R. Musil & Erdman - Sobre la Estupidez [Prologos - F.Duque y R.Breeur].pdf

M U S IL /ERDMANN Sobre la estupidez «VOCES» consejo editor JUAN BARJA JO SÉ MANUEL CUESTA ABAD FÉLIX DUQUE JOAQUÍN GA

Views 67 Downloads 3 File size 2MB

Report DMCA / Copyright

DOWNLOAD FILE

Recommend stories

Citation preview

M U S IL /ERDMANN Sobre la estupidez

«VOCES» consejo editor JUAN BARJA JO SÉ MANUEL CUESTA ABAD FÉLIX DUQUE JOAQUÍN GALLEGO FERNANDO GUERRERO JULIÁN JIM ÉN EZ HEFFERNAN

Reservados todos los derechos. N o se p erm ite rep rod u cir, alm acenar en sistem as de recu p eración de la in fo rm a c ió n n i tran sm itir alguna p arte de esta p u b lica ció n , cu alq u iera que sea el m ed io em pleado —electrón ico , m ecán ico, fo to cop ia, grab ación , etc.—, sin el p erm iso previo de los titulares de los d erechos de la p ro p ie d a d intelectual.

t ít u l o o r ig in a l :

Uber die Dummheit (R obert M usil, Prosa und Stücke, Kleine Prosa, Rowohlt, 19 78 )

© F é l ix D u q u e , del P ró logo , 2 0 0 7

© ROLAND BREEUR, d e la In tro d u cció n , 2 0 0 7 © R ow ohlt V er la g G m b H , R ein bek bei H am bu rg, 19 7 8 del texto de R ob ert M usil

© A bada E d it o r e s , s . l ., 2 0 0 7 de la presente edición, para todos los países de lengua española

Plaza de Je sú s,

5

2 8 0 1 4 M adrid tel: 9 14 2 9 6 8 8 2 fa x: 9 1 4 2 9 7 5 0 7 www. abadaeditores. com

diseño E stu d io J

o a q u ín

G a lleg o

p ro d u c c ió n GUADALUPE GlSBERT ISBN

978-84-96258-99-0

depósito legal M -3 8 17 0 -2 0 0 7

p reim p resió n im p resió n

E scarola L eczinska L avel

M U SIL/ERDMANN Sobre la estupidez prólogo

FÉLIX DUQUE introducción

ROLAND BREEUR

traducción

FRANCISCO DE LARA LÓPEZ

«VO CES»

A B A D A EDITORES

Prólogo DEJARSE DE TONTERÍAS ES UNA ESTUPIDEZ F é l i x D u q ,u e

S e ría u n a estupidez p re te n d e r re su m ir o a n ticip a r cu an to el lecto r —si avisado—p o d rá en c o n tra r in m ed iatam en te tras sal­ tarse c o n tr a n q u ilid a d estas m al co rtad a s p a la b ra s m ías; y p e o r q u e d a ría y o , in c lu so , si el le c to r —g e n e ro so y p acien te en c a m b io — d e c id ie r a le e r la s : si lo h ic ie re an tes, a ú n m e c a b ría el c o n su e lo de p e n s a r q u e q u izá las aceptase co m o liviano ap eritivo p ara en fren tarse lu ego al ju g o so en tran te y a los dos su cu le n to s p la to s p r in c ip a le s ; m as si lo h ic ie ra d e s­ p ués (e sp e ro q u e n o lo h aga, q u e p a ra eso h e situ ad o estas m is o cu rren cias co m o prólogo) , segu ro q u e su b e n ev o len cia se me to rn a ría en h u m illa c ió n (p o r su p arte, n o q u erid a) de m i « y o » , ya que el lecto r —de p ro n to , crítico y rig u ro so —p o d ría c o m p a r a r e n to n c e s, post festum, la d ista n c ia q u e va de la d e fe n sa de las to n te ría s exp u esta e n este p ró lo g o a las p r o ­ fundas refle xio n es actuales de u n p r o fe s o r flam en co experto en fe n o m e n o lo g ía , a las in tu ic io n e s fu lg u ra n te s q u e hace seten ta añ os e x p u siera an te u n p ú b lic o de o b re ro s u n p o eta

6

FÉLIX DUQUE

vien és (a v e c e s , p ú d ic a m e n te d isfra z a d o de re p u ta d o n o v e ­ lista) y, en fin , a la s o c a r r o n e r ía de o tr o p r o fe s o r , a le m á n esta vez, y b u e n h e g e lia n o (a m é n d e e d it o r de las o b ra s de L e ib n iz ), q u e hace cien to cu aren ta añ o s escrib ía ya c o n m ás g a rra y gracia que m u ch o s p lu m ífe ro s de h oy, tan m ed iático s com o efím ero s. ¿ Q u é h a c e r, p u e s ? B ie n , p r im e r o in te n ta ré escu ch ar al le n g u a je , y lu e g o a m is c o n g é n e re s, y a m í m ism o en h o ra s bajas, a fin de d e ja r p o r lo m en o s situ ad o en los tercio s este p a v o ro so p r o b le m a c o n c u e rn o s (a c la ra ré p o r e stú p id a p ed an tería, y p ara evitar ser tild ad o de basto y de am igo de las corridas de toros, que la expresión es de Nietzsche, en la creen ­ cia estú p id a de que q u ien es le e n estas cosas que n o s traem o s en tre m uleta y capa n o lo ib a n a sab er). P ara em pezar, las con feren cias de n u estro p o eta-n o velista y de n u estro p ro fe s o r h egelian o tie n e n u n m ism o títu lo : Über die Dummheit. T r a d u c ir lo c o m o Sobre la estupidez es, p o r c ie rto , cosa ab solu tam en te co rrecta. Y , sin em b argo , los respectivos cam p o s sem án tico s n o p u e d e n su p e rp o n e rs e c o n fa c ilid a d . Eine Dummheit es m ás b ie n « u n a t o n t e r ía » , dumm vale co m o el ad jetivo « t o n t o » y Dummkopf (lite ralm e n te: « cab eza t o n ta » ) vale p a ra el c o rre sp o n d ie n te sustantivo. E s verd ad q u e tan to M u sil c o m o E r d m a n n a m p lía n p o d e ro sa m e n te ese s ig n if i­ cad o, e n tre c ru z á n d o lo así c o n ac e p c io n e s q u e, en esp añ o l, v ie n e n b ie n d ife r e n c ia d a s . P e ro , e n to d o caso, dumm se u sa c o m ú n m e n te e n u n se n tid o m u c h o m ás d é b il, e in c lu so c a riñ o s o , c o m o e n la m ad re q u e en la c o n fe re n c ia de E r d ­ m a n n llam a « t o n t it o » a su p e q u e ñ o . ¿ S e im ag in an V d s. que le h u b ie ra llam ad o « e s t u p id illo » ? E tim o ló g ic am en te , dumm rem ite a stumm: « m u d o » , co m o se ap recia aú n m e jo r p o r el té rm in o in glés dumb. T a m b ié n M u sil (au n q u e en este caso n o sea c o rre c ta la e tim o lo g ía ) ace rca derisch o terisch a töricht, es d e c ir: « s o r d o » a « l e l o » . E x p re sa d a e n lo s añ o s tre in ta , la

DEJARSE DE TONTERIAS ES UNA ESTUPIDEZ

7

id ea de q u e la Dummheñ ten ga q u e v e r c o n esos d efectos c o r ­ p o ra le s n o d eja de te n e r p a ra n o so tro s reso n a n cia s in q u ie ­ tantes, cu an d o p en sam os en las m ed id as de « h ig ie n e ra c ia l» que ya p o r en ton ces se estaban p ractican d o . P o r n u estra p arte, o sea, p o r la de n u estra matergenitrix: la le n g u a la tin a , es c o n v e n ie n te a p r o x im a r sem án ticam en te dumm al am p lio cam po cen trad o en el stupor: el efecto p r o d u ­ cid o e n q u ie n co n te m p la u n p r o d ig io de tal m a g n itu d o fu erza que lo d eja estupefacto, o sea, « p a s m a d o » , litera lm en te « s in h a b la » (co m o el dumm-dumb g e rm á n ic o ). D esd e el re s ­ pecto ob jetivo, ese fe n ó m e n o p ro d ig io so es estupendo, y p u ed e llegar a ser in clu so estupefaciente si aquel que al p ro n to se quedó m ud o de asom bro ante él llega a p erd er su capacidad de ju ic io , d e já n d o se in u n d a r p o r su efecto e m b ria g a d o r hasta se n tir que fo rm a u n a sola y m ism a cosa c o n ese fe n ó m e n o estu ­ p e n d o . S i n o tien e ya o jo s p ara n ad a d istin to n i p resta a te n ­ ció n a n ada que n o tenga que ver c o n ello , ju z gán d o lo tod o a p a rtir de ese cen tro irresistib le, d ecim o s en ton ces que es u n « m e n te c a to » : mente captus, o sea, que está captado en su m ente, poseído p o r ello. Todavía p od ríam o s arriesgarnos a descender u n p o co m ás, hasta los m ism ísim o s M iste rio s de E leu sis, r e c o r ­ dando que tam bién ellos, con sus súbitas y violentas apariciones de luces y son id os extraños, dejaban estupefacto al in iciad o , al epoptés: lo d ejab an , e n sum a, so rd o p o r el estru en d o y m u d o p o r el aso m b ro . Y , en efecto, mystérion (« a q u e llo sobre lo que hay q u e c a lla r » ) p ro c e d e d el v e rb o g rie g o rrvjjd « q u e d a rs e m u d o » , p rim e ro ; « g u a rd a r s ile n c io » , después. S ea co m o fu e re , es o b vio q u e el c o rre la to sem án tico de dumm, el « m e n te c a to » , rem ite a u n a p o sesió n p o r u n a fuerza e x tra ñ a y s u p e r io r , q u e p u e d e d e ja r m u d o al así p o se so , h a cerlo h a b la r sin to n n i so n c o m o u n « l e l o » o in c ita rlo a d e c ir to n te ría s c o m o u n « b o b o » . E n to d o caso, se trata de a lg u ie n a q u ie n , p o r así d e c ir, se le h a sacado de sus casillas.

8

FÉLIX DUQUE

P u es b ie n , lo sign ificativ o d el caso p ara n o so tro s, los h is p a ­ n o h ab lan tes, es que el p o b re así afectad o, y au n e n fe rm o (de infirmus: que h a p e rd id o la firm eza, q u e ya n o es d el to d o él), p u e d e ser n o m b r a d o de m u ch as m a n e ra s, ya q u e n u e s tro id io m a es p r ó d ig o e n d e n o m in a c io n e s p a ra c u a n to aten te c o n tra la c o rd u ra , la sensatez o el b u e n o b ra r. P ero en n in ­ g ú n caso p o d ría m o s lla m a r a ese d esd ich ad o « e s t ú p id o » . Y ello sí q u e da qué p en sar. P ara u n té rm in o cercan o a dumm o Dummkopf b ie n p o d r ía ­ m os en cam b io ech ar m an o del ad jetivo « e s t ó lid o » , de stultus. E l t é r m in o p ro c e d e se g u ra m e n te de la a m p lia fa m ilia in d o e u ro p e a que da en latín stare (y en castellano: « e s t a r » ) , y rem ite a u n a e x p e rien c ia an áloga a la d el estu p o r, a sab er: la de q u ed arse litera lm en te parado, ató n ito ante lo p ro d ig io so o in e s p e ra d o , c o m o c u a n d o d e c im o s: « A l e n te ra rm e m e q ued é de u n a p ie z a » . D e n uevo , co m o se ve, se trata aq u í de u n fe n ó m e n o d e posesión. A lg o m e em b a rg a , m e « s u je t a » y « s u b y u g a » , h a c ie n d o de m í lu e g o u n m e ro ju g u e te q u e se d eja llevar p o r aq u ello que se h a ad u eñ ad o de m í. U n b u e n e je m p lo de stultus lo te n e m o s en el fa m o so y rad ical apotegm a del Kohelet o « P r e d ic a d o r » del Eclesiastés: Stultorum infinitus numerus est, « e l n ú m e ro de los tontos es in fin it o » . N atu ra lm en te, tal aserto n os resu lta u n tan to exagerado : y es q u e —p e n sa m o s— el n ú m e r o d e lo s h o m b re s n a c id o s hasta ho y d eb ie ra ser en to d o caso fin ito , d ad o q u e el tiem p o que va d el p r im e r h o m b re a n o so tro s lo es ta m b ié n . A s í q u e, de estar de acu erd o c o n S a lo m ó n (el p re su n to K o h e le t), h ab rá q u e c o n c e d e r q u e, afortiori, la to ta lid a d de lo s h o m b re s e x is­ tentes e n el p asad o y en el p resen te , in c lu id o s V d . , le c to r, y yo m is m o , r e d a c to r de este p r o lo g u illo , s o n , so m o s y soy irrem ed iablem en te to n to s... salvo el au to r de la m agna a firm a ­ c ió n , el cual se p recia de que en su m en te hay m u ch a cien cia y sab id u ría m ien tra s co n fiesa a la vez h ab erse dado al v in o ...

DEJARSE DE TONTERÍAS ES UNA ESTUPIDEZ

9

y a la lo cu ra , co n lo cual ya n os hace sosp echar u n tanto de su ju ic io (e n los d os s e n tid o s: de su cap a c id ad de ju z g a r y del ju ic io negativo lanzado co n tra la h u m an id ad toda). Y , e n fin , ¿ a q u é se d eb e tan in fin it a m e n t e e x te n d id a e s tu ltic ia ? S a b e m o s, ta m b ié n , la resp u e sta o fre c id a p o r el o p ú sc u lo sag rad o : se d eb e a q u e lo s h o m b re s n o sab en que to d o es v a n id a d (o m e jo r , n o lo sab rem o s basta d esp u és de leíd o el Eclesiastés: la p réd ic a de u n d esen gañ ado d el m u n d o ). V an id ad de v a n id a d e s... ¿T a m b ié n lo será, pues, la sen tencia m ism a del K o h e le t ? N o p arece. A l m en o s en su caso. P ues él n o s c o n fie s a q u e e ra p r o p io de m en te c ato s el p e rs e g u ir en d em asía el estu d io (algo q u e « fa tig a al h o m b r e » , d ice), las riquezas o lo que fu e ra . A s í p ues, la estulticia se d eb ería a ese ansia de demasía, a ese p e re n to rio deseo de darse a ..., de e n tre ­ garse p o r en tero a algo (co n in d e p e n d e n c ia de que su c o n te ­ n id o sea b u e n o o m alo ), en lu gar de con ten tarse, de c o n fo r ­ m arse c o n lo q u e u n o es p o r naturaleza (o lo q u e p a ra el K o h e le t es lo m ism o : p o r d o n a c ió n g ra tu ita de D io s ), p o r u n lad o , y de segu ir los con sejos del sab io, p o r o tro .

1

E l estó lid o , al p ro n to m u d o y so rd o , in m ó v il ante a q u e ­ llo que lo ap asio n a, se m o verá lu eg o d a n d o tu m b o s, sí: mas n o lo s d a rá p o r él m is m o , sin o p o r la fu e rz a q u e en él in m o ra . P o r ello , co n él n o valen desde lu ego razon es. T o d o cu an to se d ig a e n c o n tra de su m en tecatez servirá m ás b ie n p ara re fo rz a r ésta. Y , en cam b io, si se in ten ta atraer su aten ­ c ió n h a cia o tras cosas s e n tirá m ás b ie n d e sc o n fia n z a an te q u ien es le q u ie re n ap artar de su teso ro . P o r cierto , n o todos lo s p o seso s h a n de ser vistos c o m o to n to s. T a m b ié n hay, ha h ab id o idiotas sagrados (desde Ió n a P arsifal). E n efecto, la idea de p o se sió n in tro d u c e u n im p o rta n te m atiz moral en n uestro sujeto. Pues p osesos h u b o (parece que se trataba de e p ilé p ti­ cos, e n su m a y o ría ) q u e , en vez de se r te n id o s p o r to n to s, fu e r o n re v e re n c ia d o s c o m o seres sag rad o s, p o se íd o s co m o

IO

FÉLIX DUQUE

estaban p o r el d io s: s o n lo s p o etas y lo s p ro fe ta s q u e, en su theía manía —P la tó n dixit—, d ic e n p o r inspiración las v e rd a d e s s u p e r io re s , ved ad as al c o m ú n de lo s m o rta le s . E n c a m b io , p ara el rig o ris m o b in a r io sa lo m ó n ic o (o D io s o el m u n d o ), todos somos tontos —al m e n o s, de n a c im ie n to —, llev a d o s c o m o estam os ab initio de nuestras p asio n es sin tin o . A l re sp e c to , d e b e ría m o s —d ig o y o , c o n to d o r e s p e t o c o rre g ir pedem aliquantulum al R ey S a lo m ó n y ser m en o s ra d ic a ­ les. Pues q u ien se d eja llevar p o r u n a m o r ab sorben te, d e so r­ d en ad o, será m ás b ie n u n loco o u n c rim in a l, a m en os q u e el « d e s o r d e n » a lo s o jo s h u m a n o s se d eb a e n c am b io a u n O rd e n su p e rio r, d iv in o . P ero en am bos casos se trata de u n a pasión total. Q u ie n así p ro c e d e b ie n p o d r ía ser visto en to n ces c o m o u n santo o co m o u n (a p re n d iz de) d e m o n io , p e ro n o c o m o u n tonto. E ste, el to n to de veras, es aq u e l ser tan d éb il que se deja ir con todos los vientos. P erson ificación de la inercia, to d o le p arec e b ie n , de to d o re c ib e u n im p u lso , basta q ue u n a fuerza distinta lo gana para su causa. P or cierto, H egel, en su Ciencia de la lógica, se ha fija d o p o r u n m o m en to en este e le ­ m en to alógico p o r excelencia: en la necedad. E l ú n ico m ed io de resistir a la razón —dice— es n o ten er n ad a en absoluto que ver c o n ella. Pues, al « ig u a l que u n p añ u e lo lib rem en te su sp en ­ d id o en el a ire n o es a g u je re a d o p o r u n a b a la , [ ...] así u n esp íritu en teram en te d éb il está m ás segu ro fre n te al esp íritu fu e rte q u e o tro m ás c e rc a n o a é s t e » . P o r e llo , añ a d e, lo n o b le n o p u e d e e je r c e r so b re lo estultoy lo innoble el m e n o r in flu jo . Y ya es sign ificativo que aq u í E legel —al igual que h ará M u sil— ligu e la falta de seso c o n la d ep ravació n m o ra l. G o m o en el O sc u ro de E fe so , de lo que se trata es de escuchar al lógos, de d ejarse p o s e e r y g u ia r p o r él, en lu g a r d e o cu p arse de (o m ás exactam ente: de estar ocupado por) cosas baladíes. Sea com o fu e re , p reciso es co n fesar que el to n to , el stultus (n o el b o b o , n i el le lo , a h o ra lla m a d o fin a m e n te « d is m i-

DEJARSE DE TONTERÍAS ES UNA ESTUPIDEZ

II

n u id o p s íq u ic o » ), lo es p o rq u e qu iere. Q u ie re esto, aquello o lo de m ás allá. Y adem ás se goza creyendo que todos los dem ás o b ran así. C o m o observó agudam en te T o m ás de A q u in o : cum ipse est insipiens, omnesstultos aestimat, « c o m o él m ism o es u n in se n ­ sato, estim a que to d o el m u n d o es t o n t o » . S i se ve so b re c o ­ gid o p o r algo o algu ien su p e rio r a él es p o rq u e desea ser arras­ tra d o p o r e llo , d esea g o zar de algo q u e él, si se h u b ie ra q u ed a d o en su m e z q u in o ser y o b r a r , ja m á s alcan z aría. Y ad em ás, ve « n o r m a l » su c o n d u c ta p o r el h e c h o de q u e —segú n él q u iere c re e r— to d o s o b ra n de la m ism a m an era , a sab er: llevad os de su interés. U n in te rés q u e desquicia, segú n el K o h e le t . P o r eso , p a ra ser sab io b a staría c o n d e ja r de ser m en tecato, es d ecir, n o h ab ría sin o que ab an d o n ar las p a sio ­ nes desm edidas y aceptar los lím ites que a u n o le son p ro p io s, y q u e v ie n e n adem ás fija d o s en g e n e ra l p o r lo s diez m a n d a ­ m ie n to s y aseg u rad os y c o n so lid a d o s p o r el temor al Señor (u n te m o r q ue, segú n el lib ro de los Proverbios, es el in ic io de toda sab id u ría). A s í hablaba el S e ñ o r P red ic ad o r: « T e m e a D io s y gu ard a sus m an d a m ie n to s, p o rq u e eso es el h o m b re t o d o » . D e a c u e rd o c o n lo d ic h o , h a b rá q u e r e c o n o c e r, p u es, que sabios tan d isp ares com o H e rá c lito , S a lo m ó n o H egel (y ta m b ié n el P la tó n de Las leyes) in siste n e n q u e la d ife re n c ia en tre la sensatez y la idiotez (au n q u e sea u n a « sa n ta lo c u ra » ) resid e aq u í sim p lem en te en la e le c c ió n p o r p arte del in d iv i­ d u o de q u ié n haya de ser su poseedor: si las in n ú m e ra s —y b anales— ten tacion es d el m u n d o o la razó n o el dios, que tan b u e n o s con sejos n os da p o r b o ca de filó so fo s, p ro fetas y san ­ tos. L a lib e rta d , de h a b e rla (p u es q ue L u te r o so sten d rá que en tod o caso som os co m o u n caballo velis nolis m o n tad o ya p o r u n jin e te , sin o p c ió n p o r n u estra p a rte ), estaría tan sólo en la e le c c ió n primera, y ab so lu ta . L u e g o , n o h a b ría m ás q u e d ejarse g u ia r p o r a q u e llo q ue a u n o lo p o see y a lo que u n o am a. C o m o decía o tro sabio, A g u stín de H ip o n a : diligeetquod

12

FÉLIX DUQUE

visfac, « a m a y haz lo q ue q u ie r a s » . O , d ich o de o tro m o d o : ama a tu amo, escoge a q u ié n q u ieres que te monte. P ues b ie n , tras n u e stra e x c u rsió n p o r el ab ig arra d o p a i­ saje de p o seso s, b o b o s , le lo s, m en te c ato s, estu ltos e id io tas vario s, só lo u n tip o h a b rilla d o hasta a h o ra p o r su au sen cia. Y a lo h a n ad ivin a d o : a q u í falta ju sta m e n te el tem a de q u e se o cu p arán a su m o d o E rd m a n n y M u sil. Falta el estúpido. Y es q ue, p ara ser estú p id o , hace falta estar muy poseído de sí mismo, y n o de n ad a a je n o , com o le pasa al to n to . A l respecto, decía fa m o sa m e n te S c h e llin g e n su Filosofía de la revelación que existe u n p u n to de n o r e t o r n o p a ra la ra z ó n , cu a n d o ésta, sú b ita m e n te, se q u ed a in m ó v il, ríg id a y quasi attonita (re c u é r­ dese lo d el « e s t ó l i d o » q u e se q u e d a « d e u n a p ie z a » ) , al p ercatarse de que ella se d eriva de la existencia sin p o d e rla en cam b io p o se e r, sin d a r ju s ta m e n te ra z ó n de ella. Extasis de la razón. Esta sale e n to n c e s , p o r así d e c ir , de símisma, v io le n ta ­ m en te enajenada a su p a re c e r (y co n tra su p arece r), cu an d o en realid ad está sien d o forzad a a volver a la raíz que la constituye. Pues b ie n , el e stú p id o es aq u e l q u e se e n c ie r ra en su ra z ó n co m o si de u n a tro n e r a o n id o de a m e trallad o ra s se tratara, d is p a ra n d o d esd e ese c e n tro in m u ta b le a to d o lo q u e se m ueve, re d u c ié n d o lo a sus estrechas e n te n d e d e ra s. A d v ié r ­ tase que, ju sto p o r ello , el estúpid o es la co n trah ech u ra ab so ­ lu ta d el t o n to . P o r eso —d ic h o sea de p aso — éste cae p o r lo g e n e ral b ie n (¿ q u ié n n o h a h ech o el to n to u n a vez —m uch as veces— e n su v id a ? , ¿ q u ié n n o se h a d e ja d o lle v a r p o r el cap rich o de u n in sta n te ?). E n cam b io, el estúpido le cae fatal a to d o el m u n d o . L e cae m al in c lu s o a lo s o tro s e stú p id o s, co n tra el insipiens tom ista, que p ien sa to n tam en te (a lo m e jo r, n o tan to n tam en te) que tod os so n de su c o n d ic ió n . E l estú ­ p id o es u n egoísta trascendental. P ero , ¿d e d ó n d e ha salid o este p e rso n a je , que se revuelve co n tra la p r o p ia e tim o lo g ía d el stupor, desde el m o m en to en

DEJA RSE DE TONTERÍAS ES UNA ESTUPIDEZ

13

que al estúpid o n ad a le con m u eve n i arrastra, salvo su propia e in a lie n a b le e stu p id e z ? H a s u r g id o ... de D esca rtes. B u e n o , digam os m e jo r: D escartes ha levantado la caza, sin saber m uy b ie n en d ó n d e n os m etía y qué con secu en cias ten d ría su ala­ banza. .. al buen sentido. L e a m o s las p a la b ra s in ic ia le s d e l Discurso del método: « E l b u e n sen tid o —la razó n , aclarará lu eg o — es la cosa d el m u n d o m e jo r re p a r tid a » . N u e stro d em o crático p re d ic a d o r an u n cia así el n u evo e v a n g e lio : Razón para todos (c o m o si d ijé ra m o s : « C a f é p a ra t o d o s » ) . ¿ Y de d ó n d e saca n u e stro filó so fo —el p a d re d el racionalismo, n o se o lv id e — ta n b u e n a n o tic ia , que b a rre de u n p lu m azo (n u n ca m e jo r d ich o ) a to d o s lo s a n ti­ guos íncubos: dioses, d em o n io s, p asion es, banalidades, p e q u e ñeces y otras m in u cia s sin g ra d u a c ió n ? L a sa c a ... de aq u ello que tod o el m u n d o con fiesa volontier: « P o rq u e , p o r lo co m ú n —dice n u estro sabio—, cada u n o está tan con ten to de su razón que n o q u isiera m ás de la que ya t ie n e » . A lo que se lee, p arece que tod a esa gente del co m ú n está rad icalm en te en c o n tra de lo que antes vim os d efen d id o p o r sabios antiguos y m o d e rn o s. S egú n n u estro discursivo am igo, n ad ie q u erría ten er u n a cantidad m ayor de razón (si así p u d iera decirse: u n a sesera m ás g ra n d e ). P o r con sigu ien te, ésta, c o n ti­ n ú a n uestro sab io: « e s n atu ralm en te igual en todos los h o m ­ b res, sólo que n o sab en a p lic a r la » . A s í p ues, p arece q u e hay dos tip o s de sab er: las reglas d el sab er (u n iversales y n ecesa­ rias) y la a p lic a c ió n d e ese sab er al m u n d o (q u e es en cada caso p artic u lar: cosa litera l y etim o ló gicam en te de « p a r t ic u ­ la re s » , es d ecir, de idiotas). N o es pues cuestión de caletre, sino d ejuerza de voluntad y de decisión, el que seam os m ás sabios o más ton tos: en esto, al m en os, coin cide n uestro ilustre fran cés con lo s o tro s sab ios q u e en el m u n d o h a n sid o (e n esto —d ig o —, d e ja n d o ap a rte, c la ro está, lo s fe n ó m e n o s in v o lu n ta rio s de p o sesió n , o de co n stitu ció n genética, com o d iríam o s hoy).

14

FELIX DUQUE

Pues b ien , adviértase que, co n estos p ren o tan d o s, n uestro estúpido está —p o r fin — a p u n to de salir a escena p ara can tar en so litario su aria di bravura. ¿ Q u é es, en efecto, el estúp id o, sin o aq u el ser del común que c o n fu n d e su razón , la que él tien e, co n la razón universal, esa q u e —p o r d e c irlo c o n A ta h u a lp a Y u p a n q u i— « n o es de naide y es de t ó o s » ? A q u í h abrá que h ila r u n p o co m ás fin o . U n a cosa es que u n o esté co n ten to de la razón que siente o b ra r en él: ¿c ó m o ib a a ser de o tro m o d o ? P o d rá d esd e lu e g o e n v id ia r lo s co n o c im ie n to s, la fam a o la riq u eza de otras p erso n as: p e ro lo h a rá d esd e su p r o p io baremo-, in c lu so c u a n d o re c o n o z c a q u e él es m uy lim itad o en c o m p a ra c ió n c o n otras « p o r t e n ­ tosas c a b e z a s » , e n v id ia rá a esa g e n te , ju z g a n d o so b re e llo desde su leal saber y e n te n d e r (¿d esd e d ó n d e , si n o ? ) . Y otra cosa, b ien d istin ta, es que u n o c o n fu n d a esa razón de la que él participa (la plus partagée, d ice D escartes) c o n su p ro p ia razón , ya q u e —a fir m a — él no quiere te n e r o tra n i te n e r m ás. L e vale c o n la q u e tie n e . ¿ Q u é ha h e c h o , c ó m o « ju z g a » n u e stro h o m b re del c o m ú n ? Ese tal c o n fu n d e las reglas co n su aplica­ ción, la fac u ltad de ju ic io c o n lo s p r e ju ic io s . S u p a rtic u la r modo de ver las cosas es c o n s id e ra d o p o r él c o m o el punto de vista supremo de la razón (p a sa n d o in c o n g r u e n te m e n te d el aserto negativo: « N a d ie es m ás que n a d ie » a la a firm a c ió n : « f o soy so lam en tej;o » , de m o d o que tod o lo dem ás y todos los dem ás se rá n ju z g a d o s y v a lo ra d o s seg ú n se a c e r q u e n a tan excelsa ecuación , es d ecir, a la c o n fu sió n entre ju ic io s form ales y p r e ­ ju ic io s de c o n te n id o ). Y aq u í, com o en el caso de la ecu ación « p o s e s ió n - e n t r e g a » , da e n el fo n d o ig u a l si el lle n a d o , las aplicaciones de la razó n al m u n d o y a la existen cia del estú p id o so n b a n a le s o excelsas. E s m ás, y d á n d o le la v u e lta al a r g u ­ m e n to a n t e r io r de H e g e l, b ie n p o d r ía d e cirse q u e cu a n to más excelsas sean las virtu d es que d e fie n d e n u estro in su frib le eg o ísta , cu a n to m ás c o n fu n d a el M u n d o o N o - Y o c o n su

DEJARSE DE TONTERÍAS ES UNA ESTUPIDEZ

15

« Y o - y o » , tan to m ás e stú p id a se v o lv e rá su p o s ic ió n . P ues tam b ién D escartes, n u estro p ro b o racio n a lista , hace —sin ir m ás lejo s, al in ic io d el Discurso— p ú b lic o exam en de c o n c ie n ­ cia y p ro p ó sito de e n m ien d a, co n fesan d o lo ton to que él fue al dedicarse a viajar, a le e r fábu las, novelas e h isto rias varias, al estu d iar co n los jesu itas y le e r a filó so fo s de siglos p re té ri­ tos, etc., etc., en lu gar de temer al nuevo Señor, o sea: al bonsens, y en vez de se g u ir lo s p ru d e n te s c o n se jo s e m a n a d o s de esa razón com o reglas para la dirección del espíritu, las cuales —m ira p o r d ó n d e — so n dictadas p o r el p ro p io D escartes, su p ro fe ta , al igu al que el K o h e le t lo era de Y aveh D io s. T e n g am o s c u id a d o ah o ra , p o r q u e si llevam os este ra z o ­ n a m ie n to al e x tre m o , te n ta d o s e starem o s de d e c ir que el K o h e le t, lo m ism o que D escartes co n su Discoursy, co n ellos, to d a la le g ió n de p red ic ad o res que n os e x h o rtan a ser sabios s ig u ie n d o sus c o n s e jo s y a p r e n d ie n d o de sus c o n fe sio n e s so b re su pasad a v id a, lle n a de estu lticia y to n te ría , ten tad os —d igo— estaríam os de d ecir que tod os esos sujetos que hablan en n o m b re de D io s o de la R azó n (de lo que sea, co n tal de q u e sea A b s o lu to y q u e m a n d e in c o n d ic io n a lm e n te ) so n el prototipo —ta m b ié n él, a b so lu to — d el Estúpido. G e n te desde lu ego p elig ro sa, q ue hace c o in c id ir su p r o p io p u n to de vista —d esatentos esos tales a todas las circu n stan cias relativas desde las que h a b lan o esc rib e n — co n el d el A b so lu to , y que dicta­ m in a n q u e to d o s lo s d em ás d e b e n ate n e rse a lo que ello s d ic e n , m áx im e (m á x im o tru c o ) si q u ie n lo d ice ya n o es n a d ie a je n o (a u n q u e sea u n d io s o u n a s e ñ o ra estu p en d a), s in o ... la R azó n m ism a que está en to d o s. S ó lo que —según se in te lig e y se lee en tre lín e as— está m ás en q u ie n así lo dice y así lo d icta q u e e n q u ie n e s lo esc u c h a n , h a la gad o s n o o b s ­ tan te p o r tan e stu p e n d o d e s c u b rim ie n to , a sab er: q u e todos somos iguales. S ó lo q ue q u ie n lo dice es más igu al que aquellos a q u ie n e s se lo d ice (de lo c o n tr a r io , ¿ p a r a qué se e rig iría en

i6

FELIX DUQUE

gu ía in telectu al y e s p iritu a l? ), y de q u ien es p id e o b ed ien cia a la R azó n . A su razó n , sin aten d er a otras razon es. ¿ Y p o r q u é se c ree a esa n u eva casta de p r e d ic a d o r e s ? M u sil n os lo rec o rd a rá , c o n sutil iro n ía : « S i la estupidez n o se p a r e c ie r a tan to al p ro g re s o , el ta le n to , la esp eran z a o la m e jo ra , n ad ie q u e rría ser e s tú p id o » . C a m b ie n V d s. « e s t u ­ p id e z » p o r bon sens y « e s t ú p id o » p o r « p e r s o n a razonablej (b ien ) aplicada», y atien d an a las con secu en cias. A sí que, pace H egel, y visto a d ó n d e n os ha llevado la razón c a rte sia n a (o al m e n o s, su a r g u m e n ta c ió n ad hominem p a ra g a n a r a d e p to s), q u izá vaya s ie n d o h o r a —y a d e la n to así m i m o d esta p r o p o s ic ió n — de q ue in su fle m o s u n b u e n n ú m e ro de tonterías, de q ueren cias y creen cias banales en nuestras vidas y en n u e stro s sab eres, de q u e n o s d e je m o s lle v a r, si n o p o r tod os, sí p o r los vien to s que n os resu lten m ás apetecibles, en lu g a r de desear q ue n o s posean p o r e n te ro . Y m ás, si creem o s q u e q u ie n n o s p o see so m o s Nosotros m ism o s. Y p e o r a ú n , si —co m o recu erd a tam b ién M usil— ese « N o s o t r o s » n o es sin o la h in ch azó n teratológica, la liga vana —p ero m uy efectiva— de m u c h o s « y o e s » , satisfe ch o s de q u e , sin d e ja r de se r ello s m ism os, ú n ico s e irrep etib le s —faltaría más—, co n cu erd an sin e m b a rg o c o n sc ie n te y v o lu n ta ria m e n te en d e c ir las m ism as cosas, p e n s a r las m ism as id eas y h a c e r las m ism as acc io n e s, so b re to d o c u a n d o u n excelso « Y o - y o » , c u a n d o u n G u ía rep resen ta, en e cu ació n in ten sísim a, eso que ello s q u isie ra n lleg ar a ser algú n día, a saber: u n o s p erfecto s estúpidos. R e c u e rd e n V d s. eso que H e id e g g e r (u n sabio en m uchas cosas, p e ro n o en ésta) d ijo al fin a l de su c o n fe re n cia de F r ib u rg o so b re El origen de la obra de arte: Wirwollen unsselbst, o sea: « N o s q u e re m o s a n o so tro s m is m o s » . P u es vaya. Y o p ie n so m u y al c o n tra rio q ue, c o n tal de q u e n in g ú n q u e re r su b yu ­ gue a lo s o tro s n i lo s ab so rb a p o r e n te ro , m e jo r h a b ría sido p r e g u n ta r a ese « N o s o t r o s » p ro d ig io s a m e n te a rra c im a d o

DEJARSE DE TONTERÍAS ES UNA ESTUPIDEZ

17

p o r q u ie n se a rro g a ser el m e jo r « Y o » en el acto de d ecir y o rd e n a r « N o s o t r o s » , que m e jo r h a b ría sido p reg u n ta r u n o a u n o —d ig o — q u é es lo que a ellos, haciendo distingos, les apete­ cería , en vez de ex h o rtarles a co n ten ta rse co n dejarse lle n a r p o r el vien to d el « N o s o t r o s » . D ig o yo que m en o s p eligroso y m ás sabroso h ab ría sido d ecir: Wirwollen... « N o s o tro s q u ere­ m os. . . » , p o r ejem p lo , ir al cine, o u n b u e n filete con patatas, o c u alq u ier o tra cosa, y o t r a ... c o n tal de que n in g ú n q u erer sub yu gu e a lo s o tro s, n i lo s ab so rb a p o r e n te ro . Y a se sabe: p en sam os y hacem os m uchas ton terías (al igu al que en Las mil y una noches de P a so lin i se n os dice que la verd ad es la sum a de m uch os su eñ o s). P ero lo hacem os, lo d eb eríam o s h a cer apli­ cadamente. P u es en ese m ism o le n g u a je a le m á n , cu an d o u n a p erso n a, o la gente de u n gru p o , le p ro p o n e a otra hacer algo en co m ú n , le p regu n ta ed u cad am en te: Wollen wir... ? P o r caso: « ¿Querernos ir a c e n a r ? » , en vez de n u estro : « ¿ Q u ie r e s ven ir a cen ar con nosotros? » . Y m en o s si exigim o s: « N o s o tro s q u e ­ rem os que tú, p o rq u e esen cialm en te ya eres Nosotros, vengas a c e n a r » . Sustituyan la cena p o r la in sc rip c ió n en el P artid o, y v e rá n a d ó n d e llev a n tod as estas p ré d ic a s de id e n tific a c ió n forzosa. P o r eso, n o se fíe n cu an d o alg u ien les p id a que se dejen de tonterías y h agan lo q u e tie n e n que h a c er, q u e se aten gan a lo que m an d a D io s o el D e b e r o la R azó n o la Raza o la N atu ra­ leza (c u a lq u ie r A b s o lu to v ale, c o n tal de q u e ello s se n o m ­ b r e n a sí m ism o s D e le g a d o s S u p re m o s de la C o sa ). M u ch o c u id a d o . P o s ib le m e n te haya d etrás u n a b so lu to estú p id o . Dixit, et salvavit animam (insipientem) meam.

Introducción LA ESTUPIDEZ TRANSCENDENTAL* R o lan d B reeu r

E n su ensayo sobre la estupidez R o b e rt M u sil señala el hecho de que los sabios n o rm alm en te p re fie re n h ablar sobre la sab i­ d u ría en lu g a r de h a cerlo sob re la estupid ez. E n co n se c u e n ­ cia, cu an d o el « d is c íp u lo de H egel y p r o fe s o r en la U n iv e r ­ sid ad de H a lle » Jo h a n n E d u a rd E rd m a n n an u n cia e n 18 6 6 su tem a, éste es recib id o c o n carcajadas. ¿ P o r q u é ? U n a de las raz o n es, tal c o m o el p r o p io E rd m a n n r e c o ­ n o c e , p o d r ía s e r q u e el tem a de la e stu p id e z n o s re c u e rd a n u estro s p ro p io s d efecto s. E l p ro c e so de « v o lv e rn o s sen sa­ to s » es desde lu ego la rg o : en la estupidez llegam os a p e rc ib ir cierto s « s o n id o s de la an tigu a p atria, q u e n o s agrad an com o el d ia le c to p a t r io la rg a m e n te n o e s c u c h a d o » . D e esta m an era , n os re ím o s c o n cierta m elan c o lía: « a s í h em o s sido tam b ién n o so tro s m is m o s » , o « e s to p u d o h a b e rn o s pasado de n i ñ o s » . Y al m ism o tie m p o e n c o n tra m o s p la c e r e n las

Texto trad ucido del neerland és p o r Fran cisco L o m b o de L eó n .

20

ROLAND BR EEU R

e stu p id eces, p o r q u e p re c isa m e n te so n la p r u e b a d ire c ta de q u e h e m o s a b a n d o n a d o ese e sta d io . P o r lo d em ás, esto ex p lic a p o r q u é se c u e n ta n tan to s ch istes so b re « t o n t o s » : so n la c o n fir m a c ió n de n u e stra p r o p ia s u p e r io r id a d (e n el sup u esto de q u e al m en o s hayam os e n te n d id o el chiste). Pero la estup id ez tam b ién p u ed e e n fa d a rn o s. A l ser p r e ­ cisam en te e x p re s ió n de ig n o r a n c ia e in m a d u re z , d e sp ie rta im p acien cia en aq uellos que tie n e n u n a com p leta y lib re d is­ p o s ic ió n so b re su cap acid ad de ju ic io . D e h e c h o , d e t e r m i­ nadas fo rm a s de estupidez, en tan to q u e n o están al servicio de la s u p e rio rid a d y del ju ic io de los « p o d e r o s o s » (M u sil), ya no se ex p e rim e n ta n co m o d ivertid as, sin o m ás b ie n com o e x p re s ió n de in s o le n c ia , im p e r tin e n c ia , d e sc a ro , etc. L o s p ro p io s estú p id os se e n c u e n tra n así in d e fe n so s, y a m en u d o so n o b je to de to d o tip o de c rític a s. M u s il d ir á so b re e llo s q u e « s u e v id e n te fa lta de re siste n c ia e x cita fe r o z m e n te la im ag in a ció n , c o m o el o lo r de la san gre el deseo de c a z a » . ¿ D e d ó n d e p ro v ie n e esa ir r ita c ió n , esa im p ac ien cia y esa « c r u e ld a d e n f e r m iz a » ? ¿ S e d eb e tal vez a q u e el « p o d e ­ r o s o » ya n o está tan segu ro de su s u p e r io r id a d ? ¿ N o se se n ­ tirá el « p o d e r o s o » , q u e tan segu ro está de la verd ad y de su capacidad p ara e n c o n tra rla en c u alq u ier circu n stan cia, am e ­ n azado p o r la e stu p id e z ? N o p u ed e ser casu alid ad q ue to d a la gra n literatu ra haya sen tid o siem p re u n a fascin ació n esp e­ cial p o r lo gro tesco , p o r lo id io ta o lo estú p id o en el sen tid o m ás extrem o de la p alab ra . C erv a n tes, H ö ld e r lin , F la u b e rt, T h o m a s M a n n , P ro u st. ¿ P o r q u é ? ¿ P o r qué fascin a la estu ­ p id e z ? ¿ Q u iz á p o r q u e en r e a lid a d es m u c h o m ás q u e u n a sim p le etapa en el d e sa rro llo d el p e n sa m ie n to , y lo am enaza siem p re desde d e n tr o ? E n este en sayo in tr o d u c t o r io m e g u sta ría m o stra r hasta q u é p u n to la estupidez, en lugar de d ejarse a rra stra r hasta lo negativo d el p en sam ien to , co in cid e antes b ie n c o n la estru c-

LA ESTUPID EZ TRANSCENDENTAL

21

tu ra m ism a del p en sam ien to : n o hace sino expresar el sin sen ­ tid o del p en sam ien to com o tal. P ara p ro tegerse de la estu p i­ dez n o basta, p u e s, c o n p o s e e r la v e rd a d y « s im p le m e n t e » p en sar. L a sola verd ad n o o fre ce n in g u n a garan tía co n tra la estupid ez; ella m ism a es som etid a a u n c rite rio que n o tien e p ied ad : aq u ello que M u sil llam a « lo sig n ific a tiv o » . L o re a l­ m en te c o n tr a r io a la estu p id ez n o es el c o n o c im ie n to n i la verdad, sin o lo relevante, lo in teresan te, lo valioso. L a estupidez m uestra m uchas sim ilitu d es c o n la su p ersti­ c ió n ; a u n q u e u n o sep a q u e su c re e n c ia está in fu n d a d a o equivocada, siem p re regresa; hay que h acer u n esfuerzo extra p ara n o re n d irse an te ella. S ab e r qué es v erd ad n o hace d es­ a p a re c e r la s u p e rs tic ió n ; y el p r o b le m a c o n la estu p id ez se e n cu e n tra en la m ism a lín e a : sab er q ué es verd ad n o o frece g a ra n tía alg u n a p a ra p ro te g e rse de ella . L a estu p id ez n o es ajen a a u n d eseo n atu ra l de c o n o c im ie n to y de verd a d , sin o que lo ro e apriori desde d en tro . E lla es n u estro d estin o , y esta in e lu d ib le fin a lid a d d el p e n sa m ie n to da al traste c o n n u e s ­ tro s b u e n o s p r o p ó s ito s de p e r m a n e c e r sie m p re fie le s a la verd ad . Y p recisam en te p o rq u e la estupidez siem p re d aña lo transcendental de n u e stro p e n sa m ie n to , d eb e ría h a cer ad o p tar a la filo so fía cierta m od estia o, cu an d o m en os, cierta cautela. E l estú p id o n o se q u ed a an clad o sin m ás en el cam p o de los « t o n t o s » , esto es, el de u n o tro c o n c re to y e v en tu a lm en te fic tic io . L a estu p id ez tien e u n status tra n sce n d e n ta l. P o r eso D eleu ze, en su lib ro Diferenciaj repetición, d eja caer la sigu ien te p regu n ta: « ¿ C ó m o es p o sib le la n eced ad (y n o el e r r o r ) ? » 1. E sto es lo que m e p ro p o n g o in vestigar en esta in tro d u c c ió n .

I

G ilíes D eleuze, Difference et repetition (en lo sucesivo: D R ), París, P U F , 19 6 8 , P- 197-

22

ROLAND BR EEU R

i . E

s t u p id e z y

e r r o r

D e acu erd o c o n u n m o d o trad ic io n a l de p en sar, la estupidez v ie n e e x p lic a d a e n té r m in o s d e e r r o r . U n b o n ito e je m p lo p o d r ía ser el sig u ie n te : en La montaña mágica c u en ta T h o m a s M a n n c ó m o , a raíz d e l trá g ic o fa lle c im ie n to d el p r im o de G a sto rp , F ra u S to e h r n o p u ed e d ejar de su sp ira r p o rq u e en la cerem o n ia se in terp rete cu an d o m en os la Erótica de B e e th o v e n 2. Este e r r o r se vuelve esp ecialm en te estú p id o , sien d o n o la ú ltim a de las razon es el h ech o de que la dam a en cu estión n o se dé cuen ta en segu id a de qué p u ed a ser in co rre cto en lo que acaba de d ecir. F ra u S to e h r q u e r ía p o r su p u e sto d e c ir « l a H eroica> >, p e r o e r r ó . Y es e stú p id a p o r q u e n o cae e n se g u id a e n la cu en ta de que ha erra d o , de que se ha eq u ivo cad o . D esd e ese p u n to de vista, la estu p id ez se p re s e n ta sie m p re c o m o u n a desviació n c o n resp ecto a la p o sic ió n exacta y co rre cta sob re algo o sob re el c o n o c im ie n to de algo. D e lo que se sigue que siem p re p u ed e ser c o rre g id a. P o r tan to, las exp resio n es estúpidas p o d ría n ser en p r in ­ cip io re tro tra íd a s a e x p re sio n es q u e a d o le c e n de u n d efecto de v isió n . E se d efecto es an te to d o de n atu raleza accid en tal, e m p íric a o casu al; tra tá n d o se de u n d efec to de e d u c a c ió n , a p r e s u ra m ie n to o te m p e ra m e n to ir r e fle x iv o , s ie m p re hay u n a m a n e ra d e ra s tre a r la d e sv ia c ió n y e x p lic a r su o r ig e n . P e n se m o s e n e x p re s io n e s d e l tip o « P la t ó n fu e u n césar r o m a n o » , « B é lg ic a es la capital de F r a n c ia » , « e n 1 4 9 2 tuvo lu g a r la batalla de W a te r lo o » , etc. Tales exp resio n es d e sp ie r-

2

« L a señora Stoe h r llo ró con pesadum bre al ver en lo que se había convertido aquél que fu e Jo a c h im . « ¡U n h éro e, u n h é r o e !» , exclam ó repetidas veces y pro p u so qu e era preciso tocar en sus fu n erales la « e r ó tic a » de B eeth o v en » (T h om as M an n , Der /¿íuberberg, F ran k fu rt am M ain , Fischer, 19 8 8 , p. 5 8 8 ).

LA ESTUPID EZ TRANSCENDENTAL

23

tan even tualm en te n uestra in d ig n a ció n , p e ro al fin a l q uedan co m o algo m u y in o c e n te , p u es n o en v an o sig u en te n ie n d o algo tra n q u iliz a d o r: sabem os in m ed iatam en te que son e r r ó ­ neas, y tam b ién p o r q u é. T a l estupidez « d e s a r m a » (M u sil), tien e algo in g e n u o , p u e ril e in o c en te. ¿ Q u é p re su p o n e este m o d e lo ? E l m o d o « t r a d ic io n a l» de p e n sa r que se h alla en la base de esta fo rm a m ás b ie n in o c en te de estupidez se ilu stra p e r ­ fectam en te de la m an o de K a n t y D escartes. K a n t escrib e en alg ú n lu g a r de su A n t r o p o lo g ía : « L a c a re n cia de ju ic io sin in g e n io es estu p id ez (stupiditas)¿>3. E n c a m b io , el m ism o defecto p e ro c o n h u m o r es m ás b ie n la «AIbemlie¡f» , la « c h i­ fla d u r a » . N o s sen tim o s in c lin a d o s a a firm a r que q u ie n dice estu p id e ce s c o n h u m o r n o es e n re a lid a d e s tú p id o , p o r la sim p le raz ó n de que sabe que n o debe ser to m ad o en se rio . E n tan to q u e es c o n sc ie n te d e q u e lo q u e a firm a n o es c o rre c to , n o p u e d e ser acu sado de estu p id ez. A p esar de su ig n o r a n c ia , él sabe s a lir al p aso de la s itu a c ió n , n o m in ­ tie n d o , sin o h a cien d o r e ír a los dem ás. A l c o n tr a r io , el to n to a u té n tico n o tie n e c o n c ie n c ia de su p r o p ia e stu p id e z , y n o se da c u e n ta d e q u e lo q u e d ice está eq u iv o c ad o , fu e ra de lu g a r o es co m p le ta m e n te id io ta . Su s ju ic io s so n in c o rre c to s , y él n o se da cu en ta de e llo . L a estu p id ez in d ic a a q u í u n a care n cia (Mangel) de u n a co rre cta c o m p r e n s ió n ; u n h o m b re es e stú p id o p o r q u e n o es c o n s ­ cien te de esa caren cia. E n otras p alab ras, u n ju ic io estú p id o es la exp resió n de u n e rr o r in con scien te. A h o ra b ien , ¿q u é es un erro r? E n la cuarta meditación, d e d ic a d a a la p ro b le m á tic a de lo v e rd a d e ro y lo fa lso , D escartes se p r o p o n e b u sca r el o rig e n

3

Im m an u el K A N T , Schriflen zur Anthropologie, Geschichtsphilosophie, Politik und Pädagogik

2 , W erkausgabe B a n d X I I,

Fran k fu rt, S u h rk am p , 1977» P* 5* 6 -

24

ROLAND BR EEU R

d el e r r o r en el ju ic io . L as razoiies p o r las q ue m e eq uivoco o y e rr o n o p u e d e n b asarse en el h e c h o de q u e yo sea t r a ic io ­ n ad o p o r m i cap acid ad de ju z g a r, sin o de que yo a veces m e eq u iv o q u e en el ju ic io . G u a n d o ju z g o m al n o soy la víctim a de u n c e re b ro m al p r o g r a m a d o , n o es eso lo q u e m e g u ía m al en el ju ic io . L a tercera meditación ha e lim in a d o to d a d u d a sobre un p o sib le « g e n io m a lig n o » y u n « D io s e n g a ñ a d o r» , con la p ru eb a de la co m p leta p e rfe c c ió n de D io s : en efecto, E l n o p u ed e en g a ñ arm e « p o r q u e en cada m e n tira o en gañ o se halla algo de im p e r f e c c ió n » 4. S i au n así m e c o n fu n d o se debe sim p le m e n te al h e ch o de que yo le d oy u n a m ala a p li­ cación a aq u ello que E l m e ha d ad o. E l e r r o r aparece cu an do creo o juzgo firm e m e n te so b re algo que d espués de to d o n o p a re c e e x is tir. E n este s e n tid o , el e r r o r es sig n o de u n d e fe c to ( « d e f e c t u m » , A T V II 5 4 )- Q u iz á m e a p re s u ré dem asiad o en m i ju ic io , o presté d em asiad a p o ca aten ció n a lo q ue realm en te era v e rd a d e ro . E n el co m ie n z o d el Discurso del método d ic e D esca rtes q u e c ie rta m e n te n o hay n a d a tan b ie n re p a rtid o c o m o el b u e n se n tid o o la san a ra z ó n . P ero au n así n o es su fic ie n te q u e la raz ó n sea sana: « lo p rin c ip a l es ap licarla b ie n » (A T V I, 2 ). D e ah í la « t a r e a » de ilu m in a r b ie n a la v o lu n ta d a la h o ra de e m itir ju ic io s , « s in ju z g a r m ás que de las cosas que el e n te n d im ie n to le rep resen ta co m o claras y d istin ta s» (A T V I I , p- 6 2 ; U D , p . 2 6 5 ) . Y de h e c h o , esto c o n fo r m a en cierto sen tid o el n ú cleo d el « p ro y e c to c a r te s ia n o » . L a cuarta meditación se c ie r r a c o n la o b se rv a c ió n q u e tan b e lla m e n te re su m e su a m b ic ió n filo s ó fic a : « P o r lo d em á s, n o só lo h e a p re n d id o h o y lo q u e d eb o evitar p a ra n o e r r a r , sin o ta m ­ b ié n lo q u e d eb o h a c e r p a ra alcan zar el c o n o c im ie n to de la v e rd a d » (ibid.).

4

René Descartes, Meditación TV, edición de Adam y Tannery (AT VII, p. 54)*

LA ESTUPID EZ TRANSCENDENTAL

35

L a c o n c e p c ió n cartesian a p re su p o n e que el p en sam ien to está in sp ira d o p o r u n a n aturaleza m ás p ro fu n d a o tra n sc e n ­ d e n ta l, lo cu al se m a n ifie s ta en la c o n v ic c ió n de q u e existe u n a in c lin a c ió n in te r io r que p o r ad elan tad o o rd e n a el p e n ­ sa m ie n to a la v e rd a d . D esc a rtes lla m a a esta in c lin a c ió n el b u e n sen tid o o la sana razó n ( « le b o n s e n s » ). P recisam en te p o rq u e la cap acid ad de este b u e n sen tid o n os p e rm ite d ife ­ r e n c ia r lo c o rre c to de lo fa lso , estam os ta m b ié n e n c o n d i­ cio n es de e m itir ju ic io s c o rre c to s. E n este sen tid o , el e r r o r m ism o es a ú n m ás a c c id e n ta l o e m p ír ic o y n o d a ñ a a la b u en a d isp o sic ió n d el p en sam ien to . D a m ás b ie n testim o n io de u n d efecto de clarid ad en la ra z ó n y tal vez de u n defecto de b u e n a v o lu n ta d , lo q u e ta m b ié n e x p lic a p o r q u é e n lo s m o d elo s trad ic io n a les la b ú sq u ed a de la v erd ad está siem p re im p regn ad a de p ro fu n d a s co n n o tac io n es m o rales. G u an d o co n tem p lam o s la estupidez com o u n a p ro lo n g a ­ ció n del e rro r, esa co n n o tació n se en cu en tra ya ahí: u n ju ic io estú p id o es u n ju ic io falso c o n resp ecto a algo de lo cual yo debería haber visto su corrección , o al m en os m i in co rrecció n . U n n iñ o o los « p u e b lo s p rim itiv o s» n o son estúpidos, p o r la sen cilla razó n de que n o h a n d escu b ierto aú n su verd a d era n atu raleza in te r io r . N o so n (aú n ) capaces de c o n o c e r lo co rrecto . Sus e rro re s e in gen u id ad es son antes b ie n exp resio­ nes de lo que M u sil llam a la «estu p id ez f r a n c a » 5. P ero u n ad u lto q u e se eq u iv o c a sin d arse c u en ta de ello n o es in o c e n te : d e b e ría h a b e r lo sab id o m e jo r o , p o r lo m e n o s, h a b e r sid o u n p o c o m ás c u id a d o so c o n su ju ic io . Fu e d em asiad o p re c ip ita d o y n o d io el su ficien te testim o n io 5

T al com o M u sil señala más adelante, tales erro res tien en in clu so u n carác­ te r p o é tic o , p u e s a veces g e n e ra n exp re sio n e s d el tip o : « I n v ie r n o : Está com pu esto de n ie v e » o « ¿ Q u i é n era S a n P e d r o ? : C an tó tres v eces» , que se apoyan en prácticas pertenecien tes al arte de la poesía, com o la elipsis, la m eto n im ia, la c o n d e n sa ció n ...

26

ROLAND BR EEU R

de b u e n a v o lu n ta d c o m o p a ra ev itar e r r o re s , o c o m o p a ra e n ju ic ia r de u n m o d o q u e h ic ie se ju s t ic ia a su n a tu ra le z a in t e r io r y a su « a m o r p o r la v e r d a d » . A la vista q u e d a q u e q u ie n c o n d e v o c ió n d escu b re u n a v erd a d , ta m b ié n lo tie n e b ie n m erec id o . D escartes d e n u n c ia ta m b ié n la « s u t ilid a d » de bastan tes f iló s o fo s : « L o s filó s o fo s s o n tan su tiles q u e sab en e n c o n ­ t r a r d ific u lta d e s en las cosas q u e a lo s d em á s h o m b re s les p a re c e n e x tre m a m e n te c l a r a s . . . » (A T X I , p . 3 5 )- M ás de una p re su p o sic ió n p u e d e lle g a r a c o n fu n d ir a n u estra c o m ­ p re n sió n . Se trata, n o ob stan te, de p re su p o sic io n e s que son adulteradas p o r los sen tidos, p o r las ilu sion es y p o r las c re e n ­ cias a d h e r id a s p r o c e d e n t e s d e las o p in io n e s de lo s d em ás p e ro q ue p u e d e n ser p u rific a d a s c o n ayuda d el trata m ien to a d e c u a d o , el m é to d o c o rre c to y ev itan d o de m a n e ra c o n s ­ tante c u a lq u ie r c o n ta g io . De ah í q ue el o rig e n de la e stu p i­ dez se co n v ierta en algo tan lo calizad o c o m o in o fe n s iv o . D e igu al m o d o q u e lo s n iñ o s p u e d e n a p r e n d e r a e s c r ib ir y a s o lu c io n a r p r o b le m a s m a te m á tic o s, así t a m b ié n p u e d e c u a lq u ie r in d iv id u o in tro d u c irs e en el ap re n d iz a je de n u e ­ vos y a ce rta d o s c o n o c im ie n t o s c o n r e la c ió n a sí m is m o , el m u n d o y D io s. G ra c ia s a este c o n o c im ie n to estará en m e jo ­ res c o n d ic io n e s de p o d e r d is tin g u ir lo v e rd a d e ro de lo n o v e r d a d e r o , y e v ita r así c o m e n t a r io s a b s u r d o s . L o e s e n c ia l yace p o r tan to en esta s e g u rid a d de q u e u n m é to d o p u e d e d e sp e rta r n u e stro im p u lso in n a to p o r c o n o c e r la ve rd a d y, sob re to d o , lib e ra rn o s de c re e r in g e n u a m e n te en o p in io n e s p reestab lecid as. S ie m p re q u e se ten ga el m éto d o co rre cto es p o s ib le a p r e n d e r , c o m o B o u v a r d y P é c u c h e t, c u a lq u ie r cosa: an a to m ía , físic a , filo s o fía , q u ím ic a o g u ita rra . E s e n esta lín e a e n la q u e E rd m a n n p u e d e a fir m a r ta m b ié n q u e la estu p id ez n o es u n a m e ra d esg racia, c o m o lo es p o r

LA ESTUPID EZ TRANSCENDENTAL

27

ejem p lo u n a ceguera de n acim ien to : esto ú ltim o « h a c e de la estup id ez algo in c u ra b le , m ien tra s q ue, segú n n u estra c o n ­ c e p c ió n , p u e d e ser e n m e n d a d a c o m o tod o v ic io » . E l e stú ­ p id o es algo así c o m o u n e m b u ste ro , y d a m u estras de u n a m ala volun tad . E l ign o ran te p u ed e al m enos p o sp o n e r su j u i ­ cio. A lg o que am enza, según n os advierte M u sil, con dejarn os paralizados. L a estu p id ez d eb e, p o r tan to , d ife re n c ia rs e de las d e fi­ cien cias m en tales o de las p a to lo g ía s: q u ie n su fre retraso m en tal n o es resp on sab le de sus lim itacio n e s, n o es capaz de h acerlo m e jo r, desviándose así de lo « n o r m a l» . A d em ás, su esp íritu en cu alq u ier caso n o está orien tad o a la verdad y, p o r tan to , n o p u e d e ser ed u cad o e n el c o n o c im ie n to n ecesa rio p ara fu n c io n a r en so cied ad . P o r el c o n tra rio , u n e stú p id o , siem p re que tenga d iscip lin a y b u e n a volun tad, p u ed e alcan ­ zar u n a fo rm a de in teligen cia que se vuelve in dispensable para las fu n c io n e s so cia les. L o q u e h ace, p o r o tra p a rte , que el estúpid o n o tenga excusa n in g u n a : es, pues, n o rm al, tan sólo u n p o co p erezoso o de m ala vo lu n tad . S in em b argo , la fro n te ra en tre lo n o rm a l y lo p ato ló gico n o es del tod o im p erm eab le. ¿ D ó n d e clasificam os p o r e je m ­ p lo a las p e rso n a s m en ta lm e n te d éb iles y q u e, sin em b argo , p arecen estar en con sicion es de fu n c io n a r b ie n en so cied ad ? E n c o n tra p o sic ió n a la clase de los deficien tes m entales, tales com o los « id io t a s » y los « im b é c ile s » 6, aquéllos están d em a-

6

S o b re esta d iferen cia en clases, c fr. S . J . G o u ld , TheMismeasure ofMan, N ueva Y o rk , N o rto n & G o m p an y, 1 9 9 6 , P- *8 8 :