Magia

O Zoroastrismo ou Mazdeísmo é uma religião monoteísta fundada na Pérsia por Zaratustra, a quem os Gregos chamaram Zoroas

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O Zoroastrismo ou Mazdeísmo é uma religião monoteísta fundada na Pérsia por Zaratustra, a quem os Gregos chamaram Zoroastro. Buscando sua origem ainda mais remota, Zoroas tro (Zeroashta) quer dizer: "semente da mulher". Também pode ser denominado "Nino" , (daí a corruptela da "canção de ninar", que quer dizer: fazer dormir a criança), "Nini ", "Nemrod", "Gilgamesh", "Merodak" e "Chifroid". De Nini, temos o nome de Nínive, por ele fundada e que foi a sede do culto de Ishtar, na Assíria e na Babilônia. No culto caldaico era a Astarote bíblica, dando origem ao culto de Amon, no Egito, du rante o domíínio babilônico, no reinado de Semíramis. De acordo com os relatos tradicionais, Zaratustra viveu no século VI a.C. na Ásia Ce ntral, num território que compreendia o que é hoje a parte oriental do Irã e a região oc idental do Afeganistão. Zaratustra pertencia ao clã Spitama, sendo filho de Pourusha spa e de Dugdhova. Aos trinta anos, enquanto participava de um ritual pagão de pur ificação num rio, Zaratustra viu um ser de luz que se apresentou como sendo Vohu Man ah ("Bom Pensamento") e que o conduziu até à presença de Ahura Mazda (Deus) e de outro s cinco seres luminosos, os Amesha Spentas. Este foi o primeiro de uma série de en contros que manteve com Ahura Mazda, que lhe revelou a sua mensagem. HISTÓRIA A religião Persa pré-Zaratustra, apresentava semelhanças com a da Índia Védica. Era uma re ligião politeísta, cujas características básicas eram a prática do sacrifício de animais e o consumo de uma bebida com propriedades alucinógenas, o haoma. Muito mais do que o fundador de uma nova religião, Zaratustra foi antes um reformador das práticas reli giosas indo-iranianas. Ele propôs uma mudança no panteão dominante que ia no sentido d o monoteísmo e do dualismo. Na antiga religião indo-iraniana, os deuses encontravamse divididos em duas classes, ambas positivas: os ahuras ("senhores") e os daiva s ("deuses"). Na perspectiva de Zaratustra, os ahuras são vistos como seres que es colheram o bem e os daivas o mal. Zaratustra elevaria Ahura Mazda ("Senhor Sábio") ao estatuto de divindade suprema, criadora do mundo e única digna de adoração.

Entre a morte de Zaratustra e a ascensão do Império Aquemênida no século VI a.C. pouco s e sabe sobre o Zoroastrismo, a não ser que se difundiu por todo o planalto iranian o. Em 549 a.C. Ciro II derrota Astíages, rei dos Medos, e funda o Império Persa, que unia sob a mesma corôa os Medos e os Persas. A dinastia à qual pertencia, os Aqueméni das, adotará o Zoroastrismo como religião oficial do império, mas será tolerante em relação à religiões dos povos que nele vivem. Foi o rei Ciro II (dito O Grande) que liberto u os Judeus do seu cativeiro e permitiu o regresso destes à Palestina. Provavelmen te o primeiro rei persa que reconheceu oficialmente esta religião foi Dario I, com o mostra uma placa de ouro na qual o rei se proclama devoto de Ahura Mazda. Os Medos possuíam uma casta ou tribo sacerdotal, conhecida como os Magi, que adota ram a religião de Zaratustra, não sem introduzir alterações na mensagem original e incor porando antigas concepções religiosas. Os Magi seriam a classe sacerdotal dos três gra ndes impérios persas. Casavam dentro do seu grupo e expunham os corpos dos mortos às aves de rapina, duas práticas que viriam a ser adotadas pelos zoroastrianos. Os s acerdotes recuperam os antigos sacrifícios e o uso do haoma. Os Amesha Spentas, in icialmente abstratos no pensamento de Zaratustra, foram personalizados e antigas divindades passaram a ser adoradas. Entre essas divindades (yazatas) estavam o Sol, a Lua, Tishtrya (deus da chuva), Vayu (o vento), Anahita (deusa das águas) e Mitra. Foram também erigidos grandes templos e altares de fogo ao ar livre. Artaxerxes II (404-358 a.C.) chegou mesmo a ordenar a construção de templos em honra de Anahita n as principais cidades do império. Durante este período foi também criado o calendário zo roastriano e desenvolveu-se o conceito do Saoshyant, segundo o qual um descenden te de Zarastustra, nascido de uma virgem, viria para salvar o mundo. Com a conquista da Pérsia por Alexandre Magno, em 330 a.C., o Zoroastrismo sofreu um duro golpe, tendo a classe sacerdotal sido dizimada e muitos templos destruídos

. O incêndio da capital do império, Persépolis, provocaria o desaparecimento de textos da religião conservados na biblioteca da cidade. Durante o governo dos Selêucidas o Zoroastrismo foi respeitado e geraram-se sincre tismos entre este e a religião grega (por exemplo, ocorreu uma associação de Zeus a Ah ura Mazda). Mas um verdadeiro renascimento do Zoroastrismo só começa durante a dinas tia dos Partos Arsácidas no século III a.C.. Nesta fase foi compilado o Vendidad, um a parte do Avesta que recolhe textos relacionados com medicina e rituais de pure za.

No período da dinastia Sassânida (224 a.C. - 651 d.C.) o Zoroastrismo era a religião m ais comum entre as massas, sendo praticado numa vasta área que ia do Médio Oriente às portas da China. Nesta época assistiu-se à formação de uma verdadeira "Igreja" zoroastri ana centrada na Pérsia, foram banidas da prática religiosa as imagens, criou-se o al fabeto avestano e novos textos passam a integrar o Avesta, tais como o Bundahish n e o Denkard. Ao contrário do período Aquemênida, este período ficou marcado pela intol erância em relação a outras religiões, tendo sido promovidas perseguições aos judeus e cristã s. O clero zoroastriano detinha um grande poder e assegurava que cada novo monar ca fosse zoroastriano; pesados tributos pesavam sobre a população como forma de sust entar a forma de vida do clero. Apesar da conversão da Pérsia ao Islã após a conquista dos árabes no século VII, o Zoroastri smo sobreviveu em algumas comunidades persas, agrupadas nas cidades de Yazd e Ke rman. Os muçulmanos consideraram os zoroastrianos como dhimmis, ou seja, praticant es do monoteísmo (à semelhança dos judeus e dos cristãos) e como tal foram sujeitos a pe sados tributos cujo objetivo era estimular a conversão ao Islã. No século X um grupo de zoroastrianos deixou a Pérsia e fixou-se na Índia, na região do Gujarate, onde estabeleceram uma comunidade local que recebeu o nome de "Parsi" ("Persas" na língua gujarate) e que permanece naquele território até os dias atuais. E sta comunidade zoroastriana foi influenciada pelos tradições locais e as suas partic ularidades levam a que se fale em Parsismo. No século XIX a conquista da Índia pelos britânicos levaria a um confronto entre os valores tradicionais dos parses e os v alores religiosos e culturais do Ocidente. John Wilson, um missionário cristão da Es cócia, atacou a religião dos Parses, alegando que o dualismo presente era contrário ao verdadeiro espírito monoteísta. Martin Haug, um filólogo alemão, que viveu e ensinou em Puna durante a década de 60 do século XIX, concluiu que apenas os Gathas eram as pa lavras originais do profeta Zaratustra. Estes acontecimentos propiciaram o início de um movimento de reforma religiosa, que divide a comunidade zoroastriana entre aqueles que pretendem um regresso a concepções que entendem como mais puras e próxima s da mensagem inicial, rejeitando o excessivo ritualismo, e os tradicionalistas. SISTEMA DE CRENÇAS Dois princípios fundamentais regem o sistema de crenças desta religião: a existência de Deus e do Diabo e a volta do Paraíso à Terra. Ahura Mazda é a deidade suprema, criador de todas as coisas boas, enquanto Ahriman é o princípio destrutivo que rege a ganânci a, a fúria e as trevas; a bondade irá triunfar; os mortos ressuscitarão. Os zoroastria nos acreditam que Zaratustra é um profeta de Deus, mas este não é alvo de particular v eneração. Eles acreditam que através dos seus ensinamentos os seres humanos podem apro ximar-se de Deus e da ordem natural marcada pelo bem e justiça (asha). De acordo c om os Gathas, após a morte, cada alma é julgada na "Ponte de Cinvat". Os que seguem a Verdade chegam ao Paraíso; quem segue a Mentira, cai no Inferno. Os livros sagrados do Zoroastrismo são: o Avesta, o livro sagrado das orações, dos hin os, dos rituais, das instruções, da prática e da lei; o Pahlavi, que consiste na liter atura zoroastrista e o Gathas, principal documento que nos permite conhecer a vi da e o pensamento religioso de Zaratustra. Os Gathas são dezessete hinos compostos pelo próprio Zaratustra e que constituem a parte mais importante do Avesta. A lin guagem dos Gathas assemelha-se à que é usada nos Rig Veda do hinduismo.

Os Gathas revelam também um pensamento dualista, sobretudo no plano ético, entendido como uma livre escolha entre o bem e o mal. Posteriormente, o dualismo torna-se cosmológico, entendido como uma batalha no mundo entre forças benignas e forças maléfic as. Outro conceito religioso que Zaratustra apresentou, foi o dos Amesha Spentas ("I mortais Sagrados"), que podem ser descritos como emanações ou aspectos de Ahura Mazd a. Nos Gathas os Amesha Spentas são apresentados de uma forma bastante abstrata; séc ulos depois eles serão transformados e elevados ao estatuto de divindades. Cada Am esha Spenta foi associado a um aspecto da criação divina. Os Amesha Spentas são: Vohu Manah ("Bom Pensamento"): os animais; Asha Vahishta ("Verdade Perfeita"): o fogo; Spenta Ameraiti - ("Devoção Benfeitora"): a terra; Khashathra Vairya - ("Governo Desejável"): o céu e os metais; Hauravatat ("Plenitude"): a água; Ameretat ("Imortalidade"): as plantas. RITUAIS O Zoroastrismo não determina que os membros devam realizar um número obrigatório de or ações por dia. Os zoroastrianos podem decidir quando e onde desejam orar. A maioria dos zoroastrianos reza várias vezes por dia, invocando a grandeza de Ahura Mazda. As orações são feitas perante uma chama de fogo, fato que conduziu à idéia errada, por par te de pessoas exteriores à religião, que os zoroastrianos seriam adoradores de fogo. O fogo é apenas um símbolo da sabedoria e luz divina de Ahura Mazda, e não é adorado em si mesmo. Os templos religiosos do Zoroastrismo, onde se desenrolam as cerimônias e se celeb ram os festivais próprios da religião, são conhecidos como Templos de Fogo. Os Templos de Fogo mais importantes do Irã e da Índia mantêm uma chama de fogo sagrado a arder p erpetuamente. (Templo de Fogo na cidade iraniana de Yazd ) O Navjote (ou Sedreh-Pushi como é conhecido entre os zoroastrianos do Irã) é uma cerimôn ia de iniciação obrigatória destinada às crianças zoroastrianas que deve acontecer entre o s sete e os quinze anos de idade. É importante que a criança já conheça as principais or ações da religião. Antes da cerimônia começar a criança toma uma banho ritual de purificação (Naahn). Durante a cerimónia, conduzida pelo mobed (sacerdote) e na qual estão presentes familiares e amigos, a criança recebe o sudreh (ou sedra, uma veste branca de algodão) e o kust i (um cordão feito de lã) que ata na sua cintura. A partir deste momento o zoroastri ano deve usar sempre o sudreh e o kusti. Os zoroastrianos acreditam que o corpo humano é puro e não algo que deva ser rejeita do. Quando uma pessoa morre o seu espírito deixa o corpo num prazo de três dias e o seu cadáver é impuro. Uma vez que a natureza é uma criação divina marcada pela pureza não se deve polui-la com um cadáver. Na prática esta crença implicou que os cadáveres dos zoroastrianos não fossem enterrados , mas colocados ao ar livre para serem devorados por aves de rapina. Na Índia a co munidade parse construiu torres situadas em jardins (dokhma, "Torre de Silêncio") onde se colocam os cadáveres para serem expostos ao Sol e às aves de rapina. O comportamento ético esperado dos zoroastrianos traduz-se na máxima "Bons Pensament os, Boas Palavras e Boas Ações".

FESTIVAIS As comunidades zoroastrianas atuais regem-se por três calendários diferentes: o Fasl i (usado pelos Zoroastrianos Iranianos e alguns Parses), o Shahanshahi (usado pe la maioria dos Parses) e o Qadimi (este último o menos utilizado de todos), o que significa que as festas religiosas podem ser celebradas em diferentes dias. Nest es calendários cada mês e cada dia do mês recebe o nome de um Amesha Spenta ou de um Y azata. Os zoroastrianos celebram seis festivais ao longo do ano - os Gahanbars - cujas origens se encontram nas diferentes atividades agrícolas dos antigos povos do plan alto iraniano e nas estações do ano. Noruz é o Ano Novo Persa celebrado no dia 21 de Março no calendário Fasli (os Parses c elebram o Noruz em meados de Agosto). Por volta deste dia os zoroastrianos coloc am nas suas casas uma mesa com sete itens: um vaso com brotos de lentilhas ou de trigo, um pudim, vinagre, maçãs, alho, pó de sumagre, frutos da árvore jujube; outros e lementos que enfeitam a mesa são moedas, o Avesta, um espelho, flores e uma imagem de Zaratustra. O Noruz é celebrado com o uso de roupas novas, com o consumo de pr atos especiais, com a troca de presentes e com a celebração de cerimônias religiosas. O fogo tem nele um significado especial. Seis dias depois do Noruz os zoroastria nos festejam o nascimento de Zaratustra. O ZOROASTRISMO NA ATUALIDADE O Zoroastrismo conta atualmente com cerca de 18.000 seguidores somente no Irã. A c omunidade zoroastriana existente no mundo contemporâneo pode ser dividida em dois grandes grupos: os Parses e os Zoroastrianos Iranianos. Para além destes existem t ambém ocidentais convertidos à religião. Na Índia os Parses são reconhecidos pelas suas co ntribuições à sociedade no domínio econômico, educativo e caritativo. Muitos vivem em Bomb aim e têm tendência para praticar a endogamia, desencorajando o proselitismo religio so. Vêem a sua fé como étnica. Em geral os Zoroastrianos Iranianos mostram-se mais abe rtos a aceitar conversões. Concentram-se nas cidades de Teerã, Yazd e Kerman. Falam uma variante da língua persa, o Dari (diferente do Dari falado no Afeganistão). Atualmente os zoroastrianos dividem-se entre o dualismo ético ou o dualismo cosmológ ico, existindo também outros que aceitam os dois conceitos. Alguns acreditam que A hura Mazda tem um inimigo chamado Angra Mainyu (ou Ahriman), responsável pela doença , pelos desastres naturais, pela morte e por tudo quanto é negativo. Angra Mainyu não deve ser visto como um deus; ele é antes uma energia negativa que se opõe à energia positiva de Ahura Mazda, tentando destruir tudo o que de bom foi feito por ele ( a energia positiva de Deus é chamada de Spenta Mainyu). No final Angra Mainyu será d estruído e o bem triunfará. Outros zoroastrianos encaram o dualismo no plano interno do indivíduo, como a escolha que cada um deve fazer entre o bem e o mal. O Zoroastrismo é considerado como a primeira manifestação de um monoteísmo ético e segundo os historiadores, algumas das suas concepções religiosas influenciaram o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo. Acredita-se que os Reis Magos que visitaram o Menino Jesus na Manjedoura, seriam na realidade Sacerdotes de Zoroastro. Carlos Roberto ( Amon Sol )