a que el m ism o aco n tecer n o se aprecia de igual m a n era de lejos qu e de cerca. Esta rela c ió n que C h lad en iu s ve e n tre el c o n o cim ie n to y la p o sic ió n debe e n ten d erse, pues, en p rim e r lugar en u n sen tid o p u ra m e n te ex terio r, topográfico, y hay q ue p reg u n tarse hasta qué p u n to esto es sólo u n a m etáfo ra de la relatividad del co n o cim ien to —com o lo es « p o s ic ió n » en el len g u a je de la a c tu a l so cio lo g ía d e l sa b er—. U n seg u n d o e je m p lo de C h la d e n iu s p u e d e a y u d a rn o s a re s p o n d e r a esta p reg u n ta. « L o m ism o [que con la batalla] » , escribe, « o c u rre co n todas las historias; u n a re b e lió n es vista de d istin ta m anera p o r u n fiel s ú b d ito q u e p o r u n re b e ld e , u n e x tra n je ro , u n c o rte sa n o , u n c iu d ad an o o u n c a m p e sin o » (p. 1 8 7 ) . A u n q u e a q u í ya n o se tra ta de u n a d ife re n c ia de p o sic io n e s, sin o de

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estam entos, la cual im plica ta m b ié n u n a d iferen cia de in te r e ­ ses en el re su lta d o de la re b e lió n , G h la d e n iu s c u rio sa m e n te pasa p o r alto este aspecto: su te o ría del « p u n to de vista» nada sabe de crítica id e o ló g ic a . S in e m b a rg o , e n m o d o alg u n o piensa sólo en las d iferencias externas, to p o g ráficam en te c o n ­ dicionadas. Lo que llam a « p u n to de vista» lo co n stituyen más b ien , p ara citar la d e fin ic ió n c o n te n id a e n el § 3 0 9 , '«aquellas circunstancias de n u e stra alm a, de n u e stro cu erp o y de n u estra p e rso n a e n te ra que h acen que, o so n causa de que, n o s r e p re ­ sentem o s u n a cosa de u n a m a n e ra y n o de o tr a » (p . 187). La expresión « p u n to de v ista» , dice C h la d e n iu s, « p a re c e h a b e r sido em p lead a p o r p r im e r a vez e n u n s e n tid o g e n e ra l p o r L eibnitz, pues antes sólo aparecía en la ó ptica. Lo que co n ella q u ería in d icar se p u ed e ap reciar m e jo r en n u e stra d efin ició n , que explica claram en te la m ism a idea. A q u í no s servim os de la m ism a idea p o rq u e ésta es im p re sc in d ib le cu an d o hay que d a r c u e n ta de las m ú ltip le s e in c o n ta b le s v ariacio n es e n los c o n ­ ceptos que los h o m b re s tie n e n de u n a cosa» (p. 188). T an to los e jem p lo s co m o la d e fin ic ió n y, sobre to d o , la frase re c ié n citad a m u e stra n c la ra m e n te q u e la id ea d el « p u n t o de vista» n o tien e que ver p rim a ria m en te c o n la co m p ren sió n de u n texto, sino con la rep resen tació n de u n a cosa. S e ría n así más p r o ­ p ios de la teo ría del c o n o c im ie n to q u e de la h erm e n é u tica . M as, p ara C h la d e n iu s, la in te rp r e ta c ió n de u n pasaje o u n e scrito es in se p a ra b le d el c o n o c im ie n to de la cosa de q u e el p asa je o el escrito tratan, p o r lo que en la in te rp re ta c ió n n o se p u ed e h acer a b stra c c ió n d el « p u n t o de v i s t a » . S in d u d a se p la n te a a q u í la cuestió n de saber qué « p u n to de vista» tien e in terés en la in t e r ­ p re ta c ió n . D e l m ism o m o d o q u e la c irc u n sta n c ia de q u e u n a palabra de u n pasaje tenga h o y o tro sign ificad o que en la época de su a u to r oscu rece este pasaje y d em a n d a u n a in te rp re ta c ió n , u n pasaje tam b ién necesita de u n a in te rp reta c ió n cu an d o el le cto r ve el asu n to de q u e trata d esd e o tro « p u n t o de v ista » q u e el d el

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autor. «Juzgam os, en efecto, de la naturaleza de la cosa según el concepto que de ella tenem os. Y así, lo que contradice nuestros conceptos contradice tamblih., en nuestra op inión, la naturaleza de la cosa» (§ 3I 3 >pp- 19 1 y s-)- De ahí que las inform aciones de distintas personas sobre el m ism o acontecim iento puedan co n ­ tradecirse « in d ep en d ien tem en te de que estén form uladas con tanta sinceridad, que cada una p o d ría ju r a r con perfecta buena conciencia que la suya es cierta» . Luego encontram os una frase decisiva: « P e ro la historia no puede, p o r supuesto, contener en sí nada contradictorio; sólo sus espectadores pueden representár­ sela de m anera tan diferente que sus inform aciones acerca de ella se contradigan en algún aspecto» (p. 1 9 2 ) . L a frase es decisiva porque nom bra la instancia capaz de relativizar las contradiccio­ nes que resultan de la diversidad de «pu ntos de vista», y esta ins­ tancia es la cosa misma, que en este caso es la historia. E n uno de los parágrafos que siguen leem os: « Se tiene comúnmente la historia y la representación de la historia por una misma cosa, y en muchas ocasiones cabe tenerlas por una misma cosa. Sólo cuando se trata de inter­ pretar la historia es preciso mostrar la diferencia y tomar exacta nota de ella. Pues no es la historia en sí misma, sino la representación de la historia la que necesita de una interpre­ tación cuando no es evidente para otro» (§ 318 , p. 195). L a d iferen cia entre la h isto ria y su rep resentación es clara: « L a historia es una, pero la representación de ella es distinta y múltiple; en la historia no hay nada contradictorio, pero en la representación de la historia, en las distintas represen­ taciones que se tienen de ella, pueden aparecer contradic­ ciones; en la historia todo tiene su razón suficiente, pero en la representación de ella pueden encontrarse cosas que pare­ cen haber ocurrido sin razón suficiente» (pp- 195 Y s-)-

INTRODUCCIÓ N A LA H E R M E N É U T IC A LITE RA RIA - 5

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A q u í se aprecian las prem isas gn o seológicas de la teo ría ch ladeniana de la diversidad de « p u n to s de vista», y especialm ente de su m étod o p ara e lim in a r de la in te rp re ta c ió n las c o n se ­ cuencias de esta diversidad. Se trata de una teoría precrítica del co n o cim ie n to —lo cual n o tien e p o r qué so rp re n d e r, pu es la obra está escrita en el año 174-2—, b ie n que de una teo ría ilu s­ trada. Es decir: el objeto del con o cim ien to ya no se con fu n d e con la idea del m ism o establecida p o r la instancia d om inante, frente a la cual toda otra idea sería una h erejía, un atentado no sólo contra la autoridad, sino tam bién —p orq u e su concepción se confunde con la realidad— contra la realidad m ism a. A q u í se conoce y se d efien d e el p ap el del p ro p io « p u n to de vista» en el c o n o c im ie n to , esto es, la d ife re n c ia en tre la cosa en sí y nuestra rep resentación de ella. Pero esta relativización es a c rí­ tica —en el sentido kantiano— p o rq u e no se plantea la cuestión de la c o n d ició n de p o sib ilid a d del co n o c im ie n to . A p esar de recon ocerse el ptapel del « p u n to de v ista » , no se cuestiona la cogn oscib ilid ad de las cosas tal com o son en sí. D e la id ea de que el « p u n to de v ista » c o n d ic io n a el co n o cim ien to ad e u n a cosa no se sigue en abso lu to p ara C h la d e n iu s que ésta n o p ued a ser con o cid a tal com o realm ente es. A u n q u e es verd ad que, para p o d e r a firm ar la certeza de la in terp retació n a pesar del papel del « p u n to de v ista » , su h erm en éu tica n o está d is ­ puesta a re c u rrir a la cosa m ism a. Pues la diversidad que crean los distintos « p u n to s de vista» no entra en las in te rp re ta c io ­ nes de un pasaje, y la « c o s a » no es el pasaje, esto es, lo que hay que in terp retar —en este caso, la relatividad del con o cim ien to se e n c o n tra ría con u n a h erm e n é u tica m o d e rn a —, sin o más b ien aquello de que el pasaje trata: la h istoria en los escritos h is­ tóricos, una verdad en los dogm áticos; y las rep resen tacio n es que el au to r y el le c to r tie n e n de la cosa so n d istin tas. L a diversidad de los « p u n to s de vista» se convierte en p ro b lem a para la in terpretación p o r cuanto que u n pasaje puede resultar

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incom p ren sible debido a que el lector tiene de la cosa que es objeto del pasaje otra rep resentación que el autor. Pero esto m uestra el cam ino a la in terp retació n : el in térp rete, escribe C h ladenius, «d ebe representarse la historia que quiere in te r­ pretar desde los dos puntos de vista, en parte com o se la rep re­ senta aquel que la encuentra increíble y en parte com o se la ha representado el que la ha escrito» (§ 324 > p- ?O l). Y aún más claram ente en el capítulo fin a l de la Introducción... de C h la d e ­ n iu s, donde la in ten ció n del au to r de u n escrito, a pesar de que C h lad en iu s recon oce la p lu ra lid ad de sentidos de un pasaje, se erige en el referente de la in terpretación del « s e n ­ tido inm ediato» y de las «necesarias ap licacio n es»4"5: «P ara el conocim iento histórico del autor, el intérprete ha de tomar nota del punto de vista desde el cual el autor se ha representado la historia y darlo a conocer a su discípulo» (§ 70 7, p . 555)- Pero esto sign ifica que la in te n c ió n de la in terp retació n histórica —la supresión de la distancia histórica entre texto y lector— se m antiene todavía en la doctrina del « p u n to de vista», la cual debería tener p o r consecuencia el reconocim iento de que no es posible desligarse de la p ropia posición y hacer como que el cambio histórico no se ha p roducido. D el m ismo m odo que la interpretación histórico—gram atical se atiene al sentido com ­ p ren d id o y sustituye el signo envejecid o, la d octrin a del « p u n to de vista» desemboca en el precepto herm enéutico de sustituir el p u n to de vista del lector p o r el del au tor para así retener su representación de la cosa. Chladenius precisó p o s­ teriorm ente en su Ciencia general de la historia esta teoría y su ap li­ cación en la herm enéutica histórica. A llí ensayó una tipología de los « p u n to s de vista» que distingue el p unto de vita del interesado, el del extranjero, el del neófito, los del amigo y el enem igo, los de las posiciones superior e in fe rio r, el del eru - 4 5 45

Cfr. capítulo 4» pp- 95 y ss-

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d ito, los del anim oso y el triste y el del b árb aro . —F ren te al ejem plo de la rebelión dado en la Introducción..., esta tipología constituye una a p ro xim ació n a la crítica id eoló gica, sin que C hladenius haya abandonado el postulado de u n d om in io de la historia misma en su objetividad, p or encim a de la visiones parciales que los distintos «pu ntos de vista» ofrecen del acon­ tecer histórico. A este postulado obedece tam bién la m etodo­ logía expuesta en la Ciencia general de la historia. A ú n a inform ación histórica se le aplica un doble proced im ien to: i) la com pren ­ sión del docum ento origin al, es decir, del p rim er relato, que es la base de todo otro co n o cim ie n to ; esta co m p ren sió n se cumple según las reglas de la herm enéutica, es decir, se refiere a la intención del autor y busca la convergencia; 2) la reflexión sobre la inform ación recibida y el exam en de la m isma, op era­ ciones en las que están presentes los m om entos considerados en la teoría de los «pu n to s de vista». Chaldenius distingue así en la herm enéutica h istó rica entre u n a in terp retación de los docum entos que salva la distancia histórica y hace abstracción de la p ropia p o sic ió n y una reflexió n sobre la distancia h istó­ rica y sobre el p ro p io « p u n to de v ista » . T raslad an d o este doble procedim iento a la herm enéutica literaria, se im pondría la distinción entre la in terpretación h istó rico -gram atical y la interpretación histórica del efecto. E n esta transposición no se puede d ejar fu era de c o n sid eració n que la ap licació n que C h ladenius habría hecho a los textos poéticos no saldría del m arco de su con cepción del texto, según la cual la poesía se refiere, no de otro m odo que la historiografía, a una cosa p re ­ existente. Por eso, la teoría del « p u n to de vista» no se refiere al cam bio h istó rico en la com p ren sión de los textos, sino al cambio en la representación de las cosas de que tratan los tex­ tos. Si el examen crítico de las teorías chladenianas de la in te r­ pretación y el «p u n to de vista» puede, desde la perspectiva de una h erm en éu tica actual, ob jetar a la teo ría p recrítica del

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con o cim ien to de G h laden iu s que no es p osible m an ten er a la vez la cosa en sí y la d o c trin a de la su b je tivid a d del c o n o c i­ m ie n to (que la aceptación de ésta supone la ren u n cia a aq u é­ lla ); si, con tra la o p in ió n de G h lad en iu s, p u ed e sostener que la ob jetivid ad del c o n o c im ie n to sólo se p u ed e lo g ra r a través de la subjetividad, sin la reserva de u n a co m p ren sió n « in m e ­ d ia ta » separada de ella, u n a de las razones p o r las que la te o ­ ría ch ladeniana del « p u n to de vista» sólo m uy lim itadam ente p u ed e co n sid erarse com o p re cu rso ra de las teorías p o s te rio ­ res de la relatividad del con o cim ien to a la p o sició n del sujeto, al m enos en lo que se re fiere a los textos literario s, es la c o n ­ cep ció n de la imitatio naturae, aún d om in an te en su época. C o n la s u p e ra c ió n de esta c o n c e p c ió n re in a r á a fin e s d el siglo XVIII u n nuevo pu nto de vista que aún hoy determ ina nuestra

co m p ren sió n de la poesía. Q uizá pueda decirse que la n e cesi­ dad de ra d ic a liz a r la d o c trin a del p u n to de vista fre n te 3¿ a p o s ic ió n de G h la d e n iu s se vu elve e sp e cia lm e n te clara en la im p o sib ilid a d de e n te n d er hoy la p oesía nacid a bajo el signo de la imitatio naturae —y ella constituye todavía la m ayor parte de la literatu ra un iversal— si se la desconecta de las con cepcion es p o sterio res, según las cuales la poesía crea ella m ism a su p r o ­ p io objeto. L o s sigu ien tes c o m e n ta rio s sobre la te o ría de la m etá fo ra expuesta en la d o ctrin a ch lad en ian a de la in te rp reta c ió n nos servirán de con clu sió n . A u n q u e, en este p u n to , C h laden iu s se a p ro x im a m u c h o , sie m p re en el m arco de su estu d io de la in te rp re ta c ió n de escritos h istó rico s y d ogm áticos, a c u estio ­ nes re la c io n a d a s co n la p o e sía , n u e stra s expectativas se en cu en tran ya m oderadas p o r los lím ites que, a causa del p r e ­ d o m in io de la cosa so b re la e x p re sió n , h u b o que p o n e r a la c o n c e p c ió n de la p oesía de G h la d e n iu s y su época. L a te o ría de la e x p re sió n m e ta fó ric a p arece e x ig ir, m ás aú n que otras

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p artes de la p o é tic a , u n a c o n c e p c ió n d el texto o rie n ta d a al le n g u a je —y n o a la cosa—. P ero esta a p a rie n cia en gañ a. E l hecho de que C h ladeniu s dedique a la expresión m etafórica, al discurso fig u rad o , ya en los capítu los sobre la in te rp reta c ió n de escritos h istó rico s y d ogm áticos, extensos estudios, en vez de reservarlos para la co n tin u a ció n que tenía planead a, y que trataría tam bién de los escritos poéticos, m uestra la p osibilidad de u n con o cim ien to que, contra lo esperado, representa, para una teoría de la m etáfora, la o rien tació n de la in terp retación a la cosa. La razó n de esta circu n sta n cia se aclarará en n u estra exposición de la teoría c h la d e n ia n *d e la m etáfora. E l origen del « sen tid o fig u ra d o » lo encuentra C h ladeniu s en el hecho de que, cuando en una cosa p ercib im os u n £ |a ro p ied ad , la cosa p u ed e ir acom pañad a de otra p ro p ie d ad en la que aquélla está com pren dida com o parte suya. «Vemos, por ejemplo, que algo co rrey se traslada con gran rapidez de un lugar a otro. Es lo que hacen los pájaros cuando vuelan raudos de un lugar a otro. El concepto del movimiento rápido es así una parte del concepto del vuelo. Cuando nos representamos un movimiento rápido, puede ocurrírsenos, por una regla de la im aginación, la idea del vuelo; y por eso solemos decir de alguien que corre o cabalga rápidamente, que vuela» (§9 1, P- 4 ^)-

D e ello resulta la d e fin ic ió n del s ig n ifica d o « f ig u r a d o » , es decir, del llam ado significad o transpuesto: «Cuando atribuimos a una cosa una propiedad que sólo en parte le conviene, le asignamos también, en la expresión de nuestros pensamientos, una palabra que no le conviene p ro­ piamente, sino sólo en cierto sentido. La palabra recibe de ese modo un nuevo significado, puesto que no designa todo lo que comúnmente significa, sino sólo una parte. Pues es

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evidente que, cada vez que los pensamientos ligados a una palabra sufren un cambio, se forma un nuevo significado. El significado de una palabra cuando no dice todo lo que ordi­ nariamente significa, es la comprensiónfigurada o el sentidofigurado de la palabra. Y este sentido el que se opone al sentido p ro ­ p io » (§9 2, pp. 46 y s.). Y a este eje m p lo , p o r p rim itivo que parezca, y su in te rp re ta ­ ció n p o r C h lad en iu s, hacen ver las d iferen cias decisivas entre su teo ría de la m etáfora y la trad icio n al. L a p rim era d ife r e n ­ cia ra d ic a en qu e C h la d e n iu s n o p arte de la e x p re sió n n o m etafó rica, de la expresión p ro p ia , del verbumproprium, sino de la cosa que hay que designar. N o es que el lugar de la palabra « c o r r e r » lo ocupe la palabra « v o la r » , sino que en la re p re ­ sen tación de u n h om bre que corre se atribuye a éste, en lugar de la p ro p ie d ad del c o rre r, la p ro p ie d ad del vo lar. Esta a tr i­ b u c ió n de u n a p ro p ie d ad extraña, o rig e n del lengu aje m eta­ fó ric o según C h la d e n iu s, m arca u n a segund a d iferen c ia con la teo ría de la m etáfora que enseña la re tó rica antigua: C h la ­ d en iu s no en tien d e la m etáfora com o u n a co m p aració n p a r­ cial. G u an d o se dice que u n h om b re vuela, esta e xp resió n no im p lic a , segú n él, u n a c o m p a ra c ió n en tre el h o m b re y el p á ja ro , y m en o s aún aquella equivalencia m ágica del h om b re y el p ája ro de la cual la explicació n de la m etáfo ra a p a rtir de la co m p aració n es considerad a com o u n a p o ste rio r in te rp r e ­ ta ció n ra c io n a l46". C u a n d o se atribu ye al h o m b re la p r o p ie ­ dad de v o la r, a u n q u e él sólo vuela en la m ed id a en qu e el m ovim ien to rá p id o en que consiste el c o rre r es u n m om en to d el vu e lo , v o lar sig n ifica otra cosa que cu an d o se dice de u n p á ja ro . P o r eso, C h la d e n iu s no d istin gu e en tre expresión p r o 46* C fr. a este respecto, y también respecto a todo lo aquí comentado sobre la teoría tradicional de la metáfora, H. Lausberg, Handbuch der literarischen Rhetorik, 2 vols., Múnich, 1960, §§ 558 y ss., pp. 285-29* [Manual de Retórica Literaria, Madrid, Gredos, 1966-68, 3 vols.].

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pia y figu rad a —im p ro p ia —, entre el verbum proprium « ® r r e r * y la m etáfora « v o la r » , sino entre el sen tid o figurado y el sentido p ro p io de la m ism a p a la b ra « v o l a r » . Y a a q u í b ay que p r e ­ guntarse p o r la sign ificació n de estas d iferencias p ara la teoría de la m etáfora y p o r sus p resu pu estos. G u an d o en la e x p lic a c ió n de la m etá fo ra C h la d e n iu s n o recu rre al verbum proprium, sino a la cosa, es fie l a la prem isa de toda su h erm enéutica, que hace de todo pasaje la explicitación de u n a cosa p o r el autor, que com u nica la rep resentación que tiene de ella. A u n q u e esta con cepción tiene para la c o m p ren ­ sió n de la p oesía el in co n ve n ie n te de que ésta queda siem pre re fe rid a a algo que se su p o n e p reviam en te existente, au n q u e este algo, la cosa, p o d ría tam bién ser algo origin alm en te dado p o r la poesía, tam bién tiene, en relación a la teoría de la m etá­ fo ra , la ventaja de que la e x p re sió n m etafó rica n o es re la tiv izada al verbum proprium. Es u n a ventaja p o rq u e , en la exp resió n m etafó rica, el verbum proprium es m u cho m enos algo dado, algo inm anente a la poesía, que la cosa. M ientras que, p ara nuestra concepción actual, la cosa no puede ser previa a la poesía, pero sí a la m etá fo ra —a u n q u e n o sea co n sid e ra d a com o u n m om ento de la em p iria, sino com o u n com ponente del c o n ­ te n id o de la m etá fo ra , que com o tal ha en trad o en la m e tá ­ fo ra —, el con cepto de «verbumproprium» es el de u n a p ala b ra que la poesía precisam en te no ha em pleado en el pasaje m eta­ fó rico . E l recurso de la expresión m etafórica a la cosa y al sig­ n ifica d o que la m ism a exp resió n tien e cuando no es m eta fó ­ rica, distingue a la m etáfo ra p o r una parte com o u n m od o de la exp erien cia de la realid ad , y p o r otra com o u n a m o d ific a ­ c ió n de la len gu a de que p arte . Fren te a esto, el d iscu rso d el verbum proprium d egrad a la m etá fo ra a una m era cu e stió n de expresión, de d esignación, a una cuestión que n o tien e con se­ cuencias n i para la rep resentación de las cosas n i para el sig n i­ ficado de las palabras. L a ligazón de la poesía a u n m u n d o de

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re a lid a d e s a ella p reex isten tes t i e n e ^ l p o r re su lta d o n o sólo u n a elev ació n de la d ig n id a d de la e x p re sió n m e ta fó ric a, p u e sto q ue ésta, re fe rid a a las cosas, es c o n c e b id a co m o u n m * d io de c o n o c im ie n to , sin o p a ra d ó jic a m e n te ta m b ié n u n a am p lia c ió n del significado qu e co n c ie rn e al lenguaje m ism o y a la reflex ión sobre él. Las dem ás c u e stio n e s d e b e n ser c o n sid e ra d a s so b re el fo n d o de estas ideas: la cuestión de la ju stific ació n de la expre­ sió n figurada, la del papel de la m etáfo ra e n los escritos h is tó ri­ cos y filo sófico s, la de re la c ió n e n tre la m e tá fo ra y la fo rm a ­ c ió n de c o n c e p to s y, fin a lm e n te , la de la in te r p r e ta c ió n de pasajes m etafóricos. S o b re la cu estió n de las razones de u n a expresión m e ta fó ­ rica, escribe C h lad en iu s en el § 122: « S e dan com ú nm ente dos razones del u so de las palabras m etafóricas; que se las em plea en parte p o r necesidad y en parte tam bién para expresar una cosa de una m anera agrada­ ble. La necesidad que nos lleva a usar una palabra en sentido figurado no proviene sino del deseo de expresarnos tan p e r­ fectam ente com o nos sea p o sib le, y, p o r tanto, de usar la palabra más vigorosa. E n consecuencia, cuando usamos una m etáfora p o r necesidad, y la palabra elegida realm ente sirve tam bién para expresar la cosa en todos sus aspectos, tal m etá­ fo ra es correcta. La otra razón p o r la que usam os palabras metafóricas no es, si se la examina más de cerca, distinta de la p rim e ra . Pues cuando se qu iere rep resen tar u na cosa con cierta gracia y de una m anera no ord in aria, hay que, p o r así d ec irlo , dar la vuelta a la cosa y m ostrar ciertas cualidades especiales de la misma. Pero com o estas propiedades no tie­ nen p o r lo com ún palabras y nom bres p rop io s, es preciso o b ien servirse de palabras generales, o b ien presentar la cosa enteram ente [es decir, detallando todos sus aspectos, p re ci­ sándola] p o r m edio de la m etáfora y en u n solo co n cep to » (pp. 67 y s.).

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Y d esp u és de a n a liz a r, a títu lo de e je m p lo , la e x p re s ió n la tin a «sulcare m are» ( s u r c a r e l m a r) a p l » a d a al m o v im ie n t o d e u n b a rc o , p ro s ig u e C h la d e n iu s : « L o s poetas han em pleado, tam bién en este caso, la m etá­ fora p o r necesidad, p orq u e no han podido expresar su idea más vigorosam ente que con esta palabra. Por eso, el em pleo de una m etáfora p o r la gracia en la expresión es sólo u n caso especial de m etáfora usada p o r necesidad [ . ..] » (p. 68). C o n esta a fir m a c ió n , C h la d e n iu s re v isa d e m a n e r a n o p o c o fe c u n d a las id eas re c ib id a s de la re tó ric a a n tig u a , a ú n vigen tes e n su tie m p o . E n la Critische Dichtkunst (Poética crítica) , de G o t t sc h e d , cu ya c u a rta e d ic ió n a p a r e c ió d ie z a ñ o s d e s p u é s d e la Introducción... de C h la d e n iu s , se le e : « C ic e r ó n e n señ a e x p re s a ­ m en te en el lib r o te rc e ro , c a p ítu lo 3 8 , d el O r a d o r qu e lo s s ig ­ n ific a d o s im p r o p io s de las p ala b ras v ie n e n e n p rim e * A u g a r de la in s u fic ie n c ia y la p o b re z a de las le n g u a s; p e r o q u e lu e g o f u e ­ r o n ta m b ié n u t iliz a d o s p a r a a g r a c ia r y a d o r n a r , d e l m is m o m o d o q u e el v e s tid o se p e n s ó y u tiliz ó o r ig in a lm e n t e p a r a c u b r ir n u e s tr a d e s n u d e z y p o H e r io r m e n t e p a r a e n g a la n a r ­ n o s » 47. L a id e a d e la in s u fic ie n c ia d el le n g u a je , q u e o b lig a al uso de la e x p re s ió n m e ta fó ric a , la c o n o c ía la re tó ric a a n tig u a : la lim it a c ió n d e l lé x ic o , la a u s e n c ia de u n verbum proprium es, segú n Q u in t ilia n o , la c o n d ic ió n de la m e tá fo ra « n e c e s a r ia ^ 48. P e ro la d e f in ic ió n d e la m e t á fo r a e n .G a á ts c h e d m u e s t r a q u e esta gé n e sis, y c o n e lla e l m o m e n to d e n e c e sid a d d e la e x p r e ­ s ió n m e t a fó r ic a , d e s e m p e ñ a u n p a p e l p o c o im p o r t a n te e n la p o é tic a de la Ilu s tra c ió n : « L a m e tá fo ra es u n a fo rm a d e h a b la r fig u r a d a e n la q u e , e n vez d e u n a p a la b r a q u e c o n v ie n e a la 47 J- C hr. Gottsched, VersucheinerCritischenDichtkunst, Leipzig, 1730 - Reim presión foto­ mecánica de la 4 a edición aumentada (Leipzig, I 75 1 )* Darmstadt, 19 6 2 (Wiss. Buchgesellschaft), p. 2 5 9 48 Q uintiliano, Institutio oratoria, 8 , 6, 34 -

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cosa e n sen tid o p ro p io , se to m a o tra d istin ta que gu ard a cierta sem ejanza y e n c ie rra , p o r tan to, u n a c o m p a ra c ió n p arcia l S '49. A q u í, la existencia del verbumproprium, que perm ite negar la n e c e ­ sid ad de la m etá fo ra , se ha co n vertid o en elem en to de la d e fi­ n ic ió n de m etá fo ra , m ien tras que e n Q jiin tilia n o la necesid ad todavía aparecía com o u n a de las razon es que ju stific a n el m al que es la exclu sió n de u n verbumproprium del c o n te xto 5051. Fren te a esto, G o ttsch ed observa a p ro p ó s ito de las m etáfo ras, qu e él cita, de u n a od a de F le m in g q u e c o n el verso « la s aguas d ia ­ m a n tin a s , las e strellas p ic a r a s » , q u e « e n s e n tid o p r o p io se h a b ría te n id o q u e d e c ir: las aguas claras, las estrellas t it ila n ­ te s » , el poeta n o s con d u ce a través de sus in g en io so s epítetos a c o n ce p to s co m p le ta m e n te d ife re n te s; las p ala b ras m ás p r ó x i­ m as le p arec e n al p o eta d em asiado m alas (es d e c ir, d em asiado sim p les), y « v a en busca de ideas que sean p o co com unes, p ero q u e c o n v e n g a n a la cosa y c re e n im á g e n e s m u y a g ra d a b les al e n te n d im ie n to c u a n d o éste p e r c ib e la sem ejan za de las m is ­ m a s » 5'. G h la d e n iu s h a b ría dado u n a e x p lic a c ió n m uy distinta de este e je m p lo . E n lu g a r de a fir m a r , p o r u n a p a rte , q u e el p oeta h ab ría te n id o que d ecir las « agu as c la ra s» en vez de « las aguas d ia m a n tin a s» , h a b ría p artid o de la id ea de que la e x p re ­ sió n « la s aguas c la ra s» n o tra n sm ite p e rfe c ta m e n te la re p re s e n ta c ió n q u e el p o e ta tie n e de la cosa, y qu e éste n o ha e n c o n tra d o p a ra u n a c u a lid a d d el agu a q u e é l p e rc ib e u n a p a la b ra m ás exacta en el id io m a . P o r o tra p a rte , n o se h a b ría c o n ten tad o c o n la a firm a c ió n de que el e m p leo m eta fó ric o de « d ia m a n t in a » crea « im á g e n e s m u y a g ra d a b les al e n t e n d i­ m ie n to » , sin o que h ab ría m ostrad o en el em p leo im p ro p io de la p alab ra el n a cim ie n to de u n nuevo co n cep to g e n eral.

49 J . Chr. Gottsched, Versuch einer CritischenDichtkunst, op.cit., p. 264. 50 Quintiliano, op. cit. 51 J . Chr. Gottsched, op. cit., p. 264*

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«C uand o usamos una palabra en sentido figurado, se form a siem pre un nuevo concepto general en nuestro en ten d i­ m iento. Pues cuando la palabra se usa en sentido figurado, sólo significa una parte de lo que norm alm ente significa. Pero la palabra es aplicada a otra cosa, y, por tanto, una parte del concepto m ismo queda ligada, en unas circunstancias distintas, a otra cosa. La parte del concepto com ún que se conserva en el uso figurado puede así ser separada (abstraída) y considerada como un concepto general o un género, de tal suerte que el sentido prop io y el sentido figurado constitu­ yen dos especies (species) del m ism o» (§ 94 >P- 4-8 )■ E sto p o n e de m an ifiesto que la m etáfo ra n o es algo e x te rio r al p en sam ien to , sin o u n a de sus p o sib ilid ad e s específicas, u n o de sus m ed ios. S i se m a n tie n e n las d os tesis fu n d a m e n ta le s de la te o ría c b la d e n ia n a de la m e tá fo ra : q u e i) la e x p re s ió n m e ta fó ric a tie n e sie m p re su ra z ó n e n la au sen c ia de u n verbum proprium, y que 2 ) c o n el e m p le o m e ta fó ric o de u n a p a la b ra s ie m p re se fo rm a u n n u evo c o n c e p to , se tie n e n las re sp u estas a la p r e ­ gu n ta de p o r qué el le n g u a je fig u r a d o , el le n g u a je in g e n io so , está n atu ralm en te presen te en los escritos h istó rico s y d o g m á ­ ticos, es d ecir, filo só fic o s. C h la d e n iu s llam a co rre cta a la m etá fo ra qu e es « u s a d a e n in te ré s de la p re c isió n » * , es d e c ir, cu an d o la p alab ra m e ta fó ­ rica expresa la cosa de fo rm a m ás p recisa que el verbum proprium, « d e tal m an era q u e, si n o se q u isie ra u tilizar la p alabra m eta­ fó r ic a , o b ie n c ie rto s asp ecto s q u e d a ría n in e x p re s o s, o b ie n h a b ría que in d ic a r lo s c o n m u ch as p a la b ra s y m e d ia n te u n a p e rífra sis, lo cual n o p o d ría h acerse sin alterar en algo el c o n ­ cepto m is m o » (§ 1 2 1 , p . 6 6 ). E sto es tanto com o d e c ir que la *

Chladenius emplea la palabra Nacháruck, que significa propiamente energía, vigor, firmeza o énfasis en el hablar o escribir, pero que, como se desprende de sus textos, equivale a precisión. Y ésta es la equivalencia que usaremos en adelante [N. del T .].

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cosa m ism a puede exigir la expresión m etafórica para que su descripción sea lo más precisa posible. Al situar Cbladenius la expresión m etafórica p o r encim a de la esfera estética y a tr i­ b u irle esta fu n ció n , que en la retórica antigua sólo era una entre otras, le concede su derecho a existir en las descripciones no poéticas, p o r ejemplo en las históricas. La im p o rtan cia de la m etáfora en la filosofía se debe, en cambio, a su capacidad para form ar conceptos. «G om o en el fondo de las expresiones figuradas hay concep­ tos generales, un filósofo puede aprender algo de ellas, y las expresiones figuradas cumplen además otro cometido que el de deleitar nuestra imaginación. Cabe, en efecto, obtener de ellas conceptos generales que, si son explicados con claridad, contribuyen al progreso de las ciencias. También se advertirá que hoy se pueden encontrar prolijos tratados acerca de ciertos conceptos filosóficos que no hace mucho eran vistos como expresiones figuradas. Sólo en discursos poéticos se ha llegado a decir que el hom bre es un pequeño m undo, y de una ciudad populosa se dice todavía que es todo un mundo de gente. Y ahora se usa el concepto de mundo en la filoso­ fía de tal manera que una gran ciudad, y hasta cada hombre, pueden ser llamados, y en un sentido propio, pero filo só ­ fico, un m undo» (§ 96, pp. 49 y s.).

Este uso sólo es posible, según G h ladeniu s, p o rq u e « a l sentido c o rrie n te [ ...] y al sen tid o fig u rad o de la p a la b ra » se añade « u n te rc e ro » (§ 9 9 , p . 5 2 ) . E l uso fig u ra d o de u n a p alabra hace aparecer u n concepto general en el que el significado p r o ­ p io y el m etafórico coin cid en . Este concepto general puede ser separado. S i es designado con la palabra « c o r rie n te » , entonces se tien e la palabra —p o r ejem p lo, la palabra « m u n d o » — en su nuevo sign ificad o , el del concepto general. Este proceso viene ejem plificado con más detalle en la palabra « g r it a r » : « T o d o el

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m un d o sabe lo que significa gritar; p ero u n o ra d o r p od rá decir de u n a p ied ra salpicada de sangre h u m an a: la p ie d ra grita. M ed ian te este uso»í^m rado de la p alabra ob tenem os u n c o n ­ cepto general de gritar cpn e l^ u e nos es p osible esp resar una cosa de una form a tan c l * a y evidente, que n o escapa a la aten­ ció n de n a d ie » . (§ 9 4 , p. 4 8 )- G o m o los conceptos generales com peten a la razón, el uso de las palabras en sentido figurado req u iere de la razón ; p pro tam b ién la im agin ació n tiene aquí u n p ap el. P o r p rim itivo s qu e sean los ejem p los, no bay que subestim ar la im portancia de esta .as**a ció n de la m ettffora a la filo so fía , u n a aso ciació n que a la vez crea u n v ín cu lo en tre razón e im agin ació n . Fren te a la co n cep ció n trrtlic io n al, que sigue p re d o m in a n d o después de G h la d e n iu s en la filo s o fía , y según la cual las m etáforas n o aportan nada al pensam iento, se esboza aquí otra que, si no m e equivoco, sólo ba sido d esarro ­ llada en n uestros días, con cretam en te en los Paradigmen zu einer Metaphorologie52 (Paradigmas de una metaforología), de H ans B lu m e n berg. La respuesta a la cuestión de la interpretación que G h la ­ denius prevé para las palabras m etafóricas debe p artir de las dos funcion es em parentadas que éstas cum plen en los escritos h is­ tóricos y en los dogm áticos: en los históricos, de la p recisión, es decir, del plus de significado que distingue a la expresión m eta­ fó rica del verbum proprium, y sólo en virtud del cual es legítim a la fo rm a m etafó rica de e x p re sió n ; en los d ogm áticos, del c o n ­ cepto general p ro d u cid o p o r el em pleo m etafórico de la p ala­ bra. Esta distinción m uestra a la vez la relación al contenido o al género de la teo ría chladeniana de la in terp retación . S i ésta es concebida com o una teo ría gen eral, lo cual se m an ifiesta re s­ pecto a la m etáfora en que ésta no se lim ita a los escritos p o é ti­ cos, sino que es entendida com o una p osibilid ad fundam ental de expresar una cosa, el em pleo m etafórico de una palabra es, 52

H. Blumenberg, Paradigmen zmeiner Metaphorologie, Bonn, 1960 [Paradigmaspara una metaforoiogía, Madrid, Trotta, 2 0 0 3, trad d e j. Pérez de Tudela].

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según Ch ladenius, distinto según aparezca en un texto h istó ­ rico , dogm ático o —aspecto que C h lad en iu s no desarrolla— poético. E n los escritos filosóficos, la interpretación debe p re ­ cisar el concepto general que contiene la m etáfora. Cuya oscu­ ridad puede resultar de que un concepto separado queda, como siem pre, asociado al m etafórico, pero —com o escribe C h lad e­ nius— « n o es exactamente aquel que el autor ha pensado. Pues com o una palabra puede tener más de u n significado m etafó­ rico , la asociación con este o aquel concepto general depende de las demás representaciones de u n lector. Q uien no posee los conocim ientos que tiene el autor de la obra doctrinal no p en ­ sará lo m ism o que él al leer las palabras m etafó ricas» (§ 5 6 5 . pp. 2 4 8 y s.). Q uien, p or ejem plo, no estéfaiJfcaM irgdo con la filosofía de Leibniz, podría entender su com paración del alma a una m áquina com o si Leibniz se refiriese al m om ento de la necesidad. M ientras que este lector concibe la necesidad que subyace en los cambios de una máquina como una característica que él luego adopta como concepto general para el pasaje, en Leibniz es, por el contrario, el hecho de que el alma tiene, como la m áquina, en ella misma las causas de sus cam bios, que en ambas constituyen su belleza, m ientras que la necesidad es una lim itación y una im perfección. Por eso debe la interpretación de una m etáfora en los escritos filosó fico s re c u rrir al sistema del autor. Tam bién aquí se ve que el m odo de interpretación depende del género del escrito, pero tal recurso supone la cohe­ rencia lógica del libro, la cual concuerda con la definición de la filosofía, pero no con la de la poesía. E n qué medida el concepto de la filosofía está igualmente som etido al cambio histórico, de m odo que, p o r ejem plo, u n texto filosófico hoy pod ría tener, com o la poesía, su propia temporalidad, que hace que los cono­ cimientos se tornen falsos en el curso de la evolución del pensa­ m iento sin que tengan que ser falsos en el lugar en que están expresados, es una cuestión que aquí sólo puedo apuntar. Igual­

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mente debo pasar p or alto la cuestión de si el recurso al sistema, el cual está constituido p or la totalidad de los pasajes, conduce al círculo hermenéutico y en qué m edida éste se distingue del que, en un caso análogo, se crea en u n texto poético. E n los escrito s h istó ric o s, la in te rp re ta c ió n no debe d eterm in ar el concepto gen eral, sino la precisión. T oda p ala ­ bra que expresa la cosa de fo rm a más detallada es más precisa que otras que « d ic e n lo m ism o , mas sólo hasta cierto p u n to » (§ 1 1 4 , p. 6 3 ). La apreciación de la p recisión, quwen Ghladenius en m odo alguno se reduce a la inM Brpretacün de m etáforas, es justam ente una de las principales tareas h erm e ­ néuticas. E lla se basa en la im p o rtan te idea de que « e n una lengua no es fácil e n c o n tra r dos p alabras in d ife re n te s [es decir, con idéntico sig n ifica d o ]» (§ I I I , p. 6 o ). Pero ¿cóm o apreciar la p re cisió n de una p ala b ra? H ab ría que « re c ^ a ir otras inform aciones que indicasen las circunstancias en que el h isto riad or repara. A qu ellos pasajes que tratan de las m ismas historias son pasajes paralelos, y en ellos vemos cóm o la co m ­ paración de pasajes paralelos puede descubrirnos la precisión de las palabras m etafóricas» (§ 3 9 3 , p. 278 ). La im portancia de la teoría chladeniana de la interpretación reside principalm ente en su carácter m aterial53, algo que su dis­ cusión del m étodo de los pasajes paralelos, entre otras cosas, confirm a. E l posible mal uso en su aplicación y las reglas mediante las cuales Chladenius quiere excluir la posibilidad de este mal uso, pueden ser examinados en el marco de la exposi­ ción de otra hermenéutica general: la de Georg Friedrich M eier.

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Cfr. supra, p. 62.

ó

Una de las

del exam en crítico que aquí se intentará lle ­

var a cabo, en lugar de hacer una exposición puram ente h istó­ rica o de desarrollar una nueva teoría herm enéutica, es la de m ostrar el con d icion am ien to h istórico de las teorías h *|m e néuticas. Los filó lo go s y teólogos contem poráneos del clasi­ cismo de W eimar y del idealism o alem án adoptaron una p o si­ ción contraria a las concepciones tradicionales de la filoso fct de la Ilustración , tam bién m anifiestas en la herm enéutica de mediados del siglo, pero que se diferencian de las expuestas en la obra de Ghladenius en puntos im portantes, a pesar de tener unas y otras sus raíces en la filosofía leibnizo-w olffiana. O bra destacada de esta herm enéutica ilustrada es el Versuch einerAllgemeinen Auslegungskunst (Ensayo de un arte general de la interpretación), de G eorg Friedrich M eier, que vivió de 17 18 a 1777 Y fue p rofeso r de filosofía en H alle. D iscípulo de A lexander G ottlieb B au m garten, discípulo éste a su vez de W olff y autor de la Aestheticas i, en 174 8 publicó sus Anfangsgründe allerschónen Künste und Wissenschaften (Principios de todas las bellas artesj ciencias), que le valieron la conside- 54

54

A. G. Baumgarten, Aesthetica, 2 vols., Frankfurt a .O ., 17 5 0 -17 5 8 .

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ración de cofundador de la eatética alem ana55. E n tra s us demás obras bay que m encionar una Metafísica ( l 755 - I 759) y una 7éoría de la razón (17 5 2 ). Estas últimas obras fu ero n en su época más apreciadas que el Ensayo de un arte general de la interpretación, al que in clu so las exposiciones históricas de la h erm en éu tica, sin duda debido a su orientación unas veces teológica y otras filo ­ lógica, no d ed icaro n la atención que m erecía. Sólo con su re im p resió n ( 1 9 6 5 ) 56 p o r in iciativa de Lutz G eldsetzer ha vuelto el Ensayo de M eier a ser accesible y objeto de discusión. A q u ien lo exam ina después de haber leíd o la ob ra de C h la d e n iu s, lo p rim e ro que le llam a la aten ció n es una d iferen cia externa. E n contraste con la extensa obra de Chladenius, que trata del tema en todos sus aspectos y utiliza abundantes ejem ­ p lo s, el Ensayo de M eier es una o b ra sum aria, el esquem a de una herm enéutica más que una herm enéutica. La obra se u ti­ lizó com o co m p en d io , com o lib ro de texto en la actividad docente de M eier. Todavía en la época de Hegel había para los cursos u n m anual p ro p io o ajeno utilizado com o base de las lecciones. Las lecciones no servían propiam ente para transm i­ tir el saber —esta función la cum plían, y la cum plen aún, de un m odo incom parablem ente m ejo r los lib ro s—; servían para explicar y discutir un texto que todos los estudiantes tenían a su d isp o sició n . A u n q u e existía la p o sib ilid ad de la crítica al m an u al de otro , esta fo rm a de enseñanza im plicaba cierta autoridad del m od elo del com pen d io , basada en el consenso de la ciencia. E l individualism o del siglo X IX tuvo p o r conse­ cuencia la supresión del m anual en las lecciones sin que estu­ viese garantizada la autenticidad de lo que se ofrecía en los cursos. A unque en nuestros días la crítica a la form a tradicio­ nal de la lección se hace oír cada vez más, no está de más im a55

E . Bergmann, Die Begrundung der deutschenÁsthetikdurchAlexander Cottlieb Baumgarten und Georg Friedrich Meier. Mit einemAnhang: G.F. Meiers ungedruckte Briefe, Leipzig, 19H56 Cfr. supra, p. 641 nota 2 4 -

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gin ar esta evolu ción h istó rica y, si es p osib le, p ro p o n e r, en lugar de la tradicion al « le c c ió n m ag istral» , p o r una parte el trabajo de inve!^ig®i