Psicologia Social

Psicologia Social BIBLIOTECA JURUÁ HISTÓRIA DOS SABERES COORDENAÇÃO: ADRIANO FURTADO HOLANDA PSICOLOGIA SOCIAL Itinerá

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Psicologia Social

BIBLIOTECA JURUÁ HISTÓRIA DOS SABERES COORDENAÇÃO: ADRIANO FURTADO HOLANDA

PSICOLOGIA SOCIAL Itinerários na América Latina

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Ana Maria Jacó-Vilela (Org.).

Editora da Juruá Psicologia: Ana Carolina Bittencourt

ISBN: 978-85-362Brasil – Av. Munhoz da Rocha, 143 – Juvevê – Fone: (41) 4009-3900 Fax: (41) 3252-1311 – CEP: 80.030-475 – Curitiba – Paraná – Brasil Europa – Rua General Torres, 1.220 – Lojas 15 e 16 – Fone: (351) 223 710 600 – Centro Comercial D’Ouro – 4400-096 – Vila Nova de Gaia/Porto – Portugal

Editor: José Ernani de Carvalho Pacheco

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Visite nossos sites na internet: www.juruapsicologia.com.br e www.editorialjurua.com e-mail: [email protected]

Psicologia Social

Ana Maria Jacó-Vilela Organizadora

PSICOLOGIA SOCIAL Itinerários na América Latina Colaboradores: Adriana Kaulino Fernando González Rey Adriano Holanda Jorge Chavez Bidart Albertina Mitjáns Martínez José E. García Alvaro Díaz Gómez Josué Rafael Tinoco Amador Ana Maria Jacó-Vilela Luís Moya Ana Mercês Bahia Bock Manuel González Navarro Ana Ostrovsky Ramón León Ana Vergara Raquel Peltzer Cristina Di Doménico Salvador Arciga Bernal Enrico Irrazabal Salvador Iván Rodríguez Preciado

Curitiba Juruá Editora 2018

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Ana Maria Jacó-Vilela (Org.).

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Integrantes dos CONSELHOS EDITORIAIS da nas áreas de PSICOLOGIA e SAÚDE Adriano Furtado Holanda

Dr. e Me. em Psicologia. Graduado em Psicologia. Prof. Universitário. Álvaro Roberto Crespo Merlo

Gabriel José Chittó Gauer

Pós-Dr. pelo Departamento de Psicologia da Universidade de Maryland. Dr. em Medicina e Ciências da Saúde. Esp. em Psiquiatria. Graduado em Medicina. Prof. Universitário.

Dr. em Sociologia pela Université de Paris VII – Denis Diderot em 1996. Prof. e graduado em Me- Gilberto Gaertner Me. em Engenharia de Produção. Esp. em: Formadicina. ção em Psicologia Somática Biossíntese; Formação Ana Magnólia Mendes em Integração Estrutural Método Rolf; Formação em Pós-Dra. pelo Conservatoire National des Arts et Bioenergia Raízes; e Psicologia Corporal – Orgone. Métiers (CNAM), Paris. Dra. em Psicologia – UnB Irene Pereira Gaeta e Universidade de Bath, Inglaterra. M.ª e graduaDra. e M.ª em Psicologia Clínica. Graduada em da em Psicologia. Prof.ª Universitária. Psicologia. Prof.ª Universitária. Ana Maria Jacó Vilela Pós-Dra. em História e Historiografia da Psicolo- Joanneliese de Lucas Freitas Dra. em Psicologia. M.ª em Processos de Desengia. Dra. e M.ª em Psicologia. Graduada em Psivolvimento Humano e Saúde. Graduada em Psicologia. Prof.ª Universitária. cologia. Prof.ª Universitária. Benno Becker Junior Dr. em Psicologia pela Universidad de Barcelona, Josemar de Campos Maciel Dr. em Psicologia. Me. em Psicologia e em TeoloU.B., Espanha. Me. em Pedagogia. Esp. em Mégia Sistemática pela Pontifícia Universidade Gretodos e Técnicas de Ensino. Graduado em Psicogoriana de Roma. Graduado em Filosofia e em logia e em Educação Física. Teologia. Prof. Universitário. Carlos Diogenes Cortes Tourinho Dr. e Me. em Filosofia. Esp. em Filosofia Contem- Jorge Broide Dr. em Psicologia Social. Me. em Psicologia Clíniporânea. Graduado em Psicologia e em Filosofia. ca. Graduado em Psicologia. Prof. Universitário. Prof. Universitário. Cristina Maria Carvalho Delou

Dra., M.ª e Esp. em Educação. Graduada e Lic. em Psicologia. Djalma Lobo Jr.

Psicólogo e Parapsicólogo. Coordena grupos psicoterapêuticos. Emilia Estivalet

M.ª em Saúde Pública. Graduada em Psicologia. Psicanalista. Prof.ª Universitária. Elza Maria do Socorro Dutra

Julio Cesar Acosta Navarro

Dr. em Cardiologia. Doutorado no Programa de Integração de América Latina. Esp. em Cardiologia Clínica pela Pós-graduação da Universidade Mayor de San Marcos, Lima, Peru. Graduado em Medicina Humana – Universidad Nacional Federico Villarreal, Lima, Peru. Médico. Prof. Universitário. Lêda Gonçalves de Freitas

Dra. em Psicologia Social e do Trabalho. M.ª em Educação. Graduada em Psicologia. Prof.ª Universitária.

Dra. em Psicologia Clínica. M.ª em Psicologia Lis Andréa Pereira Soboll Escolar. Graduada em Psicologia. Prof.ª UniversiDra. em Medicina Preventiva. M.ª em Administratária. ção. Graduada em Psicologia. Professora. Fatima Lobo

M.ª em Psicologia pela UFMG. Graduada em Psicologia. Prof.ª Universitária.

Luiz Antonio Penteado de Carvalho

Me. e Graduado em Medicina. Esp. em Ortopedia e Traumatologia. Prof. Universitário.

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Maria Auxiliadora da Silva Campos Dessen

Pós-Dra. pela Universidade de Lancaster, Inglaterra, e pelo Instituto Max Planck para o Desenvolvimento Humano e Educação. Dra. em Psicologia Experimental pela USP. M.ª em Psicologia pela Universidade de Brasília. Graduada em Psicologia. Prof.ª Universitária. Maria de Fátima Minetto

Rosangela Dutra de Moraes

Pós-doutorado no Conservatoire National des Arts et Métiers – CNAM, Paris. Dra. em Ciências (UFPA), com doutorado sandwich na Universidade Autonoma de Madrid, Espanha. M.ª em Educação (UFAM). Esp. em Psicologia Clínica (UFPA). Psicóloga e Bacharel em Psicologia (UFPA). Prof.ª Universitária. Ruth Gelehrter da Costa Lopes

Dra. em Saúde Pública. M.ª em Psicologia Social. Dra. em Psicologia pela UFSC. M.ª em Educação Graduada em Psicologia. Prof.ª Universitária. pela UFPR. Esp. em Educação Especial pela UFPR. Graduada em Psicologia pela UTP. Licen- Sandra Maria Sales Fagundes ciatura em Educação Artística pela FAP. Prof.ª Me. em Educação. Esp. em Saúde Comunitária. Universitária. Graduada em Psicologia. Tutora-Professora em EAD Marília Viana Berzins e psicoterapeuta. Dra. em Saúde Pública. M.ª em Gerontologia So- Vitor Franco cial. Esp. em Gerontologia. Assistente Social. Dr. em Psicologia Clínica, com Mestrado e LicenMiriam Debieux Rosa

Dra. e M.ª em Psicologia (Psicologia Clínica). Graduada em Psicologia. Prof.ª na Graduação e na Pós-Graduação. Psicanalista. Roberto Heloani

Pós-Dr. em Comunicação. Dr. em Psicologia. Me. em Administração. LD. em Teoria das Organizações pela Unicamp. Prof. Universitário.

ciatura em Psicologia. Professor do Depto. de Psicologia da Universidade de Évora (Portugal). Presidente da Sociedade Portuguesa de Psicologia Clínica.

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APRESENTAÇÃO DA BIBLIOTECA Marc Bloch, numa de suas obras mais primorosas, embora inacabada – a Apologia da História –, principia seu texto com a pergunta de um filho para seu pai: “Papai, então me explica para que serve a história”. Certamente esta não é apenas a pergunta de “um” garoto, mas de tantos outros garotos e garotas que se questionam sobre o lugar da história em seus estudos, relações e vidas. E esse texto de Marc Bloch bem representa a expectativa do historiador de responder a tal questão: daí seu subtítulo, “Ou do ofício do historiador”. Pensar a história é, fundamentalmente, colocar-se nela. Michel de Certeau caminha nesta direção, ao dizer que fazer a história é marcar uma relação com o tempo, é circunscrever um passado, para construir um presente, e mirar um futuro. Retomar a história não é apenas recordar um tempo, mas é colocar-se ativamente neste tempo. Apresentamos aqui o princípio de uma nova coleção de ideias: a construção de subjetivações e subjetividades. Com isto, pretende-se oferecer ao leitor um repertório diversificado de proposições, de olhares, de aportes, que toquem cada um no particular, sem desvincular esse particular de suas relações com a cultura, a sociedade e com a construção dos saberes e de seu próprio tempo. Esse é o objetivo da Biblioteca Juruá de História das Subjetividades, iniciar um debate e ampliar o espectro de leituras para além das disciplinas específicas, mas alicerçando-se em cada elemento que possa lançar luzes sobre a compreensão desse sujeito contemporâneo, seu tempo e seu espaço, em suas múltiplas formações e construções, trazendo aspectos de um passado que não se desaloja de seu momento, e arremessando-nos a um futuro ainda a ser desbravado. Convidamos todos a se juntarem a esse novo espaço de diálogo! Adriano Holanda Coordenador

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Apresentação

O crescimento da Psicologia, desde seus primeiros passos, impõe-nos sucessivos desafios, e dentre estes, um em especial aparece como determinante, sob pena de fragilizar seus laços concretos. Falamos da memória e da lembrança dos passos trilhados na construção desse saber. Neste sentido, nada mais necessário do que o resgate dessas reminiscências, em seu registro do entrelaçamento de nomes e temas, visto que a história nos constitui e nos define. Quando se fala de um tema multifacetado, como o da Psicologia Social, é importante acompanhar o conjunto de representações e o processo de institucionalização desse saber ao nosso redor. É nesta direção que recebemos, com muita alegria, esse volume que recupera a memória da Psicologia Social na América Latina. Contribuições representativas – que traçam o perfil dessa construção em países como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, México, Paraguai, Peru e Uruguai – e que nos fazem pensar essa diversidade para além de perspectivas previamente dadas. Esta dinamicidade e fluidez talvez tenha sido a grande qualidade que caracterizou a construção desse campo em nosso contexto, como uma reação ao hermetismo de uma posição positivista e de sua consequente alienação do sujeito do contexto social, como se a sociedade não fosse composta por indivíduos – como atores – e como se o indivíduo fosse alheio à sociedade – como pacientes –, sem esquecer as contradições que nossas práticas possam ter ou vir a ter. Itinerários da Psicologia Social na América Latina traz consigo, além desse resgate histórico, além da sedimentação de autores e autoras, de temas e controvérsias, o desafio de discutir e acolher a diversidade da nossa “latinidade”, não como uma esfera homogênea de ideias e representações, mas como a dinâmica complexa de múltiplas construções, autônomas e autênticas, permitindo-nos reconhecer nestas experiências, possibilidades a serem replicadas, e aberturas para novas searas. Retomar os caminhos da Psicologia pelo Social, resgatar nossa história e nossas relações representa mais um passo no desenvolvimento dos novos caminhos que se descortinam à nossa frente, e este certamente é o maior mérito desse volume, pois além de nos trazer um extenso rol de pensadores latinos contemporâneos, o faz com o cuidado necessário que a

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temática necessita, sob as mãos dedicadas de uma pesquisadora de rara qualidade em nosso contexto universitário, como é o caso da organizadora, Profa. Dra. Ana Jacó Vilela. A obra que aqui se consubstancia já nasce como referência, e certamente assim permanecerá por um longo tempo, tanto por sua qualidade quanto por sua abrangência. Seguramente, professores e alunos se beneficiarão do volume de informações aqui condensado. Cabe ainda destacar a abertura e zelo que a Juruá Editora dispôs a todos aqueles que se interessam por história dos saberes, com esta coleção que renova esperanças de novos caminhos. Tenhamos todos uma excelente leitura.

Adriano Furtado Holanda Doutor em Psicologia, Professor do Departamento de Psicologia (Graduação) e no Mestrado da Universidade Federal do Paraná. Coordenador do Laboratório de Fenomenologia e Subjetividade (LabFeno) e do Grupo de Trabalho Fenomenologia, Saúde e Processos Psicológicos na ANPEPP. Coordenador da Coleção “História dos Saberes”.

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Sumário

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La psicología social en Argentina. Perspectivas en el siglo XXI ...........13 Ana Ostrovsky / Luis Alberto Moya / Maria Cristina Di Doménico / Raquel Peltzer

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A Psicologia Social no Brasil ....................................................................29 Ana Maria Jacó Vilela

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A Psicologia Social Comunitária Chilena. Problematizar as historiografias vigentes para reinterpretar a crise atual ....................... 43 Adriana Kaulino / Ana Vergara

4

Psicología social en Colombia: Una mirada descriptiva de un proceso en devenir .................................................................................... 61 Alvaro Díaz Gómez

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Sobre la psicología social en Cuba: Una reflexión actual ...................... 85 Fernando González Rey / Albertina Mitjáns Martínez

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Del surgimiento de la Psicología Social a la formación disciplinar institucionalizada .................................................................................... 111 Salvador Iván Rodríguez Preciado / Manuel González Navarro / Josué Rafael Tinoco Amador / Salvador Arciga Bernal

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Ciento dieciocho años de psicologia social en el Paraguay .................... 147 José Emilio García

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La psicología social en el Perú: Una reflexión acerca de su pasado, su presente y sus olvidos .........................................................................197 Ramón León

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La psicología social universitaria en Uruguay: Aportes para una historia crítica .........................................................................................223 Jorge Chavez Bidart / Enrico Irrazabal

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Abrapso e Silvia Lane: uma história que se imbrica ...........................247 Ana Mercês Bahia Bock

Sobre os autores ...............................................................................................259 Índice alfabético ...............................................................................................263

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1 La psicología social en Argentina. Perspectivas en el siglo XXI Ana Ostrovsky Luis Alberto Moya Maria Cristina Di Doménico Raquel Peltzer

Unidad en la pluralidad epistémica Hacer un recorrido de la historia y el estado actual de la psicología social en Argentina implica el complejo desafío de definirla. En efecto, tanto la diversidad de enfoques teóricos apoyados en premisas epistemológicas disimiles, como la variedad de tareas que realizan los psicólogos respecto de lo colectivo, enfrenta la difícil tarea de recortar la especificidad del campo. Sumado a dicha complejidad, otro aspecto a destacar deriva del surgimiento de nuevas áreas de saber que articulan diferentes niveles del quehacer psicológico (investigación, aplicaciones prácticas, gestión de políticas, etc.), que mantienen nexos a veces difíciles de deslindar de lo que tradicionalmente se ha denominado psicología social. Consecuentemente, en los últimos treinta años, la psicología comunitaria, la psicología política, la psicología del género y la psicología cultural han dialogado con la disciplina y han mantenido cuestionamientos críticos, frecuentemente de la mano de los estudios decoloniales y poscoloniales de la ciencia (Martínez-Guzmán, Stecher & Íñiguez Rueda 2016, González Rey, 2017, Montero & Christlieb 2017). En el terreno epistemológico ha sido clásica la distinción entre una psicología social psicológica y otra sociológica, respondiendo la primera a la tradición interna de la psicología (predominio del

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experimento, exclusión intencional de las variables macrosociales, etc) y la segunda a la de la sociología (énfasis en la sociogénesis de los fenómenos cognitivos, en las etnometodologías, etc). Puede estimarse que más que desarrollos inconciliables, ambas aproximaciones forman parte de la misma disciplina, cuyas raíces históricas, inabordables aquí, se implican mutuamente y se complementan (Banchs, 1997; Jacó-Vilela, Rocha & Mancebo, 2003). A su vez, al centrarse en las aplicaciones prácticas de la psicología social, se advierte que la cantidad de campos en los que ha contribuido con sus aciertos investigativos la coloca en un lugar de referencia para intervenir en cualquier quehacer donde el comportamiento de individuos en contextos sociales y atravesados por lo social sea una variable a analizar. De esta forma, se puede constatar que investigaciones en psicología social nutren desarrollos tan disimiles como la psicología del tránsito, la psicología económica o la psicología ambiental, entre otros (Aguilar, 2016). Frente a un escenario tan variopinto, una manera de presentar el devenir de la psicología social argentina es centrarse en dos aristas que parecieran ineludibles para su examen crítico: su historia y su lugar en la formación de los psicólogos. La primera brinda elementos para entender las particularidades de los desarrollos que han tenido pregnancia en este país y su inserción dentro de contextos históricos signados por la pregunta acerca de lo colectivo. La historia nos permite hilvanar con preguntas y valoraciones que desbordan el terreno de lo estrictamente epistémico, la recepción de diferentes corrientes de pensamiento foráneas y la particular lectura de las mismas. Con las preguntas y los propósitos como hilos rectores, las diferentes psicologías sociales encuentran en la historia una unidad para poder pensarse. Otra de las aristas mencionadas, la formación de psicólogos, permite elegir pragmáticamente un camino que parafraseando a Ebhingahus tiene un largo pasado y una corta historia. Si hay algo que puede amalgamar a todos los desarrollos es su nucleameniento curricular. Las psicologías sociales enseñadas en la academia, que por supuesto no son las únicas ni las científicamente más potentes, nos muestran sin embargo aquellos contenidos que han sido seleccionados como parte de la formación integral del psicólogo en Argentina. Tal selección presenta perfiles profesionales deseables y particularidades de la tradición formativa nacional que la diferencia de otras latitudes y ubican a la psicología social como un espacio cuanto menos problemático desde una perspectiva crítica sobre la actual formación de los psicólogos.

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La psicología social en Argentina. Algunas puntualizaciones históricas En la Argentina de comienzos del siglo XX, en el marco de una psicología que presentaba cierta conciencia de campo en emergencia pero que aún no se inscribía universitariamente como profesión, surgieron desarrollos en psicología social en manos de la elite intelectual de la época que buscaba herramientas explicativas e interventivas para abordar la cuestión social (Suriano,2004; Talak, 2010). En efecto, diversos autores han señalado cómo el desborde demográfico producto de la inmigración extranjera en el país, sumado a la consecuente ausencia de políticas para gestionar la misma, produjo malestares sociales que particularmente en la ciudad de Buenos Aires se identificaban con el hacinamiento, la delincuencia, la prostitución y los niños en situación de calle. La heterogeneidad de los habitantes, hacía compleja la conformación de un tejido social potable para la consecución de un proyecto de Estado Nación moderno, liberal y articulado económicamente al mundo. En consonancia, la psicología social aparece como una necesidad práctica, una repuesta a los problemas gubernamentales del momento. Ha sido José Ingenieros1 quien en sus informes de 1909 y 1919 señaló por primera vez en América Latina a los cultores de lo que hoy llamamos psicología social colectiva y de los pueblos. Entre aquellos precursores mencionó a Agustín Álvarez, autor de un tratado de Psicología política denominado South América en 1894; a Carlos Bunge, autor de Nuestra América - ensayo subtitulado como de psicología social y fechado en 1903; a Juan A García, reconocido fundador de la sociología empírica argentina de mentalidad psicologista y a José María Ramos Mejía, psiquiatra literariamente muy prolífico abocado a relacionar la teoría de la degeneración hereditaria de Morel y de Magnan con sucesos y personajes de la historia política mundial. Un 1

José Ingenieros (1877-1925) filósofo y médico de origen italiano radicado tempranamente en la Argentina. Se destacó en el campo de la psiquiatría, la criminología y desde su participación en el partido socialista en el periodismo y el ensayo social. En el campo de la psicología representó a la psicología naturalista de comienzos de siglo XX como profesor de la cátedra Psicología Experimental en la Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad de Buenos Aires en 1908 y como miembro fundador de la Sociedad de Psicología de Buenos Aires. Es considerado uno de los referentes del positivismo en Latinoamérica. Entre sus obras de corte psicológico cabe mencionar La simulación en la lucha por la vida (1902), Histeria y sugestión (1904), La locura en la Argentina (1907) y Principios de psicología (1911) entre otras.

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escrito central de Ramos Mejía ha sido La neurosis de los hombres célebres en la historia argentina (1915), donde impera el traslado de nociones psicopatológicas al campo sociohistórico. A este listado debe ser añadido el propio Ingenieros (1911, 1910) incursionador simultáneo en las áreas psicológica y social. Alberto Vilanova, en El carácter Argentino (2001), basado en su tesis de Maestría en psicología social, ha procurado una tipificación de aquella psicosociología. Los rasgos que describe, abreviadamente, han sido: – El énfasis en la mente colectiva y en la identidad nacional: factores teñidos de racismo europeísta, de nortismo (creencia en las doctrinas germanistas y arianófilas) y de promoción de la inmigración blanca, todo ello con fuerte inspiración, en Sighele, en Sergi y en Tarde. – El biologicismo: cada categoría explicativa, pero no fácticamente sino de modo especulativo, radicó en el evolucionismo, sea darwiniano o lamarckiano. – El psicologismo: siempre que fue posible, los sucesos sociales se redujeron a instintos, hábitos, impulsos, disposiciones e incluso a factores hormonales, antropométricos, frenológicos, etc. – El reduccionismo: como actitud facilitadora de la anterior, en la medida de lo posible, lo social fue explicado psicológicamente, lo mental biológicamente; lo biológico químicamente y así seguido. Se confiaba en las ciencias de abajo al estilo Comte y Spencer para la validación de las de arriba, dentro del esquema de evolución ascendente de la materia. – El antihispanismo y redentorismo: inspirándose, aunque no siempre confesamente, en el legado político de J. B. Alberdi y de D. F. Sarmiento, se tuvo a la mente colectiva hispana como una remora preliberal, preindustrial y predemocrática y se adoptaron los modelos (literarios, filosóficos, políticos, arquitectónicos, etc) de Francia y de Gran Bretaña. Los iniciadores tópicos de la psicosociología argentina se inspiraron en psicólogos marginales europeos, pero no en los que Durkheim, amigo de los laboratorios, quiso imponer en la Universidad francesa. Los temas de la sugestión colectiva y de la obediencia, la dilución de lo idiosincrático en la masa, la identidad colectiva, el liderazgo y la influencia social fueron los privilegiados.

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Hugo Klappenbach (2006) ha explicado el triple, e indisociable, carácter de social, clínica y experimental de esta primera psicología, entendida como disciplina que el estado promovía en los niveles medios de enseñanza. Pero los cultores de aquella psicología oficialmente experimental, como Horacio Piñero y José Ingenieros se estimaban discípulos de T. Ribot, de J. Charcot, de A. Binet, de Le Bon y de otros psicólogos, muy alejados de Wundt y de la bibliografía anglosajona. En suma, médicos, filósofos y juristas aficionados a los textos franceses temáticamente afines, a los que leían en esa lengua, conformaron una urdimbre de ideas en las que lo psicosocial, lo patológico, lo pedagógico y lo criminológico conformaban una unidad prescriptiva de fuerte intención moralizante, destinada a poner en regla a los improductivos, a los inmigrantes díscolos y los apáticos gauchos y mestizos. Si, como se ha afirmado (Soler, 1959) los positivistas argentinos no actuaron como políticos sino como intelectuales, por sus propósitos y por su inclusión de clase no lograron emancipar a la psicología social de los cometidos de la política pública, incluyendo la educación, el sanitarismo y el temido mundo del delito. A partir de 1910, en Argentina, comienza una declinación del positivismo como consecuencia de variados acontecimientos políticos y sociales. En Europa la Gran Guerra y la Revolución Rusa de 1917 instalan nuevas formas de pensar lo colectivo y en el país, las visitas de José Ortega y Gasset y la Reforma Universitaria impactaron en los modos de pensar lo colectivo, que se alejarán paulatinamente de posiciones biologicistas apelando a posiciones filosóficas de corte idealista (Terán, 2008, Rossi, 2005). Sin embargo, el año que marca una gran ruptura a nivel internacional y local es 1930, cuando se desata una crisis económica, política, social y cultural. Como respuesta crítica a un positivismo eurocéntrico ya en crisis en la Argentina, las claves de interpretación se propondrán arribar al significado social de nuestro carácter nacional, proponiendo programas de acción capaces de promover la anhelada meta de la constitución del ser colectivo (Rivera, 1993). De esta forma, la literatura de los ´30, influida por tres viajeros sucesivos de los años ´20 y ´30, Ortega y Gasset2, el Conde de Keyserling3, Waldo 2

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José Ortega y Gasset (1883-1955) Filósofo y ensayista de origen español. Con su labor periodística y su profusa obra ocupó un lugar privilegiado en la historia del pensamiento español y fue referente de varias generaciones de intelectuales. Fue el principal representante de la teoría del perspectivismo y de la razón vital que conjugó ideas historicistas y vitalistas en un sistema de pensamiento original. Conde de Keyserling; Hermann Alexander Graf Keyserling (1880-1946). Fue un filósofo, naturalista y ensayista de origen alemán. Se destacó por sus crónicas de viaje

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Frank4, y sus observaciones sobre el país (Lojo, 2008), va a erigirse como una forma sui generis de psicología social. Obras como Radiografía de la pampa de Ezequiel Martínez Estrada (1933); El hombre que está solo y espera de Raúl Scalabrini Ortiz (1934) e Historia de una pasión Argentina de Eduardo Mallea (1937) van a emplear conceptos psicológicos de cuño psicodinámico, para analizar los aspectos conscientes e inconscientes del ser argentino, es decir la dimensión colectiva de auto-representación de un grupo que debería poseer cierta cohesión por compartir territorio, lengua y pasado común (Terán, 1999; Moya & Ostrovsky, 2013). No se trata de una psicología social académica ni científicamente informada, pero sí de formas de abordar objetos que tanto a comienzos de siglo como después serían propios del quehacer disciplinar. Ya en los albores de la profesionalización, en la creación de las carreras promediando los años cincuenta, la psicología argentina se destacó por un predominio de la tradición clínica psicodinámica en desmedro de otros desarrollos teóricos y otros campos de actuación profesional. Las unidades académicas argentinas fueron fundadas principalmente por educacionistas, médicos y filósofos alejados de la tradición investigativa de la psicología social en sus dos vertientes ya señaladas. Atenidos a una tradición clinicista y asistencial, los primeros docentes produjeron graduados que, en un inicio, imitaron a sus maestros y luego perpetuaron, con su propio hacer profesional y docente, una matriz profesional que homologaba la figura del psicoanalista con la del profesional psicólogo (Vilanova, 1993, 2003; Di Doménico, 1999; Klappenbach, 2000; Dagfal, 2014). De este modo, el actuar profesional en el área clínica se transformó en paradigma dentro de las aulas, la psicología de los procesos psicosociales no fue recepcionada en tanto no se contrataron expertos extranjeros en ese ítem. En su lugar, se difundieron con éxito las ideas del filósofo George Politzer5, expositor de una psicología del drama, concreta, idiofenoménica y de corte

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en las cuales mixturó consideraciones filosóficas con observaciones sobre las costumbres y psicología de los pueblos. Waldo Frank (1889.1967) Escritor, ensayista y periodista estadounidense. Se destacó entre otras cosas por sus ensayos sobre la realidad de España Virgin Spain (1926) y América hispana South of Us (1931). George Politzer (1903-1942). Fue un filósofo marxista francés de origen húngaro. Interesado en el psicoanálisis conoció a Freud y publicó en 1928 su Crítica de los fundamentos de la psicología, que operó como una obra de divulgación de las ideas freudianas en el público francés. Hacia los años treinta se vuelve más crítico del psicoanálisis y desde las bases del materialismo dialéctico propone su síntesis de pensamiento denominada psicología concreta.

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especulativo (Politzer, 1965, 1966). La psicología social más popularizada fue la del psiquiatra Enrique Pichón Riviere6 que en sus orígenes constituyó una psiquiatría social psicoanalítica ocupada de la externación y ayuda psicodinámica a pacientes hospitalarios. Lector ávido y pragmático (no redactó libros técnicos y como George Mead es recordado por textos desgravados de sus propios alumnos) combinó hallazgos lewinianos, freudokleinianos y sistémicos en un conjunto de estrategias grupales, tanto terapéuticas como de resolución compartida de problemas. Para Riviere el sujeto se entendía como un emergente de una subjetividad determinada histórica y socialmente con la cual interactuaba dialécticamente. De esta forma, el sujeto se concebía bajo un doble carácter, como agente del proceso interaccional y simultáneamente configurándose en ese proceso (Quiroga, 1999). Así, la psicología para el citado autor se definía ontológicamente como social, lo cual lo llevó a quebrar con los métodos individualistas tradicionales del psicoanálisis (patrocinado por la Asociación Psicoanalítica Argentina) y pensar en otras formas de abordaje como el grupo y la comunidad terapéutica. Estos nuevos dispositivos, conectados con la resolución de problemas concretos e imbricados en el propio territorio, junto a las reformulaciones originales del autor bajo una matriz de pensamiento kleiniano configuraron una particular forma de entender la esencia y el quehacer de la psicología social que diferenció el caso argentino de otras latitudes (Vezzetti, 1996; Macchioli, 2013; Klapenbach, 2012; Dagfal, 2015). En una breve conclusión podría afirmarse que la generación de concepciones psicosociales en Argentina halló sus obstáculos en el seno del mismo proyecto que originó los emprendimientos que les dieran cauce. En el intersiglo XIX-XX el esfuerzo por formular ciertas características del ser nacional, mas allá de proveer explicaciones de hechos históricos, posibilitó la emergencia de un sujeto colectivo. Posteriormente el positivismo reformuló esa herencia en términos biologicistas y abrió el camino a una psicología científica centrada en el estudio del individuo. En ese primer hito, lo que permitió la emergencia de una psicología científica en Argentina fue a la vez lo que obturó la posibilidad de interpretación de lo psíquico en términos de lo social (Di Doménico, 2008). Luego, la psicología en el país continuó sus derroteros hacia su nicho académico y hacia su encuentro con la mirada clinicista sobre el sujeto. La deriva formativa, más allá de la huella pichoniana, 6

Enrique Pichón Riviere; (1907-1977). Fue un médico psiquiatra de origen suizo radicado en la Argentina. Miembro fundador de la APA (Asociación psicoanalítica argentina), se destacó por trabajar con dispositivos menos ortodoxos como los grupos y desarrollar teorías originales que ponían acento en el carácter social del psiquismo.

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privilegia aún el mismo ámbito clínico y reposa en una hegemonía teórica aún no superada.

La formación académica La carrera de Psicología en Argentina se imparte en nueve universidades nacionales de gestión pública, una de gestión pública provincial y treinta y una de gestión privada. Se ha considerado que el análisis de los programas de estudio que se implementan en las universidades nacionales argentinas en sus planes curriculares de grado, pueden proveer indicadores para dar cuenta del estado de la disciplina en sus niveles áulicos más altos, desprendidos de los institutos técnicos terciarios y de otras iniciativas de grupos particulares. Se ha observado que la primacía de la oferta privada sobre la pública no se corresponde ni con el número total de graduados ni con el número de estudiantes (Klappenbach, 2015). Basado en datos actualizados (Alonso y Klinar, 2015) Klappenbach analiza que de cada diez carreras de psicología ocho corresponden a universidades de gestión privada, no obstante lo cual casi dos tercios de los graduados y más de dos tercios de los estudiantes pertenecen a las universidades de gestión pública. Esta relación siempre fue sostenida desde la proliferación de la oferta privada a partir de los años 90. Por ello, en estudios anteriores (Vilanova & Di Doménico, 2002) se seleccionaron como unidad de análisis los documentos que incluían las referencias bibliográficas obligatorias de las asignaturas que se impartían en las carreras de psicología de las universidades de gestión pública, justificándose el muestreo desde esos datos. Se analizó cómo se vinculaban las características de los documentos y cuál era el perfil que adquiría la formación en áreas específicas de la disciplina (en este caso, las asignaturas de psicología social). En el estudio realizado en el año 2002 por Vilanova y Di Doménico las categorías de análisis incluían, entre otras, la unidad académica a la que pertenecía la asignatura relevada, la orientación teórica del documento, la procedencia académica-disciplinaria del autor y su nacionalidad. En dicho estudio se encontraron tres perfiles formativos claramente delimitados: un primer perfil psicoanalítico-filosóficoeuropeo, no atinente en lo absoluto a la psicología social canónica; un segundo perfil freudiano-médico-argentino que respondía a la influencia del mencionado psiquiatra Enrique Pichón Riviere y un tercer perfil psicosocial-psicólogo-angloamericano.

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Estas asignaturas parecían ser, según los autores, susceptibles de una doble tipificación: los programas pertinentes en su bibliografía, pero no obstante escasos en la producción de novedades fácticas, y los programas epistemológicamente marginales. El primer tipo de oferta pedagógica consistía en un conjunto de tópicos y de autores que respondían a lo que se considera psicología social, en el sentido en que hoy mundialmente se la define. En estas asignaturas, materiales frecuentes eran los de Moscovisi, Vander Zander, Blanco, Myers, Marín, Salazar, Montero y otros conocidos exponentes disciplinarios, los cuales se presentaban en un ordenamiento temático tradicional: actitudes, representación social, control social e influencia, procesos grupales, comunicación interpersonal, percepción social y otros tantos asuntos de la psicología social. Siendo parte aquel análisis de un estudio mayor que integraba la totalidad de asignaturas del ciclo de formación básica, los autores también observaron que en las Carreras cuyos programas integraban contenidos pertinentes, los mismos no eran recuperados en otras asignaturas que deberían proveer a su aplicación. Asignaturas como Psicología grupal o de los grupos, Dinámica grupal, Psicología institucional, Psicología política, Psicología sociocomunitaria, entre otras, autodefinían sus objetivos en aras de otros lineamientos (psicoterapéuticos por lo general) para los cuales aquellos autores no eran relevantes. En definitiva, la situación de la psicología social extra-fronteras quedaba minimizada en el contexto formativo del psicólogo vernáculo. Por otra parte, los que Vilanova y Di Doménico llamaban programas epistemológicamente marginales tenían amplia presencia, introduciendo contenidos estimados imprecisamente como sociales o psicosociales y con una vastedad temática que incluía tópicos como “el sublime objeto de la ideología”, “Lacan y la filosofía”, “El lado oscuro de la razón”, “los desafiliados”, etcétera. Los autores referidos provenían de una gran heterogeneidad disciplinaria: Lacan, Le Gaufe, Loureau, Lapassade, Castoriadis, Foucault, Deleuze y otros, y, con una gran frecuencia, Pichón Riviere. Lejos de impugnar la calidad intelectual de muchos de estos textos, aquel estudio intentó señalar la ajenidad disciplinaria: y los efectos de dispersión en el diseño curricular de Psicología (Vilanova y Di Doménico, 2003). Actualmente se cotejaron aquellos datos en un estudio reciente (Moya, Peltzer & González, 2016) que planteó las mismas variables de investigación. La muestra, bajo las mismas consideraciones ya enunciadas sobre la representatividad de alumnos y graduados, se

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compuso con las nueve Universidades Nacionales de gestión pública de Argentina: Universidad Nacional de Buenos Aires, Universidad Nacional del Comahue, Univesidad Nacional de Córdoba, Universidad Nacional de Entre Ríos, Universidad Nacional de La Plata, Universidad Nacional de Mar del Plata, Universidad Nacional de Rosario, Universidad Nacional de San Luis y Universidad Nacional de Tucumán. Los programas de las asignaturas de Psicología Social sumaron un total de 358 referencias de la bibliografía obligatoria, no detectándose ninguna que no estuviera en idioma español. Las temáticas abordadas resultaron ser muy diversas, abarcando desde temas tradicionales de la Psicología Social como actitudes, prejuicio y discriminación, identidad social, influencia social, representaciones social, hasta temas particularmente asociados al desarrollo de la Psicología Social en la Argentina como lo serían la Psicología Social como crítica de la Vida Cotidiana. Al igual que en el estudio precedente se realizó un análisis factorial de correspondencias múltiples. Para una interpretación más visual solo se presenta la proyección de las categorías en el primer plano factorial, pudiendo observarse características y ciertos sesgos particulares en los distintos cuadrantes. En el gráfico observamos también tres perfiles principales.

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Análisis factorial de correspondencias múltiples (n=358) de las referencias bibliográficas de las Asignaturas de Psicología Social de Universidades Nacionales de gestión pública Argentinas (2016)

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El primer perfil relevado fue de orientación teórica Psicodinámico (freudiano y post freudiano), de autores cuya nacionalidad era Argentina y con formación médica en su mayoría. Este perfil formativo se mantiene desde hace años como una invariante en la formación de grado en el área de la Psicología Social, ligado a la tradición iniciada con la psiquiatría preventiva psicoanalítica de Pichón Riviere en nuestro país. Un segundo perfil formativo es el de orientación teórica Cognitivo constructivista, construccionista social y psicosocial, asociado a autores latinoamericanos y europeos, cuya formación es en menor medida filósofos y con una mayor presencia de psicólogos entre sus autores. Un tercer perfil se compone por cientistas sociales (que incluyen sociólogos, antropólogos, trabajadores sociales, etc) de orientación sistémico constructivistas y orientación psicosocial (interaccionismo simbólico, representaciones sociales) principalmente asociados a la nacionalidad estadounidense. A diferencia de los análisis realizados anteriormente que mostraban el panorama de la formación en psicología social en Argentina en el año 2002, se destacan algunos cambios en la formación con una notable baja del perfil asociado a la corriente psicodinámica lacaniana, ya que muestra sólo un 1,5% de todas las referencias analizadas. Un dato a resaltar en el análisis formativo a nivel nacional tiene que ver con el avance que se ha producido en estos últimos años con respecto a la oferta de postgrado en Psicología social. Más allá de presencias pioneras, como la Maestría en Psicología Social de la Facultad de Psicología de la Universidad Nacional de Mar del Plata, que fuera acreditada por la CONEAU (Comisión Nacional de Evaluación y Acreditación Universitaria) en diciembre de1999 y posteriormente cerrada por decisión de la gestión del momento, pueden encontrarse Maestrías ofrecidas en distintas Universidades, como por ejemplo: Maestría en Psicología Social (Orientación Grupo e Instituciones) de la Universidad Nacional de Tucumán, Facultad de Psicología, acreditada por CONEAU en el año 2004; Maestría en Psicología Social de la Universidad Nacional de Cuyo, Facultad de Filosofía y Letras, acreditada por CONEAU en 2007; Maestría en Psicología Social Comunitaria, Facultad de Psicología de la Universidad de Buenos Aires, acreditada CONEAU en 2008; Maestría en intervención e investigación psicosocial, Facultad de Psicología Universidad Nacional de Córdoba, 2012.

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Perspectivas La psicología social en Latinoamérica ha sido un tópico que ha motivado históricamente múltiples desarrollos, desde la pregunta finisecular por la propia identidad hasta los recientes estudios sobre poscolonialidad, pareciera que la interrogación por el hombre y lo colectivo (y desde hace algunos años también por la mujer) ha signado gran parte de la psicología académica y profesional de nuestras latitudes (Alarcón, 1997). En Argentina, como se ha visto, la psicología social adquirió formas sui generis derivadas de su imbricación con los desarrollos de Pichon Riviere y la tradición grupalista en psicoanálisis. Lo que se observaba en la indagación del año 2003 en los planes de estudios de las carreras de grado respecto a que los autores clásicos de la disciplina en el mundo aparecían secundarizados por desarrollos de cuño filosófico, médico y psicodinámico, con el consecuente sesgo en contenidos, parece estar cambiando a la luz de estudios más recientes. Consideramos que este paisaje de la psicología social trazado a comienzos del nuevo siglo, luego de casi tres lustros, nos muestra algunas diferencias dignas de ser destacadas. Por un lado, el sello distintivo de la perspectiva preventiva psicoanalítica de Pichon Riviere sigue siendo una referencia ineludible, pero ésta en la actualidad comparte espacios curriculares con desarrollos de diferentes vertientes de la psicología social a nivel mundial. Modelos constructivistas, cognitivos, sistémicos e interaccionistas, algunos más centrados en la tradición experimental y otros de perfil más sociológico, muestran simultáneamente la riqueza teórica y epistémica de la psicología social y a su vez su especificidad como campo de conocimiento. El surgimiento de carreras de posgrado testimonia también una variante respecto del panorama predominantemente clínico imperante en la tradición rioplatense. Puede entenderse que parte de dicha apertura en los últimos años es fruto de la reflexión sobre la formación de psicólogos en el país, reflexión promovida por la concurrencia de diferentes factores que van desde las exigencias normativas derivadas de procesos de acreditación de las carreras, hasta la necesidad de comunicación y circulación con países vecinos y la insistente necesidad de una formación pluralista y socialmente relevante. No obstante, el área de la Psicología Social y de sus ámbitos de aplicación, es un terreno del que aún debe apropiarse plenamente el psicólogo argentino.

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2 A Psicologia Social no Brasil Ana Maria Jacó Vilela

O campo da Psicologia Social é vasto e multifacetado, como ocorre com boa parte da Psicologia. Esta dispersão permite, entre outras coisas, que a emergência do campo seja vista de distintas maneiras. Parece consenso, contudo, que o desenvolvimento posterior da Psicologia Social, em boa parte do século XX, ocorreu via sua inserção nas universidades, ou seja, quando se torna uma “disciplina científica”. Após uma primeira fase de quase exclusiva presença acadêmica, a atuação profissional adquire nova hegemonia a ponto de, hoje, o trabalho acadêmico ser, em boa parte, vinculado a questões da prática profissional relativa a problemáticas sociais. Neste texto vamos descrever, sucintamente, algumas representações da sociedade brasileira, ainda no Brasil Colônia ou Império, que serviram como suporte para a institucionalização da Psicologia Social no século XX. Em seguida, apontaremos o processo dessa institucionalização e, finalmente, a grande ruptura nos anos de 1980, encerrando com um apanhado geral das principais abordagens e temáticas do momento atual.

Construindo um terreno: os viajantes e o pensamento social brasileiro Para além da carta de Pero Vaz de Caminha7 (Caminha, 1500), um primeiro retrato dos hábitos e costumes encontrados no Brasil de 1500, sabe-se da existência de um número expressivo de viajantes euro7

Carta dirigida pelo escrivão da Armada de Pedro Álvares Cabral ao Rei de Portugal, Dom Manuel, depois da chegada à terra posteriormente chamada “Brasil”.

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peus que, por conta própria ou por encargo de suas instituições e/ou seus governos – ou, mesmo, por intermédio da Coroa Portuguesa – estiveram no país e escreveram a respeito. Se bem a maioria das obras dedica-se à descrição da flora e da fauna – e, com isto, favorecendo a construção dos sistemas classificatórios então em voga na Europa (Safier, 2010) –, muitos deles também se referem à população, sua vida cotidiana, seus hábitos e crenças. As narrativas dos viajantes foram publicadas em diferentes idiomas pelo sucesso que faziam no mundo europeu, interessado nas descrições de povos e costumes exóticos. Muitos relatos se tornaram famosos, como por exemplo, de Johan Moritz Rugendas (1802-1858), com descrições físicas da população negra, indígena e mestiça, permitindo estudos de antropologia física, bem como de costumes da população. Todavia, é importante lembrar que estes relatos procediam de outros meios culturais. Assim, suas percepções, sempre muito positivas ao falar da natureza brasileira, costumavam apresentar forte preconceito em relação aos negros. Vemos isto, por exemplo, no livro de outros importantes viajantes, os cientistas alemães Johan Baptist von Spix (1781-1826) e Karl Friedrich Philip von Martius (1794-1868). Eles realizaram grande viagem pelo interior do país, no início do século XIX, analisando a população rural, até então pouco conhecida: A natureza inferior, bruta, desses homens insistentes, meio nus, fere a sensibilidade do europeu, que acaba de deixar os costumes delicados e as fórmulas obsequiosas das suas pátrias. (....) Ora passarinhos de diversas cores, ora deslumbrantes borboletas, ora insetos de maravilhosas formas, as pendentes casas de marimbondos e as dos cupins, ora plantas do mais lindo aspecto, espalhadas pelo estreito vale e pela rampa suave do morro, seduziam a nossa vista. (Spix e Martius, 1980, conforme citado por Almeida, 2009, p. 86).

Para além dos relatos escritos, destacam-se também as representações pictóricas. Damos relevo aqui à obra de Jean-Baptiste Debret (1768-1848)8. Muito do que hoje sabemos sobre a vida cotidiana, o tra8

Debret esteve no Brasil no bojo da chamada Missão Artística Francesa, convite realizado por D. João VI, na perspectiva do incremento do intercâmbio com a França. Chegou em 1816, com os demais, e aqui permaneceu até 1831. Suas aquarelas, fruto de seus estudos e observações, foram reunidas no livro “Viagem pitoresca e histórica ao Brasil”, publicado na França entre 1835 e 1839 e retratam o Brasil do começo dos oitocentos (Debret, 1978).

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tamento dado aos escravos, decorre de suas pinturas e aquarelas. Tudo indica que Debret possuía uma preocupação documental, de retratar de forma “correta” aquilo que via da sociedade brasileira da época. Como outros viajantes, Debret iria concentrar especial atenção nos costumes da terra, dedicando boa parte de sua obra aos nativos da América, cujo exotismo despertava especial interesse entre intelectuais europeus e americanos, bem como entre os governantes da América preocupados em conhecê-los e integrálos às sociedades dos novos estados e nações que, então, se criavam (Almeida, 2009, p. 87).

O que Debret nos apresenta? Uma sociedade hierárquica, em que as posições são facilmente reconhecíveis por diferentes símbolos de status, em que os negros definitivamente ocupam posições inferiores, com direito a tortura em praça pública, em que os indígenas são dicotomizados como “selvagens” ou “civilizados”. Nada muito diferente dos viajantes anteriores, fora a riqueza de detalhes e a capacidade persuasiva das imagens. Assim, quando se desenvolve entre nós o que se convencionou chamar de “pensamento social brasileiro” – tema que vem recebendo inúmeras releituras desde os anos de 1990 (Botelho, Schwarcz, 2009; Mota, 1999), muitos dos conceitos apresentados pelos viajantes se repetem. Mas, primeiro, o que é pensamento social brasileiro? Desenvolvido a partir dos anos de 1870, pela denominada “Geração de 70”9 (Schwarcz, 1993), o termo refere-se ao conjunto de ensaios realizados por pensadores – médicos, jornalistas, advogados, principalmente – que procuram, por diferentes caminhos, refletir sobre as condições do país, seu desenvolvimento distante dos parâmetros europeus (aqui, notadamente a França) e buscar entender as causas deste “fracasso”10. De uma maneira geral, a inferioridade do Brasil frente às nações ditas civilizadas é vista como decorrente do grande número de negros, e 9

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Por “geração de 70” entende-se o grupo de intelectuais dos anos de 1870 impactados pelas novas teorias recebidas da Europa, como materialismo, evolucionismo, positivismo, o que levou Silvio Romero a dizer que estavam embebidos de “um bando de idéias novas” (Romero, 1926). Observe-se que este tipo de pensamento estará presente em diversos países latino-americanos, como o comprovam, por exemplo, o trabalho recente do peruano Reynaldo Alarcon (2017) e dos argentinos Jose Ingenieros (2013) e de Alberto Vilanova (2001).

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mestiços, na composição da população. A situação dos indígenas raramente é comentada. Os negros são um atropelo porque, com sua alta proporção na população, fazem com que “o brasileiro” seja, por exemplo, apático, sem iniciativa, desanimado e com propensão a esperar a iniciativa do governo (Romero, 1886) Trata-se, pois, de um conceito psicossocial, que Dante Moreira Leite (1969) acertadamente sintetizou como referente ao “caráter nacional brasileiro”, às diversas visões sobre o que seria o natural do país. Um conceito que, ao mesmo tempo, define o brasileiro e procura fornecer uma explicação científica para o atraso do país. Nos mais diferentes autores, vemos que esta se baseia numa biologização das questões econômicas e sociais. Assim, por exemplo, Nina Rodrigues (1862/1906) diz, em seu livro “As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil” (2011), que a diferença entre civilizados e bárbaros decorre do grau de complexidade de sua organização cerebral, que é herdada. Desta forma, haveria uma inferioridade mental do negro, do mulato e do índio, pois têm uma mentalidade infantil. O mestiço é indolente, impulsivo, com baixa moralidade e sem capacidade de previsão do futuro11. Outro autor relevante é Francisco de Oliveira Vianna (18831951). Crítico dos reformadores sociais, está atualizado com as reflexões de seu tempo, ao dedicar-se às questões do ambiente (natural, racial e cultural) como condicionantes da ação humana. Partidário de uma perspectiva evolucionista, Oliveira Vianna publica, em 1921, um livro denominado “Pequenos Estudos de Psicologia Social”. Seu trabalho é de interesse para nós por dois fatores: por apontar claramente que o dito “pensamento social brasileiro” é uma abordagem psicossocial e, por outro lado, por raramente ser listado como tal na bibliografia sobre Psicologia Social (Jacó-Vilela, Carneiro e Oliveira, 2010). Este livro, bem como seu estudo das “Populações meridionais”, revela sua compreensão da suposta inferioridade dos mestiços. Um pensamento divergente neste momento é o de Manoel Bomfim (1868-1932), médico sergipano radicado no Rio de Janeiro e dedicado à educação, a qual considerava – a instrução popular e massiva – fundamental para ultrapassar as barreiras da formação cultural e do meio ambiente. Dirigiu um laboratório de psicologia experimental no 11

Mas Nina Rodrigues não se restringe a esta visão negativa da maioria da população brasileira; é um autor complexo e tem sua importância reconhecida por suas investigações etnográficas em candomblés baianos e pelos estudos sobre as etnias africanas presentes no Brasil.

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Pedadogium, um museu pedagógico que foi o embrião para a criação do atual Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), foi professor do Instituto de Educação, escreveu inúmeras obras sobre temas variados. De destaque aqui, seu livro intitulado “América Latina – males de origem” (1993), que poderíamos considerar uma obra de Psicologia intercultural. Nele, Bomfim apresenta o conceito de parasitismo social, um processo pelo qual os colonizadores, os parasitas, enfraquecem o corpo do parasitado, os povos colonizados. Como o título do livro expressa, considera este um processo comum a toda a América Latina, portanto a inferioridade “civilizatória” que tanto preocupa aos autores de seu tempo não decorre de um dado biológico, a raça, mas de uma formação econômico-cultural. Vemos, pois, que no Brasil Colônia, Império e República Velha há um pensamento psicossocial comum – da supremacia branca, da inferioridade do país como decorrente da presença negra e, em menor medida, da indígena, da necessidade de superar estes limites, entendidos como biológicos. Não à toa florescem, na década de 1920, os movimentos higiênicos e eugênicos, nos quais o conhecimento e as práticas psicológicos, como os testes, estão profundamente inseridos (Boarini et al., 2011; Boarini et al., 2012; Jacó-Vilela, 2014). Se não podemos denominar este pensamento como “Psicologia Social”, parece claro que esta disciplina só pode surgir num contexto em que há preocupação com os homens em sua vida em sociedade. Isto sucede ao final da República Velha, onde há grande preocupação com a educação, como ferramenta para “civilizar” a nação, ou seja, o povo, aqui entendidos os negros, os indígenas e os mestiços. O governo democrático de Getúlio Vargas, que vai de 1930 a 1937 12 , por sua vez, propicia que o Movimento dos Educadores, surgido nos anos de 1920, coloque em prática suas ideias, o projeto da Escola Nova. Isto ocorre pela ocupação de cargos centrais por grandes nomes do movimento, como Anísio Teixeira (1900-1971), Fernando de Azevedo (1894-1974), Lourenço Filho (18971970), os dois primeiros banidos do serviço público quando se instaura a ditadura do Estado Novo em 1937. E é neste contexto que aparecem novas representações do Brasil e, coincidentemente, se inicia a institucionalização da Psicologia Social. 12

Getúlio Vargas (1882-1954) foi chefe do Governo Revolucionário de 1930 a 1934, Presidente eleito de 1934 a 1937, ditador de 1937 a 1945, período que se convencionou chamar “Estado Novo”. Retirado do poder ao final da II Guerra Mundial, retornou em 1950 por eleição direta. Objeto de um forte movimento de direita, apoiado por boa parte da mídia da época, acusado de corrupção, suicidou-se em 1954.

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No primeiro governo Vargas foram publicadas duas obras máximas do pensamento social brasileiro13, por proporem uma nova interpretação do país e do povo. São “Casa Grande & Senzala”, de Gilberto Freyre, publicada em 1933, e “Raízes do Brasil”, de Sérgio Buarque de Holanda, publicada em 1936. Gilberto Freyre, em oposição ao pensamento existente até então, irá apontar como a miscigenação foi importante para a construção do país, formulação que irá gerar a ideia do Brasil como uma “democracia racial” (Freyre, 2000). Sérgio Buarque, por sua vez, busca as origens culturais do país em Portugal, na forma de ser lusitana e na colonização, bem como no latifúndio escravocrata e na família patriarcal rural (Holanda, 1992) São olhares, portanto, que se afastam da culpabilização dos subalternos, o negro, o indígena e o mestiço, pelo “atraso” do país e, neste sentido, continuam sendo importantes fontes para o debate sobre o Brasil. Estes livros representam praticamente o “fim” do pensamento social brasileiro. A partir de então, os trabalhos são, em sua maioria, menos ensaísticos e mais empíricos, como os resultantes do Projeto Unesco sobre as relações raciais no Brasil (Bastide & Fernandes, 1955; Fernandes, 2008) e que apresentam uma forte crítica à noção freyriana de “democracia racial”. É importante assinalar que este momento é também o de regulamentação do funcionamento das universidades brasileiras (até então só existia uma, a Universidade do Rio de Janeiro), a construção de Departamentos e a consequente especialização do saber. É neste cenário que, em duas diferentes instituições, surge a disciplina de Psicologia Social: na Escola Livre de Sociologia e Política, em São Paulo, em 1933, ministrada por Raul Bricquet (1887-1953) e na Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, em 1934, ministrada por Arthur Ramos (1903-1949). Há quatro importantes pontos em comum nestes casos: tanto Bricquet quanto Ramos eram médicos, com interesse em psicanálise; não foram encontrados até hoje dados objetivos (como programas, bibliografia) de seus cursos, mas ambos publicaram livros intitulados Psicologia Social, aparentemente resultantes destes cursos (Bricquet, 1935; Ramos, 1936); as duas instituições em que ministram estes cursos sofrem transformações profundas depois do golpe do Estado Novo em 1937: parte da Escola Livre de Sociologia e Política é transferida para Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, e a Univer13

Há uma terceira obra que reformula o pensamento histórico-econômico do país, Formação Econômica do Brasil, de Caio Prado Júnior, publicada em 1942 (Prado Jr., 2006).

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sidade do Distrito Federal é fechada; por último, convém mencionar que ambos os livros citam autores hoje reconhecidos como relevantes na constituição da Psicologia Social, o que aponta que tanto Bricquet quanto Ramos estavam consonantes com o que se produzia na Europa e nos Estados Unidos. Bricquet, por sua vez, tem uma filiação marxista que está presente em seu texto (Bomfim, 2004). Com as universidades, iniciam-se as cátedras. Todavia, não há nenhuma de Psicologia Social. No Rio de Janeiro e em São Paulo as cátedras são genericamente de “Psicologia” ou de “Psicologia Educacional”. Não é que trabalhos na área não existam. Annita Cabral (19111991) orientou aquelas que são consideradas as primeiras teses em Psicologia Social no país, a já citada de Dante Moreira Leite sobre o caráter nacional brasileiro, e a de Carolina Bori, replicação de experimentos de Lewin sobre interrupção de tarefas, ambas no começo dos anos de 1950. O livro de Otto Klineberg, intitulado “Psicologia Social”, é publicado no país em 1957. Além disto, disciplinas de Psicologia Social continuam sendo oferecidas na Escola Livre de Sociologia e Psicologia, como a de Donald Pierson (1900-1995) e na Universidade do Brasil, com a de Nilton Campos (1898-1964) na Faculdade Nacional de Ciências Econômicas da Universidade do Brasil (Bomfim, 2004). Conteúdos psicossociais estão presentes em artigos da revista Arquivos Brasileiros de Psicotécnica, como, por exemplo, o de Aniela Ginsberg, comparando o nível mental de diferentes grupos étnicos (Ginsberg, 1951), este último demonstrando a participação da psicologia no já citado Projeto Unesco, voltado ao estudo das relações raciais no Brasil.

A institucionalização acadêmica De qualquer forma, são trabalhos situados. O que promove a institucionalização definitiva da Psicologia Social é sua inclusão como uma das matérias a comporem o currículo mínimo do curso de Psicologia, de acordo com o Parecer 403/62, da Comissão de Educação do Ministério de Educação e Cultura (Brasil, 1962), acompanhando a Lei 4.119/62, que regulamenta a profissão de psicólogo e os cursos de psicologia no país (Brasil, 1962). Entretanto, o currículo mínimo não fixa conteúdos. Assim, o que será ministrado depende da cátedra, do professor, do colegiado do curso, da escolha de professores pelo Departamento, as diferentes nuan-

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ces da vida acadêmica. Raros são os programas deste período que são encontrados hoje em dia. Desta forma, só é possível inferir o conteúdo a partir de indícios, presentes, por exemplo, em autobiografias, como a de Celso Pereira de Sá. Este autor, ao descrever as leituras de Psicologia Social em seu curso de graduação em Psicologia na Uerj, na década de 1970, cita tanto Totem e Tabu, de Freud, quanto textos da vertente “cultura e personalidade”, como Mead, Benedict e Kardiner, a “psicologia coletiva”, além da psicologia social estadunidense, representada por Krech, Crutchfiel e Ballachev, Asch, Heider e Festinger (Sá, 2007). Aparentemente, há uma dispersão de autores e temáticas, embora se mantenha alguns temas clássicos, presentes nos autores já citados: hereditariedade e cultura, diferenças individuais, atitudes, preconceito... Um curso se destaca neste período, anos 1960-1970 – o curso de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais, em que a disciplina de Psicologia Social estava a cargo de Celio Garcia e sua equipe, agrupados no denominado “Setor de Psicologia Social” (Abreu, 2012). Aqui estão presentes não só as referências citadas por Sá (2007) como também a psicossociologia francesa, que será a porta de entrada do institucionalismo no país na década de 1970 – por meio, inicialmente, de uma visita de Georges Lapassade (1924-2008) a Belo Horizonte em 1973. É no Setor também que a Psicologia Social começa a ser convocada para trabalhos em diferentes instâncias da sociedade, desde empresas até órgãos governamentais, culminando com pesquisas específicas sobre temas prementes da realidade da população àquela época, como a questão da esquistossomose nos rincões de Minas Gerais. Também em São Paulo iniciam-se trabalhos envolvidos com as camadas populares. São psicólogos marxistas de matizes variados, católicos que se filiam à Teologia da Libertação e começam a atuar em comunidades de base, partidários da proposta de Educação de Paulo Freire (Andery, 2007; Bock, Ferreira, Gonçalves, & Furtado, 2007). Mas esta psicologia começa a ser subsumida por outra perspectiva teórico-metodológica, a psicologia social cognitivo-experimental. Seu marco metodológico é o trabalho de F. Allport (1890-1978) que advoga a relevância do experimento para o estudo da relação do indivíduo com outros indivíduos. Relativizada por Kurt Lewin (1890-1947) ao introduzir a pesquisa com grupos sociais e a pesquisa-ação e amalgamá-la aos estudos de percepção, a experimentação é integrada ao viés estatístico-correlacional (Danziger, 2000), produzindo uma psicologia sem subjetividade. Isto estava de acordo com os cânones da neutralidade científica,

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modelo que se expande por todo o mundo ocidental após a II Guerra Mundial. No caso brasileiro, alguns autores e trabalhos estadunidenses já eram estudados, como vimos acima sobre os livros de Bricquet e Ramos, bem como pelo relato de Sá. O que vai diferenciar, a partir do começo dos anos de 1970, é o protagonismo cada vez maior desta vertente, cujas características, segundo Krüger (1986), são o individualismo, o experimentalismo, a microteorização, o etnocentrismo, o utilitarismo, o cognitivismo e o a-historicismo. Nesta excelente análise de Krüger, é importante apontar que, para o autor, tais características são “características da psicologia social”, na suposição de que este modelo é o único existente. Danziger (2000) também destaca o novo sentido que “social” passou a ocupar: com o privilégio dado à estatística, os experimentos utilizam amostras populacionais, começando uma abordagem mais estritamente objetiva e correlacional. O principal representante desta abordagem no Brasil é Aroldo Rodrigues, um dos primeiros psicólogos nacionais a não só ter sua formação universitária em psicologia como também a realizar, em seguida, a pós-graduação, nos Estados Unidos, dentro do esforço de qualificação de quadros que a PUC-Rio estimula. Rodrigues representa uma nova geração, formada na experiência com a pesquisa experimental, na leitura de artigos publicados em revistas, na participação em congressos, no convívio e interesse pelo contato com pesquisadores de outros países. Ou seja, totalmente distinto de seus contemporâneos daquelas primeiras gerações de psicólogos pós-regulamentação da profissão, que não tinham acesso a periódicos estrangeiros – e se contava nos dedos de uma só mão os existentes no Brasil –, mal frequentavam os poucos eventos nacionais, não faziam pesquisa, viviam num universo psi relativamente fechado em si mesmo. Assim, quando Moscovici procura contatos com interessados em psicologia social da América Latina, no caso brasileiro só toma conhecimento de Rodrigues (Moscovici & Marková, 2006), que se tornara um personagem relevante também da psicologia social latino-americana, presidindo durante um período a Associação Latino-Americana de Psicologia Social. Seus livros têm uma vendagem altíssima, tanto a edição brasileira (em sua 32ª edição em 2018) quanto a mexicana que atinge os países de língua espanhola (5ª edição em 2018). A esta trajetória de sucesso, todavia, se agrega uma outra marca quando, a partir do final dos anos de 1970, novos movimentos ocupam a psicologia social no Brasil.

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O giro dos anos 1980 Daquelas inserções narradas acima, de psicólogos atuando em comunidades de baixa renda e discutindo novas teorias e técnicas para a psicologia, que sucederam principalmente em São Paulo e Minas, decorre a criação, em 1980, da Associação Brasileira de Psicologia Social (Abrapso). Esta apresenta, muito mais que uma mirada diferente à psicologia social, uma nova perspectiva em psicologia: quer-se uma psicologia comprometida com a realidade social, de extrema desigualdade, em que os seres humanos não têm condições para seu pleno desenvolvimento. Assim, é urgente agir para que os homens transformem a sociedade, a partir da concretude de seu cotidiano. De relevo é apontarmos, aqui, um retorno à latinidade: quase 80 anos após Manoel Bomfim dizer da origem única dos problemas latino-americanos, os principais nomes que irão criar a Abrapso, como Silvia Lane (1933-2006), frequentam os congressos da Sociedade Interamericana de Psicologia e se interessam pelas produções que ali tomam conhecimento, principalmente os trabalhos de Ignacio Martín-Baró (1942-1989). Não podemos, claro, dissociar este movimento interno à psicologia da situação em que vive o país – estamos ao final da ditadura, ocorreu a anistia (embora limitada) em 1979, os exilados voltaram ao país, trazendo também novos olhares, novas práticas e teorias, em 1985 definitivamente a ditadura acaba. Assim, parece haver um despertar, que se volta para sujeitos concretos, como a criança em situação de rua ou em conflito com a lei, as relações de gênero, a conjugabilidade, a saúde mental, a saúde do trabalhador, a sexualidade, as relações étnico-raciais. É neste contexto que há um claro enfrentamento à psicologia social cognitivo-experimental defendida por Rodrigues. Tornou-se célebre, a respeito, um debate entre ele e Silvia Lane, sobre “controvérsias na psicologia social”, presente na revista Psicologia: Ciência e Profissão (1985). A busca por novos parâmetros torna cada vez menos aceitável sua proposição de neutralidade científica, o ambiente acadêmico se torna hostil à sua pessoa, e Rodrigues vai trabalhar nos Estados Unidos, só voltando ao Brasil após sua aposentadoria.

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A Psicologia Social hoje Desta época até a década passada, há um crescente envolvimento do psicólogo com diferentes questões sociais. Começa-se por seu envolvimento com o movimento da Reforma Psiquiátrica, e aos poucos ocorre sua inserção em diferentes políticas públicas – primeiramente de saúde, depois de educação e de assistência social. E se entende que seu trabalho não deve ser somente técnico, mas também de gestor e, por que não, de planejamento. O envolvimento profissional com estas novas áreas de trabalho força uma demanda ao Conselho Federal de Psicologia para a criação do título de especialista em Psicologia Social porque, atuando em tais políticas, o psicólogo não se sentia contemplado pelos títulos já existentes, como de clínica ou escolar. Ou seja, a Psicologia Social marca corações e mentes de psicólogos. Se este processo é, em grande medida, capitaneado pela Abrapso em seu momento inicial, dele também participam outras associações de psicologia – como o referido Conselho Federal de Psicologia. Porém, a própria Abrapso sofre críticas, sobre uma certa falta de “cientificidade” em seus trabalhos, o que leva à criação, em 2014, da Associação para o Desenvolvimento da Psicologia Social (ADEPS), às vezes também denominada Associação de Pesquisa em Psicologia Social. Nesta entidade estão presentes, principalmente, pesquisadores vinculados à Teoria das Representações Sociais. Entretanto, a cientificidade da Psicologia Social capitaneada pela Abrapso não foi posta em questão ao longo dos anos. Antes pelo contrário, foram exatamente os programas de pós-graduação e os pesquisadores que se situam neste enquadre que propiciaram, a partir dos anos de 1980, que boa parte dos recursos para financiamento das agências governamentais fossem para a Psicologia Social, contrariando o anterior suporte dado à Psicologia Experimental. A pujança da área está bem representada, por exemplo, na quantidade de Grupos de Trabalho que são considerados do campo e que se apresentam nos Simpósios da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP). Aqui, estão presentes abordagens diversas, como as já citadas psicologia social cognitiva, Teoria das Representações Sociais, institucionalismo, a sócio-histórica embasada em Vigotsky, além de grupos que se vinculam mais fortemente a Michel Foucault ou a Bruno Latour. Em destaque, deve-se mencionar que os primeiros historiadores de psicologia no Brasil, em seu período profissio-

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nal – a partir dos anos de 1990 – são, em sua quase totalidade, oriundos da psicologia social. Assim, em síntese, nos parece que a psicologia social no Brasil é, hoje em dia, um forte marco de referência na produção do conhecimento e na prática profissional, podendo constituir-se em um contraponto necessário ao crescimento vertiginoso da neuropsicologia.

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3 A Psicologia Social Comunitária Chilena. Problematizar as historiografias vigentes para reinterpretar a crise atual Adriana Kaulino Ana Vergara

[…] si la democracia no asume las demandas de comunidad, exacerbadas por el proceso de modernización, veremos intensificarse movimientos populistas o fundamentalistas. En tanto sustitutos de comunidad, el fundamentalismo y el populismo sólo desaparecerán en la medida en que desarrollemos nuevas formas de integración social e identidad colectiva. En ello radica, creo yo, la actualidad de la crítica socialista. Norbert Lechner (1992)

Atualmente, existe em Chile um diagnóstico compartilhado por profissionais e acadêmicos que considera a Psicologia Social Comunitária (PSC) como uma subdisciplina em crise (Krause & Jaramillo, 1998; Alfaro, 2007; Asún & Unger, 2007; Piper, 2007; Alfaro & Zambrano, 2009; Berroeta, 2014; Wiesenfeld, 2014). Este capítulo apresenta os relatos historiográficos sobre a origens e o desenvolvimento da PSC no Chile que sustentam os diagnósticos de crise da disciplina. Uma vez expostas as versões predominantes da história e da crise atual da PSC, se problematizam aspectos metodológicos das historiografias existentes. Em contraste com estes relatos historiográficos, aqui se propõe uma hipótese de interpretação alternativa das origens e da crise atual da PSC chilena. Nossa hipótese considera: a) a origem da PSC como um fenômeno situado em meados da década de 1980 e; b) a crise atual como um momento histórico

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particular que desafia a crítica em geral, tanto nas teorias como nas práticas das ciências sociais. O capítulo conclui sugerindo que a crise da PSC chilena corresponde, em última instância, a um desafio que vai mais além dos seus limites disciplinares. Não se trataria, portanto, de uma traição aos seus princípios fundadores, mas sim do desafio mais generalizado de como exercer a crítica hoje.

O diagnóstico de crise: As dificuldades ético-normativas da atual PSC chilena Os principais elementos que denotam a existência de uma crise da PSC chilena seriam sua paulatina perda de autonomia e a crescente dependência de suas práticas da burocracia e dos requerimentos técnicos impostos pelo Estado. Simultaneamente, se observaria uma intensificação da diferenciação interna, tanto conceitual quanto metodológica, do campo subdisciplinário. Outro indício da crise é o lugar subalterno da PSC na formação universitária chilena (Olivares, Reyes, Berroeta & Winkler, 2016). Em consequência, todos os fenômenos anteriores são expressivos de uma crise, na medida em que representariam um distanciamento forçado da PSC chilena das tradições mais progressistas da disciplina (Berroeta, 2014; Wiesenfeld, 2014). Tratar-se-ia, portanto, de uma crise dos seus valores, princípios e orientações normativas e políticas, provocada pelas exigências burocráticas e técnicas dos programas sociais que promovem intervenções cada vez mais individualizantes, assistenciais e dependentes da regulamentação do Estado (Krause & Jaramillo, 1998; Alfaro, 2007; Asún & Unger, 2007; Piper, 2007; Alfaro & Zambrano, 2009). Agora bem, nos diagnósticos da crise, tal distanciamento da PSC chilena das tradições progressistas da disciplina é contrastado com o ocorrido em períodos anteriores. Nestes períodos, a PSC chilena haveria experimentado momentos de expansão e reconhecimento dos seus conceitos, metodologias e, principalmente, dos seus princípios ético-políticos. Finalmente, tal momento histórico de expansão e institucionalização, situado na década de 1990, faria parte de um processo histórico mais longo que, segundo as narrativas historiográficas existentes, se iniciou no final dos anos 60.

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Desta forma, os diagnósticos de crise atual se referem, de modos mais ou menos explícitos, a um relato histórico no qual as origens da PSC chilena se remontam aos anos 60 e início dos 70, logo passa por um momento de estagnação durante a ditadura militar de Augusto Pinochet, para retomar seu rumo no final da década de 1980, junto com a volta da democracia. Finalmente, será durante a década de 1990 que a PSC chilena alcançará reconhecimento e expansão institucional como uma subdisciplina que será incluída na formação de psicólogos(as) e, posteriormente, nas especializações de pós-graduação. A crise ocorrerá no final dos anos 90 e início de 2000, com a já mencionada perda de autonomia da PSC e sua crescente dependência das exigências e orientações técnico-instrumentais impostas pelas políticas públicas e programas sociais delas derivados. As condições da crise seriam, curiosamente, as mesmas que permitiram o reconhecimento e expansão da PSC: as novas lógicas das políticas públicas impulsadas pelos governos democráticos posteriores a 1990. Foram o desenho e a implementação das novas políticas públicas, o que permitiu a inserção de psicólogos(as) nos diferentes níveis de um crescente número de programas sociais surgidos a partir dos anos 90. Porém, os particulares enfoques assumidos pelas políticas públicas orientadas à superação da pobreza, à integração social e à saúde mental, serão também responsáveis, em parte, pela desvirtuação dos ideais e princípios da PSC chilena. A partir de estratégias de focalização dos programas sociais e da introdução paulatina de noções como habilitação, empoderamento, déficit e risco, as intervenções sociais terão como objeto os indivíduos mais que as comunidades. Esta crescente e firme tendência à individualização das intervenções sociais assume certas características. Por exemplo, a integração social é entendida, gradualmente, como diferentes níveis de adaptação dos indivíduos aos sistemas existentes. A crise atual da PSC corresponderia, em consequência, aos resultados deste processo, que força as intervenções a renunciar aos ideais e princípios normativos que deveriam orientar suas práticas. Ou seja, uma prática de intervenção cujo destinatário deveria ser as comunidades – e não os indivíduos – e que, através da participação de seus integrantes, deveria buscar a transformação social e a emancipação da própria comunidade. Como se pode observar, a crise se refere a uma PSC que tem por objeto de intervenção as comunidades, que se orienta pelos princípios normativos de emancipação, justiça e transformação social, e cujos métodos utilizados para o alcance destes objetivos requerem, necessariamente,

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a participação dos próprios integrantes das comunidades. Todas estas características são próprias da tradição da PSC latino-americana (Montero, 2011), dentro da qual se situaria a PSC chilena. A inclusão da PSC chilena nesta tradição crítica é justificada pela sua continuidade histórica com suas próprias origens, e não pela adoção, tardia e deliberada, dos princípios teóricos, metodológicos e ético-políticos da PSC latino-americana. Deste modo, é a história quem certifica estes princípios normativos como os originários da PSC chilena, respaldando os argumentos dos que lamentam o atual abandono ou flexibilização dos valores ético-políticos próprios da PSC chilena. Em suma, é a trajetória histórica da PSC chilena que, ao dar-lhe uma identidade determinada, permite incluí-la na tradição latino-americana da PSC. Este é um caso emblemático de como a historiografia – reconstrução de um passado – contribui à construção de uma identidade disciplinária no presente. Não obstante, se sabe que as reconstruções históricas não podem eludir o caráter interpretativo das suas narrativas. Neste sentido, todo relato histórico é uma interpretação de algo ocorrido no passado. Entretanto, as interpretações estão limitadas por vários fatores, entre eles, a exigência de que as reconstruções históricas guardem uma relação de verossimilitude com a realidade do passado. Neste sentido, a confiabilidade dos relatos históricos dependerá, inexoravelmente, da qualidade do trabalho do(a) historiador(a) com as fontes de informação, em particular as fontes primárias. Com relação à historiografia da PSC chilena, um aspecto problemático é, precisamente, a escassa ou nula referência e utilização de fontes primárias e, portanto, a limitação das análises historiográficas que deveriam fundamentar suas interpretações do passado da PSC no Chile.

As interpretações historiográficas predominantes sobre as origens e vicissitudes da PSC chilena As primeiras produções historiográficas sobre a PSC chilena apareceram durante o período de institucionalização e reconhecimento da PSC como uma subdisciplina ou área de especialização profissional no Chile. Esta institucionalização ocorre durante os anos 90, através da incorporação da PSC aos cursos de graduação de algumas universidades e também pelo aparecimento de programas de pós-graduação. Determinante neste processo foi a inclusão de psicólolgos(as) nas equipes dos pro-

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gramas sociais focalizados e orientados à superação da pobreza, à integração social e à saúde mental. Apesar de que os relatos historiográficos sobre a PSC chilena se publicam na primeira metade dos anos 90 (Asún, Aceituno, Alfaro, Morales y Krause, 1993; Alfaro, 1993), quase 25 anos depois a literatura sobre as origens e desenvolvimento da PSC local ainda não é extensa. Os trabalhos mais significativos escritos nestes últimos anos são uma tese de licenciatura (Asún, 2005) e um capítulo de livro (Krause, Jaramillo, Monreal, Carvacho & Torres, 2011). Em todo caso, estas últimas publicações adotaram a mesma interpretação proposta pelos autores que escreveram as versões da história da PSC chilena nos anos 90. Um aspecto interessante de observar nesta primeira produção historiográfica sobre a PSC chilena, é que seus autores não possuíam formação em história e tampouco eram historiadores(as) da psicologia ou de outras ciências humanas e sociais. Não obstante, havia um interesse comum em todos eles: estabelecer uma Psicologia Social Comunitária no Chile que, nos anos 90, estava iniciando seu processo de institucionalização e reconhecimento social. Portanto, a PSC chilena emergente nos anos 90 encontrou, nos próprios psicólogos autodenominados comunitários, seus primeiros historiadores. E foram os trabalhos destes psicólogos comunitários os que conferiram à PSC chilena uma origem e uma trajetória, construindo assim uma linha de continuidade entre o momento de institucionalização nos anos 1990 e uma origem situada no final dos anos 60. Nos trabalhos publicados entre 1990 e 2011, a PSC propriamente chilena não teria surgido dentro do campo da psicologia ou da psicologia social, mas sim a partir dos primeiros desenvolvimentos da psiquiatria social. A história da psicologia social chilena, que teve sua principal expressão acadêmica na Universidade de Chile, antes de 1962 tinha uma orientação predominantemente profissionalizante com um enfoque clínico e aplicado. Ou seja, antes de 1962 eram inexpressivas a investigação e a teorização em psicologia social no Chile. Inclusive, a própria cátedra de psicologia social era eletiva na formação em psicologia da Universidade de Chile. Foi só a partir de um projeto liderado pelo professor Carlos Descouvières que, em 1968, se institucionaliza um programa especifico de formação em psicologia social (Salas, 2013). Na Universidade Católica de Chile (UC) ocorreu um processo semelhante de institucionalização da psicologia social. Uma vez mais, foi o professor Carlos Descouvières quem introduziu a psicologia social na UC através de um ciclo de palestras sobre esta subdisciplina. Destas palestras participaram professores da UC e, em 1970, se inaugurou o Departamento de Psicologia Social cujo primeiro diretor foi o professor Julio

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Villegas (1944 – 2016). Este departamento funcionou até 1976, fundindo-se depois com o Departamento de Psicologia Básica (Salas, 2013). E, assim como ocorreu na Universidade de Chile, a psicologia social cultivada na UC estava orientada à produção de investigação e métodos de intervenção cujos objetivos eram contribuir à solução dos problemas do país. Desta forma, compartilhando os debates e tendências das ciências sociais da época, tanto no continente latino-americano como nos Estados Unidos, a emergente psicologia social chilena buscava vincular-se com os problemas do país. Era uma psicologia social que procurava aplicar as teorias e enfoques metodológicos da disciplina a certos problemas particulares do pais. Neste sentido, fenômenos a que se dedicavam as pesquisas e intervenções profissionais se relacionavam com as dinâmicas de grupos, as atitudes e os fenômenos de interação social concebidos, teoricamente, a partir dos marcos conceituais da psicologia social experimental norte-americana. Finalmente, os últimos anos da década de 60 e os primeiros da década de 70 foram testemunhas de uma rápida expansão do campo da psicologia social, tanto no Chile como em outros países da América Latina. A criação da Associação Latino-americana de Psicologia Social (ALAPSO) em 1973, deixa em evidência este processo de ampliação do campo no continente. É desnecessário dizer que a expansão de uma psicologia social comprometida com os temas e problemas do país se viu drasticamente afetada com o golpe militar de 1973. Assim, tanto na Universidade de Chile como na UC, o desenvolvimento da psicologia social foi interrompido ou redirecionado durante o período da ditadura militar, debilitando-se, de um modo extremo, sua orientação de sócio-política. Em todo caso, para as versões historiográficas predominantes, a verdadeira origem da PSC chilena não se encontra na psicologia social existente antes do golpe militar. Os fundamentos teóricos, metodológicos e ético-políticos da PSC chilena derivariam de outro campo disciplinar: a psiquiatria social e comunitária da segunda metade dos anos 60. Desta forma, os autores que estabelecem nos anos 60 o início da PSC chilena identificam sua origem na criação e implementação de dois programas de saúde mental: o Programa de Salud Mental Poblacional e o Programa de Psiquiatría Intracomunitaria. O primeiro foi liderado pelo psiquiatra Luis Weinstein (1931) e o segundo pelo também psiquiatra Juan Marconi (Valparaiso, 1924 – Villarrica, 2005). Como se pode notar, ambos programas estavam orientados ao tratamento e prevenção de problemas de saúde mental e foram concebidos e dirigidos por médicos

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psiquiatras. Em outras palavras, são programas de saúde que se desenvolveram em um contexto sócio-político receptivo às propostas de uma emergente psiquiatria social. Cabe notar que as preocupações com a saúde coletiva estavam na agenda política e social do Chile dos anos 60, e também recordar que em 1970 ganhou as eleições Salvador Allende. Como se sabe, Allende foi um médico dedicado, desde o início da sua carreira, à medicina social e publicou vários trabalhos sobre saúde pública, assumindo, já em 1940, o Ministerio de Salubridad, Previsión y Asistencia Social no governo de Pedro Aguirre Cerda. Uma das inovações dos dois programas de psiquiatria social dos anos 60 consistiu em incorporar a participação das comunidades nos processos de intervenção em problemas de saúde mental. Em particular, os membros das comunidades eram incluídos como atores naquelas ações orientadas à prevenção e ao tratamento do alcoolismo e suas consequências negativas para as famílias e as próprias comunidades como um todo. Ambos programas foram, sem dúvida, as primeiras expressões de uma incipiente psiquiatria social ou comunitária chilena. Nos dois casos, respondiam a problemas urgentes de saúde que não encontravam, na atenção formal, atendimento às demandas existentes. Apesar das diferenças conceituais e metodológicas entre os dois programas, a emergente psiquiatria social chilena defendia e aplicava princípios ético-políticos de uma centro-esquerda comprometida com a transformação das condições sociais. Nos dois casos, os integrantes das próprias comunidades eram incorporados nos processos de cura e prevenção das doenças mentais. E, para que isto ocorresse, era imprescindível o diálogo da medicina com outras disciplinas. Deste modo, com ênfases distintas, ambos programas incluíam, nas suas propostas teóricas e metodológicas, noções, teorias e métodos de trabalhos oriundos da antropologia, sociologia e do âmbito educativo. Por outra parte, também se pode afirmar que o programa liderado por Weinstein abordou temas relativos à educação sexual, ao machismo, à relação dos casais, o uso de álcool e drogas, e problemas relativos às fases críticas do desenvolvimento (Asún, 2005). A incorporação das comunidades como um ator relevante para estes programas de saúde mental não foi um fato isolado. Refletia as incipientes críticas às tradicionais formas de intervenção em saúde e educação, caracterizadas pela verticalidade e hierarquia entre os usuários e os profissionais expertos. Estas críticas também alcançaram as universidades, permitindo que as propostas de vincular os saberes e as ciências aos problemas sociais concretos do país se plasmassem na reforma universitária iniciada em 1967 e dramaticamente interrompida em 1973.

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No âmbito educativo, é inquestionável a relevância das propostas da Educação Popular, assim como os trabalhos com as comunidades de base liderados por sacerdotes sensíveis aos princípios da Teologia da Libertação. Neste sentido, os programas de psiquiatria implementados nos anos 60 são expressivos de um conjunto de ideias, sensibilidades e projetos de centro-esquerda que procuravam superar as condições de subdesenvolvimento do país. Para isto, era crucial incentivar e fortalecer a participação popular nas decisões e gestões que lhes afetavam. Finalmente, os conceitos de transformação social e emancipação dos povos estavam no centro das convicções políticas de esquerda neste momento histórico. Serão estas ideias e conceitos as que se converterão nos princípios metodológicos – participação das comunidades nas intervenções – e ético-políticos – metas das intervenções serão a transformação social e a emancipação das comunidades – da PSC latino-americana. Considerando o objeto da intervenção – a saúde mental –, os princípios normativos orientadores das ações –a transformação social –, assim como a metodologia utilizada – a participação da comunidade nos processos de cura e prevenção –, a historiografia predominante no Chile atribuiu a estes dois programas de saúde mental o ponto de origem ou fundação da PSC chilena (Asún, 2005). Desta forma, para aqueles autores que defendem esta versão da história da PSC chilena, esta última nasceu intimamente ligada a projetos políticos de esquerda, constituindo-se como uma proposta teórico-metodológica cuja identidade é única dentro do campo da PSC. Sua peculiaridade consistiria em fazer convergir aspectos da PSC estadunidense e da PSC latino-americana. A primeira, ligada às reformas norte-americanas dos sistemas de saúde, deu início naquele país às abordagens comunitárias dos problemas de saúde mental, enquanto a segunda se identificou com as diversas intervenções sociais nas comunidades cujo objetivo era a transformação social para a emancipação dos povos (Montero, 2011). Entretanto, aceitar essa característica como peculiar da identidade da PSC chilena – a combinação de aspectos de duas tradições da PSC – é problemático, na medida em que se questiona se sua origem se encontra, efetivamente, nos programas de Weinstein e Marconi situados no final dos anos 60. O que parece estar acima de qualquer suspeita, é o fato de que ambos programas de psiquiatria social e comunitária estiveram orientados pelos projetos políticos da centro-esquerda latino-americana da época. Ou seja, existem suficientes evidencias para afirmar que neles existiu uma interessante combinação de motivos políticos propriamente latino-americanos, com modelos internacionais de intervenção comunitária em saúde mental.

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Portanto, não foi casual que, com o golpe militar de 1973, a psiquiatria social e comunitária e os programas sociais e educativos, orientados pelos princípios ético-políticos de centro-esquerda, fossem interrompidos e desmantelados. E, para a historiografia existente da PSC chilena, este foi o momento a partir do qual se inicia um período em que se paralisa o sentido do desenvolvimento anterior da PSC no Chile. Por motivos óbvios, se obstaculizaram e se impediram as ações e intervenções que buscavam a transformação de situações estruturais de injustiça social e dominação. De acordo com as versões historiográficas existentes, o período ditatorial, então, deu lugar a uma PSC que tinha que adaptar-se às novas condições políticas, sociais e econômicas. E foi nestas novas condições que surgiram novos objetos de estudo e intervenção: os efeitos da modernização em setores mais pobres da sociedade e as consequências psicológicas das ações repressivas do Estado ditatorial. Assim, os estudos sociológicos da época, financiados por organismos internacionais ou por multinacionais domiciliadas no Chile, revelaram os impactos negativos das reformas neoliberais promovidas pelo governo militar. A partir desses trabalhos, surgiram novos temas e/ou sujeitos sociais: infância, gênero, sexualidade, juventude, violações dos direitos humanos etc. Mas, ao mesmo tempo, com várias reformas neoliberais já instaladas, os trabalhos das ciências sociais em geral passaram a depender do financiamento de agências internacionais. Assim, as condições de pesquisa e trabalho das ciências sociais se submeteram, cada vez mais, aos processos de negociação de cada projeto apresentado às agências e fontes de financiamento. Inicia-se, portanto, a instalação de um modelo neoliberal também para a produção científica e intelectual das ciências sociais, no qual os padrões de avaliação da pertinência, custo e resultados dos projetos estabeleceram novos critérios de produtividade e novas lógicas de gestão no campo da pesquisa. Ao mesmo tempo, liderada pela Igreja Católica, se constituiu uma resistência à ditadura militar que atuava em vários sentidos. Uma das frentes de luta foi registrar e recompilar as denúncias às violações dos direitos humanos pelo governo militar. A partir das ações empreendidas e promovidas pela Igreja, paulatinamente se tematizava no país a relação entre saúde mental e violação dos direitos humanos. Neste contexto, surgiu um novo campo de intervenção de psicólogos(as) comprometidos(as) com a luta contra a ditadura: a atenção clínica a pessoas vítimas de violação dos direitos humanos. Gestou-se, portanto, um forte vínculo entre as orientações políticas dos profissionais da psicologia e o desenvolvimento de um tipo de clínica psicológica especialmente voltada à atenção de pessoas afetadas pela violência do Estado repressor.

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Por outro lado, também a partir das iniciativas da Igreja Católica, se criaram redes de trabalhos comunitários para apoiar e alcançar alguns benefícios para uma parte significativa da população, negativamente afetada pelas consequências do novo modelo econômico neoliberal e pelas práticas repressoras do Estado. Não obstante, tais redes não consistiam em trabalhos de desenvolvimento comunitário, mas sim de intervenções para enfrentar determinados problemas sociais. A crise econômica do começo dos anos 80 e seu impacto negativo em grande parte da população deram lugar às manifestações massivas de protesto. Neste contexto, a partir da segunda metade dos anos 80, se visibilizaram, de um modo paulatino e permanente, diagnósticos críticos e propostas de soluções para as evidentes limitações e os negativos efeitos do modelo neoliberal chileno. Um conceito que aglutinou diferentes propostas geradas neste contexto, foi o de desenvolvimento local. Eram centrais nestas propostas a participação das comunidades nas intervenções orientadas a resolver problemas sociais, e a recomposição das relações sociais danificadas pela fragmentação provocada pelo modelo neoliberal implementado por uma ditadura militar feroz. Nos trabalhos com as comunidades locais, psicólogos(as) participaram como atores envolvidos nas diversas atividades nelas realizadas, mas não está claro em que ocasiões a participação de psicólogos(as) ocorria na sua qualidade de profissional da psicologia, que atuava como especialista em temas relativos ao âmbito psicológico. Por outro lado, também de um modo paulatino, na década de 80 se retomaram iniciativas ligadas à medicina social. Neste sentido, foram criados programas de educação sexual, de higiene e de outras problemáticas de saúde que implicavam o trabalho direto dos profissionais com as comunidades. De acordo com referencias posteriores (Roble & Navarrete, 1989; Morales 1992; Illanes, 1993), nestes programas de saúde os(as) psicólogos(as) participavam como especialistas em clínica psicológica, e também como profissionais particularmente capazes de levar a cabo processos grupais de reflexão e educação. Porém, em nenhum caso estes profissionais eram denominados psicólogos comunitários nem tampouco existia uma Psicologia Social Comunitária formalmente institucionalizada como subdisciplina ou especialização da psicologia. O que estava claro era a existência de profissionais da psicologia que elegiam trabalhar com comunidades pobres. Neste sentido, eram profissionais que, a partir de práticas e enfoques teóricos diferentes, compartilhavam uma posição crítica tanto ao regime político como a uma psicologia que desconhecia os fenômenos ligados às situações de pobre-

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za, injustiça social e deterioração das relações sociais. É possível aventurar aqui a hipótese de que a atuação destes profissionais durante a década de 80 marcou o início da psicologia crítica no Chile. Não obstante, para afirmar que se tratava de uma PSC chilena emergente, se requer mais e melhores pesquisas historiográficas sobre este período. As décadas seguintes, com o retorno da democracia e os primeiros governos da aliança de partidos criada em 1988, a Concertación de Partidos por la Democracia, representaram, sem dúvida alguma, o período histórico de surgimento institucional da PSC chilena. Para estas décadas, existem evidências do processo de emergência da PSC no Chile no interior de um campo mais vasto de pesquisa e intervenção: o campo psicossocial. Dentro deste, destacam-se como evidências da emergência e institucionalização da PSC chilena: a criação de cursos de PSC ditados na graduação e de programas de pós-graduação em PSC, a publicação de textos sobre a história da PSC chilena, o aparecimento de uma identidade profissional que se autorreconhecia como psicólogo(a) comunitário, a incorporação de psicólogos(as) em equipes de trabalho dos programas sociais financiados pelo Estado, e a realização de encontros acadêmicos sobre a PSC. A volta à democracia não significou, porém, a transformação do modelo econômico herdado da ditadura militar. Em muitos sentidos ocorreu o contrário, ou seja, uma intensificação de certos aspectos do mesmo modelo ou da mesma fórmula de modernização do país. Ao mesmo tempo, as prioridades dos partidos da Concertación eram garantir a estabilidade democrática e impedir um eventual retorno dos militares ao poder. É o chamado período de transição democrática, no qual se buscou estabelecer consensos e evitar disputas e controvérsias que colocassem em risco a unidade política dos partidos de centro-esquerda da aliança governante. Em todo caso, as estratégias modernizadoras dos governos da Concertación incluíram na sua agenda social e política a necessidade de integrar a variável equidade na equação do crescimento econômico. Não obstante, durante os anos 90 e início do novo século, os governos da Concertación entenderam a equidade com um enfoque que defendia a abertura e a inclusão do Chile nos mercados globais como a via para sua modernização e, consequentemente, para a diminuição da desigualdade social. Neste projeto de modernização, a inclusão social se transformou em um objetivo central, pois a meta era alcançar uma sociedade moderna e integrada. A modernização do país necessitava da participação de todos, portanto havia que integrar e incluir aqueles setores da população que não participavam dos benefícios do crescimento econômico, resultante da abertura dos mercados chilenos. Esta responsabilidade foi assumida pelo Estado democrático.

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Neste contexto político – no qual os governos concertacionistas impulsionaram um modelo modernizador que declarava a necessidade de compatibilizar crescimento econômico com integração social –apareceram as políticas e programas sociais que permitiram a emergência e consolidação institucional da PSC chilena. Deste modo, a partir dos anos 90, se criaram numerosos programas e centros de intervenção comunitária nos quais se inseriram psicólogos(as) enquanto profissionais habilitados para realizar intervenções psicológicas nas comunidades. Estes programas eram financiados pelos Ministérios, os Governos Municipais e os Centros Públicos de Saúde, e também por diferentes ONGs, fundações e instituições eclesiásticas (Krause, 1997). Somente na cidade de Santiago, entre 1994 e 1995, existiam 94 programas e centros nos quais se realizavam intervenções psicológico-comunitárias, entendendo-se por psicológico a ação declarada de melhorar ou bem-estar psicológico das pessoas (Krause, 1997). Como se pode observar, nos programas e centros dos anos 90, onde se realizavam intervenções comunitárias, a dimensão psicológica aparece tematizada, ainda que fosse com um termo tão amplo como o de bem-estar psicológico. Não obstante, para os(as) autores(as) que defendem uma história mais longa para a PSC chilena, cujos inícios se situam na década de 60, os anos 90 serão o início do período de crise. Ou seja, o começo de um tempo no qual os princípios teóricos, metodológicos e ético-políticos da PSC chilena se desvirtuarão, inaugurando uma crise que parece perdurar até os dias atuais.

Dois desafios metodológicos para as versões historiográficas predominantes da PSC chilena: a construção do objeto e o trabalho com fontes primárias Por que situar a origem da PSC chilena nos programas de saúde mental liderados pelos psiquiatras Luis Weinstein e Juan Marconi? Estes programas contemplavam em seus fundamentos conceituais e em suas propostas metodológicas, algum elemento disciplinar oriundo da psicologia ou da psicologia social? Existiam psicólogos(as) trabalhando nestes programas? E, se assim ocorreu, qual era seu estatuto? Eram reconhecidos por sua especialização profissional em temas psicológicos, que lhes conferia alguma autoridade como especialistas? Ou participaram mais como militantes políticos que como psicólogos(as) profissionais? Responder a estas questões é imprescindível para uma história da PSC chile-

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na que não tenha medo de problematizar os relatos historiográficos já estabelecidos. Uma problematização deste tipo deveria, pelo menos, contrastar as versões que situam os anos 60 como o momento de origem da PSC chilena. Entretanto, para sustentar aquele conjunto de perguntas e orientar a busca de respostas, um trabalho historiográfico rigoroso deve explicitar, como mínimo, o enfoque teórico com o qual vai operar. Esta definição teórica é importante para a construção do seu objeto de pesquisa histórica, já que a PSC não é um fenômeno natural. Neste sentido, é central esclarecer, em cada caso, o que se entenderá por PSC: uma disciplina, uma atividade profissional, um conjunto de ideias etc. Ao mesmo tempo, as construções do objeto não são arbitrárias e devem estar justificadas. Dito em outros termos, para afirmar a existência de um objeto – a PSC – nos primeiros programas comunitários de psiquiatria social, se requer aclarar e justificar o que se está considerando como PSC e porque esta seria uma definição pertinente e válida para a pesquisa histórica de um saber como a psicologia. Um breve exercício, utilizando o enfoque historiográfico da sociologia do conhecimento, permite entender melhor esta exigência de explicitar definições e posições epistemológicas relativas ao objeto, neste caso, a PSC chilena. A partir do enfoque sociológico crítico, pode-se considerar a institucionalização e o reconhecimento social da PSC chilena como os acontecimentos históricos que marcaram o seu nascimento. Para isto, haveria também que mostrar, com evidências, que tal processo de institucionalização e reconhecimento social correspondeu à emergência de certos problemas na disciplina psicológica que estavam relacionados, de algum modo, com determinadas problemáticas sociais (Danziger, 1990). Desta forma, para este enfoque teórico crítico, considerar os inícios da PSC chilena nos anos 60 corresponderia a um mito de origem que permitiu, nos anos 90, construir e legitimar uma identidade própria para uma emergente PSC autônoma. Esta dificuldade teórico-epistemológica –construir com claridade um objeto de pesquisa histórica, neste caso, a PSC chilena –se nota, por exemplo, quando são aplicados termos pouco precisos para referir-se à PSC chilena. É o que se observa com o emprego da noção de intervenção psicológico-comunitária como a prática por excelência da PSC (Krause, 1997). É inegável a existência de práticas de intervenção comunitária no Chile dos anos 60, como as que se realizaram nos programas de psiquiatria social de Marconi e de Weinstein. Porém, na medida em que não se conceitualiza devidamente o psicológico da intervenção comunitá-

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ria, o problema persiste. Portanto, se justifica chamar intervenção psicológico-comunitária as ações empreendidas nas comunidades por diferentes profissionais durante os anos 60, 70 e 80? Qual seria o componente propriamente psicológico destas intervenções? Para responder a estas questões, haveria que resistir ao presentismo evitando a tentação de nomear, como conceitos psicológicos, aquelas noções do senso comum utilizadas, em cada época, para referir-se às experiências subjetivas. Consequentemente, uma indagação rigorosa sobre a origem e a história da PSC chilena, requer a utilização de enfoques teóricos e metodológicos mais sofisticados e especializados que os até agora empregados para a reconstrução do passado e da trajetória da PSC chilena (Macchioli, García, Benítez, Briolotti, Cardaci & Molinari, 2017). Neste sentido, também são imprescindíveis a busca e a análise de novas fontes de informação, já que os relatos que estabelecem a origem da PSC chilena nos anos 60 empregam evidências insuficientemente fundadas em fontes primárias. Reconhecendo este aspecto problemático da historiografia da PSC chilena, Norabuena (2016) analisou as fontes primárias disponíveis sobre o programa liderado por Marconi. Em La psiquiatría intracomunitaria, la psicología y el contexto local en su desarrollo, 1968 – 1973: trazos para una história de la psicología comunitaria en Chile, o autor resgata vários documentos científicos e acadêmicos originais do programa de Marconi. Norabuena revisou um número significativo de documentos escritos pelo próprio Marconi, em diferentes momentos do processo de implementação e desenvolvimento do seu programa entre 1968 e 1973. A partir da interpretação destes documentos e outros relativos ao mesmo programa, o autor não encontrou evidência suficiente que permita afirmar a participação da psicologia e/ou de psicólogos(as) neste programa de saúde mental. Em todo caso, o estudo de Norabuena fornece dados relevantes que contribuem para visibilizar a presença de psicólogos(as) no programa de psiquiatria intracomunitária dirigido por Marconi. Nos documentos revisados, foram encontrados: uma citação a uma tese de psicologia de María Teresa Dobert, Sonia Jara, Alfonso Mazzarelli e Edmundo Vado; evidências da incorporação das psicólogas Susana Ifland e Gabriela Daniels aos grupos de trabalho do programa de neurose e estimulação precoce, e da participação da psicóloga Heliette Saint-Jean na formação de estudantes em saúde mental e em técnicas metodológicas de pesquisa (Norabuena, 2016. Winkler, 2007). Apesar de fornecer estas informações, baseadas agora na análise de fontes primárias, as conclusões do autor não

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são alentadoras para justificar os anos 60 como o momento de origem da PSC chilena: Con seguridad, entonces, es posible afirmar que se produjo una relación entre el programa intracomunitário y psicólogos y psicólogas, entre 1968 y 1973. Sabemos menos, en cambio, acerca de las características de ese encuentro. Por lo pronto, (...) se concluye que la vinculación se produce, conceptualmente, a partir de la psicología social más clásica, con énfasis en el trabajo sobre actitudes y conductas. El lugar de psicólogos y psicólogas allí, ¿en qué momento se transforma o deriva en psicología comunitaria? [...] Si hubo relación entre el programa intracomunitario y la psicología, ¿cómo fue en la psicologia (por los psicólogos y psicólogas, por la academia y sus instituciones)?¿Cómo se difundió el programa y como llegó a las aulas de la escuela de psicología en la Universidad de Chile?¿Cuál fue la participación y posible influencia de la psicologia en el programa? (Norabuena, 2016, 255-256).

São indiscutíveis as influências que, na PSC chilena dos anos 90, exerceram os valores, conceitos e propostas da psiquiatria social e da educação popular, da PSC latino-americana e das perspectivas críticas da Psicologia Social. Porém, este campo de influências não permite afirmar que a origem da PSC chilena – esta PSC que se constitui de fato como uma sub-disciplina e uma especialização profissional autônoma nos anos 90 –, se situa no final da década de 1960. São compreensíveis os motivos que podem haver impulsado a psicólogos(as) dos anos 90 a atribuir a origem a PSC chilena a um período histórico identificado com um projeto de mundo violentamente interrompido em 1973. Tratava-se de uma visão de mundo cujos ideais de transformação e justiça social foram severamente reprimidos na ditadura militar, e que continuam sendo reiteradamente hostilizados pelos atuais modelos neoliberais. Neste sentido, não há dúvida que legitimar-se continua sendo um desafio permanente da crítica. Porém, esta tarefa não é exclusiva da PSC mas, sim, de todas as ciências sociais comprometidas com a transformação e a justiça social. Esta é uma crise, portanto, compartilhada. Porém, nem tudo são más notícias. A volta da democracia, a ampliação do sistema universitário a partir de 1980, o aumento do número de acadêmicos com doutorado e das pesquisas em psicologia e em campos afins, o desenvolvimento das áreas de pesquisa e intervenção psicossociais, a revitalização teórica de outros campos disciplinares

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comprometidos com a intervenção social, como é o caso do serviço social, todos estes elementos indicam que a crítica não está em retirada, ao contrário, se expandiu para outros âmbitos da psicologia chilena em seus diálogos interdisciplinares. À diferença dos anos 90, nos quais uma psicologia de direção mais crítica era incipiente, hoje a crítica está presente em diversas propostas da psicologia chilena: nas intervenções e pesquisas clínicas inovadoras, nas reconstruções teóricas e históricas que desnaturalizam as categorias e conceitos psicológicos, nos trabalhos de psicólogos(as) sóciocomunitários que alcançam graus de autonomia suficientes para implementar pequenas transformações nas comunidades etc. Em suma, apesar das dificuldades e resistências, hoje a crítica está claramente viva em diversas produções e intervenções da psicologia chilena. Sem dúvida, é uma crítica que se enfrenta a novos desafios, incluindo o de encontrar modos de enfrentar-se a um capitalismo que se apropria da crítica como combustível para a acumulação do capital (Boltanski & Chiapelli, 2002). Por esta razão, uma crítica hoje necessita travestir-se para atuar, como tão lucidamente propõe Teresa Matus: [...] si el capitalismo captura a la crítica y la transforma en su propro rostro, la crítica tiene que asumir travestidamente los rostros del capitalismo para poder impactarlo sorpresivamente, indirectamente, explosivamente. Sin embargo, ello exige renunciar a la constatación abierta de la crítica, a mostrar todos sus caminos, a ser reconocida públicamente, a pavonearse como crítica. Asimismo, ese giro reclama de una nueva lógica, de una crítica que conozca sus límites y que sepa llegar hasta ellos, mirar su propio abismo y configurarse desde él. (Matus, 2017, 98-99).

Para finalizar, cabe notar que, a pesar da expansão do pensamento crítico no interior da disciplina, não existem relatos historiográficos que reconstruam, explicitamente, as expressões da crítica no passado da psicologia chilena. Neste sentido, as atuais versões da história da PSC são uma valiosa contribuição, constituindo-se em fontes de informações relevantes para quem assume o desafio de pesquisar as trajetórias da crítica, no transcurso histórico da psicologia no Chile. Esta é uma história ainda pendente que merece, sem dúvida, ser contada.

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4 Psicología social en Colombia: Una mirada descriptiva de un proceso en devenir Alvaro Díaz Gómez

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Sobre la historia de la psicología en Colombia

El devenir de la psicología social en Colombia está relacionado con su desarrollo como disciplina y profesión. Sobre ésta, hay documentación que, si bien se puede seguir ampliando, en lo existente, muestra algunas de las maneras como se ha expresado. Así, se encuentra registrado cómo, el primer programa de psicología que se ofertó fue el de la Universidad Nacional de Colombia en el año 1948 desde el Instituto de Psicología Aplicada, resultante del trabajo que desde 1939 realizaba Mercedes Rodrigo desde la sección de psicotécnica en el Laboratorio de Fisiología de la Facultad de Medicina de la misma Universidad, así como los cursos de psiquiatría y psicoanálisis que se ofertaban desde esta misma facultad (Villar, 1965; Peña, 1993) al momento existen en el país 135 programas aprobados por el Ministerio de Educación Nacional. La manera como se despliega esta disciplina se encuentra en Ardila (1973; 1986; 1993; 2000) quien es de los psicólogos que más se ha preocupado por documentar y escribir sobre la historia de la psicología en Colombia. Sin embargo, este interés se ha ampliado y se expresa en la creación de la RED de Estudios Históricos y Sociales de la Psicología, auspiciado por la Asociación Colombiana de Facultades de Psicología (ASCOFAPSI) así como el campo disciplinar y Profesionales de Epistemología e Historia de la Psicología que promueve el Colegio Colombiano de psicólogos (COLPSIC)

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Además, por fuera -y como complemento- de estos escenarios aparecen nuevas voces que de manera crítica discuten un desarrollo histórico, lineal y progresista de la disciplina en el país, proponiendo cierta mirada decolonial y genealógica desde la que se asumen otras formas de hacer historia de la psicología. No de forma canónica, ni fundacional, sino de procesualidad en devenir (Jaraba, 2012, 2014; Gallo, 2015, 2016)

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Huellas a seguir en la andadura de la psicología social en Colombia

La psicología social es un área de reconocida relevancia en las universidades colombianas, aunque de manera aparentemente contradictoria, no tenga visibilidad. Sin embargo, nos dice Ardila (1984) al ver la estructura organizativa de la Federación Colombina de Psicología (existente en ese entonces) se presentan 6 divisiones, una de las cuales, es la de psicología social y donde más deciden realizar el ejercicio profesional es en “la psicología educacional, la psicología clínica y la psicología social, en ese orden” (pg. 58) lo que evidencia el interés de los psicólogos por esta área. En esta perspectiva y reconociendo los avances que en publicaciones - lo que se supone que es expresión de desarrollos investigativos- Gutiérrez, (1993) reporta que de 371 trabajos revisados hasta 1989, el 10.51% corresponde a psicología social. López (1993) difiere de este dato y plantea “la investigación en psicología social representa un 15.67% del total” revisado en su investigación, con una característica: se centra en un solo autor: Gerardo Marín. En términos de diseños nos plantea: el 58.62% son no-experimentales; el 20.68% experimentales; el 17.24% experimentales y el 3.44% experimentales. Estos datos permiten inferir la poca investigación básica que se desarrolla y por ello la crítica que asume Gutiérrez (1993) respecto de que se privilegie la investigación en psicología social, psicología comunitaria y psicología educativa, bajo el supuesto que solucionan problemas sociales, pues – según él- no se diferencia aquí, entre problema de conocimiento y problema social. Iniciando el siglo XXI estos datos se actualizan así “las dos áreas en las que más se ha trabajado (a juzgar por el número de investigaciones publicadas), son las siguientes: 1.- Psicología social. 2.Análisis experimental del comportamiento… los psicólogos trabajan ante

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todo en las siguientes áreas de aplicación: 1.- Psicología clínica: 42% de los profesionales. 2.- Psicología educativa: 20.6%. 3.- Psicología industrial/organizacional: 16.6%. 4.- Psicología social aplicada: 5.3%” Ardila (2.000. Pg. 217) Una perspectiva menos optimista la plantea Cruz (1993) quien asume que la psicología social en Colombia tuvo una época dorada en la década del 70, pero que la crisis de relevancia característica del área a nivel general, tuvo su expresión en nuestro país – aunque eventualmente puede ser válido para otros contextos- con los siguientes aspectos que la fueron invisibilizando: la migración de quienes se identificaban como psicólogos sociales hacia la psicología comunitaria; la incidencia de alternativas pragmáticas sobre procesos conceptuales provenientes sobre todo de la sociología, el reducido número de egresados que se dedicaran a la docencia universitaria y con ello a la formación de nuevas generaciones; la ausencia de postgrados que ayudaran en la consolidación de una comunidad académica, la disminución de horas de clase para la asignatura de psicología social en la mayoría de universidades; la falta de agremiaciones y con ello la realización de congresos que ayuden en el intercambio de ideas y fortalezcan tendencias en el ejercicio de esta área de la psicología. Aún con este pesimismo, es interesante el capítulo que se está referenciando pues se hace un recorrido pertinente por el desarrollo histórico de la psicología social, hasta la década del 80. ¿Qué significa esto? Que, desde la década del 60 del siglo pasado, la psicología social se encuentra incorporada a los planes de estudio con denominaciones como psicología social I, psicología social II, psicología social básica, psicología social aplicada, psicología social psicológica, psicología social sociológica. Si se asume en amplitud lo que puede ser la psicología social o maneras como se expresa, se encuentran cursos de psicología social-comunitaria, o de psicología comunitaria. Sin embargo, y reconociendo que existen particularidades entre estas dos denominaciones, en el presente escrito se hará énfasis a lo que se denomina psicología social. 2.1

Hitos a tener en cuenta para darles sentido y superar esta descripción

Como eventos significativos del desarrollo de la psicología en Colombia, planteado por Giraldo y Rodríguez (2000) se retoman de manera específica los siguientes dos aspectos relacionados con la psicología social en Colombia, así:

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En el mes de agosto de 1973, se desarrolló un encuentro latinoamericano de psicología social, con la presencia de Miguel Salas y Gerardo Marín de parte de Colombia, con ellos estuvieron los que ahora se denominan algunos de los pioneros de la psicología social latinoamericana como José Miguel Salazar y Aroldo Rodrigues. Dos años después se publica el libro de Marín (1975) que tendrá influencia en cuanto se torna libro de texto en varias universidades. Además de lo anterior, no dejan de ser significativos los siguientes acontecimientos: 1. La manera cómo surge el programa de psicología de la Universidad de los Andes (Giraldo, 1993) donde a finales de la década de 1960 se impulsaron labores académicas en el área específica de la psicología social. Los que se transformaron en el programa de psicología profesional orientado, entre otros, por Rubén Ardila y Miguel Salas. 2. La Universidad Nacional de Colombia, inicia el desarrollo de la psicología social en 1967 con la presencia de los profesores Florence Thomas y Marcel Zimmerman, más cercanamente – desde la década del 90- con Juan Guerrero y Edgar Aguirre (Díaz, 2002) Desde allí publicaron cuatro números (2.000; 2002; 2004; 2006) de lo que denominaron libros/revista con la pretensión de una periodicidad anual y una sección dedicada a la psicología social. En el primero, se encuentra el texto de Barrero (2.000) quien hace una breve referencia al desarrollo de la psicología social en Colombia, resaltando como “la psicología social en Colombia no surge porque simplemente aparece un nuevo objeto de investigación sino porque hay un desarrollo histórico que determina nuevas necesidades para los individuos y la sociedad” (pg. 207). Los otros temas desarrollados son pautas de crianza, resiliencia, representaciones sociales 3. Para 1972, la Universidad del Norte, propuso un programa en psicología industrial (Giraldo, 1993) que no fue aceptado por el ICFES (encargado en ese entonces, de dar la licencia de funcionamiento) por lo que en su reestructuración asumió cuatro áreas, una de ellas, la social que la ha caracterizado como énfasis de reflexión. 4. La conversión en el año 1976 del programa de licenciados en consejería psicológica que ofrecía la Universidad del

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Valle, a programa de psicología En su propuesta de cambio se planteó que se denominara psicología comunitaria, pero esta no fue aceptada por el ICFES, dada la inespecificidad con que en ese momento contaba. Aún con la denominación de psicología, el programa se destaca por el trabajo desarrollado en “psicología comunitaria, bajo la dirección del psicólogo Calos Arango” (Giraldo, 1993, pg. 93) 5. En el año 1984, en la universidad INCCA, de la ciudad de Bogotá, se crea el área de psicología social comunitaria, siendo la primera en el país que se encuentra, oficialmente, formando parte del currículo de formación de psicólogos. Sus dos primeros coordinadores fueron Carlos Arturo Carvajal (1982- 1986) y Alvaro Díaz Gómez (1986- 1991). Desde allí se da origen a esta área de la psicología en Colombia y se desarrollan el primer y segundo encuentro nacional de psicología comunitaria, contando éste con la presencia de Maritza Montero. Ella es una destacada psicóloga venezolana, reconocida por ser pionera de la psicología comunitaria (Montero, 2003, 2004) Montero & Serrano (2011) así como de la psicología política y la psicología social de la liberación, lo que ha permitido que permee la perspectiva de la psicología social colombiana y sus expresiones. Lo anterior, dada la circulación de su obra académica y su presencia en diferentes escenarios universitarios. La última oportunidad en que estuvo en Colombia – hasta el momento- fue en la Universidad Pontificia Bolivariana, donde se le ofreció un homenaje a su vida y obra académica (https://www.youtube.com/results? search_query=homenaje+a+Maritza+montero) 6. La creación en 1985 del Departamento de Psicología Social en la Pontificia Universidad Javeriana, que servirá como lugar académico para la creación (1987) de la primera maestría en psicología comunitaria, que se ha ofertado en Colombia. Esta contó con un enfoque crítico y la influencia de Ignacio Martín Baró, quien asesoró su formulación y fue profesor en algunos semestres con su perspectiva de psicología social de la liberación. Esta propuesta formativa fue coordinada por el sacerdote jesuita Marco Tulio Gutiérrez y la psicóloga Ángela María Estrada. 7. La oferta en 1995 del pregrado en psicología social comunitaria desarrollada por más de diez años en la

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Alvaro Díaz Gómez

modalidad a distancia por la Universidad abierta y a Distancia UNAD, pero que por normativas del orden nacional, desde el 2014, se ofrece desde el genérico de psicología. Sin embargo, mantiene su impronta de formar desde la perspectiva de una psicología social latinoamericana y crítica, así se lee en su propuesta: “El programa recoge los fundamentos epistemológicos y teóricos de la psicología clásica, así como los desarrollos contemporáneos de las epistemologías latinoamericanas y de la psicología crítica”. Desde el año 2015 ofrece en la modalidad a distancia la maestría en psicología comunitaria. 8. La propuesta de pregrado en psicología social, que en su comienzo y por dos años ofreció la Universidad Externado de Colombia, pero que, por la normatividad vigente desde el Ministerio de Educación Nacional, cambio de denominación para ser presentado como programa profesional en psicología. 9. La investigación que sobre el estado del arte de la psicología social en Colombia para el período 1970-2004 realizó Faber Álzate y Luz Marina Arango siendo publicado en formato de libro en 2008. Este texto recoge de manera rigurosa, exhaustiva y a profundidad la producción académica a la que tuvieron acceso como investigadores “el material a consignar se limitó a libros, revistas y documentos de páginas web que fueran de producción nacional. Los trabajos de pregrado para optar a título de psicólogo y eventos como seminarios y congresos, realizados en otras ciudades, fueron excluidos por la extensión del material y por la imposibilidad de dar cuenta de ellos en este trabajo.” (pg. 39) Como lo plantea Molina (2008) en el prólogo a esta obra, se recopilaron más de cien investigaciones, propuestas teóricas y de intervención, reconociendo con sesenta y seis investigaciones inventariadas para el lustro 2000-2004 el movimiento que ha tenido esta área de la psicología en el país. 2.1.1

Normatización y formalización de la psicología en la década del 2000 y su efecto sobre la psicología social

Para la década del 2000, se presenta un escenario de normatización y formalización de la profesión con lo que se incide sobre la psicología social , así se encuentra que en el Decreto 1527 de 2002

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mediante el cual se establecen los estándares de calidad de los programas de psicología y se proponen entre otros, como componentes curriculares básicos que deben tener todos los programas ofrecidos en el país: historia de la psicología, su epistemología y sus modelos teóricos y metodológicos; bases socioculturales del comportamiento, y problemas fundamentales de la psicología social. Por su parte la formación profesional se debe realizar desde cinco componentes, Clínico y de la salud, Educativo, Organizacional, Jurídico y social, donde “Se espera que los egresados del programa cuenten con la fundamentación conceptual (conocimientos) y las habilidades metodológicas y estratégicas que les permitan describir y dimensionar los comportamientos e interacciones de los individuos, los grupos y las organizaciones, principalmente en cuanto a: - Las representaciones sociales - Los procesos de organización y comunicación - El desempeño de roles o papeles diferenciales( por género, clases, etnias, etc.) - Los procesos de cooperación, solución de problemas y prevención de conflictos - La autogestión grupal y comunitaria - El mejoramiento de la calidad de la vida - Los procesos de investigación social - El diseño y gestión de programas de intervención - La construcción de instrumentos para la evaluación social” (ICFES, 2009) Esto ha llevado a que, en las pruebas de Estado de calidad de la educación superior, conocidas desde el año 2003 hasta el año 2009 como pruebas ECAE (examen de calidad de la educación superior, decreto 1781 de 2003) y desde entonces hasta ahora- 2018- como pruebas saber PRO (aplicada de manera obligatoria a todos los estudiantes que se encuentran próximos a graduarse) se incorporen bloques de preguntas sobre ésta área. 2.1.2

Algunos congresos y seminarios realizado en la década 2008-2018

Para el año 2008, la Universidad Cooperativa de Colombia, en la ciudad de Popayán, realiza el Primer Encuentro Nacional de Investigadores de Sicología Social y Comunitaria, cuyo énfasis, reseñado en el periódico El Tiempo, fue analizar las “problemáticas culturales, sociales y políticas del país, específicamente en temas relacionados con violencia política, violencia de género, maltrato infantil, vinculación de menores a grupos armados ilegales, desmovilización de grupos armados ilegales, reinserción, desplazamiento, resolución de conflictos, consolidación de la democracia” entre los conferencistas estuvieron

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Alvaro Díaz Gómez, María Elvia Domínguez, Carmen Lucia Díaz Leguizamón, Carlos Arango Calad, Ángela María Estrada Mesa, Rosa Suárez Prieto, Nelly Ayala, Elizabeth Ojeda y Nelson Molina Valencia El 17 de mayo de 2013 se realizó en la Universidad de Pamplona (Norte de Santander) el primer conversatorio en psicología social. El objetivo de este conversatorio era generar un espacio de reflexión sobre la psicología social a partir de dos procesos de investigación, sus temáticas y sus metodologías. Esta actividad es liderada por el grupo de estudio en psicología social (GEPS) interesado en profundizar los conocimientos de la psicología social y su aplicación al contexto local, regional y nacional a partir de dos criterios: desarrollar los postulados teóricos que han fundamentado las tendencias de pensamiento en la psicología social; y analizar los problemas psicosociales que se encuentran en el contexto. La Universidad Abierta y a Distancia (UNAD) realiza en octubre de 2013 un simposio sobre psicología social- comunitaria cuyo objetivo fue “Reflexionar acerca del compromiso ético-político en el ejercicio de la psicología social y ciencias afines frente a los fenómenos sociales y políticos, con el propósito de diseñar estrategias de investigación que contribuyan a la reconstrucción del tejido social humano.” Discurriendo el primer día sobre la psicología social para el postconflicto: una mirada ético-política” donde se destaca la participación de Wilson López López Desde la facultad de psicología de la Universidad Konrad Lorenz, en Bogotá, se realiza en el 2015 lo que denominan primer encuentro de psicología social, teniendo como conferencistas, entre otros a Juan Pablo Aranguren y Nayibe Barreto quienes abordaron los objetivos propuestos para el encuentro, a saber, reflexionar sobre la complejidad del proceso de conflicto interno armado que de manera aguda se vivía en ese momento en Colombia y de los escenarios de postconflicto que se empezaban a delinear. En octubre del 2015, la Universidad del Sinú, realiza el seminario internacional en Psicología Social, titulado “Retos para la construcción de paz de cara al postconflicto”, con el cual se pretendía analizar el proceso de conflicto interno armado que se vivía y sus posible abordajes en el postconflicto. Entre los expositores están: der Flórez y Víctor Negrete Barrera, Sandra Berrío y Alejandro Nova. En Octubre de 2017, se realiza en la Universidad Tecnológica de Bolívar, el Seminario Psicología Social: Claves para la reparación y la reconciliación, con la participación de Nelson Molina y Wilson López.

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Se crea la especialización en psicología social aplicada y la maestría en psicología social de la Pontificia Universidad Bolivariana (Medellín) dirigida por Ángela Esmeralda Hincapié y Milton Morales con una tendencia construccionista. Desde estas instancias académicas han desarrollado a la manera de un proceso de proyección social y académica que sirva de vehículo de diálogo con la sociedad lo que denominan Seminario Internacional de Psicología Social, que llegó en el 2017 a su X versión. Una cronología de los mismos permite el siguiente referente No. del seminario I Seminario Internacional de Psicología Social: II Seminario Internacional de Psicología Social: III Seminario Internacional de Psicología Social: IV Seminario Internacional de Psicología Social: V Seminario Internacional de Psicología Social: VI Seminario Internacional de Psicología Social. Con el apoyo de la Universidad Cooperativa de Colombia, sede Medellín. VII Seminario Internacional de Psicología Social. Con el apoyo de la Universidad Cooperativa de Colombia, sede Medellín. Y la Universidad Luis Amigó, sede Medellín. VIII Seminario Internacional de Psicología Social:

Tema Intervención Psicosocial de los problemas sociales. Perspectivas críticas. Cambio Social. Aportes de La Psicología Comunitaria y La Psicología Política

Año 2008

2009

Subjetividad y Memoria

2010

Desarrollo, Educación y Trabajo

2011

Afectividad y educación

2012

Psicología política: problemas, desarrollos e investigaciones

2013

Transformaciones del trabajo y riesgos psicosociales laborales en un mundo en cambio

2014

La justicia de la memoria

2015

70 No. del seminario IX Seminario Internacional de Psicología Social. Con el apoyo de la Universidad Cooperativa de Colombia, sede Medellín X Seminario Internacional de Psicología Social. Con el apoyo de la Universidad Cooperativa de Colombia, sede Medellín

Alvaro Díaz Gómez Tema

Año

Desarrollos contemporáneos de la psicología social: discursos, construcciones y afectividad

2016

Debates y desarrollos contemporáneos de la psicología social crítica.

2017

Los documentos y ponencias presentadas en estos seminarios se han publicado en libros que dan cuenta de las maneras como se asume y ejerce la psicología social en nuestro país, así encontramos el texto de Hincapié (Compiladora, 2010) donde siete de sus autores son colombianos, dos argentinos tres venezolanos y uno puertorriqueño. Allí se presentan reflexiones sobre la praxis comunitaria, la participación comunitaria, los procesos de racionalidad y construcción de ciudadanía, la convivencia comunitaria, la violencia y la acción comunitaria, investigación participativa e investigación dialógica, psicología social del autoritarismo, psicología clínica comunitaria. Un segundo texto es el de Hincapié y Morales (compiladores, 2012) quienes recogen las reflexiones de nueve psicólogos colombianos, dos argentinos, uno cubano y uno español quienes despliegan sus argumentos respecto de: el azar en la vida humana desde un enfoque psicosocial, globalización y solidaridad, prácticas de saber, sentido común; sujeto, subjetividad, capitalismo cognitivo, autobiografía y subjetividad política; psicología política y memoria, teorías críticas, educación y psicología, conducta agresiva en el caso del acoso escolar, y aprendizaje cooperativo. Por último, el libro compilado por Hincapié, Carrasco & Martínez (2013) donde se discurre sobre complejidad y creatividad; afectividad, sus formas y sentidos; formación; educación emancipadora, sentimientos y acción política; Cuerpo, corporeidad; exilio, conflicto armado y representaciones sociales, el miedo y el ejercicio de liderazgo, la música y los afectos .

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3

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Dos formas Organizativas de la psicología en Colombia

Al momento -2018- se cuenta con dos organizaciones gremiales, que aglutinan la mayoría de psicólogos del país, quienes ejercen desde las diferentes, reconocidas y tradicionales áreas de la psicología. Así: 3.1- Asociación Colombiana de Facultades de Psicología (ASCOFAPSI) Inicia su proceso de creación en la década del 80 y se protocoliza en 1986. Es “una entidad de carácter académico de derecho privado y sin ánimo de lucro; cuya misión es velar por el mejoramiento de la formación universitaria del psicólogo en Colombia, con la colaboración permanente de sus miembros, para contribuir al desarrollo científico, profesional, ético y social de la psicología” (2018). Asume desde el año 2005 como resultado del primer encuentro de investigadores en psicología realizado en la Universidad del Valle como forma administrativa y de vínculo con sus integrantes -quienes son investigadores de los diferentes programas de psicología adscritos a ellala de REDES de investigación, siendo una de ellas la de psicología social y crítica, así: Estudios Históricos y Sociales de la Psicología, Grupo de Postgrados, Laboratorios de Psicología, Procesos Psicológicos Básicos, Psico-Biología y Neuropsicología, Psicología Clínica, Psicología del Desarrollo, Psicología Educativa, Psicología Jurídica, Psicología Organizacional y del Trabajo, Psicología Social y Crítica, Psicología Violencia y Paz, Psicología y Salud, Psicometría, Red de Editores de Revistas, Red de Instituciones de Servicios Universitarios de Atención Psicológica ISUAP, Red de Prácticas Profesionales REPPSI (ASCOFAPSI, 2018) 3.1

Colegio Colombiano de Psicólogos (COLPSIC)

Esta es una agremiación creada en el 2006 con el auspicio de ASCOFAPSI y que se orienta por la siguiente Misión “Somos una entidad privada sin ánimo de lucro que cumple funciones públicas, delegadas por la Ley 1090 de septiembre de 2006, que agrupa, representa y actúa como vocera legítima de los psicólogos y psicólogas colombianos ante la comunidad, las organizaciones y los diferentes poderes, y que propende por condiciones favorables para la consolidación de la

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Psicología como profesión y como ciencia en el país” COLPSIC (2018) por lo anterior se encarga de expedir la tarjeta profesional de los psicólogos graduados en el país, con ello, también aglutina y representa a más de 48.000 (cuarenta y ocho mil profesionales de esta disciplina). Para viabilizar su función se organiza administrativamente en el orden nacional mediante 17 campos disciplinares y profesionales que se concretan en 11 capítulos regionales de los que visibilizamos – por efecto de nuestro interés en el presente texto – los de Epistemología e Historia de la Psicología y el de Psicología Social, Ambiental y Comunitaria que desarrolla a su interior – al menos como intensión- La psicología política.

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Expresiones de la psicología social en Colombia

4.1

Asociación Colombiana de Psicología Social (ACOPSI)

Obtuvo su personería jurídica en 1989 y solo tuvo un periodo de existencia de un par de años, tiempo en el cual desarrolló el panel “la función social del psicólogo colombiano” y el II Encuentro Nacional de Psicología Social Comunitaria, con el tema “el rol del psicólogo colombiano. Creando el premio nacional de la mejor tesis de pregrado en psicología social (Escobar, 1993) Cuya primera versión fue otorgada a la investigación “análisis de un grupo campesino desde las categorías actividad, identidad y poder” escrita por las estudiantes de psicología de la Universidad INCCA de Colombia, Diana marcela Arboleda y Ximena Corredor, bajo la asesoría de Alvaro Díaz Gómez. 4.2

RED Colombiana de investigadores en psicología social y crítica

Esta es una de las REDES adscritas e impulsadas por ASCOFPASI desde el año 2005, como se planteó previamente. Darle la denominación de RED de investigadores en psicología social y crítica, implicó un proceso tensional y de negociación de perspectivas dado que algunos de los participantes en este acto fundacional y quienes tenían adscripción e identidad con la corriente de la psicología social crítica, marcaban la fuerza hacia esta manera de nombrarla, pero, otros asistentes

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sentían que la tendencia que se demarcaba en el quehacer práctico era la de psicología comunitaria en su perspectiva latinoamericana, unos más tendían a la psicología política y otros a la psicología ambiental, todas ellas, tienen una íntima relación con la psicología social por lo que se acordó un nombre que sirviera como “paraguas” que sostuviera, cobijara y estuviera constituido por las anteriores nominaciones, la de psicología social crítica. No se asumió, por lo tanto la perspectiva teórica, sino la opción estratégica de unidad en la diversidad. Ideas en este sentido se encuentran en Arango (2012) Sin embargo, con el desarrollo de las acciones específicas de la RED e integrándose otros investigadores a la misma siguió el debate sobre el porqué de ese nombre que demarcaba una compresión de la psicología social, por lo que en el año 2007 en el marco del III Encuentro de la Red, se decide asumir el nombre de RED Colombiana de investigadores en psicología social y crítica, de tal manera que existía un tronco común: la psicología social y expresiones de ella como la psicología comunitaria, la psicología política, la psicología ambiental y la psicología de la liberación, todas ellas en perspectiva latinoamericana y por lo tanto – es deseable- crítica. 4.2.1

Publicaciones de la RED

Baró (1989) propone un modelo sobre el desarrollo de los grupos planteando tres procesos psicosociales necesarios para su consolidación: Identidad, actividad y poder. Para él, la realización de actividades es el aspecto central de un grupo, pues se tornan en “el motor” que lo dinamiza. Desde ella se va asumiendo visibilidad y poder social lo que hace que sus integrantes sientan identidad hacia esa forma organizativa. Desde este referente es pertinente presentar algunas actividades que ha realizado esta RED y que la han posicionado como una forma organizativa que da cuenta del desarrollo de la psicología social en Colombia, “se creó la Red de psicología social crítica que ha sido muy activa en años recientes” (Ardila, 2013: pg. 133) Se han publicado los siguientes libros colectivos con el apoyo financiero de ACOFAPSI y la respectiva universidad mediante su centro editorial.

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Editor

Editorial

Año

“Psicología Social Crítica” Aportes y aplicaciones sobre el lenguaje, ciudadanía, convivencia, género y subjetividad”.

Olga Lucía Obando

Universidad del Valle, Cali

2010

“Psicología Social. Temas, teorías, aplicaciones”.

Oscar Navarro

“Psicología Social Crítica e Intervención Psicosocial. Reflexiones y Aplicaciones”.

Alvaro Díaz Gómez Jorge Eduardo Moncayo Alvaro Díaz Gómez María Isabel González Gina Marcela Arias Rodríguez

Subjetividades, abordajes teóricos y metodológicos.

Universidad de Antioquia, Medellín Universidad de San Buenaventura, Cali Universidad del Rosario, Bogotá

2012

2015

2017

Una mirada al contenido de estos libros permite inferir ciertas tendencias temáticas y núcleos problémicos que se despliegan como expresión de lo que es la psicología social en Colombia así: Fundamentos de la psicología social; Experiencias de intervención en psicología social e intervención psicosocial; Psicología social identidades y subjetividad; Psicología social y áreas afines: Psicología política y psicología comunitaria; Opciones metodológicas empleadas en la investigación en psicología social. Su escritura permite evidenciar la existencia de una comunidad académica que reflexiona de manera constante sobre la disciplina, sus campos de actuación y los problemas sociales específicos que se viven en el contexto colombiano. Sus autores son profesores de universidades públicas y privadas, de diversas regiones del país, de diferente género, con perspectivas teóricas y temáticas, específicas, lo que le da una condición de pluralidad a esta RED. Esta condición plural no es dificultad para realizar labores colaborativas y reconocer el compromiso ético-político que en general asumen los psicólogos y psicólogas sociales, así Así, en un artículo de autoría de la RED y que forma parte de una separata titulada trabajando por la paz y la reconciliación, editada por COLPSIC y ASCOFAPSI para celebrar el día del psicólogo del año 2016, se plantea “Durante muchos años, desde la psicología social, la psicología comunitaria y la psicología

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política hemos investigado e intervenido sobre los efectos psicosociales del conflicto armado que nos ha correspondido vivir. Por ello conocemos los efectos psíquicos que la guerra ha tenido sobre las víctimas, el dolor y desarraigo después de un evento de desplazamiento, la deshumanización y la ruptura de las solidaridades en el conjunto de la sociedad. Al igual que la construcción de la imagen del enemigo, estilos de liderazgo político, elaboración social de los estereotipos y prejuicios, mecanismos de distorsión de la verdad para generar procesos de miedo, desesperanza y con ello, procesos de docilidad y dependencia” (red de psicología social y crítica, 2016) 4.2.2

Encuentros realizados por la RED

Si bien es cierto que por su condición de RED nacional y para mantener la comunicación y coordinar acciones se hace uso de medios electrónicos como el e-mail que recoge la base de datos de 270 (doscientos setenta) profesionales que figuran como sus integrantes, esto no excluye la realización de encuentros presenciales que se realizan con cierta periodicidad como se relaciona a continuación: 2005 Primer Encuentro de Investigadores, en la Universidad del Valle. 2006 Segundo Encuentro, en la Universidad del Magdalena, con la colaboración de la Universidad del Norte y de la Universidad Tecnológica de Bolívar. 2007 Tercer Encuentro, en la Universidad de la Sabana. 2008 Cuarto Encuentro, en la Universidad de Manizales. 2010 Quinto Encuentro, en la Pontificia Universidad Javeriana de Bogotá. 2012 Sexto Encuentro, en Medellín, en las Universidades de Antioquia, CES, Pontificia Bolivariana, San Buenaventura, Fundación Universitaria Luis Amigó y Corporación Universitaria Lasallista. 2014 Séptimo Encuentro, en Bogotá. Las instituciones anfitrionas fueron: Universidad de San Buenaventura Bogotá, Corporación Universitaria Iberoamericana, Universidad Católica de Colombia, Universidad del Bosque, Universidad del Rosario. 2016 Octavo Encuentro, realizado en Bucaramanga. Las instituciones anfitrionas fueron las Universidades Autónoma de Bucaramanga, de Santander –UDES– y Pontificia Bolivariana Bucaramanga.

Es importante resaltar la descentralización regional que ha tenido la realización de los encuentros y la manera colectiva como se

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organizan y desarrollan. En estos espacios se acuerdan las agendas de trabajo, se demarcan directrices sobre el quehacer de la RED y se definen los temas sobre los cuales se escribirán los libros constitutivos de su producción colectiva. Este trabajo continuo de trece años (2005- 2018) permite reconocer una propuesta que demarca un perfil de lo que puede ser la psicología social Colombiana y que fue escrito a manera de un artículo por diez integrantes de la RED, saliendo publicado en el boletín PsyTalk de La Sociedad Psicológica de Sudáfrica (PSYSSA) en noviembre del 2017 (Red colombiana de psicología social y crítica, 2017) bajo el título “Contributions of the Fields and Nodes to the Construction of Peace” (“Aportes de los campos y nodos a la construcción de paz”) allí se argumentan los siguientes lineamientos: 1. Una sólida formación académica, lo que conlleva el despliegue de tres procesos: a. Reflexión. Necesaria de hacer de manera crítica en diálogo con comunidades mientras se va fortaleciendo el gremio y las comunidades académicas mediante creación de redes a la vez que se realiza una constante recuperación de la historia y memoria de las áreas y redes, lo anterior debe ir acompañado del despliegue de la autocrítica disciplinar respecto del discurso de la paz y el post-conflicto. 2. Acción formativa. Lo que implica la aplicación de los contenidos de los cursos y resultados de investigación en el trabajo con comunidades; vinculación de tutores en proyectos aplicados y de opción de grado; presencia de docentes investigadores que articulen grupos de estudiantes interesados en la producción de conocimiento; formación de jóvenes críticos que ayuden en la emergencia de propuestas de paz realizadas desde lo cotidiano. 3. Desarrollo de proyectos de investigación interinstitucional. En particular sobre construcción de culturas de paz y sistematización de aprendizajes comunitarios y mecanismos psicosociales. Este trabajo de y en RED se caracteriza según Díaz (2009) por los siguientes aspectos que le son definitorias y que bien pueden ser asumidos como aportes para una psicología social de los grupos, o para la psicología grupal.

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1. Ruptura con jerarquías en la interrelación de los integrantes de la misma. 2. Disipación y deslocalización del poder. 3. Trabajo estructurado de manera flexible. 4. Paso de la noción de proyecto a la de trayecto de acción 5. Generación de vínculos de amistad y confianza. 6. Búsqueda de trabajo colectivo consensuado. 7. Valoración de las capacidades y potencialidades de los integrantes de la RED para el logro de los objetivos y la actualización de su quehacer. Aquí se pueden nombrar las personas que han fungido como coordinadores de la RED durante el periodo de trece años Nombre

Institución

año

Nelson Molina

Universidad del Valle Universidad de San Buenaventura, sede Medellín Universidad Tecnológica de Pereira Universidad Católica de Colombia Universidad Tecnológica de Pereira Universidad del Valle. Universidad Tecnológica de Pereira

2005-2007

Carlos Darío Patiño Alvaro Díaz Gómez Vanessa Sánchez. Alvaro Díaz Gómez Olga Lucía Obando Alvaro Díaz Gómez

5

2007-2009 2009-2011 2011-2012 2012-2014 2014-2016 2016-2018

Números monográficos sobre psicología social.

Siendo las revistas medios mediante los cuales se circula un conocimiento especializado. Presentado de manera sintética y generalmente producto de investigación, estas dan cuenta de tendencias temáticas y presencia de una comunidad académica. Por eso llama la atención la presencia de varios número monográficos que desde distintas universidades Colombianas, se han publicado desde sus revistas institucionales Dice Aguilar (2008) “Éste es el primer número monográfico de Diversitas, y hemos escogido que sea en Psicología Social. En primer

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lugar, se orienta a responder a un compromiso con la Red de Investigadores en Psicología Social en Colombia, que ha surgido en los encuentros de los nodos de investigación que han sido convocados por la Asociación Colombiana de Facultades de Psicología (Ascofapsi). Es claro que aunque el número no refleja la diversidad del trabajo de la Red, sí expresa el aporte de algunos de los integrantes de esta”. De esta manera se hace el encuadre de la revista DIVERSITAS, que desde la Universidad Santo Tomás, se publicó en el año 2008 y que da cuenta de maneras como se asume la psicología social. Un año después, desde la Universidad Javeriana, se publica en la revista Universitas Psychologica (2009) un número monográfico que recoge la producción de algunos colegas colombianos sobre psicología social, complementando esta mirada con el aporte de psicólogos latinoamericanos. En esta línea de tiempo se encuentra publicada la revista colombiana de psicología (2010) que edita la Universidad Nacional De Colombia y que en su número sobre Psicología Social crítica, recoge artículos de cientistas colombianos y de otras latitudes respecto de qué significa asumir esta perspectiva teórica. En la revista de psicología GEPU (2011) de manera explícita se plantea, este “Es un producto también de los compromisos que hemos adquirido como investigadores a nivel nacional, de promover la difusión en cuanto a discusión teórica y avances de proyectos investigativos que se vienen adelantando en psicología social en Colombia y Latinoamérica, acuerdos que se han realizado desde el Nodo de Psicología Social y Crítica de la Red de Investigadores en Psicología de la Asociación Colombiana de Facultades de Psicología - ASCOFAPSI - y desde el Colectivo Colombiano de Psicología de la Liberación, espacios en los cuales varios integrantes del Grupo Estudiantil y Profesional de Psicología Univalle vienen participando desde el año 2010.” Como se reconoce este número recoge en actualidad maneras, opciones de pensar y hacer psicología social. En marzo del 2018 sale publicado el monográfico en psicología social, de la revista “Pensando psicología” que publica la Universidad Cooperativa de Colombia y que da cuenta de los trabajos presentados en algunos de los encuentros internacionales de psicología social que organiza la Pontificia Universidad Bolivariana y que se han referenciado previamente.

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Programas de postgrado

Revisada la web del observatorio de la calidad de la educación suprior en psicología, de ASCOFAPSI, se encuentran los siguientes programas directamente relacionados con psicología social o con áreas que le son afines y asumen en su estructura curricular un alto porcentaje de asignaturas que la contienen. 6.1

Especializaciones Nombre del programa

Universidad oferente

Especialización en intervenciones psicosociales Especialización en intervenciones psicosociales Especialización en psicología social aplicada Especialización en intervención psicosocial Especialización en psicología social aplicada Especialización en psicología social comunitaria Especialización en psicología social Especialización en psicología social, cooperación y gestión comunitaria Especialización en psicología social comunitaria y acción psicosocial Especialización en intervención comunitaria Especialización en intervención en salud mental comunitaria Especialización en atención psicosocial a víctimas y sobrevivientes

Universidad Católica Luis amigó Universidad católica Luis Amigó Universidad Pontificia Bolivariana Corporación Universidad de la Costa -CUCFundacion Universitaria Tecnológico Comfenalco Fundación Universitaria de Popayán Politécnico Grancolombiano

Ciudad Medellín Manizales Medellín Barranquilla CARTAGENA Popayán. Bogotá

Universidad el Bosque

Bogotá

Universidad Católica de Pereira

Pereira

Universidad Cooperativa de Colombia

Barrancabermeja

Universidad de Santander -UDES-

Bucaramanga

Universidad de San Buenaventura

Cali

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6.2

Maestrías

Llama la atención que en la estructura curricular de la mayoría de maestrías con la denominación genérica de psicología, tienen un fuerte contenido en psicología social, pero hacer esa explicitación es para otro trabajo, ya que como bien lo plantea Molina (2008) “posiblemente este sea el último esfuerzo enciclopédico que se pueda llevar adelante acerca de la psicología social en Colombia… El final del enciclopedismo se dio cuando el volumen de conocimiento no era susceptible de ser agrupado, reunido, compilado o editado en uno o algunos ejemplares por uno o varios autores” (pg. 11).

7

Nombre del programa

Universidad oferente

Maestría en intervenciones psicosociales Maestría en psicología social Maestría en abordajes psicosociales para la construcción de culturas de paz Maestría en psicología comunitaria Maestría en intervención psicosocial

Universidad Católica Luis Amigó Universidad Pontificia Bolivariana

Ciudad Medellín Medellín

Pontificia Universidad Javeriana

Bogotá

Universidad Nacional Abierta y a Distancia -UNAD-

Bogotá

Universidad ICESI

Cali

Cierre

Como toda versión de la historia, lo que aquí se presenta es una visión particular. Trata de recoger desde las evidencias a las que fue posible acceder un proceso que da cuenta del devenir de esta área de la psicología. Se hace de forma descriptiva y seguramente incompleta, pero se plantea como un punto de referencia para seguir, desde los intereses y condiciones de otros investigadores esta escritura colectiva de la Historia. Referencias Aguilar, M. (2008). Editorial. Tomado el 6 de Febrero de 2018 de http://revistas.usta. edu.co/index.php/diversitas/issue/view/23/showToc

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5 Sobre la psicología social en Cuba: Una reflexión actual1 Fernando González Rey Albertina Mitjáns Martínez

Introducción Uno de los defectos que la psicología social dominante de cuño positivista ha tenido en el curso de su historia ha sido separar sus investigaciones y construcciones de la trama social compleja de las sociedades dentro de las cuales esa psicología se realiza. Por esa razón en el presente capítulo iremos acompañando de forma estrecha el movimiento de la psicología social cubana y sus temas de investigación y discusión dentro del contexto y la historia de la sociedad cubana, de la cual esa psicología es una expresión En la versión anterior dedicada al presente tema ( González Rey & Mitjans, 2003) presentamos una breve síntesis de la historia de la psicología social en Cuba, destacando cómo sus orígenes y su trayectoria estuvieron estrechamente asociados con el triunfo de la Revolución Cubana y su desarrollo, no exento de las contradicciones que en las décadas de los años sesenta y setenta aparecieron en la sociedad cubana, las cuales, desde sus inicios, nunca fueron asumidas como desafíos a ser debatidos, acompañados e investigados. Desde fecha muy temprana después del triunfo de la Revolución Cubana, el comandante en jefe de esa gesta Fidel Castro Ruz, convertido en Primer Ministro del Gobierno Revolucionario y en secretario general del Partido Unido de la Revolución Socialista (PURS), que más tarde se convertiría en Partido 1

Agradecemos a nuestro hijo Boris González Arenas, periodista cubano independiente por sus valiosas recomendaciones al texto.

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Comunista de Cuba, en reunión con los intelectuales cubanos en 19612, pronunció en su discurso de clausura de ese encuentro la frase “ dentro de la Revolución todo, contra la Revolución nada”. En medio de la efervescencia popular de aquel momento histórico la frase pasó inadvertida, sin embargo, con ella Fidel Castro abría un precedente de lo que sería el control totalitario sobre el pensamiento en la isla, que se concretaría en una secuencia de eventos que ocurrieron en los años setenta. Castro comenzó desde muy temprano a hablar en nombre de la Revolución, lo que con el tiempo pasó de forma sutil a la identificación de la Revolución con él, y de la cubanía con la Revolución, lo que tuvo consecuencias graves en la conversión del “Gobierno Revolucionario” en un Estado autocrático. A inicios de la próxima década, y en una situación de presión en el país por el fracaso de la zafra azucarera de 1970, se celebró el I Congreso de Educación y Cultura (Habana 1971) donde nuevamente se hizo explícita la línea dura que se proyectaba con relación a la intelectualidad cubana; la proyección de la frase proferida por Fidel en 1961 se comenzó a perfilar como política con relación a los intelectuales. El verdadero sentido oculto de aquella frase, que nunca dejó claro que instancia juzgaría lo que estaba dentro o fuera de la Revolución, comenzó a aparecer en una secuencia de hechos ocurridos en la década de los años setenta, entre los cuales se destacó el proceso seguido contra el poeta Heberto Padilla en 1971, por su libro “ Fuera de Juego”, que dejó claro que la expresión artística sería reprimida y que el principal criterio para ello sería la opinión de la dirección política del país. Otra serie de hechos a los que nos referiremos más adelante, hicieron explícito el giro de la organización político- social del país en esa década. El potencial simbólico de la Revolución Cubana sirvió para que los diferentes hechos y eventos ocurridos en esa década, no llevaran a posiciones de enfrentamiento y crítica frontal de los intelectuales hacia la “Revolución”. La palabra Revolución se fue mitificando, encarnándose en la figura de Fidel Castro como líder máximo de ese proceso, y cada vez fue más usada como recurso de la subjetividad social3 para eliminar la crítica y perpetuar el poder mesiánico de Fidel Castro y su grupo. 2

3

Esa reunión con los intelectuales cubanos se produjo en la Biblioteca Nacional de Cuba, entre los días 24 y 26 de Julio de 1961 Subjetividad social, concepto introducido por uno de los autores (González Rey, 1991), dentro de una nueva definición ontológica del término como producciones simbólico- emocionales ( sentidos subjetivos y configuraciones subjetivas), que no

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La década de los años setenta inaugurada de alguna forma por el referido Congreso de Educación y Cultura, se orientó por la descalificación, la represión subrepticia, la censura y las decisiones arbitrarias sobre la producción de pensamiento. La muerte del Che, el fracaso de la zafra de los diez millones de toneladas de azúcar, los problemas económicos generados por los errores y las improvisaciones de la década anterior, y las necesidades de fortalecimiento y desarrollo de las fuerzas armadas, llevaron a asumir una aproximación mimética en relación al modelo soviético, importando no solo su forma de funcionamiento institucional y político, sino también sus mecanismos y formas de control y represión. El control del Partido sobre el Estado llevó a una ideologización en la esfera del pensamiento que trajo consigo el cierre de la revista Pensamiento Crítico, una importante publicación cuya aparición fue apoyada en los años sesenta como un vía de desarrollo de un pensamiento político y filosófico propio, el cierre del departamento de sociología adscrito a la Facultad de Filosofía de la Universidad de la Habana, y una apertura a la influencia soviética en todas las esferas de la sociedad cubana. Los procesos anteriores ocurrieron en un momento donde la efervescencia revolucionaria y el apoyo popular a la “Revolución”4 seguían siendo muy elevados, pues todo el caudal simbólico del triunfo de la revolución, sus múltiples medidas de transformación social, y las constantes amenazas de los Estados Unidos neutralizadas en la década anterior, nos mantenían estrechamente unidos como pueblo en apoyo a la dirección política del país. Esta situación se usó para justificar la falta de crítica, para atribuir todos los problemas del país al bloqueo norteamericano, y evitar un análisis serio de los problemas internos de la sociedad cubana, y fundamentalmente generar una subjetividad social donde la figura del enemigo, primero asociada a los norteamericanos y a los traidores, se fue generalizando para calificar todos los desacuerdos, resistencias y diferencias con el status quo dominante. Esa falta de crítica

4

solo caracterizaban a los individuos , sino también a los procesos sociales. La subjetividad social permitía explicar cómo construcciones simbólicas de carácter social, se convertían en fuertes motivaciones de individuos e instancias sociales que no estaban justificadas por otros factores objetivos, objetividad orientada históricamente a diferenciar lo social, dado como lo objetivo, de lo individual, asociado a posibles distorsiones de lo real, posición que llevó a culpabilizar los individuos por sus comportamientos Usamos las comillas porque la Revolución ya había ocurrido más de una década antes, sin embargo, el apoyo incondicional al Gobierno “revolucionario” (ningún gobierno lo es , pues todo gobierno expresa una burocracia de funcionarios interesados en la perpetuación del statu quo y no en el cambio) continuaba sus máximas figuras eran los propios líderes de aquella Revolución

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llevó a ignorar no solo los errores en la conducción de la sociedad cubana, sino también las injusticias cometidas a nombre de la Revolución desde los primeros años del triunfo revolucionario. La influencia soviética en los setenta, marcó cambios sustantivos en la propia organización del Estado cubano, que siguió de forma mimética la organización de Estado dominante en la sociedad soviética, que fuera tan criticada por Gramsci en sus “Cuadernos de la Cárcel”, definiéndola como “estatolatría”. Gramsci, autor odiado en el campo socialista europeo que lo ignoró completamente por sus críticas a la forma burocrática y elitista del funcionamiento del Estado en esos países, escribió: “ (..) esta estatolatría no tiene que dejarse entregada a sus propias fuerzas, ni tiene sobre todo que convertirse en fanatismo teórico y concebirse como “perpetua”; tiene que ser criticada, precisamente para que se desarrolle y produzca formas nuevas de vida estatal en las cuales las iniciativas de los individuos y los grupos sea “estatal”, aunque no debida al gobierno de los funcionarios “ ( 1973,p.315). Tres eventos institucionales cambiaron completamente el perfil de la sociedad cubana en los años setenta; la entrada de Cuba en el Sistema de cooperación económica de los entonces países socialistas de Europa, CAME en 1972, el Primer Congreso del Partido Comunista de Cuba y, de forma muy especial, la constitución que regiría el país (1976) que abolía la tripartición de poderes y ponía de hecho todo el poder en el presidente del Consejo de Estado, en este caso, Fidel Castro Ruz. La “estatolatría” a que se refería Gramsci quedaba instituida. Esos cambios en la década del setenta tuvieron importantes consecuencias para el desarrollo de la psicología cubana en los años ochenta. La principal de ellas fue, la formación de los primeros doctores en psicología en la Unión Soviética, entre finales de los setenta y la década de los ochenta. Es a partir de esta década que iremos a analizar como la psicología social apareció en las investigaciones y la práctica profesional en Cuba. Unido a esto, se presentará como nuestra psicología participó del movimiento de la psicología social crítica latinoamericana .

La formación y desarrollo de una psicología diferente: la influencia de la psicología soviética y el comienzo del desarrollo de nuestros propios caminos A pesar del desarrollo de una psicología estrechamente relacionada con la práctica en la década de los años sesenta (Rodríguez,

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1990; de la Torre, 2000; González Rey, 1984, 2000), la psicología cubana en sus dos centros de formación a principios de los setenta, la Facultad de Psicología de la Universidad de la Habana y la Facultad de Psicología de la Universidad de las Villas5, mantenía una formación teórica y metodológica ecléctica en la que de forma fragmentada se comenzaba a introducir la obra de algunos psicólogos soviéticos. Sin embargo, no se tenía claridad sobre lo que representaba la psicología soviética como sistema alternativo a las psicologías dominantes, ni se tenía claro cómo se podía organizar una psicología marxista, a partir del lugar cada vez más oficial y hegemónico que el Marxismo comenzaba a tener en toda la sociedad cubana. El lema “dentro de la Revolución todo, contra la Revolución nada” fue subrepticiamente siendo sustituido por “dentro del Marxismo todo, fuera del Marxismo nada”, lo que rápidamente generó nuevas formas de subjetivación al interior de la sociedad cubana; nuevos mitos, expectativas y valores se comenzaron a generar a partir de ese tránsito. Como parte de ese fuerte giro hacia la Unión Soviética, una generación joven de profesores universitarios e investigadores de todas las áreas de las ciencias, grupo en el que se incluye González Rey, uno de los autores de este capítulo, fue enviado a hacer sus estudios de doctorado en la Unión Soviética, lo que implicó la formación de una generación de doctores jóvenes entre finales de los años setenta y principios de los ochenta. La formación de aquel grupo no representó un hecho aislado, sino que tuvo importantes desdoblamientos no solo en la formación, sino en la práctica, las investigaciones y la institucionalización de políticas de postgrado que llevaron a la formación de doctores en el país. En el campo de la psicología sobre ese grupo recayó la responsabilidad de modificar los programas curriculares de psicología vigentes, la organización de líneas de investigación y el desarrollo de nuevos caminos al interior de la psicología cubana. El ideal de una psicología marxista avanzaba y se institucionalizaba, aunque de forma creativa y generando diversos caminos propios. María Elena Solé, decana da Facultad de Psicología de la Universidad de la Habana favoreció y estimuló la política de formación de psicólogos en el exterior, lo que marcó una importante diferencia con el resto de las áreas de ciencias sociales de esa Universidad , permitiendo un rápido y progresivo desarrollo de la psicología, convirtiendo a la 5

Las Habana y Las Villas eran provincias cubana que posteriormente en una nueva división político administrativa pasaron a ser Cuidad de la Habana y Villa Clara, como resultado de la división de esas provincias en varias otras

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Facultad de Psicología de la Universidad de la Habana en centro rector de la enseñanza de la psicología en Cuba y, de hecho, en líder en la investigación y publicaciones de psicología en el país. El comienzo de los años ochenta no solo implicó un desarrollo acelerado de una docencia diferente, sino también de líneas de investigación, publicaciones y en la conquista de espacio político e institucional al interior de la Universidad de la Habana y del país. Albertina Mitjáns sustituyó a María Elena Solé en 1980, quien después de favorecer la formación de doctores, fue a hacer su propio doctorado en la ex República Democrática Alemana. A partir de la nueva situación generada en el desarrollo de la psicología cubana por los procesos y cambios descritos, una nueva dirección de trabajo fue enfatizada; la internacionalización de la psicología cubana, y el desarrollo de nuevos procesos que mantuvieran el desarrollo de nuestra psicología, entre los cuales se destacan: la reactivación de la Revista Cubana de Psicología en 1984, adscrita a la Facultad de Psicología de la Universidad de la Habana, la reactivación de la Sociedad de Psicólogos de Cuba, organizada por la misma Facultad de Psicología, la que promovió un Comité gestor presidido por el Dr. Juan José Guevara, fundador de la Facultad de psicología y director de la misma entre 1968 y 1970. Como afirman Calviño y de la Torre: Por solo presentar algunos ejemplos podemos decir que entre 1980 y 1988 tuvieron lugar en el país más del doble de los eventos científicos, congresos, seminario y talleres de psicología de los que se organizaron en todos los años anteriores. Como nunca antes levantaron sus voces psicólogos y psicólogas en las reuniones científicas de otros gremios profesionales. La producción científica se multiplicó a través del boletín de psicología del Hospital Psiquiátrico de La Habana, cuya edición se inició a fines de los años setenta, La Revista Cubana de Psicología que en 1984 reinicio el intento que no pudo estabilizar en los años cincuenta, y la publicación de libros, monografía , obras colectivas y textos docentes . Se hizo evidente que los años ochenta marcaron un período de mayor creatividad de los psicólogos y psicólogas cubanos (de la Torre y Calviño, 2000, p.174).

En el proceso de internacionalización y desarrollo de la psicología en el país tuvo un papel importante la fuerza, prestigio y audacia de la dirección de la Facultad de Psicología de La Habana, la que supo enfrentar barreras externas y discutir con la dirección de la Universidad y con el Comité Central del Partido Comunista de Cuba,

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decisiones que llevaron a encuentros y eventos inéditos en los países del llamado “campo socialista” en época, entre los cuales se destacaron las Semanas de Psicología Cuba-México, organizadas por la Facultad de Psicología de la Universidad Nacional Autónoma de México y la Facultad de Psicología de la Universidad de La Habana, y los Encuentros Internacionales de Psicoanálisis y Marxismo, que se comenzaron a hacer de forma regular cada dos años a partir de 1986, extendiéndose hasta la primera mitad de los años noventa. La dirección de la Facultad de Psicología, a su vez, tuvo un activo papel en la aprobación, promoción y organización del XXI Congreso Interamericano de Psicología celebrado por primera vez en Cuba en 1987, asumido por el Ministerio de Salud Pública, organizado por el Grupo Nacional de Psicología de la Salud, y organizado por Jorge Grau6. Sin embargo, ese creciente desarrollo de la psicología cubana se expresó con mucha menos fuerza en la psicología social, a pesar de la formación de doctores en el grupo pionero que se formó en Moscú (Angela Casañas, Mara Fuentes, Irene Smith, Irene Jorge, Victoria Ojalbo, Helena Moro, y Armando Montero, entre otros a nivel nacional). La psicología social junto con la psicología clínica, eran dos áreas sumamente débiles en la psicología soviética; la primera por el preconcepto en relación al psicoanálisis como expresión de la ciencia burguesa, y el dominio absoluto de una psiquiatría de base reflexológica en el campo de la clínica mental. La segunda, porque los temas de la sociedad soviética eran asunto del Partido Comunista y no de la ciencias sociales. No obstante, la Escuela de Leningrado, liderada por autores como Ananiev y Miasichev7, tuvo importantes contribuciones en este campo, ningún psicólogo cubano se formó en ella, en parte porque esa tendencia de pensamiento, pionera de la psicología soviética, era completamente omitida por la psicología soviética oficial de la época, centrada en la Facultad de Psicología de la Universidad de Moscú y liderada por A.N. Leontiev (González Rey, 2014, 2016). 6

7

Es importante destacar que el Ministerio de Salud Pública era mucho más poderoso económica y políticamente que las instituciones en que las universidades y centros de investigación de la psicología cubana estaban integradas. Debemos destacar que en la organización de ese congreso, también fue importante la actividad internacional de L.García Averasturi quien precedió a Jorge Grau en su cargo, y a la presencia cubana en el XX Congreso Interamericano de Psicología en Caracas, donde esa decisión fue tomada, como veremos más adelante en este capítulo La “ Escuela de Psicología de Leningrado” iniciada por Vladimir Bechterev ( 18571927) se transformó en una de las más poderosas escuelas de la Psicología Soviética, cuyas principales figuras fueron Lazursky, Ananiev y Miasichev.

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Los psicólogos sociales cubanos se orientaron principalmente al estudio de temas particulares de la psicología social como actitudes, grupos, y psicología social comunitaria, sin entrar en estudios institucionales, ni en los problemas sociales de Cuba en aquel momento. El campo de las organizaciones laborales, básicamente en lo que respecta eficiencia, productividad y solución de conflictos, también apareció en el perfil de una psicología social del trabajo (Fuentes, 2000; Smith, 2000). Posteriormente otro grupo de psicólogos cubanos se ha dedicado al tema de las organizaciones en direcciones semejantes (Patricia Arenas; Angela Casañas y Julio Cesar Casales, entre otros) La psicología social comunitaria tuvo un fuerte impulso en la década de los años ochenta, cuando se realizó un trabajo de investigación y acción comunitaria que movilizó profesores de todas las áreas de la Facultad de Psicología, y un grupo de más de setenta estudiantes. La organización social de las comunidades cubanas, en una época en que escuela, médico de la familia y organizaciones populares todavía funcionaban a nivel comunitario, permitió un trabajo de acción comunitaria que implicó la escuela, el consultorio de salud, la reunión con grupos de residentes en la comunidad, así como el desarrollo de actividades culturales y recreativas, que representó un importante paso de avance en la participación de la psicología en los problemas de la sociedad cubana. Otros trabajos más específicos se realizaron en barrios de La Habana en esa misma década. Esos procesos también implicaron una activa y decidida posición de la dirección de la Facultad de Psicología frente a la organización provincial del Partido Comunista de Cuba. A finales de esa década distintos problemas sociales se agudizaban en la sociedad cubana, los cuales resultaban un tabú que impedía su investigación, como la prostitución, las contradicciones generadas por la educación obligatoria en escuelas en el campo a partir del décimo grado de instrucción, míticamente apoyada en la unidad “educación – trabajo”, convertida en principio político abstracto, la delincuencia y el aumento de las diferencias sociales, entre otros, problemas que se agudizarían en los años noventa. La investigación comunitaria permitió la expresión de algunos de esos problemas, y representó una línea de trabajo que avanzó de forma simultánea en construcciones teóricas y metodológicas sobre esa área. (Tovar, 2000, 2001). Paradójicamente, la década de los ochenta, una vez institucionalizado el modelo soviético en nuestro país, representó un

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momento de mejoría en la vida cotidiana del cubano, aunque el control burocrático sobre las ciencias sociales y la censura del Estado- Partido perfeccionó en su eficiencia. Esa década, sin embargo, representó un momento de oro para la psicología cubana, lo que se relaciona, desde nuestro punto de vista, con algunas cuestiones que deben ser destacadas.  El prestigio creciente de la Facultad de Psicología en el país a partir de todas las conquistas anteriormente citadas. Esto no solo representó un lugar de destaque en la Universidad de La Habana, de la cual los autores de este capítulo fueron ambos vicerrectores, Mitjáns Martínez (1986- 1990), González Rey (1990- 1995), sino que también le dio prestigio a la Facultad de Psicología ante la dirección política y del Estado. Entre los hechos que evidencian esto estuvo la visita personal que hizo a la Facultad de Psicología, el entonces ministro del interior, general José Abrantes8, en la que solicitó apoyo para estudiar los procesos sociales relacionados con el aumento de la delincuencia en el país, en un gesto posiblemente inédito para un ministro del interior en América Latina. Después de esa visita se le invitó a clausurar el Congreso de la Sociedad de Psicólogos de Cuba celebrado en 1986, y aceptó, lo que representó un momento importante de reconocimiento a la psicología por la más alta dirección del país.  El reconocimiento a la Facultad de Psicología evidencia que en condiciones de control y autoritarismo político, la censura, la represión y el miedo con mucha frecuencia generados por las propias instituciones y la falta de posiciones frontales de sus representantes, lo que ocurrió en la propia Unión Soviética (Frazer & Yasnitsky, 2015: González Rey, 2014). Las instituciones generan de forma activa su propia subjetividad social. 8

José Abrantes fue por diez años jefe de la escolta personal de Fidel Castro, en 1985, pasó a ser Ministro del interior y una de las figuras más importantes de la dirección del país en aquel momento. Fue acusado de corrupción en la llamada “Causa 2” en 1989, que implicó altos oficiales de ese Ministerio. Como resultado de ese proceso un conjunto de generales y altos oficiales de ese ministerio fueron presos, y otros separados de sus cargos. Abrantes murió de un infarto del miocardio antes de los sesenta años en condiciones de reclusión, muerte que fue tan extraña como el proceso que llevó a su destitución, y que la historia en algún momento tendrá algo más preciso a decir

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En la Facultad de Psicología de la Universidad de la Habana, a pesar de legítimas contradicciones y discrepancias entre sus integrantes, la cohesión ideológica en relación a los principios de la Revolución y la asunción de la perspectiva histórico- cultural como referencial teórico dominante permitían un debate amplio y constructivo sobre cuestiones esenciales del desarrollo de la psicología. El compromiso y la audacia de muchos de sus integrantes favorecían también la apertura a la discusión de temas que eran tabú a nivel nacional. El núcleo del Partido de la Facultad de Psicología, al cual pertenecíamos todos los profesores militantes del Partido Comunista de Cuba en la Facultad, criticó de forma abierta a través de sendos documentos enviados a niveles jerárquicos superiores del Partido en diferentes momentos, dos políticas que considerábamos inaceptables: primero, la enseñanza obligatoria a partir del décimo grado en escuelas en el campo, para lo cual no existían las condiciones necesarias y, segundo, los llamados “mítines de repudio”9 a personas que habían pedido salida del país. Como resultado del desarrollo de la psicología en el país en los años ochenta, muchos egresados de las Facultades de Psicología de la Habana y las Villas pasaron a ocupar importantes cargos de dirección en Institutos de investigación relacionados a varios ministerios, la importancia de la psicología se fue destacando en diferentes esferas de la vida del país, lo que permitió una integración importante entre las Facultades de Psicología y los ministerios nacionales. Estas relaciones tuvieron avances muy significativos en educación y salud. Con el desarrollo de las revistas especializadas en psicología, y la publicación creciente de libros por autores cubanos, se produjo un incremento importante de las citas de autores cubanos dentro del país, algunos de los cuales comenzaban a ser más citados que los autores soviéticos.

Los mítines de repudio eran actos aparentemente espontáneos de la población, pero instigados y facilitados por las instancias políticas, en que un grupo de personas se reunían para humillar y hasta agredir ciudadanos que habían pedido su salida del país, los que pasaban a perder todos sus derechos. Esto ocurrió en los primeros años de la década del noventa, donde ese tipo de “manifestación popular” ya no era más espontánea en la sociedad cubana.

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(Cairo, 1998, Cairo y Gómez Lozano, 2000) Varias direcciones de trabajo fueron ganando visibilidad propia, entre las que se destacaban los estudios sobre la personalidad, el desarrollo moral y profesional de adolescentes y jóvenes, los estudios de procesos cognitivos en su relación con las neurociencias, y los estudios de la creatividad entre otros. Esos diferentes desarrollos deben ser profundizados, explicitando las fuentes, como hemos intentado hacer en este artículo y sobre las cuales nos hemos extendidos en trabajos anteriores (González Rey, 1995a, b, 2000, 2015a). Sin memoria social se pierde la identidad de un grupo social, y la psicología cubana precisa pasar de relatos de opinión para una producción que rescate su historia, la cual puede avanzar por caminos diferentes, siempre que las hipótesis en desarrollo se sustenten en fuentes existentes.

La participación cubana en el movimiento de la psicología social crítica latinoamericana en la década de los ochenta. Por la ausencia de una psicología social avanzada sobre los temas que caracterizaban la psicología social en la época y como resultado de la internacionalización creciente de nuestra psicología, principalmente en España y América Latina, González Rey fue, a partir de sus trabajos y publicaciones, invitado de forma reiterada a dictar cursos y conferencias en la Universidad Central de Venezuela, país que en la década de los años ochenta disponía de una situación económica muchos más próspera que las otras universidades en América Latina. Venezuela era en aquellos años la plaza más importante de la psicología social académica en América Latina, con investigaciones y trabajos comunitarios muy interesantes sobre problemas que afectaban al país así como sobre problemas de la realidad latinoamericana de forma general. (Montero, 1983,1984, 1985; Salazar, 1983; Salazar y Marín, 1984; Salazar, Rodríguez y Moreno, 1984; Sánchez & Wiesenfeld, 1983).10 Esa 10

Ya ese volumen de trabajos en el área de psicología social, más muchos otros que podríamos relacionar, da una idea do compromiso, diversidad y riqueza de la psicología social venezolana en la primera mitad de los años ochenta. De propósito solo relacionamos la primera mitad, pues el año 1985, con el Congreso

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posición crítica y de fecunda producción teórica e investigativa tuvo en la Asociación Venezolana de Psicología Social (AVEPSO) un fuerte apoyo institucional a través de la publicación periódica del Boletín de AVEPSO, posiblemente la publicación de psicología social más fuerte y novedosa de la psicología social latinoamericana en la época. Unido a lo anterior el Instituto de Psicología adscrito a la Universidad Central en los años ochenta, tuvo como directores en períodos continuos a José Miguel Salazar y a Maritza Montero, y fue la fuerza económica y científica del Instituto, y su orientación a una psicología social crítica latinoamericana, un elemento muy importante en el hecho de Caracas haberse convertido en el epicentro geográfico del grupo de psicología social crítica que, a partir del año 1985, en el Congreso Interamericano de Psicología celebrado en Caracas, se iría a organizar a través de publicaciones conjuntas, cursos, seminarios y Congresos internacionales. Otro psicólogo social crítico, profundamente original y comprometido en sus trabajos con la realidad de su país ya había sido identificado por Montero y Salazar en esos años, me refiero a Ignacio Martín Baró, cuyos trabajos en el Salvador en esa primera parte de los ochenta lo hicieron conocido y valorado por los psicólogos venezolanos (Martín Baró, 1980, 1983, 1984a, b). Como resultado de ese encuentro Martín Baró fue invitado a ministrar un curso pre congreso y a una conferencia magistral en el Congreso Interamericano celebrado en Caracas en 1985. Ahí fue el primer encuentro personal de González Rey con él, cuando invitado a una conferencia magistral en el Congreso, fue presentado por Ignacio Martín Baró. El Congreso Interamericano de 1985, representó no solo un cambio radical en los rumbos de la Sociedad Interamericana de Psicología (SIP), que ya se venía gestando desde congresos anteriores (Lane, 1981), sino que también representó el inicio de un movimiento crítico de la psicología social en América Latina que, a pesar de su corta duración, fue muy activo y original, e integró de manera informal psicólogos que mantuvimos estrechos vínculos que se alimentaron en las actividades organizadas por Montero y Salazar en Caracas, y en otras que compartimos en diversos países latinoamericanos. Entre los psicólogos que participaron de ese movimiento se pueden destacar a Bernardo Jiménez de México, Silvia Lane de Brasil, Elizabeth Lira y Juana Interamericano de Psicología que se celebró en Caracas, marcó un momento de salto cualitativo en la psicología social crítica latinoamericana, al cual nos referiremos más adelante .

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Kovalskys de Chile, Ignacio Martín Baró de el Salvador, José Miguel Salazar y Maritza Montero por Venezuela, y González Rey de Cuba. De la reunión que sostuvimos en Caracas durante ese congreso, se acordó la publicación de un libro que se llamó “Psicología Política Latinoamericana”, editado por editorial Panapo de Caracas en 1987, en que, con excepción de Bernardo Jiménez y Silvia Lane, quien propuso a uno de sus estudiantes de doctorado en la época, Wanderley Codo para escribir el capítulo por Brasil, participamos todos los otros participantes de esa reunión, además de Angel Rodríguez Kauth, de España y Pablo Fernández Christlieb de la Universidad Nacional Autónoma de México. Ese movimiento, a pesar de ser informal dio origen a múltiples actividades entre sus miembros, e integró a otros colegas como Ignacio Dobles de Costa Rica, Tom Sloan de Estados Unidos, quien junto a González Rey impartió en Caracas un curso sobre Marxismo y psicología “De Frankfurt a la Habana”, a invitación de Maritza Montero. Ninguna de esas actividades nos unió a todos nuevamente, pero a partir de ellas nuevos proyectos y publicaciones se gestaron. (Montero, 1990) Aunque el Marxismo no era el principio rector del grupo, todos los implicados de una forma u otra dialogaban con el Marxismo. Una expresión de ese “aire” crítico y de implicación política de una psicología que, con pocas excepciones (Pichon Riviere, 1971 y Bleger, 1987 en Argentina) se había orientado por modelos dominantes en el mundo en sus formas hegemónicas, de pronto comenzó a dar nuevos pasos, donde la implicación y crítica política en relación a los sistemas más opresivos y reaccionarios de la época en América Latina, se acompañó de esfuerzos importantes para hacer una psicología diferente en lo teórico, lo epistemológico y lo metodológico, relación particularmente enfatizada en aquel momento por Martín Baró. Unido a las actividades conjuntas, un nuevo horizonte comenzaba a abrirse en la psicología latinoamericana que tuvo desdoblamientos importantes en muchos países de la región. Como resultado del nuevo rumbo tomado por el Congreso de la SIP en Caracas, donde personas comprometidas con el cambio y la crítica política desde la psicología pasaron a ocupar cargos en la Junta directiva de la Sociedad Interamericana de Psicología, se decidió que el próximo Congreso Interamericano se realizara en La Habana, ocasión en que Ignacio Martín Baró fuera electo como Vicepresidente de la Junta directiva de la Sociedad Interamericana de Psicología para Centro América y el Caribe. Martín Baró y José Miguel Salazar también participaron del II Encuentro de Psicoanálisis y Psicología de Orientación

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Marxista celebrado en La Habana en 1988. Junto a los intercambios y reflexiones conjuntas que mantuvimos desde 1985, fue creciendo una amistad personal entre ese grupo de psicólogos latinoamericanos que se expresa hasta hoy, y que se mantuvo con Ignacio e José Miguel hasta su muerte Curiosamente la presencia de González Rey en aquel grupo resultó de sus estudios sobre la personalidad desde una perspectiva diferente a la hegemónica en la psicología, y representó el énfasis en la inclusión del individuo, y de sus posiciones como sujeto en las discusiones desarrolladas por el grupo la época. Para González Rey, representó la entrada en una psicología social diferente, y que estaba distante de lo que se trabajaba en la psicología soviética que, a pesar de su declarada orientación cultural - histórica sobre la génesis del psiquismo humano, era una psicología que, con excepción de la Escuela de Leningrado, esencialmente centrada en los estudios de los individuos, siendo sus esferas más fuertes de producción la psicología general y la psicología escolar, ambas estrechamente relacionadas entre sí; los temas que afectaban a la sociedad soviética estaban completamente ausentes de aquella psicología, algo general a todos los países donde el Socialismo de Estado era dominante. Martín Baró se fue destacando como líder de ese grupo informal gestado en 1985, y en eso influyó su clara orientación al desarrollo de una psicología diferente; fue capaz de rescatar lo mejor de todo lo que hacíamos en la época, y comenzar a avanzar una nueva posición, su Psicología de la Liberación, reconociendo e integrando nuestra diversidad de historias, pensamientos teóricos y orientaciones en la época. Así, en relación a la obra pionera de José Miguel Salazar escribió: Los estudios sobre la imagen que los diversos grupos sociales tienen de sí mismos son sin duda los que mejor permiten apreciar la presencia del esquema fatalista. Estos estudios han sido realizados sobre todo en Venezuela, impulsados por el trabajo pionero de José Miguel Salazar (Martín Baró, 1987, p. 142).

Salazar trabajaba con una metodología positivista clásica, sin embargo, su posición política, su visión clara y su compromiso con la realidad venezolana y latinoamericana, hizo de sus investigaciones una referencia obligada sobre los estudios de identidad y colonialismo en América Latina, que permitieron visualizar cuestiones ausentes de una

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psicología social latinoamericana mimética con la psicología norteamericana. Esa posición abierta y llena de energía para desarrollar una psicología social diferente, le lleva a una búsqueda de puntos de unidad por encima de las diferencias que se evidenciaban en nuestros trabajos, proyectándose hacia la búsqueda de un nuevo sistema teórico para la psicología social latinoamericana. Esa posición que distinguió a Martín Baró se expresa con claridad en una respuesta que da a Ignacio Dobles en entrevista que este le hiciera, y que fue publicada en la Revista Costarricense de Psicología en 1986 en la que afirma: Ahora bien, ya desde mi propia experiencia, siento la necesidad de elaborar una buena cantidad de conceptos, empezando por el propio de ideología que define el objeto específico de la psicología social. Fernando González Rey, un psicólogo cubano, nos recuerda en sus valiosos trabajos la necesidad de recuperar la categoría personalidad como el nivel más complejo de regulación psíquica, en que se articulan las fuerzas sociales que determinan al ser humano (Martín Baró, 1986, pp. 72 -73).

Martín Baró no solo fue un pensador original de la psicología, situado en el espacio de su práctica y de su compromiso político con el país en que vivía, sino que mostró siempre una voluntad de destacar, reconocer y citar a los psicólogos latinoamericanos que en la época integramos aquel momento de reflexión crítica, reconocimientos similares hace a la obra de muchos otros psicólogos latinoamericanos. El reconocimiento de la psicología, del papel del individuo y la personalidad en psicología social apareció de forma recurrente en su obra, yendo a contramano de la psicología social que en aquellos años comenzaba a monopolizar el lugar de la crítica: el construccionismo social. Otros psicólogos sociales cubanos también tuvieron actividades en Caracas, Mónica Sorín y Mara Fuentes, quienes participaron en algunos eventos en ese país. Mara Fuentes tuvo un capítulo publicado en el libro organizado por Bernardo Jiménez “Aportes críticos a la psicología latinoamericana” (1983). Durante el Congreso Interamericano de Psicología celebrado en Buenos Aires en 1989, el mismo año de la muerte de Martin Baro, quien fuera asesinado junto al rector de la Universidad del Salvador, y otros sacerdotes jesuitas de la dirección de esa Universidad por la fuerzas armadas de ese país, algunos de los autores mencionados antes (Salazar,

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Martin Baró, Montero, González Rey y Amalio Blanco, psicólogo español) llamaron la atención de un psicólogo social brasileiro, Aroldo Rodríques, que en aquel momento era el más fuerte representante de la psicología social tradicional de base norteamericana en Brasil y los invitó a realizar algunos conversatorios y encuentros en la Universidad Estacio de Sá en Rio de Janeiro. Fue nuestro último encuentro con Martín Baró.

Importancia del movimiento de la psicología social crítica para la psicología social cubana. Ese movimiento nos hizo más críticos y nos amplió los horizontes de la crítica social en la psicología a todos los que participamos en él. Desafortunadamente la muerte de Martín Baró, la influencia impactante del construccionismo social en Latinoamérica, y el cambio de la situación económica y de las posiciones de dirección en la Universidad Central de Venezuela, fueron factores que participaron en su disolución (González Rey, 2004). En Cuba, como en la Unión Soviética, y en parte por la propia formación de muchos de nosotros en aquel país, la incipiente psicología social, fuera del desarrollo del proyecto comunitario realizado en 1980 en un barrio de La Habana, al que nos referimos antes, no había líneas de investigación orientadas a los problemas y contradicciones de la sociedad cubana, en parte porque ese tipo de investigación debía tener aprobación del Departamento del Comité Central del Partido Comunista de Cuba que atendía las ciencias sociales en la Universidad de La Habana. También influyó en eso la militancia política que compartíamos con convicción la mayoría de los profesores e investigadores cubanos, quienes sentíamos que el proceso político que siguió a la Revolución Cubana, caracterizado por resistencia a los Estados Unidos y por muchas medidas que beneficiaron a amplios sectores de la población en sus primeros diez años, marcaba un rumbo social de desarrollo y superación de las injusticias. En ese momento no nos dimos cuenta de que todo sistema social genera sus propias injusticias y diferencias, y que estas son parte del propio carácter subjetivo de las realidades humanas, y que lo que una sociedad precisa es de mecanismos adecuados y eficientes para reducirlas y combatirlas. Los que en aquel momento teníamos militancia y compromiso político estábamos centrados principalmente en la unidad del país, aunque eso no disminuía nuestras críticas a sus problemas, siempre

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dentro del imaginario creado por la afirmación de Fidel en 1971, “dentro de la Revolución todo, contra la Revolución nada.” Sin embargo, las contradicciones y formas autoritarias del ejercicio del poder en Cuba, ya comenzaban a generar críticas más comprometidas en algunos de nosotros, aunque publicadas en la época por pocos como González Rey, 1987, 1990, 1995a; González Rey, Machado, Martín y Sánches, 1989 y , Sorín, 1990. En 1987, en su capítulo en el libro “Psicología Política Latinoamericana”, González Rey escribe: Las contradicciones son las fuerzas del desarrollo de la sociedad y de la propia vida, pero la expresión hipertrofiada de uno de sus polos puede provocar una regresión en el desarrollo del proceso, e incluso su negación. El socialismo supera el predominio de la irracionalidad y las leyes ciegas que rigen el desarrollo capitalista, eleva considerablemente las posibilidades de la intencionalidad humana en la dirección de la sociedad, pero esto presupone también la creación de mecanismos sólidos y reales de acción colectiva y la elevación constante de la democracia socialista. Si esta interrelación falla aparecen desviaciones asociadas al peso exagerado de la individualidad en el curso del proceso, lo cual, lejos de estimular la participación activa y creadora de las masas en el proceso, las niega (González Rey, 1987, p. 127).

En esos momentos el pensamiento de González Rey, muy influido por los debates al interior de la psicología social crítica latinoamericana, avanza en sus posiciones teóricas sobre la personalidad, foco de central de su interés teórico y metodológico, intentando explicar cómo los procesos sociales se expresan en ella. Junto con Mitjáns Martínez en libro conjunto publicado en 1989, se comienzan a avanzar construcciones e hipótesis sobre la realidad social cubana, a partir de investigaciones sobre la personalidad en la salud, el desarrollo, la motivación moral y la educación. Publicaciones posteriores, sobre todo las que sintetizan nuevos avances teóricos y epistemológicos en la investigación sobre la personalidad en la salud y la educación (González Rey1993, 1995c), constituyeron la base para el giro de la obra de González Rey, de la personalidad al estudio de la subjetividad en 1997. Los estudios de la personalidad nos permitieron definir como los individuos expresaban muchas de las contradicciones y problemas de la sociedad cubana en aquellos años11. 11

Los años 90 fueron de una profunda crisis económica con importantes consecuencias sociales en Cuba, la desaparición de la Unión Soviética y los países socialistas europeos implicó la interrupción de una ayuda ininterrumpida y amplia de la Unión Sovié-

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La crítica en la intelectualidad cubana ante la nueva situación que apareció en la década de los años noventa aumentó, sin embargo también aumentaron los mecanismos de censura e intervención del Estado y del Partido en centros de producción de pensamiento en el país; en 1994 la Universidad de la Habana fue intervenida imponiendo un rector externo a la institución que representaba más una figura política que académica, el Centro de Estudios de América, que realizaba algunos de los trabajos críticos más interesantes sobre la realidad cubana fue cerrado, así como había sido cerrada la revista Pensamiento Crítico en los años setenta, las posiciones más abiertas al interior del Partido Comunista fueron cuestionadas y eliminadas de diferentes formas , y en general se respiró en el país un clima de mayor represión y presión política. Ante esta situación que ponía al desnudo muchas de las contradicciones de la sociedad cubana con particular agudeza, hubo una reacción crítica de sectores del mundo cultural y académico. La sociedad cubana comenzaba a ser pensada desde lugares diferentes a aquellos promovidos y divulgados por los medios de comunicación totalmente monopolizados por el Partido Comunista y el Estado cubano, que en realidad representaban una y la misma cosa. El poder político sin límites mantenido por la vanguardia que protagonizó la Revolución Cubana a nombre del poder simbólico de aquella gesta revolucionaria parecía tener como principal objetivo la perpetuación de ese poder; lo que fuera una dirección revolucionaria recrudeció su carácter autoritario, llevando a una gestión política cada vez más conservadora y poco participativa. En los años noventa el éxodo de jóvenes del país, el aumento de la prostitución, de las diferencias sociales, el índice de suicidio juvenil e de infartos se elevó fuertemente, y la falta de lo más elemental, desde alimentos hasta medicinas, caracterizó una nueva dinámica social. Como indicamos antes, desde finales de los ochenta comenzaron a aparecer trabajos críticos entre los científicos sociales cubanos; aunque la psicología no se caracterizó por su protagonismo en este sentido, psicólogos cubanos se posicionaron activamente ante la nueva situación. El concepto de subjetividad social (González Rey, 1991), representó un concepto importante para comenzar a pensar los procesos políticos, económicos y sociales, no solo como procesos relacionados a la tica a Cuba desde el momento en que Estados Unidos rompió relaciones con la isla y comenzó su bloqueo económico y comercial a Cuba. Ese proceso, unido a los bajísimos niveles de la agricultura y de la producción agropecuaria en Cuba, cuyos índices eran más bajos que en los años cincuenta, y la baja productividad de la economía cubana en general, llevaron a una crisis sin precedentes en Cuba.

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acción humana, sino como procesos que aparecían de forma diferenciada configurados en las subjetividades singulares e individuales, pero también en la subjetividad social de grupos, instituciones y otras instancias de la realidad social que, a través de este concepto aparecen relacionadas por sentidos subjetivos que cada uno de los espacios sociales y los individuos generan, los que integran configuraciones subjetivas de otros espacios sociales en el funcionamiento de todos los procesos sociales que ocurren en diferentes niveles del funcionamiento social. El concepto de subjetividad expresó una nueva concepción ontológica de los procesos humanos irreductible a lo individual, apareciendo como una característica distintiva de todos los procesos y realidades humanas. Este concepto permite estudiar lo social en todas las esferas de la psicología que antes aparecían separadas de la psicología social por sus temas de estudio, como la psicología clínica, educativa, organizacional, entre otras. La categoría de subjetividad social se convirtió en central para el desarrollo teórico y metodológico de la psicología comunitaria en el país (Tovar, 2000, 2001). A partir del concepto de subjetividad social una nueva perspectiva para el desarrollo de la psicología social se genera, afín con uno de los objetivos de Martín Baró de hacer una psicología en que lo social y lo individual no representaran una dicotomía. El concepto de subjetividad, como desarrollado por González Rey (1997), permitió integrar al estudio de los procesos subjetivos, tanto individuales, como sociales, el cosmos diverso de procesos y construcciones simbólicas socialmente producidas. En las configuraciones subjetivas de ambos individuos e instancias sociales, esas construcciones simbólicas sociales aparecen generadas de forma diferenciada como sentidos subjetivos generados por individuos y grupos. Lo social deja de ser visto como sistema externo y determinante de los individuos, para ser comprendido como sistema generador de formas y configuraciones subjetivas de espacios sociales que se configuran de formas diferenciadas en los individuos, siendo los individuos con sus producciones subjetivas parte inseparable de las configuraciones subjetivas sociales. Las mismas condiciones que generan la víctima, generan al sujeto transformador de su realidad, solo que este último es siempre excepcional dentro del peso de las subjetividades sociales dominantes en las sociedades masificadoras de hoy. El capitalismo actual se expande a través de las necesidades nuevas que emergen como resultado de las nuevas producciones subjetivas asociadas a las tecnologías de la comunicación y el transporte, poderosas vías de desarrollo del capital que usamos de forma toralmente acrítica.

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El avance del tema de la subjetividad nos permitió ver nuevos procesos de la subjetividad social en escuelas en investigaciones orientadas por Mitjáns Martínez en su línea de investigación (Campolina & Mitjáns Martínez 2016, Santos & Mitjáns Martínez 2016) y por González Rey en una nueva línea sobre salud mental (Goulart, 2013, 2017). El tema de la subjetividad permite una superación no solo de la taxonomía de categorías diferenciadas de la psicología, sino también entre las diferentes áreas que históricamente han fragmentado a la psicología como ciencia y profesión. En nuestros últimos años de vivir en Cuba12, que no significaron nuestra separación afectiva de nuestro país, ni la supresión de nuestra identidad como cubanos, nuestra crítica a los problemas de la sociedad cubana pasó a tener en la subjetividad un recurso teórico importante, pues ella ha sido una dimensión históricamente ignorada por la política. En este sentido discutiendo los problemas del socialismo y sus expresiones en la realidad cubana, González Rey expresó: “La homogeneización de la subjetividad social simplifica y esquematiza la vida y la reduce a un orden concebido desde afuera, donde se pierden las fuerzas interactivas dinamizadoras de cada espacio social diferenciado” (González Rey, 1995a, p. 96). El socialismo generó formas de control tan normativas sobre todos los espacios de subjetividad social institucionalizados por el Estado, que condujo a la eliminación del compromiso social, de la creatividad y de la iniciativa dentro de esos espacios. En esos espacios se incluyen los espacios políticos y de las organizaciones sociales, cuyo funcionamiento en Cuba hoy es cada vez más formal, formalismo que en los países socialistas europeos llevó a una completa indiferencia hacia la política que se transformó en una fuerza activa contra el statu quo dominante, proceso que se observa hoy en muchos sectores de la población cubana. El concepto de subjetividad social nos permitió importantes diálogos a nivel internacional con la teoría de las representaciones 12

Los autores eran entonces profesores visitantes de la Universidad de Brasília (19951999) y no les fue permitido entrar en Cuba en el año 2000, a pesar de la solicitud oficial de ambos ante las autoridades de inmigración cubana para regresar al país. Este podría ser tema de un artículo en si mismo, pues Cuba era el único país en aquel momento en que sus ciudadanos salían con un permiso temporal para estar en el exterior, si ese permiso vencía, la entrada al país la concedía el Ministro al cual la actividad de cada ciudadano cubano estaba subordinada. A partir de que fuimos nuevamente autorizados a entrar en nuestro país, 6 años después de esa absurda prohibición, hemos ido regularmente a Cuba y nos hemos interesado activamente por mantener nuestros vínculos con la psicología cubana.

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sociales (Banchs, 2000, González Rey, 2002, 2005, 2008). La categoría de subjetividad social permite un nuevo ángulo para la producción de conocimiento sobre cómo lo social participa de las acciones de los individuos e grupos en los diferentes espacios sociales (por ejemplo: escuela, equipos de trabajo, instituciones, organizaciones, comunidades) y para la explicación y discusión de los problemas sociales, destacando el aspecto subjetivo de la vida social. Así la categoría de subjetividad social expresa una enorme importancia un enorme potencial para avanzar en la comprensión y en el análisis crítico de la sociedad cubana en muchos de sus problemas actuales, entre los que encuentran la migración masiva de la juventud, la represión a toda forma de resistencia política ejercida dentro de los mecanismos legales de la nación , la relativa pasividad de amplios sectores de la población ante problemas que los afectan directamente y, en suma, la posibilidad la dificultad de emergencia de actores y sujetos políticos variados, capaces de generar opciones al desarrollo de la sociedad cubana como vía de salir de la “estatocracia” denunciada por Gramsci como uno de los mayores problemas del socialismo llamado de Estado, del cual Cuba es una de las pocas expresiones que sobreviven en el mundo actual. El concepto de subjetividad social puede ser útil para el desarrollo de una psicología social que sea capaz de avanzar en la comprensión de todas las formas de vida social que históricamente han sido fragmentadas por las divisiones clásicas de la ciencia psicológica tradicional (psicología escolar, de la salud, del trabajo, de las organizaciones). Y, especialmente una Psicología Social capaz de contribuir para el análisis crítico y la fundamentación de alternativas de acción ante muchas situaciones que se expresan en los anhelos, contradicciones y proyectos que se entrelazan en la sociedad civil como producciones irreducibles al sistema vertical, autocrático y normativo que rige la vida social e institucional en Cuba hoy. Algunas reflexiones finales 

El presente capítulo pretende rescatar aspectos históricos relevantes no solo de la psicología social cubana, como también de la psicología social crítica latinoamericana, cuyo legado, aunque prácticamente olvidado en Cuba hoy, tuvo importantes implicaciones para la vanguardia productiva de la psicología cubana en los años ochenta y principios de los noventa.

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Los principales temas teóricos y debates actuales que dominan la psicología social contemporánea no aparecen en las publicaciones de autores cubanos ni en la enseñanza de la psicología en el país. La psicología social cubana, con poco espectro de actuación sigue más las demandas del Estado cubano que líneas sólidas de desarrollo identificadas en sus pocos espacios de actuación. La psicología en Cuba, en su producción teórica ha sido conservadora en relación a la crítica de los problemas de la realidad social cubana. Autores de la sociología y la economía han tenido una participación mucho más activa en esa crítica. El carácter crítico, activo y productivo de la psicología cubana en los años ochenta y principios de los noventa está lejos de su protagonismo actual, aunque se ha ampliado su desarrollo en otras provincias del país, tanto por la creación de la Facultad de Psicología de Santiago de Cuba, como por la proliferación de su enseñanza en Institutos pedagógicos. La psicología en Cuba sigue teniendo como sus áreas más fuertes de actuación y producción científica la educación y la salud. Las limitaciones económicas, tecnológicas y en las comunicaciones, que enfrentan los profesionales cubanos hoy es parte de los problemas que presenta la psicología cubana. Es imposible una ciencia de punta en un país pobre donde el cotidiano se vuelve una tarea de sobrevivencia. Pero no son todas las psicólogas y psicólogos del país los que son víctimas de esa situación, el problema es que el individualismo que se ha generado en la sociedad cubana actual, hace que aquellos que viajan o pasan periodos de tiempo en el exterior se preocupen más por mantener su estatus que por contribuir con el desarrollo de la psicología en el país por medio de diferentes vías . Esperamos que los cambios necesarios que la sociedad cubana debe enfrentar, muchos de los cuales ya han comenzado , en lugar de eliminar lo positivo que se ha podido conservar de una Revolución que introdujo importantes medidas populares en el momento revolucionario de su desarrollo, no lleve a situaciones mayores de inequidad e injusticia social, como todo parece indicar por los cambios que percibimos en la Cuba de hoy.

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6 Del surgimiento de la Psicología Social a la formación disciplinar institucionalizada Salvador Iván Rodríguez Preciado Manuel González Navarro Josué Rafael Tinoco Amador Salvador Arciga Bernal

I

El surgimiento de la Psicología Social.

A decir de Walsh, Teo y Baydala (2014), cuando se trata de identificar lugares comunes en que los historiadores de la psicología se han dado cita a lo largo de su corta labor, pueden contarse los siguientes, en tanto errores filosóficos: el Presentismo, los sentidos de Progreso y Celebración que distinguieron los primeros esfuerzos de la historiografía de la disciplina, la tensión entre Continuidad y Discontinuidad y el riesgo de Sobrecompensación de aproximaciones marginales de la disciplina. Si bien se trata de posiciones que en distintos momentos han ocupado los esfuerzos por historiar la psicología en México, lo que también puede reconocerse, en suma, es en principio una necesidad por realizar la tarea de historiar cuando esta se emprende por psicólogos, desde posiciones menos centralistas y hegemónicas. La Historia de la Psicología en México, tanto como la de la Psicología en cuanto disciplina moderna en el plano del desarrollo del conocimiento, está inextricablemente ligada a su proyecto en tanto psicología social. Partir, sin embargo, de este punto y no derivarlo de una serie de premisas o de alguna recolección de evidencias como conclusión, obliga a mostrar no ya tanto los antecedentes sino las consecuencias de esta aseveración, ¿En qué se convierten los indicios de diversas

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propuestas antiguas de psicología social?, ¿Qué lugar ocupan los autores y las distintas evaluaciones históricas realizadas hasta este momento?, ¿Hacia dónde apunta el proyecto de la Psicología Social en este sentido? Si la Psicología Social no es una aplicación posterior de la Psicología, ni el resultado de una natural fragmentación en un área específica, entre otras, de interés; sino el segundo de los dos pilares teórico-metodológicos del proyecto primigenio de la Psicología, ¿Cuál es la talla que la misma hereda en el México contemporáneo? A estas alturas son ampliamente conocidas las formas en que la historia de la Psicología, particularmente en la tradición norteamericana, sacó en su momento provecho de los palimpsestos que se realizaron sobre el proyecto original de Psicología planteado por Wundt (Wozniak, 1999a; 1999b; Greenwood, 2003a, 2004; Danziger, 1979), para en su lugar favorecer una disciplina más empírica, experimental e hipotético deductiva, que derivó en tradiciones formativas y universitarias, colegios de investigadores y una buena cantidad de laboratorios extendidos en la mayoría de las facultades. Para el caso de México, la historia de la disciplina ha pasado por los lugares comunes ya señalados antes para, desde ahí, favorecer también ciertas tradiciones de investigación; y para aclararlo de una vez: No hay aquí una denuncia sobre una conspiración a favor o en contra de ciertos modos de conocimiento, sino el reconocimiento historiográficamente necesario de un repliegue de autores y planes de estudio, hacia posiciones de producción de conocimiento que en su momento parecían más prometedoras. Para ejemplo, basta desafiar apenas el canon histórico que arranca con la clase de Psicología de la Escuela Nacional Preparatoria derivada de la reforma de Ezequiel Chávez de 1896, que emplazaría la primera clase de Psicología en 1897 para constatar que los “100 años de psicología en México” que titulan más de un libro en el país (Sánchez-Sosa, 1997; López Ramos, 1995), no señalan sino -como se ha dicho en mejor ocasión- una “efemérides pretenciosa”, dado que desde 1880 hubo mucho debate donde la Psicología fue el centro de atención (López Ramos, 1997) en una discusión sin la cual, no es posible pensar ni a la disciplina ni a su historia en toda su profundidad cultural. Así mismo, el análisis que se ha hecho de la influencia de algunos personajes que han visitado el país (Gallegos 1980, 1983), no ha sido discutida en los estudios consecuentes (Valderrama y Rivero del Pozo, 1983; Contreras Callejas y González Robles, 1985) y en ese sentido, el análisis ha sido fragmentario e insuficiente por lo que, más que esclarecer su influencia, ha concluido prematuramente y de manera

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miope negando lo que en una visión más extensa hace coincidir los intereses psicológicos en una tradición que debe menos al surgimiento institucional de la disciplina mexicana que a una revisión más minuciosa del proyecto psicosocial como una tradición de investigación de intereses muy arraigados en la cultura mexicana. De los años previos a la independencia1, tampoco existe razón para hacer desmerecer sus productos intelectuales en los recuentos de historia de las ciencias y las humanidades. Para el caso de la Psicología, si bien la misma es la última disciplina en separarse de la metrópolis teórica que constituía la filosofía antes de los descubrimientos modernos, no por ello debería cajanegrizársele como “escolástica”, ni abandonar la posibilidad de detenerse en averiguar lo original y propio de las obras específicas en cada contexto. Cuestión muy distinta y delicada es la de los planteamientos precolombinos, dado que como bien argumentó Samuel Ramos en 1943: en tales casos uno no puede descomponer un continente de ideas, mitos, rituales y prácticas que atraviesan desde los mitos de creación hasta los calendarios de siembra para determinar, con absoluta falta de criterio histórico cultural, en dónde empieza y dónde termina la parte protopsicológica o filosófica en un sentido occidental, mucho menos cuando ésta misma determina y organiza no solo la vida entera de los miembros de una determinada comunidad, sino también sus ritos funerarios y mortuorios. Por lo anterior, y como se ha argumentado en otra parte (Rodríguez Preciado y Mardones Barrera, 2017) una manera útil de realizar un recuento ordenado de los antecedentes de la Psicología Social, lo constituye el reconocer algunas consonancias y consistencias que pudieran resultar externas a la narrativa histórica pero que, haciendo las funciones de ejes de pensamiento, permitan trazar contigüidades contingentes que aparecen como continuidades verosímiles en la medida que aclaran la comprensión. Estos continentes psicológicos, útiles para la interpretación histórica fueron llamados por Wittgenstein “representación perspicua” y son definidos por Eldridge como sigue: Una representación perspicua, entonces, es un tipo particular de arreglo de casos relacionados de un fenómeno. La disposición de los casos en una representación perspicua no se efectúa ni genéticamente 1

El periodo al que nos referimos abarca desde la consumación de la conquista de la gran ciudad azteca de Tenochtitlán por las fuerzas de Hernán Cortés y sus aliados indígenas en 1521, hasta 1810, en que comienza la guerra de independencia con el movimiento del cura Miguel Hidalgo.

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ni esquemáticamente. Más bien, los casos están dispuestos de tal manera que solo se requieren transiciones menores para pasar de un caso a otro, y la agrupación de los casos en su conjunto se basa inicialmente en un sentido, que debe ser articulado, de su semejanza. En esta disposición, se puede ver que los casos forman una familia, en la que es posible moverse suavemente de cualquier caso a cualquier otro por una serie de transiciones, aun cuando cualesquiera dos casos en la familia pueden ser muy diferentes en ciertos aspectos. Por lo tanto, si el arreglo es perceptible, el sentido inicial de similitud entre los casos es confirmado por el arreglo y el comentario. Es este tipo de arreglo iluminador de una familia de casos lo que que una visión crítica pretende producir (Eldridge, 1987. Pág. 242. Traducción libre).

y es el mismo Eldridge quien señala que una representación perspicua como objeto de investigación, tendrá validez en la medida que “[...] es convincente si y solo si inspira convicción en otros, les lleva a reconocerse y a organizar sus vidas en torno a la interpretación del ser humano, de la conciencia, de la persona, y así sucesivamente, que están asociadas con ella [...]” (Eldridge, 1987. Pág. 244. Traducción libre). De modo que el arreglo de los elementos que conforman una representación de tal naturaleza para la historia de la Psicología Social en México, pueden ser los siguientes:

Tercer libro de De Anima del Physica Especulatio. Fray Alonso de la Veracruz, 1557: SPECULATIONES Las primeras traducciones que se hicieron del texto del agustino, acometidas por psicólogos, fueron las que hiciera el Dr. Enrique O. Aragón en 1942. En ellas, el Dr. Aragón atiende la correspondiente a los dos primeros libros, que tratan sobre la hipótesis hilemórfica y las potencias externas e internas. La tercera parte, sin embargo, la dedicada a la vida intelectiva, apenas aparece mencionada. Esto porque Aragón era de la opinión de que éstas eran las más importantes pues estaban de conformidad con la psicología experimental de su tiempo (Rodríguez Casas, 2002). Los elementos que se dejaban fuera en la traducción de 1942, sin embargo, pertenecían también al interés psicológico y psicosocial, de modo más que importante, dado que constituían, como lo ha dicho Beuchot una cosmovisión específica y acaso la más original del frayle:

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[...] siguiendo toda una tradición, ve al hombre como un microcosmos dentro del macrocosmos, es decir, como un compendio de éste [...] la esencia del hombre resulta ser algo que se va realizando paulatinamente de manera concreta en la existencia, con perfecciones e imperfecciones, y con todo un tejido de relaciones hacia los demás seres: humanos, infrahumanos y suprahumanos y precisamente por la existencia concreta es por la que realiza la esencia todas esas relaciones (Beuchot, 1986. Págs. 14-15).

Es muy probable que la razón por la que se excluyera el texto o por lo que su traducción no se considerara trascendente, tenía que ver que la misma se internaba en descifrar, por ejemplo, asuntos como el intelecto agente, concepto que no precisaba de índices concretos, sino de asumir la existencia de procesos como la intuición y la comprensión, aspectos que no se consideraban propios del proyecto de futuro para la psicología que estaba en turno.

Del hombre. Texto inédito de 1791 del filipense Manuel María Gorriño La razón por la que el texto indicado puede participar en esta colección de reflexiones es porque Gorriño fue egresado, al igual que Miguel Hidalgo, del Colegio de San Francisco de Sales, en San Miguel el Grande, Guanajuato. El colegio fue fundado y dirigido por Juan Benito Díaz de Gamarra, quien como se ha argumentado en otra parte (Rodríguez Preciado, 2014), continuaría la labor iniciada por los miembros de la compañía de Jesús en favor de difundir y enseñar el pensamiento moderno. En ese sentido el texto es especialmente interesante dado que no se trata de un texto científico, sino filosófico, que puede situarse justo en medio de la tensión que ya se nota en el eclecticismo de Díaz de Gamarra: El conocimiento de las propuestas modernas acerca de lo psicológico y la imposibilidad de conciliar las mismas con las tesis propias de la tradición, como la inmortalidad del alma (Fernández del Rincón, 1774). El otro eje de tensiones que sujeta al libro está directamente relacionado con su circunstancia: El texto se escribe en el epicentro de la independencia y en el momento en que los intereses independentistas y el conflicto con la metrópoli están a punto de explotar. La no publicación del mismo es en sí un dato a incluir en la interpretación

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de la situación en que se encontraba el pensamiento escolástico en el filo de la vida colonial. No es tampoco extraño que entre 1978 y 1803 Gorriño escriba su segundo texto, también para dejarlo inédito, que llevaría por título una muy probable nostalgia: El hombre tranquilo.

Tratado elemental de Filosofía de 1883, de Paul Janet Cuando Porfirio Díaz interrumpió por única vez su mandato entre 1880 y 1884 y el Gral. Manuel González asumió el puesto2 en la presidencia, el país atravesaba por circunstancias especialmente difíciles. Si bien al final del último mandato de Benito Juárez (1868-1872), él como presidente -y de modo notable después de haber restaurado la república- estaba convencido de la necesidad de hacer las paces con la iglesia, su inesperado deceso interrumpió todo avance conciliatorio. Pero lo interrumpió también la presidencia subsecuente de Sebastián Lerdo de Tejada, quien no solo apretó las tensiones con la institución ratificando a grado constitucional las leyes de reforma que despojaban de sus posesiones a las organizaciones religiosas, sino que además, en 1873 expulsó de nuevo a los jesuitas y disolvió las órdenes, disponiendo para 2

La guerra por la independencia de México, consumada en 1921, sería secundada por la primera presidencia de la República, encabezada por Guadalupe Victoria entre 1824 y 1828, después de la cual el país se resquebraja por las pugnas entre la vieja aristocracia y la pequeña burguesía liberal que perseguía una profunda reforma del Estado. Además, estaba el problema de la total desarticulación de las instituciones y la crisis financiera que había sido legado de la guerra de independencia, que tenía a los estados más alejados en estado paupérrimo. Para 1948 y después la guerra con Estados Unidos, México pierde más de la mitad de su territorio y la crisis continúa. Con el país en la miseria, en 1854 los liberales se levantan en armas y logran consolidar un gobierno que promulga su constitución en 1857 y abre la primera presidencia de Benito Juárez en 1858. Tres años después, en 1861, México es invadido por tropas españolas e inglesas que abandonarían el país por acuerdos diplomáticos poco después, lo que no ocurriría con las francesas que permanecen e instauran, a instancias de una conspiración de conservadores mexicanos, el segundo imperio Mexicano, que duraría hasta 1867, con el juicio y fusilamiento del otrora emperador Maximiliano de Habsburgo. Juárez reinstaura la república y gobierna con relativa estabilidad hasta su muerte en 1872, que ocasiona la presidencia interina de Lerdo de Tejada, que terminaría en 1876. Ante el intento de Lerdo de reelegirse, Porfirio Díaz se levanta en armas para ocupar desde entonces la presidencia en el periodo que se conocería posteriormente como porfiriato. Los treinta años de presidencia de Díaz (1876-1910) solo serían interrumpidos por el cuatrienio del Gral. Manuel González (1880-1884), con el que Díaz había ocultado sus afanes reeleccionistas. El porfiriato culminaría en 1910 con la explosión de la Revolución Mexicana.

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las mujeres condiciones especialmente difíciles dado que se les obligaba a regresar a una vida civil que no les esperaba de brazos abiertos y en donde ellas no sabían participar (Alazraki, 2012). En parte por ello, la victoria de Díaz sobre Lerdo cuando el segundo hizo oficiales sus intereses reelectorales, fue relativamente fácil tanto en el campo de batalla como en las urnas para conseguir el primer cuatrienio en la presidencia. Sin embargo, el periodo presidencial siguiente sería otra historia por completo. Manuel González como presidente y funcionario en general no necesariamente fue malo, lo que hizo su periodo especialmente áspero fue trabajar a la sombra de Díaz quien se empeñó por todas las vías en que González no le tomara cariño a la silla presidencial y otras dificultades mayores: Desde las varias rebeliones indígenas hasta una plaga de chahuislte y langostas que se devoraron las cosechas de las penínsulas de sur y norte del país, henequén incluido (Canudas, 2005). El querer nivelar la devaluación del peso por medio de acuñar y hacer circular monedas de níquel, que acabaron por lloverle en alguna de sus entradas a la presidencia fue, de todas las preocupaciones del General González, seguramente una de las menores. Muy probablemente lo que ocurriría en la Escuela Nacional Preparatoria, en los primeros años del presidente González, sería parte de la avanzada dirigida a enmendar las relaciones con la iglesia y la prensa conservadora (Alvarado en Menegus, 1997). Tres podrían ser los golpes iniciales de la estrategia: el envío de Gabino Barreda, fundador y principal ideólogo positivista de la preparatoria a Alemania como cónsul plenipotenciario con licencia sin goce de sueldo, relevándolo de su clase de lógica y de la dirección de la escuela y colocando a Porfirio Parra en la clase y a Alfonso Herrera (positivista tolerante) como director; la imposición de un libro nuevo de orientación Krausista3 para la clase de lógica, que fue continuada por la propuesta de una clase de Psicología 3

Karl Christian Friedrich Krause (1781–1832), quien introduciría el idealismo alemán del XIX en España, proponía mediante una doctrina panteísta y al modo romántico, mediar entre el panteísmo y el teísmo. Si bien es cierto que el pensamiento de Krause no tuvo mucha influencia en Alemania, tuvo una gran resonancia en España, donde fue desarrollado por Julián Sanz del río y dio lugar al llamado krausismo español. Entre sus discípulos no españoles destacaría especialmente Guillaume Tiberghien (1819– 1901). La filosofía krausista, importada de Francia, Bélgica y España por discípulos de los krausistas Tiberghien y Heinrich Ahrens aparecía como ideología intermedia entre las ideas del conservadurismo católico y la revolución ilustrada, por lo que la instauración del libro de texto, no fue vista solo como una afrenta de tintes filosóficos sino sobre todo ideológicos, dada la conveniencia de desestigmatizar a la Preparatoria positivista, frente a los conservadores con quienes el gobierno de Díaz, veía imprescindible reestablecer relaciones.

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para la preparatoria, en el temprano 1881 de la autoría de Plotino Rhodakanati, que no prosperó pero avivó las discusiones y, por último, el cambio definitivo del profesor de lógica para cesar a Parra e imponer a José María Vigil, un maduro liberal antipositivista. Vigil propuso otro texto en 1883 que a su vez fue aceptado por el secretario Baranda y aunque el mismo fue impugnado y rechazado por la junta de profesores dos años después (Rodríguez Preciado, 2014), puede presumirse que sirvió de base para la enseñanza de la clase hasta 1892. El libro fue precisamente ya no un manual de lógica sino un texto de filosofía de la autoría de Paul Janet, reconocido eclecticista espiritualista quien era seguidor de Victor Cousin y claramente interesado por las primeras ideas sobre psicología moderna. Cuando Ezequiel Chávez cursó la Preparatoria, fue a través del texto de Janet que tuvo sus primeros contactos con la disciplina psicológica, que se convertiría en la pasión de su vida.

Clase de psicosociología de James Mark Baldwin, 1910-1911 Para la inauguración de la Universidad Nacional en el México de 1910, se había previsto el contar con profesores que fueran invitados a las lecciones inaugurales de la Escuela Nacional de Altos Estudios. Tres fueron los convocados: Carl Reiche, extranjero radicado en México que impartiría el curso de botánica; Franz Boas, antropólogo y figura mundial de la disciplina, quien haría lo propio con la de Antropología y James Mark Baldwin, discípulo de Wundt y a la sazón, el psicólogo norteamericano más importante después de William James (Wozniak, 2017). Lo que no es conjeturable desde el lado mexicano es el tema del curso: Psicosociología. Lo más probable es que el curso haya sido una propuesta del mismo Baldwin frente a la ausencia del tema en el libro que se llevaba en la preparatoria: La traducción que hiciera Chávez en 1902 de An outline of psychology de Titchner y como resultado de sus propios intereses constatables en Mental Development in the Child and The Race (1895) y sobre todo en su libro más influyente: Social and Ethical Interpretations in Mental Development (1897). La influencia de Baldwin en Chávez es más notoria después de su segunda visita y particularmente, como ya se ha afirmado (Rodríguez Preciado, 2014) en los planes de estudio de la materia de Psicología en la preparatoria.

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Tomando en cuenta de lo anterior, el panorama conceptual que de cada texto puede derivarse se muestra a continuación:

Tabla 1. 1557

1791

Libro III del De Anima de Fray Alonso de la Veracruz

Del hombre de Manuel María Gorriño

 La inclinación social del hombre.  El intelecto y la razón.  La inteligencia y la voluntad.  La libertad.  La individualidad.  La comunicación a nivel conductual o psicológico y social.  La comunidad

 La ciencia del hombre es el conocimiento de sí mismo.  Los sucesos de la vida del hombre.  Las creencias del hombre.  El lenguaje del hombre.  El carácter, el temperamento, la conversación,  De la amistad.  Del sueño.  Del tiempo.  De las circunstancias que forman las características particulares del hombre. la educación  De la vida presente del hombre.  De la muerte del hombre.  Del último estado del hombre en la eternidad.

Fuente: Elaboración propia.

1883

1910

Temas que aparecen en la sección de Psicología Social (Cap. 7) del texto de Paul Janet

Temas de interés que aparecen en el texto de Baldwin Social and Ethical Interpretations in Mental Development

               

Hechos Sociales El Lenguaje La Educación El Testimonio De Los Hombres La Cooperación El mando y la obediencia La promesa El Convenio Los Sentimientos Sociales Hechos Sociales Colectivos La Familia La Propiedad La Ciudad El Arte La Ciencia Los Otros Hechos: las Lenguas desde la perspectiva filológica; los Usos y Costumbres. Las prescripciones religiosas sobre la familia. La historia como puente intergeneracional. El Progreso como mejora continua de las sociedades.

                     

Altruismo Conformismo Conciencia Mente colectiva Decepción Empatía Aculturación Modas Ideología en la familia Amistad El Yo ideal Identidad Imitación Personalidad múltiple Autoconciencia Autoestima Relaciones entre Yo-Otros Timidez Manipulación Social Normas Sociales Teoría de la mente Valores

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La cita de Janet que cierra el apartado señalado, sirve como postfacio a la representación conspicua presentada desde los textos elegidos: Todos estos hechos podrían suministrar materia para una ciencia nueva, ó psicología social, que sería complemento o coronamiento de la psicología subjetiva e individual. Nosotros hemos debido concretarnos a bosquejar aquí sus líneas generales señalando su puesto y su importancia en la ciencia de la naturaleza humana (Janet, 1882: 341).

Sin embargo, un estudio así de la Psicología Social no se llevaría a cabo en México al menos desde la academia. Por una parte, debido a las condiciones sociopolíticas y económicas que explotaron en la revolución mexicana y por otra debido a que, en torno a la infame presidencia de Victoriano Huerta, muchos de los estudiantes de la generación de Chávez, al intuir el regreso de la Pax Porfírica, encabezaron varias de las instituciones del gobierno del dictador Huerta, lo que les desfavoreció con los gobiernos subsecuentes. No es de sorprender que fuera durante el exilio de Chávez por la ascensión de Carranza, que se inaugurara el primer gabinete experimental para el estudio de la Psicología gracias a los esfuerzos del Dr. Enrique Aragón. Lo que sí sorprende es que la argumentación para que la disciplina diera la espalda a los temas anunciados, durante el periodo posterior a la lucha armada, fuera casi calcada del texto de Titchener en cuanto las mismas eran reconocidas como ramas de la psicología individual y en tanto a su falta de desarrollo: [...] sin embargo [dice el autor] ni todas las ramas mencionadas son independientes ni están igualmente desarrolladas: ninguna puede proseguirse sin el estudio premeditado de la contenida en su texto “el espíritu normal del hombre civilizado es el modelo de referencia en toda psicología” [...] “la psicología ‘científica’ es, en consecuencia, la de lo normal y de los adultos” [...] la psicología étnica o de los pueblos apenas ha trabajado 4 especiales divisiones, sin que estas implicaran, hasta ese momento, estudio científico: el desarrollo del lenguaje, el desenvolvimiento del mito, el desenvolvimiento de las costumbres y el crecimiento del arte (Titchener, 1902: 285-286. Traducción de Ezequiel Chávez).

Y es que ocurre que el estudio de los objetos señalados no podía hacerse a la sombra de la epistemología científica, que es algo que ya

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Gadamer identificaría -citando en pleno ocaso del siglo XX, un discurso de 1862 de Helmholtz-. Un vislumbre del pensamiento de Wundt y acaso de Dilthey, que llegaría a los pensadores decimonónicos demasiado pronto y a los del fin de siglo demasiado tarde, era que la naciente disciplina, para bien (Diriwächter, 2009) o para mal (Greenwood, 2003b), reclamaba el diálogo y los préstamos interdisciplinarios : Los objetos “descubiertos”, o bien, “acarreados” por distintas tradiciones de pensamiento no tenían una línea de abordaje inscrita. Aunque se reconozca que el ideal de conocimiento [para las ciencias humanas] difiere fundamentalmente del modo e intenciones de las ciencias naturales, queda la tentación de caracterizarlos en forma solo privativa, como “ciencias inexactas”. Incluso cuando en su conocido discurso de 1862 Hermann Helmholtz realizó su justísima ponderación de las ciencias naturales y las del espíritu, poniendo tanto énfasis en el superior significado humano de las segundas, la caracterización lógica de éstas siguió siendo negativa, teniendo como punto de partida el ideal metódico de las ciencias naturales [...] aunque se reconozca que este gran científico natural ha resistido a la tentación de hacer de su tipo de trabajo científico una norma universal, él no disponía evidentemente de ninguna otra posibilidad lógica de caracterizar el procedimiento de las ciencias naturales que el concepto de inducción que le era familiar por la lógica de Mill. La efectiva ejemplaridad que tuvieron la nueva mecánica y su triunfo en la mecánica celeste newtoniana para las ciencias del XVIII seguía siendo para Helmholtz tan natural que le hubiera sido muy extraña la cuestión de qué presupuestos filosóficos hicieron posible la génesis de ésta nueva ciencia en el XVII [...] para Helmholtz el ideal metódico de las ciencias naturales no necesitaba ni derivación histórica ni restricción epistemológica, y por eso no podía comprender lógicamente de otro modo el trabajo de las ciencias del espíritu (Gadamer, 1991: 32 y 33).

Es quizá por esta razón, y como ya se ha argumentado en otra parte (Rodríguez Preciado, en Mendoza García y González Pérez, 2004) que posterior al periodo de la revolución, la historia de la Psicología Social, su genealogía, como la de la figura mitológica de Ifigenia, se bifurca para tener una doble raíz. Por un lado y como lo ha documentado Edgar Galindo (2004), la psicología comienza un periodo de “formación” que a su juicio abarca desde 1896 hasta 1958. El periodo estaría caracterizado por un desarrollo cuyo ritmo era marcado por los intereses en la aplicación de la Psicología. Instituciones estatales, jurídicas y educativas esperaban hacer uso de sus aplicaciones clínicas y

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psicométricas, lo que explica la ingente traducción y normalización de este tipo de materiales durante el periodo. Pero ocurre que los temas presentados en la tabla 1, fueron trabajados en el país. Particularmente en el sexenio del presidente Lázaro Cárdenas (1934-1940) las preguntas sobre la identidad del mexicano y las formas de su cultura, aparecían en distintos campos: En la literatura con el grupo Hyperión, en la filosofía en La Casa España y la serie de cuadernos México y lo mexicano, en el esplendor del Muralismo y hasta en el cine, la discusión sobre la mexicanidad estaría abierta a través de la exposición de los asuntos ya señalados: La familia, la amistad, la propiedad, los sueños, la ciudad, la decepción, la empatía, las modas y cuantos otros temas aparecen en el cuadro y explican el modo de ser de una sociedad, son expuestas discutidas y puestas a debate en ensayos, murales, obras de teatro, poesía, escultura, largometrajes, etcétera. Y no debiera pasar desapercibido el hecho de que sea en las artes que ocurren estas exploraciones. Si el problema de la Psicología Social era la falta de un método único, acaso esto obedezca a los sitios donde se han buscado las respuestas.

II

El debate por la pertinencia de la Psicología Social

Para intentar abordar la historia de la Psicología Social en México, pueden señalarse tres momentos de su trayectoria en el país, en que se debate su pertinencia. El conflicto de la psicología colectiva (1890-1930), la formalización de la psicología (1940-1970) y el surgimiento de las licenciaturas en Psicología Social (1980-2015). Si tuviera que elegirse un concepto Psicosocial, alrededor del cual giran los momentos del nacimiento de la Psicología Social en México, resultaría útil la teoría de la Influencia, aquella que K. Lewin, consideró como el permanente conflicto entre Minorías y Mayorías, que después Moscovici denominó, Influencia Social. A partir de este concepto los momentos elegidos para la elaboración del trabajo sugieren imágenes materiales generadas alrededor del problema, que la misma historia de México permite. La Mayoría son en esta imagen aquellos que conciben a la Psicología Social como una ciencia psicobiológica que estudia a los hombres, desde la perspectiva científica, del comportamiento del hombre en sociedad. En este caso representados por los conservadores, los

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positivistas, los científicos. La Minoría en contraparte, se plantea a la Psicología Social, como aquella disciplina que estudia la cultura y sus procesos de construcción colectiva, aquellos que se generan en los procesos de colaboración social, y a través de los cuales adquiere sentido la vida, la cultura, los grupos, las sociedades, los colectivos. Procesos todos que son anti-positivistas, en tanto que involucran a los otros, aquellos para los que la psicología social es un dispositivo al servicio de la calidad de vida de todos.

El Problema Estas son las categorías a través de las que son revisados los momentos de nuestra historia, en donde los personajes, los documentos, los artículos y los libros sobre el origen del proceso educativo en nuestro país, nos ofrecen la oportunidad de ensayar, describir, el conflicto cultural en que se sustentan los momentos del desarrollo de la educación Psicológica en México. Quizás suene muy pretencioso este señalamiento, pero conforme se va revisando la rica información y ubicando los acontecimientos históricos, mientras se van revisitando las fuentes y la actuación de los personajes, aparecen los rastros de su obra que nos lo permiten. La memoria colectiva de nuestra disciplina se escribe desde el presente. De esta manera, en el ámbito de la investigación de la historia de la psicología en nuestro país, los procesos colectivos acompañan y le dan sentido al problema del nacimiento de nuestros estados nación, de la historia de nuestros países latinos, lo que al respecto Valderrama (1986), señala como posible origen de este problema, “Las últimas décadas del siglo XIX representan un momento importante en la historia de Latinoamérica. Ya que los intelectuales y dirigentes latinoamericanos se permiten cuestionarse las razones por las cuales sus países no progresaban […] algunos remitían el atraso a un problema de raza, de la psicología de sus pueblos. Lo que les demanda, revisar las fuentes contemporáneas, para explicar las características psicológicas de los pueblos latinoamericanos […] con la finalidad de encontrar el “carácter nacional” de cada país y, de esta manera, conocer las razones de su atraso y poner acciones convenientes para salir de él [...] Con el objetivo de promover la difusión y asimilación del concepto de nacionalidad […] de crear las condición indispensable para hacer factible la evolución de nuestros pueblos” (Valderrama, 1986: 91-99, corchetes añadidos).

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Cita, que en su momento histórico fue elaborada y se constituyó en una preocupación compartida a nivel continental, y que coincide con el conocimiento que de estos procesos colectivos tenían los involucrados, y con las referencias con que, en sus inicios la psicología colectiva se plantea la descripción de la psicología de las culturas, del pueblo, de la gente común, aquella en que se describen los procesos teóricos con los cuales observar los conflictos culturales, los conflictos que se manifiestan en la emergencia de las multitudes versus las clases privilegiadas, de la plebe vs clase política, de la necesidad de transformar la cultura de la gente común, para reconocerse en la imposición de la cultura occidental, por encima de las culturas originarias. La conquista de la cultura occidental, y la imposición de las nuevas formas planteadas, para el desarrollo de los procesos sociales. Los líderes latinos, a través de la Psicología Colectiva, de las Masas, reconocen la forma de pensar de la gente común, sus aspiraciones, sus sueños, sus miedos, y ubican las formas de gestión adecuada, el conocimiento de los procesos colectivos que les permite, a sus líderes plantear el problema, la dinámica del momento histórico por el que atravesaban sus países, y describir los procesos colectivos necesarios para educar a sus sociedades. En las teorías colectivas, de las multitudes encontraban, la caracterización, los procesos y las respuestas que se planteaban los psicólogos colectivos de la época (Italianos, Franceses, Ingleses, 1880-1915). Ubicados en este discurso, dicha psicología les permite reconocer de manera correcta el conflicto cultural, qué suponían la emergencia de los estados nación y los pone en la pista para generar las condiciones políticas que posibiliten, la participación de la gente, en el tránsito de las formas de sus culturas a la civilización occidental.

Minorías Activas En la historia de México, pueden reconocerse a dos personajes alrededor de los cuales, es posible explorar la gestión de dichos conflictos en las políticas educativas implementadas en nuestro país, Ezequiel Chávez (1868-1946) y Antonio Caso (1883-1946). Ezequiel Chávez en su larga trayectoria, se destaca como consistente líder político-intelectual, cómo una minoría, involucrada en la transición política y en distintas gestiones gubernamentales, se permite con base en su trabajo y su consistente manera de reconocer y plantear los

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problemas, tener y darle continuidad a la creación de las instituciones responsables de los procesos educativos de nuestro país, quién como en las películas de héroes, aparece en los momentos en que se definió, y se sustentó el proyecto educativo de las masas en México (1889-1937). Chávez gestiona como funcionario público, la concepción y función de las instituciones educativas, participa en la recomposición y elaboración de los objetivos con que cada institución debe educar, como la base que provee los elementos adecuados, para apoyar la participación e involucramiento de la gente, de acuerdo a sus necesidades, y con base en sus posibilidades en el proceso de modernización intelectual de nuestro país. En los documentos de la época, y en los trabajos contemporáneos que al respecto se han elaborado, se observa consistentemente como Chávez, es actor, testigo, cómplice, participante y recreador de las instituciones educativas, el que colabora en las discusiones con los gobernantes de diferentes ideologías, de diferentes épocas, en la creación de los procesos educativos de nuestra nación (1889-1946). Quien es reconocido, en diferentes gestiones por su calidad académica, por su capacidad para trabajar con los grupos, por reconocer y gestionar con los líderes de los distintos grupos, el cultivo de su potencial para generar propuestas que involucren a la sociedad. Es quien, con su constancia, con la claridad de sus propuestas, con el involucramiento, con la búsqueda de participación y colaboración, siempre privilegia la inclusión, y sus propuestas generan instituciones a través de las cuales resulte posible comprometer y educar al pueblo de México. Su constancia, consistencia y participación al parecer, están enmarcadas en su “Ensayo sobre los rasgos distintivos de la sensibilidad como factor del carácter mexicano” (1901), escrito que elabora con el interés de conocer el carácter nacional, para con base en el, decidir las medidas educativas y políticas que se habrán de tomar, con el objetivo de explicar adecuadamente su situación y buscar las soluciones más adecuadas para ayudar al progreso del país. En el reconocimiento de “…el absurdo de querer trasplantar lisa y llanamente a un país, instituciones educativas, represivas o políticas que han florecido en otro, sin reflexionar en que acaso no sean aclimatables en el intelecto, en los sentimientos y en la voluntad de los pueblos a quienes se trata de mejorar, ofreciéndoles un presente tan precioso, tal vez como inadecuado” (Chávez, 2004: 26). Lo que se considera y reconoce en el tiempo, como el manifiesto que le otorga sentido a su constancia y consistencia, su

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liderazgo, y su capacidad para trabajar en grupo que expresa: en su educación recibió el carácter positivista, pero también su juicio crítico lo llevó a rebelarse contra el positivismo restringido que negaba los hechos psíquicos como tales: En 1891, presenta su examen profesional “La filosofía de las instituciones políticas” En 1895, siendo profesor de lógica de la Preparatoria, sus alumnos le pidieron que pronunciara el discurso oficial en la fiesta organizada por ellos mismos para conmemorar la Independencia de México, acto que presidió el Ministro de Justicia e Instrucción Pública, Joaquín Baranda. Después de su discurso, el mismo Chávez nos da la clave de su enroque al ministerio de Justicia e Instrucción pública. “A la hora que bajé de la tribuna en medio de naturales aplausos […] sentí que la mirada del ministro [Joaquín Baranda] me seguía y obedeciendo a la invitación que me hacía, me senté a su lado […] ‘Dígame usted, señor compañero, ¿por qué ha dicho que el gobierno va a reformar las leyes que norman la educación nacional?’ Y cuando le contesté ‘Porque como sé que hay en el Ministerio de Justicia e Instrucción Pública personas de inteligencia, de saber y de buena voluntad (…) que harán las reformas necesarias…’ me invitó para que con él tuviera, como en efecto tuve al día siguiente, una entrevista a la que llevé un libro que ya tenía escrito acerca de la Reorganización de las escuelas primarias nacionales y de la Nacional Preparatoria” (Díaz, 1999:72) . Apoyado por Baranda y por decreto del Congreso, emprendió sus tareas, dando como resultado inicial la Ley del 3 de junio de 1896. En 1896 centralizó las escuelas de instrucción primaria elemental, antes dependientes de los ayuntamientos, en una Dirección General de la Enseñanza Primaria que se encomendó a Luis E. Ruiz. Esta ley fue el germen de lo que luego sería la Secretaría de Educación Pública. En el mismo año, además, reorganizó la instrucción primaria superior con dos años de duración, como intermedia entre la elemental, y luego la preparatoria para desarrollarse en 5 años (Hernández, 1981), además su reforma unificó y dio continuidad a los planes de estudio de la Escuela Elemental, la Secundaria de Niñas y la Escuela Nacional Preparatoria. En leyes y reglamentos plasmó la educación integral, e intervino además en la reorganización de las escuelas elementales para adultos, en las que, habiendo revisado las experiencias al respecto, le brindaron otra visión de las necesidades económicas del país, y considerando experiencias para ofrecer oportunidades a los que no

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concluían sus estudios profesionales, propuso ofrecerles instrucción técnica a los obreros. En cuanto a la preparatoria, también en 1896 intercedió Chávez, reorganizando el plan de estudios, la seriación de materias y el número de semestres, con la intención de mejorar el desempeño de los estudiantes, de hacer coincidir los estudios con las necesidades y capacidades de los alumnos… “era forzoso dar preparación para la vida misma, y dotar a los educandos que por la Escuela Preparatoria pasaran, de todos los conocimientos adecuados para poder conducirse con éxito en la existencia, cualquiera que fuese el destino que les estuviera reservado” (Díaz, 1999, p. 72) En su larga trayectoria como funcionario deben considerarse también su papel como subsecretario de Justicia e Instrucción Pública 1895-1900; la inauguración del 1er curso de Psicología Independiente en la Escuela Nacional Preparatoria en 1896; Subsecretario de Instrucción Pública y Bellas Artes de 1905-1911; la invitación a James Mark Baldwin, a impartir el curso de Psicosociología en la Universidad Nacional de México 1910; la dirección de la Escuela de Altos Estudios en 1913; así como su nombramiento como rector de la Universidad de México en los periodos de 1913-1914 y 1923-1924. En los documentos de la época se menciona que la creación de la Escuela Nacional de Altos Estudios no tenía programa específico ni profesores: en dicha institución se ofrecerían cursos especiales del más alto nivel y solo podrían asistir los mejores alumnos, a los que se otorgarían grados académicos superiores, y en la que se intentaría hacer investigación original, tanto científica como humanística. Los tres primeros profesores de tiempo completo fueron: James Mark Baldwin de Psicología, Franz Boas de Antropología y Carl Reiche de Botánica. La ENAE contribuyó en la difusión de la psicología en un nivel de especialización, ya que los interesados en la clase del Dr. Baldwin, debían cubrir el requisito de estudios preparatorios (Rodríguez Preciado, 2014). Posteriormente, en 1925 el proyecto de La Escuela Nacional de Altos Estudios da origen a tres escuelas, con la intención de formar los docentes necesarios para educar a los educadores de la población: La Escuela Normal Superior, La Escuela de Graduados para formar a los Maestros de los Maestros, y la Facultad de Filosofía y Letras, en la cual iniciará la Escuela de Psicología, que con el tiempo se convertirá en la Facultad de Psicología de la Universidad Nacional.

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Esta larga trayectoria, ubicada en la gestación y gestión del proceso educativo de un país, y su participación en la generación de los grupos académicos, que le dan sentido a las instituciones educativas nos ofrece los rastros del problema, de la identificación de los elementos que definen nuestra nación, de los elementos que entran en juego en este proceso. En 1913 fue designado Ezequiel Chávez como director de la Escuela de Altos Estudios, quien al ponerse al tanto de la carencia de recursos para su profesorado, invitó a varias personalidades de la época a fungir como maestros sin remuneración alguna. De entre ellos, a los integrantes del Ateneo de la Juventud, Antonio Caso, Alfonso Reyes, Enrique González Martínez, Pedro Henríquez Ureña, Mariano Aceves, Federico Mariscal y Carlos Lazo, así como el Arqueólogo Carlos Seler. Antonio Caso escribió múltiples libros de divulgación del conocimiento antipositivista de la época. Por ejemplo, en Sociología Genética y Sistemática, de 1927, proyecta un compendio escrito para servir de libro de texto a los alumnos de la Facultad de Derecho y Ciencias Sociales de la UNAM, 1927. Su punto de partida es la Psicología de los pueblos, y la obra de W. Wundt, en tanto que el romanticismo Alemán, habla del “espíritu del pueblo” (Volkgeist), de “alma del pueblo” (Volksseele), y de “psicología del pueblo” (Volkspychologie). Wundt, se refiere a la “mentalidad primitiva”, a la “psicología étnica” y a la “psicología de los pueblos”, al estudiar la identidad de las “naciones”. Su problema se relaciona con los productos mentales que son creados por una comunidad de vida humana y, por tanto, son inexplicables simplemente en función de la consciencia individual, ya que presupone la acción recíproca de muchos. Propuesta por la cual, La psicología de los pueblos, tendría poderosos amigos y enemigos terribles. Todas las ideas nuevas se hallan en el propio Caso; pero el pensamiento profundo ha logrado alcanzar, en la literatura científica de nuestro tiempo, valimiento y significación. ¿Por qué si la psicología individual es posible, no había de serlo una psicología colectiva basada en estas condiciones constantes de la comunidad anímica: lenguaje, religión, arte y costumbres? La personalidad es el dato más alto del psiquismo individual. También puede serlo de la actividad colectiva. A través de los siglos se solidarizan las generaciones en esas grandes formas de la evolución histórica que se llaman razas, patrias y nacionalidades. Los pueblos son principios espirituales.

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En este sentido, y como parte de este proceso, Antonio Caso pertenece a otra generación, a otra minoría en la que se conjuga la excelencia académica, destacada en trayectoria académica, en sus participaciones públicas en el ámbito editorial, con la experimentación por publicitar, difundir, con formas educativas no convencionales la cultura de los títulos profesionales. Caso es miembro fundador del Ateneo de la Juventud, aquel conjunto de personajes que participan de la cruzada de renovación cultural que se opone a la educación positivista, y pugnan por la restitución de los estudios filosóficos. Se permiten explorar con formas no convencionales de educar a la sociedad, difundir, promover, provocar con las labores culturales que se ofertaban en el Ateneo, con la intensión de disputar lo que consideraban limitaciones de la corriente positivistas en México, solo apta para las clases pudientes. En 1913 se inauguran las cátedras de filosofía en la recién fundada Escuela de Altos Estudios, y comienza a impartir conferencias programadas por la Universidad Popular –creada el mismo año por el Ateneo de la Juventud, con el objeto de llevar al pueblo rudimentos de cultura superior. Impartían las conferencias en los talleres y centros de agrupación popular, que se complementaban con visitas a los museos, excursiones etc. Eran contemporáneos con las Universidades Populares en el mundo, en las que se intentó democratizar el conocimiento, llevarlo a la gente común, hacerla participe en los lugares públicos, en los espacios donde la gente se encontraba, compartirles, mostrarles, expresarles el gusto por el conocimiento, la filosofía, la poesía, la pintura, la salud. La democratización de educarse sin las trayectorias escolarizadas, de gustar del conocimiento, sin tener que acceder con título a las instituciones educativas, las que por su condición social les estaban negadas. Caso tuvo la virtud de ser un gran lector, y difusor del conocimiento, el que compartía y difundía en sus clases, y en la traducción de libros, en la Universidad Popular, en sus participaciones en los periódicos de la época. Fue de los primeros en dar a conocer el intuicionismo filosófico de Bergson, las tesis de Spengler, la fenomenología de Husserl, el existencialismo e historicismo de Dilthey. En 1937, una comisión integrada por Antonio Caso, Ezequiel Chávez, Francisco Larroyo y Eduardo García elabora en la Facultad de Filosofía y Letras el primer plan de estudios en Psicología, destinado a otorgar el título de Maestro en Psicología. En 1943, Dr. Ezequiel A. Chávez y el Dr. Antonio Caso forman parte como miembros fundadores del Colegio Nacional.

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III

La formación disciplinar en psicología social

Como ya fue señalado, se considera que el periodo de formación de la disciplina abarca hasta 1958. Es hasta 1959 que se instaura el primer plan de estudios de la licenciatura en psicología. En 1937 se imparte el grado de Maestro en Psicología, como parte de los estudios que se impartían en la Facultad de Filosofía y Letras (Zanatta y Yurén, 2012). Entre las instituciones universitarias y de enseñanza disciplinar, la licenciatura en psicología se establece en la Universidad Nacional Autónoma de México en 1959, siguiendo la trayectoria y desarrollos de los teóricos de la época. Tabla 2. Consolidación de la Psicología como licenciatura en las

diferentes universidades e institutos4 Año

Institución

1959

Se aprueba el primer plan de estudios de Psicología en UNAM. Es el inicio formal de la psicología como licenciatura en el país.5

19631965

La Universidad Veracruzana establece el Departamento de Psicología, que deviene en Escuela de Psicología

1966

Universidad Autónoma de Nuevo León

1967

Universidad Autónoma de Querétaro, se crea la Escuela de Psicología Universidad Autónoma de Yucatán

1971

La UNAM reestructura su plan de estudios y conforma 5 departamentos de Psicología: Experimental y metodología, Clínica, del Trabajo, Social y Educativa; el Departamento de Psicología Social quedó a cargo del Dr. Héctor Manuel Cappello

1972

Universidad Autónoma de San Luis Potosí establece el plan de estudios en psicología Universidad Autónoma de Coahuila Escuela Libre de Psicología A.C., Chihuahua.

1973

Se expide la primera cédula profesional de Psicología por parte de la Dirección General de Profesiones Universidad Autónoma Metropolitana. Se crea la licenciatura en psicología en la Unidad Xochimilco y la licenciatura en Psicología Social en la Unidad Iztapalapa. Primer plan de estudios que se denomina “Psicología social”.

4

5

En el ciclo 2016-2017, La Asociación Nacional de Universidades (ANUIES) reporta 641 universidades e institutos que imparten la licenciatura en psicología, en cualquiera de sus vertientes: ambiental, clínica, general, social, etc. En 1950, la Universidad Iberoamericana, institución particular, imparte la carrera de psicología, pero en un esquema de carrera incorporada la UNAM.

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Nos detenemos en 1974, cuando se abre un parteaguas en la psicología social. En ese año, la Universidad Autónoma Metropolitana se funda como universidad pública en el entonces Distrito Federal, hoy Ciudad de México. En ese momento, prácticamente fue la primera licenciatura en América Latina que impartía la Psicología Social; en algunas de las diferentes universidades que en ese entonces impartían psicología, se ofertaban cursos en psicología social o áreas de especialización en psicología social. Pero no existía un programa que habilitase a sus egresados como Psicólogos Sociales. Además, se ubicó a la licenciatura en el área disciplinar de las Ciencias Sociales: las demás universidades agrupaban a la psicología en el área de Ciencias de la Salud, siguiendo el modelo de la salud mental. Nuestro enfoque fue ubicado en interacción con la sociología y otras disciplinas sociales.

La década de los ochenta A principios de la década de los ochenta, surge la inquietud de revisar y restructurar el plan de estudios. La estrategia de elaboración de ese segundo plan de estudios de la licenciatura de psicología social en la Universidad Autónoma Metropolitana (UAM) arrancó en el año de 1982 -1983. Se llevó a cabo bajo la propuesta del Dr. Gerardo Pacheco que entonces fungía como jefe del departamento de sociología pero era miembro de la licenciatura en psicología social. Esta propuesta emanó de la crítica que entonces se hacía del original plan de estudios que solo contenía los nombres de las materias pero todas ellas carecían de objetivos generales y específicos, de contenidos y de la bibliografía respectiva. De esa manera, se emprendió un diagnóstico con el propósito de construir el plan de una disciplina novedosa. Bajo la premisa de que la UAM proponía nuevas licenciaturas, la licenciatura en psicología social representaba un reto toda vez que no había antecedentes curriculares, ni otra universidad que la impartiera de manera integral. El único precedente lo tenía la facultad de psicología de la UNAM, pero que en su plan de estudios constituía un área terminal el cual estaban integrados nueve o diez cursos. Sin dejar de señalar que la UAM fue establecida como respuesta a las demandas que los estudiantes tuvieron en los años 60’s, es a partir de 1972 que se abren nuevas escuelas de nivel medio superior, para satisfacer la demanda de espacios de formación educativa. La UAM

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fungió como la institución receptora del nivel superior y entre sus ofertas propone la licenciatura en psicología social para dar amplitud a las perspectivas de las disciplinas encargadas de estudiar el comportamiento humano. Sin embargo, la UAM tiene una gran definición, en el sentido de que la psicología social se plantea en la división de ciencias sociales y humanidades (CSH) y no en la división de ciencias básicas y de la salud (CBS), como normalmente se ubica en la mayoría de las universidades del país. El entonces director de la división de (CSH) el Dr. Luis Villoro, la propone dentro del departamento de sociología, junto con la licenciatura en sociología y la de ciencias políticas. Así entonces, el primer paso es elaborar un diagnóstico de la disciplina para emprender un plan de estudios con el título de psicología social. El diagnóstico no correspondía únicamente al campo disciplinario propio, sino que correspondía a la idea de atención a los problemas nacionales vistos desde el ángulo del comportamiento social, del comportamiento colectivo y del comportamiento de los grupos humanos. El primer gran diagnóstico se elabora a partir de una reunión que se lleva a cabo en la población de Alpuyeca en el estado de Morelos, en abril de 1983, pero que no concluye sino hasta marzo de 1985. Durante ese lapso, el grueso de los profesores y profesoras, además de algunos estudiantes, participan en un debate sobre el objeto de la psicología social. Igualmente sobre las líneas temáticas que debe adoptar la disciplina y sobre el perfil del egresado. Esta reunión se lleva a cabo durante tres días de manera intensa y llega a la conclusión de elaborar líneas de investigación que tengan la posibilidad de aterrizar en materias con objetivos y contenidos muy precisos. En un ambiente de gran comunicación, se establecen líneas de trabajo y al mismo tiempo la necesidad de capacitar a profesores y de habilitarlos en términos de aspectos educativos y didácticos, así como de establecer grupos de trabajo que permitieran elaborar distintas materias, sobre las distintas temáticas disciplinarias y reconocer los diferentes estadios de formación. Una primera conclusión académica es el proyectar el perfil del egresado. Esta se delinea en la preparación para la investigación como el criterio general de formación. Esto es señalar que en 12 trimestres la UAM formará y habilitará el estudiante en teorías, métodos de investigación, problemáticas sociales y técnicas de investigación. Pero igualmente el perfil del profesorado idóneo para impartir estos cursos.

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La idea de profesionalización aterrizó en el campo de la investigación social cómo la fórmula didáctica de esta licenciatura. La elaboración de programas generales y proyectos específicos de investigación serían abordados por los grupos de trabajo, específicamente por los profesores adscritos a grupos de trabajo específico que en la UAM se denominan áreas de Investigación. La discusión sobre la psicología social no resultaba fácil en los años 84- 85. Para los profesores adscritos a la licenciatura, ya sea bajo contratación indeterminada o temporal, correspondía una situación de definición del campo de trabajo de la psicología social, lo que crea un ambiente de disputa sobre la definición del enfoque disciplinario. Toca a esa generación definir de manera patente sus aproximaciones teóricas y los desarrollos metodológicos. Asimismo, la idea de emprender un año de investigación que faculte al estudiante a hacer investigación. Profesores como Anne Reid, Graciela dela Rosa, Héctor Meza, Carmen Mier y Terán, Francisco Castañeda, Manuel González, entre otros, emprenden la propuesta de un nuevo plan En marzo de 1985 se presentó una propuesta integral de plan de estudios. Esta suscitó muchas resistencias, críticas y obviamente un conflicto que emanó. Sin embargo, fue la única propuesta que se presentó y que fue canalizada al consejo divisional de la universidad. Así entonces, el diagnóstico y capacitación antecedieron a la implementación del plan de estudios, el cual se presentó y fue aprobado por el consejo divisional en 1985. Sin embargo, hubo dos grandes condiciones que impidieron que esta implementación fuera de manera inmediata. Por un lado, el impacto del sismo que acaeció en septiembre de ese año y que trastornó la vida interior de la UAM. Simultáneamente la dificultad que la división de CSH tenía frente a la modificación de lo que era el tronco general de asignaturas que entonces contaba con las primeras 12 materias de las licenciaturas y que en ese año se buscó disminuir a la mitad. Finalmente, su implementación fue hasta el año de 1991.

La década de los noventa Habrá que decir cuatro aspectos importantes de esta actividad realizada entre 1982 y 1991, es decir 9 años. Una primera fue la dinámica de debate que la definición de la psicología social suscitó. Esta fue

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siempre de enorme controversia dada la gran diversidad, pluralidad y distintas aproximaciones teóricas que el profesorado sostenía. Lo que derivó en al menos tres cursos de teorías en psicología social. Al tiempo que se implementaron cursos sobre temas específicos como Taller de historia de la disciplina, Procesos básicos, Psicología de las masas, Psicología política, etc. teniendo a los cursos de influencia social como segunda columna central. Una segunda cuestión fue las perspectivas metodológicas. Estas se dividían entre lo experimental, la observación, la construcción de instrumentos, el trabajo de campo y las necesidades del trabajo comunitario. Igualmente entre lo cuantitativo y lo cualitativo, lo que llevó a definir varios cursos seriados en esta ruta. Igualmente se planteó la necesidad de establecer talleres de actualización y extracurriculares en ese sentido. Los cursos de metodología que fueron planteados como la elaboración de dinámicas de investigación. Entonces, el plan de estudios se sostenía en tres grandes momentos; A) Los antecedentes históricos de la disciplina, así como los aspectos de conceptualización y problematización que permitieran observar los procesos psicosociales como resultado de distintos momentos históricos. B) Un segundo momento con tres columnas fundamentales. Una primera en la parte teórica como elemento central. Otra, sobre los aspectos complementarios a nivel de procesos como son la influencia, la comunicación, la psicología de las masas, el sentido común y las formas de intervención en los grupos, al igual que los problemas contemporáneos. Lo que permitía reconocer la diversidad de perspectivas y de temas de investigación. En tercer lugar, la amplitud de la metodología que permitiera implementar el estudio de las problemáticas desde el punto de vista de los problemas sociales contemporáneos. C) Finalmente, la elaboración de un proyecto de investigación específico que diera cuenta de una problematización particular y disciplinaria frente a los retos de comprender el acontecer local y grupal en el marco de los problemas nacionales. Este momento se denominó año de investigación y fue diseñado a partir de una matriz que no tenía contenidos específicos, sino que ellos deberían de ser ocupados por el programa

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de trabajo de investigación y el proyecto específico conducido por al menos dos profesores de la institución. El plan de estudios en psicología social que se implementa en 1991 en la UAM no es solo el primer plan de estudios que en esta especialidad se desarrolla en México, sino también en América Latina. Esto sella un antecedente muy importante frente a la discusión que la Universidad Nacional Autónoma de México tenía de la psicología social, considerándola solamente como un aspecto terminal en el área de trabajo químico- biológico. Así, de manera oficial, se tienen dos grandes visiones de la psicología social en México. De una parte, la que se desarrolla en la UNAM. Como un área de la psicología y que a manera de una rama de ella se desarrolla como especialización o área terminal y que, desde un enfoque de las ciencias naturales, lo psicológico o lo subjetivo se define como una derivación, o acaso una desviación, del desarrollo humano natural. Una segunda versión es la que se desarrolla en la UAM–I, donde el comportamiento humano es un producto de la dinámica socio histórica de la sociedad y el resultado de la concatenación de esas condiciones, así como de la dinámica de los grupos humanos que en su necesidad de interacción social producen una condición particular a la cual es necesario recurrir para establecer de manera temporal sus valores, normas y perspectivas de acción que de cuando en cuando tendrán que modificar. Esta es una condición socio-cultural con consecuencias políticas que se enmarcan en el Estado como el espacio de interacción humana. Una consecuencia inmediata de la implementación del primer plan de estudios en psicología social fue la formación de grupos académicos, técnicamente nombrado como áreas de investigación. La formación de estos grupos académicos se decidió de manera voluntaria. Cada profesor o profesora decidía con quién se reunía, definía su temática de investigación, le ponía nombre a su grupo y lo registraba institucionalmente en la división y departamento. En ese momento las áreas toman forma en los proyectos de investigación que proponen. Ellas siguen las pautas de la discusión que se implementó como niveles de explicación, es decir, hubo grupos que se formaron en términos de estudiar y comprender la psicología de los individuos desde el punto de vista de su propio desarrollo intrapersonal, así como interpersonal, esto es el individuo y las relaciones entre los individuos. Otras dos o tres áreas de investigación se adscribieron a temas que la psicología social ha desarrollado como las formas de percepción

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del sujeto social, la psicología de las masas o la comunicación masiva o los aspectos de la modernización. Entonces, estos grupos de trabajo ubicaron los niveles de explicación tres y cuatro como la base de su organización académica. La psicología social arrancaba en los años 90’s en la UAM-I, con un profesorado con una capacitación de licenciatura en general y con un promedio de edad que oscilaba en los 30 años de edad. Actualmente el promedio del profesorado está por arriba de los 50 años de edad, en su mayoría tiene estudios de maestría y doctorado. La estabilidad de la universidad ha permitido formar estos estudios al mismo tiempo que desarrollaban sus investigaciones y la difusión del trabajo académico. Hay que agregar que el perfil académico es el de profesor e investigador al mismo tiempo. Uno de los aspectos poco conocidos, pero que ha resultado relevante en cuanto a la capacitación del profesorado es el de la estrategia de su formación, la cual ha sido en gran medida a través de seminarios impartidos por profesores invitados, nacionales e internacionales y de las relaciones con otros grupos de investigación. Es decir, que los profesores adscritos a un área de investigación de la licenciatura en psicología social elaboraron su propia estrategia para el desarrollo de proyectos de investigación y, en consecuencia, de las relaciones de trabajo que se implementaron, fueron cubiertas con los propios objetivos de la universidad.

El nuevo siglo: el XXI La implementación del plan de estudios que se dio en 1991 ha tenido una vigencia sin cuestionamientos hasta el 2008, sin embargo, en este año hubo la necesidad de elaborar nuevamente una estrategia para establecer el diagnóstico sobre el plan de estudio actual e implementar uno nuevo. Ese diagnóstico tuvo como premisa la idea de un relativo envejecimiento del plan de estudios vigente. Se abrió entonces, con este diagnóstico, la necesidad de reformular el plan de estudios para darle actualidad a los cursos, los objetivos y, sobretodo, actualización en las formas de investigación, así como en las referencias a los diversos cursos. En la nueva etapa, en el año del 2008 se tenía el dibujo de una plantilla que permitía el desarrollo de la disciplina desde diversas ópticas. Se veía fácilmente elaborable una nueva estructura de la disciplina para

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los nuevos tiempos. En una dinámica de cordialidad y gran comunicación, sin embargo, el consenso general fue quebrantado al proponerse, no una actualización, sino una modificación e introducir diferentes criterios para la formación y profesionalización del estudiante de psicología social. Los parámetros impuestos de competitividad, productividad, disputa por los recursos, buscaron la reorganización de los grupos para el trabajo, lo que llevó a mostrar nuevos intereses y evidenció la verdadera dinámica presente. Así, el punto de ruptura no se ubicaba ya en la perspectiva disciplinaria, sino en mantener o incrementar los espacios y condiciones para la productividad. En apariencia la discusión era si la psicología comunitaria o la psicología social comunitaria podía ingresar o no a la nueva dinámica de formación profesional en un mundo altamente globalizado a partir de criterios elementales y sin un personal calificado, ni estrategia de formación o actualización. Los consensos se quebrantaron y la dinámica se prolongó hasta el 2017. Para entonces las líneas de trabajo de las áreas de investigación habían alcanzado un alto grado de consolidación. Cada uno de los profesores y cada una de las áreas de investigación ya observaban un buen nivel de desarrollo después de veinte años de trabajo. Gran parte de los profesores ya había desarrollado su habilitación, capacitación y formación en términos de maestría y doctorado. En cuanto a la producción, los grupos académicos eran competitivos en el ámbito de la presentación de trabajos en congresos, de seminarios y, sobretodo, de publicaciones. La psicología social tiene aquí sin embargo una gran deuda y es que el fortalecimiento de las líneas de trabajo no necesariamente consolida la formación de la licenciatura en psicología social. Para ese tiempo emerge el proyecto de un plan de posgrado que fue implementado en el último trimestre de 2017. Vista desde fuera, la psicología social en la UAM tiene una gran dinámica y una gran presencia. Visto desde dentro la psicología social tiene una falta de articulación, un desfase de tiempo y permanece todavía con el plan de estudios que fue implementado en 1991. Esto es, que frente a la dinámica social tiene 30 años de atraso. Esto no se ha podido elaborar. Son distintas y muy diversas las causas, muchas de las cuales tienen que ver con la dinámica en la UAM- I. La psicología social en esta institución posee una perspectiva mucho más social que la que se tienen en otros espacios. Se le puede señalar que la perspectiva se ubica más en la línea de la psicología social sociológica, que de la psicología social psicológica debido a muchos factores. Uno primero es la ubicación de la licenciatura en la división de

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ciencias sociales y humanidades, lo que le otorga una característica de disciplina social. Uno segundo fue la estrategia de capacitación que se tuvo entre los años 1982 y 1998 que permitió atraer a profesores y profesoras, particularmente europeos que mostraron sus investigaciones y permitieron hacer reflexionar al profesorado sobre sus propios proyectos de investigación. Esa capacitación tuvo como principales representantes a la Escuela de Altos Estudios de París, Francia, de entre quienes estuvieron personalidades como Serge Moscovici, Jean Claude Abric, Denisse Jodelete, Michel Rouquette, así como profesores italianos, españoles y algunos otros. Las áreas de investigación y la dinámica institucional se complementan con el posgrado, que sin duda generará una mayor presión en términos de la productividad y competitividad. Es muy probable que con el desarrollo de la maestría y doctorado permitan tener un despunte para el desarrollo de la licenciatura en los próximos años. Habría que elaborar, tal vez cada cuatro años, una revisión de las dinámicas sociales al interior de la UAM - I y hacer una evaluación de temas, producción y de la renovación de la planta académica.

La matrícula universitaria Aunque hoy en día ya hay más universidades que ofrecen psicología social como programa de egreso universitario, se siguen ubicando en el modelo de salud mental, por lo que el plan de estudios de la UAM-Iztapalapa sigue siendo pionero en el ámbito nacional. Véase la Tabla 6.

Tabla 3. Instituciones públicas y particulares. Matrícula total en Licenciatura en Psicología (educativa, social, ambiental, jurídica, etc.)

Total en el Distrito Federal Total nacional

2002

2004

2012

2015-2016

2016-2017

13 831

15 595

22 480

27 730

29 827

63 404

82 160

137 405

168 435

177 842

Fuente: ANUIES, elaboración propia con datos de los Cuestionarios 911.9A. Ciclo escolar 2016-2017. Inicio de cursos.

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Tabla 4. Población escolar en licenciatura en modalidad Instituciones particulares

Matrícula

Titulados

Psicología

97,422

11,533

Psicología Social

4,721

456

Subtotal

92,701

11,077

Matrícula

Titulados

Psicología

80,420

7,908

Psicología Social

2,133

125

Subtotal

78,287

7,783

Total

177,842

19,441

Instituciones Públicas

Fuente: ANUIES, elaboración propia con datos de los Cuestionarios 911.9A. Ciclo escolar 2016-2017. Inicio de cursos.

En el caso de la Universidad Autónoma Metropolitana, Unidad Iztapalapa, en 1974 se inscribieron 7 alumnos al programa de licenciatura en Psicología Social; para 1978 se titulan los 2 primeros profesionistas con el título y cédula en Psicología Social. En 2016 se titularon 86 psicólogos sociales (Véase Tabla 6). La Coordinación de Sistemas Escolares de la UAM Iztapalapa reporta que entre 1978 y 2016, han concluido y obtenido el título de Psicólogos Sociales, 2,784 personas. Tabla 5 Entidades federativas donde se imparte Psicología Social en modalidad Matrícula Hombres

Matrícula Mujeres

Total

Aguascalientes

24

26

50

Chiapas

34

80

114

Coahuila

67

77

144

Ciudad de México

353

849

1,202

Guanajuato

332

476

808

México

461

1,336

1,797

Morelos

2

11

13

Instituciones particulares

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Entidades federativas donde se imparte Psicología Social en modalidad Querétaro

54

80

134

San Luis Potosí

35

39

74

Veracruz

41

197

238

Yucatán

28

65

93

Zacatecas

8

46

54

Subtotal

1,439

3,282

4,721

Matrícula Hombres

Matrícula Mujeres

Total

Ciudad de México

334

705

1,039

Sinaloa

250

844

1,094

Subtotal

584

1,549

2,133

2,023

4,831

6,854

Instituciones Públicas

Total

Fuente: ANUIES, elaboración propia con datos de los Cuestionarios 911.9A. Ciclo escolar 2016-2017. Inicio de cursos.

Tabla 6 Población escolar licenciatura en modalidad de instituciones públicas Universidad Autónoma Metropolitana – Iztapalapa Psicología Social Universidad Autónoma Indígena de México Psicología Social Comunitaria Total

Matrícula

Titulados

1,039

86

1,094

39

2,133

125

Fuente: ANUIES, elaboración propia con datos de los Cuestionarios 911.9A. Ciclo escolar 2016-2017. Inicio de cursos.

Nos encontramos con que la disciplina psicosocial tiene una importante presencia en el ámbito nacional de la formación disciplinar. Pero también es importante señalar los estudios de Posgrado. El número de estudiantes que se encuentran cursando un posgrado (maestría o doctorado) en psicología en México es de 4,908 personas (Tabla 7). La UNAM impartía tanto la maestría como el doctorado en Psicología Social, pero a partir de 1998 oferta Maestría en Psicología y Doctorado en Psicología.

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Tabla 7 Matrícula escolar en Posgrado en Psicología, en modalidad de instituciones

Maestría

Doctorado

Particulares

3,054

83

Públicas

1,305

466

Total

4,359

549

Fuente: ANUIES, elaboración propia con datos de los Cuestionarios 911.9A. Ciclo escolar 2016-2017. Inicio de cursos.

En el caso que nos ocupa, la psicología social, encontramos que en este momento se ofertan 6 programas de Maestría (Tabla 8). No se incluye aún la Maestría en Psicología Social que imparte la Universidad Autónoma Metropolitana – Unidad Iztapalapa, debido a que inició actividades en septiembre del 2017, aceptando a 9 estudiantes.

Tabla 8 Matrícula escolar en Maestría en Psicología Social, en ámbito nacional. Instituciones Particulares Escuela Libre de Psicología (Chihuahua). Maestría en Psicología Social y de las Organizaciones Universidad Interglobal. (Hidalgo) Maestría en Psicología Social Subtotal Instituciones Públicas

Matrícula

Graduados

2

1

2

0

4

1

Matrícula

Graduados

Benemérita Universidad Autónoma de Puebla. (Puebla) Maestría en Psicología Social Universidad Autónoma Metropolitana - Unidad Xochimilco Maestría en Psicología Social de Grupos e Instituciones Universidad de Guadalajara. (Jalisco) Maestría en Psicología Social Subtotal

8

7

43

5

6

0

57

12

Total

61

13

Fuente: ANUIES, elaboración propia con datos de los Cuestionarios 911.9A. Ciclo escolar 2016-2017. Inicio de cursos.

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Tabla 9 Matrícula escolar en Doctorado en Psicología, en ámbito nacional Instituciones Particulares Universidad de Tijuana CUT Psicología Universidad de Las Américas, A.C. Psicología Escuela Libre de Psicología Psicología Instituto Universitario Carl Rogers Psicología Universidad Americana de Europa Doctorado en Psicología Empresarial Subtotal Instituciones Públicas Universidad Autónoma de Aguascalientes Psicología Universidad Autónoma de Ciudad Juárez Psicología con énfasis en Salud y Violencia Universidad de Colima Psicología Universidad Nacional Autónoma de México Psicología Universidad de Guanajuato Psicología Universidad de Guadalajara Interinstitucional en Psicología Psicología con orientación en Calidad de Vida y Salud Universidad Autónoma del Estado de México Ciencias con énfasis en Educación, Trabajo Social y Psicología Universidad Michoacana de San Nicolás de Hidalgo Interinstitucional en Psicología Universidad Autónoma del Estado De Morelos Psicología Universidad Autónoma de Nuevo León Filosofía con orientación en Psicología Psicología Universidad Veracruzana Psicología Subtotal

Total

Matrícula

Graduados

13

0

13

10

6

5

45

3

6

0

83

18

Matrícula

Graduados

4

2

13

0

3

1

297

49

4

0

20 6

0 0

18

0

8

5

30

3

22 19

5 0

22

6

466

71

549

89

Fuente: ANUIES, elaboración propia con datos de los Cuestionarios 911.9A. Ciclo escolar 2016-2017. Inicio de cursos.

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Y en el Doctorado en Psicología, ANUIES reporta que en el ciclo escolar 2016-2017, se encuentran inscritos en el ámbito nacional 549 alumnos. En septiembre del 2017 dio inició el Doctorado en Psicología Social en la UAM-Iztapalapa, siendo el único posgrado en psicología social en México. Recordemos que posterior a 1998 el Doctorado en Psicología Social que ofertaba la UNAM se integró en su modalidad de doctorado en psicología. Esto plantea un desafío importante para la psicología social, pero a la vez un reconocimiento al trabajo académico que se realiza en la UAM-Iztapalapa. La psicología social en México se solidifica a través de la docencia, como se ha plasmado, pero ahora avanza firmemente en la investigación psicosocial. Cada vez hay más redes académicas y cuerpos académicos, y son reconocidos los congresos de psicología social que organizan sociedades de psicólogos sociales, como la Sociedad Mexicana de Psicología Social (SOMEPSO fundada en 1985), la Asociación Mexicana de Psicología Social (AMEPSO, fundada en 1984), la Red Nacional de Investigadores en Representaciones Sociales (RENIRS, fundada en 2010), entre otras.

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7 Ciento dieciocho años de psicología social en el Paraguay José Emilio García

Los primeros pasos de la psicología social En América Latina, la psicología social representó un constituyente muy significativo para el proceso de configuración inicial de los estudios orientados al comportamiento. Pero sus orígenes han recibido análisis fragmentarios, y partiendo de criterios disímiles. Los autores que se ocuparon globalmente del tema, entre quienes Montero (1989) constituye un buen ejemplo, mencionan al psicólogo alemán Wilhelm Wundt (1832-1920) y al británico William McDougall (18711938) como referentes de gran predicamento en la región. Igualmente, algunos libros se enfocan sobre el desarrollo de la psicología social en contextos específicos, evidenciando las diferencias que existen de un país a otro. En la década pasada, Jacó-Vilela, Lopes da Rocha & Mancebo (2003) organizaron una obra de referencia que presentaba informes locales sobre la historia de la psicología social en los países de América Latina, conformando una fuente de información de primer orden. El libro incluyó reportes sobre Argentina, Brasil, Cuba, México, Paraguay y Perú, además de un recuento sobre las actividades de la Asociación Brasileña de Psicología Social (Abrapso). Muchos otros libros y artículos facilitaron análisis y perspectivas temporales parciales sobre esta área de la psicología en diferentes naciones y tradiciones académicas y científicas. La primera exposición sistemática sobre los orígenes de la psicología social en el Paraguay corresponde a un capítulo de la obra previamente mencionada (García, 2003). En los años subsiguientes fueron agregándose otros documentos, donde la psicología social es abordada como el tema primario de discusión (García, 2017c) o como integrante del espectro más amplio que cubre la psicología científica

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(García, 2009, 2014a, 2016a). Esta reducida disponibilidad de fuentes que analizan las claves temporales no es privativa de la psicología, pues autores como Caballero Merlo (2011), que se interesa en la exploración del contexto más amplio de las ciencias sociales y en particular de la sociología, manifiestan inquietudes similares. El punto que se elija para iniciar el recorrido cronológico de la psicología social en el Paraguay resulta, en gran medida, una cuestión de criterios. Y es también un elemento crítico para esclarecer desde qué perspectiva o concepción intelectual se lleva adelante la discusión. Si tomamos en cuenta únicamente las conceptualizaciones actuales de la psicología social, que la definen como la disciplina científica que busca entender la naturaleza y las causas del comportamiento y el pensamiento individual en situaciones sociales (Baron & Byrne, 2005), o el estudio científico de la forma en que las personas piensan, influyen y se relacionan con los demás (Myers, 2005), e incluso el estudio de las causas, las consecuencias y los patrones de la interacción humana (Kimble, Hirt, Díaz-Loving, Hosch, Lucker & Zárate, 2002), no sería necesario que nos proyectásemos a una fecha anterior que la fundación de las primeras carreras universitarias, evento que tuvo lugar en la década de 1960. Pero la realidad es más compleja. Y no tendría que esperarse, además, que éste fuese un asunto simple de analizar, habida cuenta que hablamos del comportamiento humano y su estudio específico. Resulta sencillo corroborar la gran amplitud de visiones existentes sobre la disciplina, ya en sus mismos comienzos. Las primeras producciones relacionadas con el análisis del comportamiento social también poseen ese carácter indiferenciado, por lo cual aquéllas ideas pueden encontrarse en artículos o en libros cuya identificación primaria no es con la psicología en cuanto tal. Hace algunas décadas, dos autores que analizaron de manera sucinta las raíces de la sociología paraguaya reseñaron varios textos que podríamos denominar pre-sociológicos, o preconceptuales en referencia a la sociología moderna. Muchos de ellos, por supuesto, son de importancia para la psicología social. Arze y Arze (1965), por ejemplo, enumera un grupo de escritores provenientes de la época colonial. Sus escritos se hallan referidos a variadas temáticas como las descripciones de la vida social paraguaya y la historia de la antigua colonia. En su recuento, igualmente incluye libros de relatos y viajes. Todos contienen preciosas descripciones concernientes a las costumbres sociales y hábitos comportamentales de los pobladores. Entre los autores, menciona algunos ensayistas de índole sociológica e histórica que acercaron observaciones de interés para el comportamiento social, ya en la etapa republicana. Una revisión similar, aunque más comprimida, hizo

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Poviña (1959) con las obras de relevancia en este ámbito y período. Entre otras cosas, expresaba la importancia que adquieren los libros de carácter descriptivo, geográfico e histórico durante la etapa de producción inicial, que coincide temporalmente con la delimitación temporal de la colonia. El propósito central para este capítulo es la exploración de las condiciones de origen de la psicología social en el Paraguay, las disciplinas y enfoques con los que estuvo relacionada en sus comienzos y las circunstancias que determinaron su desarrollo posterior. Hablando en sentido amplio, el informe puede describirse como una ampliación, corrección y puesta al día del que fuera previamente elaborado por García (2003), por lo que varios de los temas comentados aquí son similares o complementarios a los de aquel trabajo. En la sección que sigue, analizaremos las expresiones ligadas a la psicología social desde sus primeras manifestaciones hasta el surgimiento de las cátedras universitarias específicas. Cecilio Báez Para la psicología social, lo mismo que su disciplina contigua la sociología, es de crucial importancia el año 1900. La razón es que, por entonces, fue creada la primera cátedra de Sociología en la Universidad Nacional de Asunción, al interior de la Facultad de Derecho y Ciencias Sociales. Esa institución educativa había sido establecida solo once años antes, en 1889, y las primeras carreras con que se inauguraba su oferta académica fueron Medicina, Matemáticas y Derecho (Velilla Laconich, 1990). Sin embargo, por problemas de muy diverso tenor, no todas gozaron de una actividad continuada a lo largo de esos años, excepción hecha a la de Derecho, que siempre tuvo un funcionamiento sostenido. Quien fue profesor y autor del primer texto generado desde la cátedra era Cecilio Báez (1862-1941), un abogado y referente fundamental del estamento intelectual paraguayo de la época. Sobre Báez se han vertido conceptos elogiosos, en razón de su probada capacidad intelectual, erudición y versación académica. Su trabajo representó la influencia más reconocible y de mayor coherencia y efectividad programática que irradió el positivismo nacional de comienzos del siglo XX en el Paraguay (Benítez, 1983). Báez tuvo una actividad muy prolífica y variada que se expresó en diversos niveles de la vida académica y pública del país. En 1893 fue uno de los tres primeros doctores en egresar de la carrera de Derecho (Amaral, 2000). Más tarde se desempeñó como profesor del nivel medio y universitario, además de Decano de la Facultad de Derecho y Ciencias Sociales en varias ocasiones no sucesivas, y Rector de la

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Universidad Nacional de Asunción desde agosto de 1920 a junio de 1926 y de junio de 1929 hasta 1940 (Báez Allende, 1939). Asimismo, representó cargos diplomáticos en la legación paraguaya en México y los Estados Unidos, así como Ministro de Relaciones Exteriores en dos gobiernos distintos. También fue miembro de la Corte Suprema de Justicia y Presidente Provisional de la República (Parker, 1921) entre 1907 y 1908. Políticamente, fue uno de los referentes doctrinarios fundamentales del Partido Liberal (Pesoa, 1990). Existen recuentos parciales de su vida y trayectoria, aunque Silvero (2011) entregó en fecha reciente una breve pero instructiva biografía. En 1903, Báez publicó su Introducción al estudio de la Sociología (Báez, 1903), como parte de un número regular de los Anales de la Universidad Nacional. El ensayo fue después difundido en formato de libro, y hasta tiempo comparativamente reciente (Báez, 2002) no había sido posible disponer de reediciones, por lo que su consulta, durante muchas décadas, estuvo fuera del alcance del lector común. Tal circunstancia contribuyó a que su influencia en tiempo reciente haya sido bastante reducida. Con esta obra, su autor no pretendió crear un nuevo sistema sino facilitar la lectura de otros tratados sociológicos de mayor porte, cuyas traducciones se utilizaban como textos de estudio en las aulas. Báez (1903) argumentó que los libros existentes eran o muy fragmentarios, o desmesuradamente extensos, o demasiado generales. Los referentes centrales que tomó para su redacción fueron el sociólogo estadounidense Franklin Giddings (1855-1931) con su libro Principios de Sociología (Giddings, 1896) y el Tratado de Sociología del académico español Manuel Sales y Ferré (1843-1910) (Sales y Ferré, 1895). La Introducción cubría tópicos que figuraban en la agenda teórica de la sociología de la época en una manera preponderante, como el organismo social, la teoría del Estado, la moral social y la familia, además de cuestiones atinentes a la metodología y definiciones conceptuales, entre otros. Pero también, en su tratamiento de estos asuntos, se intercalaban cuestiones vinculadas a la mente y el comportamiento individual, propias de la psicología. Es por esta notoria carencia de unos límites muy estrictos que se daban entre una y otra disciplina que, en ocasiones anteriores, se ha dicho que fue una sociología muy psicologizada (García, 2003, 2017c), y además, en una directa expresión del psicologismo, esto es, la preeminencia que se asignó a los factores psicológicos en la explicación de otros fenómenos conexos, incluidos los sociológicos entre ellos (Kon, 1989). En una línea de razonamiento muy semejante, Fazzi & Lima (2016) hablaron de una psicología social sociológica, todo lo cual recuerda a cuanto había manifestado una vez el historiador galés de la

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psicología George Sidney Brett (1879-1944): “la sociología generalmente contiene una referencia tácita a la psicología y permanece aliada a la psicología social” (Brett, 1921, pp. 286). Esta es la forma como cabe visualizar a esta primera psicología social en el Paraguay, y es la mejor y más correcta manera de entenderla. En el contexto general de su filosofía, Báez (1903) representó un positivismo sustentado en el evolucionismo del británico Herbert Spencer (1820-1903). Pensaba que los mecanismos evolutivos influían tanto sobre los fenómenos físicos como en el ámbito del pensamiento. Por ello, concibió a la sociedad como una continuación de los procesos orgánicos. La vida en compañía de otros individuos, que es inevitable en los seres humanos, contribuye a perpetuar la especie, constituyendo un canal que asegura la continuidad. Así, la familia es la primera forma de sociedad, y esta se ensancha hasta formar los pueblos y las naciones. Báez sostuvo que el método experimental, y dentro de éste el de la introspección, podían utilizarse como métodos para el estudio de la realidad social y de fenómenos psicológicos como la conciencia. Aunque también censuró el subjetivismo extremo y abstracto, que resultaba más propio de filosofías idealistas que de una orientación científica genuina. En la delimitación de las relaciones entre la sociología y la psicología social, Báez se mostró muy influido por las ideas de Giddings (1896). En esencia, la realidad social podía reducirse a las relaciones interindividuales que son, básicamente, relaciones psíquicas. Dentro de un planteamiento de corte organicista, mantuvo que los procesos sociales son fenómenos físio-psíquicos. En su dinámica, la evolución inorgánica genera la evolución orgánica, y ésta, a su vez, la evolución al nivel orgánico. De ellas procede la evolución social, y la psíquica que en ella se fundamenta. El fenómeno social acaba siendo un producto del desarrollo psíquico. Estas distinciones en el uso de los términos formaron una parte esencial de esta psicología social de los inicios en el Paraguay, pues las primeras conceptualizaciones se dieron en este contexto exacto, con el propósito de diferenciarlas de la sociología. Báez (1903) intentó mantener la separación entre ambos dominios, y alertó que no deberían confundirse. Afirmó que la psicología colectiva estudia el ambiente social en el que se producen las formaciones fisio-psíquicas individuales, así como la parte del mundo social en que se manifiestan los fenómenos psicológicos, es decir, aquéllos que son propios de los individuos. La sociología, en cambio, se proyecta hacia los procesos de la asociación social, que incluye los lazos materiales y morales que se originan espontáneamente. Para Báez (1903), ciertas formas de asociación que se

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observan en los animales y en lo que él denominaba las hordas primitivas, que asumía como expresiones de gregarismo, son esencialmente instintivas o reflejas y, por lo tanto, fenómenos biológicos. En tanto, las combinaciones auténticamente sociales son conscientes y sujetas a deliberación. Era preciso mantener el estudio de todos estos eventos dentro de los marcos intelectuales que proveyó el positivismo, que a su vez permitió el avance de ciencias como la psicología, entendida como estudio del mundo interno (Báez, 1903). En este último caso, la psicología se vinculó firmemente con la perspectiva evolucionista, que enfatizó la importancia de la adaptación, evolución y herencia en la comprensión de los procesos psíquicos (Báez, 1928). Por otra parte, aceptó que la conciencia podía vislumbrarse como una secreción del cerebro que se mantenía siempre integrada, pero a la vez, resultaba capaz de ser descompuesta en sus procesos oscilatorios, especialmente para su estudio científico. La conciencia, al mismo tiempo, mantenía una correspondencia con los cambios que se producen en el mundo físico externo. Tanto Báez, como otros autores posteriores que luego mencionaremos, se hicieron eco del sociólogo polaco Ludwig Gumplowicz (1838-1909), cuyo lugar predominante en la ciencia sociológica proviene de su paternidad de la llamada escuela del conflicto (Barnes, 1948). Gumplowicz (1899) declaró persuasivamente que el individuo no es quien realmente ejerce los procesos del pensamiento individual, es decir, lo que realmente “piensa” es la comunidad en que se vive y no la persona misma. Esta presunción se ubicó sobre coordenadas que terminaban conduciendo hacia un agudo sociologismo, que sacrificaba por completo la autonomía del sujeto en aras de la sociedad. Pese a su relevancia, las implicancias que encierra tal suposición no han sido discutidas ni criticadas seriamente en el Paraguay. Pero además, el evolucionismo profesado por Báez lo llevó a reconocer no solo el valor de la fisiología y la psicología comparada como herramientas útiles de cara al conocimiento de las sociedades animales y el comportamiento humano, sino también del estudio de la filogenia de nuestra especie, especialmente en lo tocante a la evolución superorgánica o social. En este aspecto, el conocimiento de la ontogenia psicológica del niño es un camino para descubrir, por medio de inferencias, los procesos mentales del hombre primitivo, en especial su inteligencia y sentimientos. A comienzos del siglo XX, ideas similares ya habían sido postuladas por autores del ámbito psicológico como el estadounidense Granville Stanley Hall (1846-1924) (Hall, 1904), en el contexto de la teoría de la recapitulación que impulsó el biólogo alemán Ernst Haeckel (1834-1919)

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(Haeckel, 1876). Es fácil de advertir que las ideas de Báez estaban muy mediatizadas por los prejuicios de la época respecto a los “salvajes”. El contacto entre los miembros de un grupo social genera los diversos sentimientos que expresamos en la vida cotidiana, y de los cuales la simpatía entre sus integrantes adquiere un rol fundamental en vistas a la conservación social. Las nociones básicas sobre lo que significa la propiedad evolucionaron a partir del comportamiento animal, en particular de la proclividad que muestran las diversas especies hacia la defensa férrea del alimento como expresión de una necesidad biológica primaria. Es por ello que, en las sociedades humanas, la propiedad es egoísta, al menos en principio. Aunque la evolución propia de nuestra especie llevó ulteriormente a la aparición de fenómenos como el altruismo, que incluso en la teoría evolucionista actual se considera un factor relevante en la explicación del comportamiento (Trivers, 1971). De acuerdo con Báez (1903), la conducta altruista implica el reconocimiento de los derechos que poseen los demás. Y allí es cuando coincide, a su vez, con la evolución de la moral. Esa es la base real para la existencia del Derecho. Por consiguiente, ambos campos se relacionan íntimamente con la psicología, como Báez (1931) defendió en un trabajo posterior. La Introducción abarcó varios otros tópicos importantes. A más de los mencionados, el autor dejó plasmados numerosos puntos de vista sobre cuestiones de índole psicológica como la personalidad y su relación con la conciencia (a la que suponía una derivación de aquélla), la voluntad, el yo como entidad psicológica y biológica, la energía psíquica, y cuanto denominó energías sociales, a las que consideraba una redistribución de la energía orgánica, con sus respectivas vinculaciones a la vida social (Báez, 1903). García (2003) abunda en más detalles pertinentes a estas ideas psicológicas. Ignacio A. Pane Este mismo ambiente cultural, social y político que a Báez le sirvió para desempeñar su labor intelectual y en que floreció la orientación positivista, fue también el marco de fondo que sustentó el trabajo de un segundo hombre de leyes, quien igualmente fue profesor de la Universidad Nacional y en la misma cátedra de Sociología, solo que durante la década siguiente: Ignacio A. Pane (1881-1920). También a él se lo considera un representante del ideario positivista en el marco de la filosofía, de manera similar a cuanto ocurre con Báez. Aunque para autores como Benítez (1983), el positivismo de Pane debe considerarse

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como circunstancial e involuntario, más que plenamente doctrinario, como sería el caso de Báez. De cualquier manera, en este perfil de seguidor fiel de las doctrinas de Auguste Comte (1798-1857) se lo ha retratado incluso en las biografías más completas que se hayan escrito sobre su persona (Cattivelli Taibo, 2011). No obstante, Pane representa un caso más complejo que el de Báez en lo que atañe a las clasificaciones ideológicas, especialmente si se las toma en sentido muy unidireccional, ya que su pensamiento ciertamente admite otros matices conceptuales, especialmente en lo que respecta a la política. Por ello, concebirlo sencillamente como un positivista ortodoxo no es lo que mejor refleja su posición intelectual. Ciertos estudiosos lo situaron en el molde de un socialismo cristiano y católico, aunque Amaral (2006) no juzga convincente esta designación, al remarcar que fue un adherente al modelo filosófico de Spencer, que no se hallaba en sintonía con ninguna iglesia. El mismo Amaral (2010) llegó a estimarlo como baluarte de una variante de socialismo que, en su estilo y contenido, resulta más cercano al del filósofo y estadista checo Tomáš Garrigue Masaryk (1850-1937). Las obras en las que Pane apoyó sus conceptos filosóficos y sociológicos demuestran que poseía una considerable amplitud de miras, lo suficientemente amplia como para que resulte inapropiado, o al menos bastante difícil, conferirle una clasificación muy unilateral o simplista. A lo largo de su breve vida, desarrolló una actividad muy intensa, que alternó entre la docencia secundaria y universitaria, el trabajo independiente como abogado, el oficio de escritor y la política parlamentaria. Ejerció la diplomacia y cumplió funciones en la Embajada de Paraguay en Santiago de Chile, en 1903. En ese tiempo frecuentó el trato del erudito trasandino Valentín Letelier (1852-1919), que ejerció perceptibles influencias sobre sus doctrinas, reconocidas entre otros por Benítez (1967). En lo que concierne a su participación política directa, ocupó una banca en la Cámara de Diputados, en representación del Partido Colorado. El análisis de los conceptos que incumben a la psicología en la obra general de Pane sugiere un par de rutas complementarias. La primera se refiere a los contactos con la psicología social, pues aunque el libro que Pane escribió se titulaba Apuntes de Sociología (Pane, 1917), contenía un largo y bien informado examen acerca de las relaciones de esta disciplina y varias ciencias adyacentes, entre ellas la cosmología, la biología, la antropología, la estadística, la etnografía, la moral, la economía, la geografía, la historia, la filosofía de la historia y la filosofía del derecho. Con relación a la psicología, los comentarios teóricos se encaminaron hacia los puntos de contacto que mantiene la sociología con

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la psicología social, la psicología colectiva, la psicología de las masas e inclusive la psicología individual. Esa estrategia de cotejar las diferencias de la sociología con otras ciencias era un recurso habitual en algunos de los textos estadounidenses que Pane utilizó para fundamentar sus argumentos (Giddings, 1896; Ward, 1898). Además, él no fue el único paraguayo que adoptó dicha modalidad, como pronto veremos. La elección por este tipo de comparaciones demostraba a las claras el estado incipiente de los recortes de objeto que aún afrontaba la sociología, y la consecuente necesidad de afirmarse como un área de estudio autónomo. La solidez explicativa hizo que las apreciaciones sobre la obra fueran auspiciosas. Sánchez Quell (1951), por ejemplo, destacó la erudición y estrictez metodológica de la exposición, en tanto otros autores defendieron criterios similares. La intención que animó a Pane a redactar este trabajo era la misma que motivó años antes a Báez, esto es, disponer de un texto que pudiera servir como lectura preliminar o introducción a los tratados con mayor cantidad de páginas, principalmente el muy aclamado de Giddings (1896), que también es uno de los apoyos intelectuales de Pane. Al cumplirse en 2017 el primer centenario de la publicación de los Apuntes, García (2017c) consideró pertinente evaluar su relevancia para la psicología local paraguaya desde un prisma histórico y así estimar los aspectos que aún conservan vigencia. La segunda vía a que hemos aludido son las variadas aproximaciones a la psicología que contiene la obra de Pane y que están relacionadas con múltiples temáticas. Una buena muestra se encuentra, por ejemplo, en su artículo sobre el Ingenioso Hidalgo Don Quijote de La Mancha, la inmortal obra del escritor español Miguel de Cervantes Saavedra (1547-1616) (Pane, 1916b). El análisis en contexto temporal de dicho ensayo aporta elementos muy claros sobre la pertinencia y amplitud del conocimiento de Pane para entender la singularidad personal del Quijote y su valor psicológico y sociológico (García, 2017d). Igualmente, los estudios que realizó sobre el indio guaraní y la mujer indígena, así como su ensayo sobre geografía social, ofrecen interesantes observaciones comportamentales que hasta ahora no recibieron una atención dedicada por parte de los psicólogos, generando un vacío histórico que debería ser llenado con urgencia. Para nuestra disciplina, la parte más significativa de los Apuntes son los contrapuntos conceptuales y las contrastaciones definitorias que fueron esbozados entre el ámbito respectivo de la sociología y el de la psicología social. La intención era clarificar el problema de los límites conceptuales que atañen a la sociología como ciencia, en un esfuerzo por distinguirla nítidamente de las disciplinas colindantes. Al hacerlo, Pane abrió una discusión centrada

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en los contenidos de la psicología social en sí, asumiéndolos, por supuesto, como necesarios para la fijación de las demarcaciones y conexiones disciplinares. Este es un punto de importancia decisiva para nosotros. Una primera aproximación se refiere a las relaciones y límites que cabría fijar entre la psicología individual y la psicología social. A primera vista, la diferencia no debiera conducir a un proceso demasiado complejo de análisis, ya que la psicología individual podría referirse únicamente al estudio del individuo aislado, sin necesidad de mayores detalles. La psicología social, en cambio, se orienta al sujeto inmerso en o sometido al tráfago incesante de las relaciones interpersonales. Pero allí, casi de inmediato, surgen las desavenencias en el uso de los conceptos, así como las distancias conceptuales en los puntos de vista esgrimidos por los distintos autores que sirvieron como referencias ilustrativas para Pane. En efecto, están quienes consideran que el estudio de la persona aislada es, en verdad, algo semejante a una útil y razonable conveniencia metodológica, pues las reales potencialidades y alcances del sujeto individualmente considerado solo adquieren su verdadero alcance cuando se deriva la mirada hacia el horizonte más abarcador que introduce la interacción humana. La psicología social, en este sentido, enfoca el conjunto de los fenómenos psíquicos que se manifiestan activamente en el contexto de la vida social (Pane, 1917), mientras que la psicología individual se ocupa del sujeto, aunque éste en realidad se encuentra tan profundamente enlazado al grupo social y absorbido por él que resulta casi imposible una separación tajante. Pero resulta improbable que Pane en verdad buscara disociar lo individual y lo social apelando a estas maneras artificiales, ya que su discusión se encaminó a una clarificación conceptual que hiciera posible unos estudios científicos mejor organizados y más sistemáticos, en lugar de adoptar posicionamientos simplistas. Por otra parte, y considerando el contexto científico prevaleciente en la época, la connotación teórica para la psicología individual se hallaba referida a los perfiles que caracterizaron a una psicología de inspiración wundtiana, y que se hicieron singularmente notorios en la formidable obra de psicología fisiológica de Wundt (1904), con cuyo contenido Pane estuvo bien familiarizado, como queda ejemplificado en varios diferentes pasajes de los Apuntes. Por ende, la psicología social y la psicología individual no encierran separaciones estrictas ni imperiosas. Se puede avanzar aún más en la defensa de este argumento y sostener, incluso, que la psicología en todo momento es una psicología social, entendida en el más amplio sentido. Esto obedece a que las influencias provenientes del entorno

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compartido y el ambiente cultural ejercen atribuciones determinantes sobre el individuo, no cesan nunca y se hallan muy presentes todo el tiempo. El psiquismo, por consiguiente, nunca es individual, salvo en los casos que se hace necesario abordarlo de esa manera para el logro de una abstracción conceptual. Por estos motivos, Pane (1917) razonaba que la sociología antecede a la psicología. Aquí se hacía patente, una vez más, la coincidencia con los criterios esgrimidos por Giddings (1896), quien se expresó en favor de esta precedencia disciplinaria, argumentando que la sociología se enfoca en los fenómenos de los espíritus al producirse la asociación de unos a otros, mientras que la psicología se restringe a los asuntos que conciernen directamente al individuo. Así, la disciplina psicológica analiza las asociaciones de ideas, mientras que la sociología observa los procesos asociativos que surgen entre las personas. Aquí resuenan de nuevo las ideas de Gumplowicz (1899), otro de los autores citados con frecuencia por Pane -así como por Báez, como ya hemos visto-, en su creencia de que los procesos de pensamiento que se dan en los sujetos en realidad corresponden por entero al medio social. Gumplowicz había postulado la radical teoría de que es la sociedad la que verdaderamente “piensa” y no los miembros individuales, como sugiere el sentido común, eliminando en la práctica la independencia del pensamiento como una realidad personal y subjetiva (García, 2003). El suponer lo contrario era, en opinión del autor polaco, el mayor error en que había incurrido la psicología individualista. En el discurrir de estos argumentos y otros semejantes se percibe cómo Pane navegaba en medio de corrientes intelectuales donde la idea de lo social como elemento predominante en la causalidad de los procesos cognitivos se imponía sustancialmente. Por ello, la idea de que la sociedad es algo esencialmente psíquico resultaba plenamente congruente con esa posición. Como el entrelazamiento de los aspectos individuales y sociales parecen muy difíciles de separar en forma absoluta, Pane (1917) asumió que aquellos fenómenos relacionados al conocimiento claro e inmediato, que coinciden con lo que se asume conceptualmente como la conciencia y ocurren sin que intervengan los sentidos en su función de proporcionar información, constituyen el pensamiento puro. Pane concibió a estos aspectos de la mente como algo indudablemente psíquico o psicológico en su esencia. Además, el conocimiento de lo psicológico se logra por medio de la introspección, aunque pueda incorporar también, a un nivel determinado, el conocimiento fisiológico. Pero, en lo fundamental, la psicología se configura como una disciplina de lo mental. De esta manera, Pane fijaba un límite provisional, aunque no debería pensarse que para él, la psicología fuese nada más que un ámbito semejante al de un pensamiento

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etéreo y descarnado, alejado del contacto con la materialidad del mundo. Enseguida veremos que no fue así. Por el contrario, cuando media efectivamente la acción de los sentidos o se despliega una actividad muscular y motora concreta, ya se encontraría en curso alguna forma de “relación”, que era interpretada en términos de la interacción del sujeto con sus semejantes o con el entorno respectivo. Lo cual quiere decir que en ese momento ya se hallaban implicados los aspectos sociales del comportamiento. Es un punto de vista interesante de resaltar, sin embargo, el que nuestro autor sustentase la diferenciación entre lo individual y lo social, y por consiguiente entre la psicología y la sociología, en función a una manifestación visible de la actividad física y fisiológica que compete al funcionamiento del organismo humano. Desde esta perspectiva, y debido a que abarca la acción de la musculatura, la sociología adquiere siempre un perfil al que podría calificarse como más “fisiológico” que la psicología, pues incorpora las dimensiones específicas de la movilidad corporal. Cabía sustentar así que los datos de la fisiología del cerebro y el sistema nervioso eran solo un complemento para la psicología, nunca su elemento principal. Y tal cosa ocurría en razón de que la psicología poseía un carácter fundamentalmente “psíquico”, esto es, mental, alimentada de los datos que suministra la experiencia interna de los sujetos. Esto la desigualaba sutilmente de la sociología, que en esos términos solo podría manifestar la esfera de su acción en el ámbito de la reactividad fisiológica y nunca únicamente en lo “mental” en cuanto tal, como era la representación de la psicología que primaba en la perspectiva de Pane. Pero como en la sociología además operaba la influencia de una infinidad de factores provenientes del medio social, la percepción más adecuada para la misma era, en verdad, la de una disciplina psicofísica. Expresado con mayor precisión, Pane (1917) afirmó que la sociología es, en resumidas cuentas, una ciencia psico-bio-física. Quien estudie sistemáticamente las teorías psicológicas y sociológicas y sus respectivos desarrollos podrá notar con facilidad cómo toda esta elaborada conceptualización respecto al objeto de las dos ciencias habría de cambiar sustancialmente en el transcurso de una centuria. En tal sentido, es llamativa la discordancia inherente a la percepción de la psicología que ilustra Pane con aquélla que prevalece en la actualidad, y donde la incorporación de variables biológicas, genéticas y hasta de evolución filogenética conforman, cada vez con mayor consistencia, una parte integrante de cualquier explicación que abarque la cognición o el comportamiento (Glassman & Hadad, 2009; Gray, 2004). Pero a pesar de su alegada dependencia con respecto a los factores

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orgánicos, Pane aseguraba, siguiendo a Ward (1898) en este punto, que la sociología depende de la psicología en un grado mayor que de la biología. A esto se debe que, de las numerosas áreas vecinas con que la sociología establece conexiones disciplinarias, y que Pane (1917) repasó extensamente en los Apuntes, las relaciones con la psicología social o la psicología colectiva sean las más fuertes y consistentes. Esto lo llevó a sugerir, incluso, que la psicología social podría considerarse simplemente como una parte de la sociología. La necesidad de clarificar las fronteras conceptuales también sirvió al propósito de diferenciar la psicología social de la psicología colectiva. A este respecto era ineludible analizar el criterio de Alfredo Colmo (1868-1934), renombrado jurista y sociólogo argentino, y uno de los que abogaron por la diferencia, de manera similar a como lo hiciera el sociólogo italiano Fausto Squillace. Para Colmo, la psicología social se halla referida al estudio del alma de los pueblos, entendida esta última acepción en el sentido específico que le imprimió Wundt (1916) con la Völkerpsychologie o psicología de los pueblos, a los que el autor argentino denominó colectividades sedentarias. La psicología colectiva, en cambio, habrá de ocuparse de las agrupaciones surgidas de manera accidental, es decir no planificada ni deliberada. Se asumía su naturaleza momentánea. Colmo opinaba que estos grupos son homologables a las multitudes, en el sentido propuesto por el psicólogo francés Gustave Le Bon (1841-1931) en su clásica obra sobre el tema (Le Bon, 1895). Sin embargo, Pane (1917) no acompañó enteramente la distinción, pues aunque cabría reconocer desigualdades entre la psicología de las multitudes y el psiquismo individual o social, lo mismo que en las manifestaciones de éstas en los respectivos contextos donde surgen, era probable que sus características no hiciesen realmente necesario empujar la distinción hasta ese punto. En sentido general, Pane fue uno de los divulgadores iniciales más distinguidos que tuvo la psicología social en el Paraguay. Su enfoque, más que entregar elaboraciones teóricas radicalmente novedosas o promover la investigación de carácter empírico, tuvo el significativo aporte de contribuir a una clarificación esmerada y muy erudita sobre las perspectivas que conciernen a la psicología social y otras disciplinas colindantes en cuanto a su objeto, además de esforzarse por mantener la independencia conceptual y el ámbito de acción propio de la sociología. Justo Prieto El primer catedrático de Sociología que tuvo la Facultad de Derecho y Ciencias Sociales fue Cecilio Báez. Poco después lo sucedió

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Eusebio Ayala, quien a pesar de sus escritos en otras áreas de la psicología al comienzo mismo de su carrera, singularmente la psicología de la percepción y el pensamiento (Ayala, 1905; García, 2005a), no dejó una obra específica para la cátedra. Posteriormente le tocaría el turno a Ignacio A. Pane, con sus breves pero elaborados Apuntes de Sociología, que acabamos de analizar. Pero años más tarde otro profesor, de afiliación y militancia en el Partido Liberal, igual que Báez y Ayala, también dedicaría sus horas y talento profesional a la enseñanza de la Sociología a los estudiantes de Derecho. Hablamos de Justo Prieto (18971982), un abogado que también se abocó a las responsabilidades de la política activa y ocupó algunos cargos importantes en la esfera estatal, principalmente los de Ministro de Instrucción Pública y Rector de la Universidad Nacional de Asunción. Prieto debió saborear los sinsabores del exilio en la vecina Argentina, aunque sus aptitudes fueron apreciadas lo suficiente como para ocupar una cátedra de Sociología en la Universidad de Buenos Aires. Estando en Argentina, escribió y publicó una ingente cantidad de obras académicas, entre ellas la conocida Síntesis sociológica (Prieto, 1937), que a criterio de Poviña (1959) es su obra más importante en tal ámbito. Como ha señalado García (2003), la presencia de contenidos psicológicos en este libro, y la influencia determinante de la psicología social en sus planteamientos, ya resulta considerablemente menor de lo que es posible apreciar en las respectivas obras de Báez (1903) y Pane (1917), concebidas en las décadas previas. Eso a la vez demuestra una clara y creciente separación conceptual entre la sociología y la psicología social, y la progresiva autonomía de la primera, que marcaría decididamente el perfil futuro para ambas disciplinas. De acuerdo con Poviña (1959), Prieto enseñó en la cátedra de Sociología de la Universidad Nacional en 1939. La inclusión de Prieto en esta historia es porque también él analizó, como antes lo hizo Pane (1917) y en formas que recuerdan los planteamientos de Giddings (1896), las relaciones que mantiene la sociología con la psicología. Aunque su argumentación no iguala, quizás por su mayor brevedad, la densidad conceptual de su inmediato predecesor. No obstante, Prieto establece ciertos puntos de gran interés para nuestra discusión. En el apartado número XII de la tercera parte del libro, titulada “Los dominios de la sociología”, discutió lo que llamaba “factores psicológicos en sociedad”. El texto de esta parte iba desde la página 231 a la 234. Es decir, comprendía solo cuatro carillas, de un total de 250 que tiene la obra en su totalidad. Recuerda primero la noción de Spencer de que la psicología ocupa un lugar intermedio entre la biología y la sociología, afirmación que se fundamenta en la gradación que había

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propuesto el filósofo inglés entre el hecho vital, el mental y el social. Prieto razonó que el problema de las relaciones es dependiente de que una verdadera distinción entre la psicología individual y la psicología social sea admitida, y advierte que son tantos los autores que afirman la legitimidad de esta diferencia como los que la niegan. Esto también debería llevar al reconocimiento de una esencial divergencia entre los estados mentales del individuo y los de la sociedad. El autor recogió varias opiniones, incluyendo aquélla, ya conocida por nosotros, que postulaba la identidad de todo pensamiento individual con el social, es decir, que todo proceso mental surgido en el individuo necesariamente conduce al reconocimiento de la influencia de la sociedad sobre él. La exposición de este principio nuevamente acaba en Gumplowicz (1899), aunque Prieto admite las influencias de otros autores en la formulación del concepto. Complementaba su apreciación con los razonamientos del filósofo inglés George Henry Lewes (1818-1878), quien manifestó que la experiencia y la espontaneidad individual son excesivamente débiles, lo cual da por resultado que el espíritu individual posea un carácter esencialmente colectivo, indisociable de la individualidad (Lewes, 1879). En consecuencia, Prieto (1937) concordaba con Gumplowicz (1899) sobre el asunto de fondo, es decir, que toda psicología es social, ya que el psiquismo humano, aunque direccione su atención hacia el individuo considerado aisladamente, es forzosamente social. Reserva para esta variante de la psicología el nombre de psicología individual, aunque no se detiene en problematizar las dificultades que supone la abstracción del individuo respecto a lo social. Y a la vertiente que opta por analizar el sentimiento y el pensamiento de los individuos cuando estos forman parte de una multitud ocasional o permanente, le reserva la denominación de psicología colectiva, enfatizando nuevamente que, en cualquiera de los dos casos, la psicología es siempre algo social. Es así que corresponde describir a la psicología como individual o colectiva según se ocupe del individuo o del grupo o colectividad, pero sin perder nunca de vista que cada sujeto es un reflejo de los procesos colectivos. En esto se acerca Prieto a las impresiones que manifestaron autores precedentes de que la psicología individual es, esencialmente, una suerte de abstracción metodológica. Aduce al mismo tiempo que, en el contexto mayor de la psicología general, no cabría establecer diferencias esenciales entre sus partes integrantes. Como lo explica el mismo autor: Hablando, pues, con precisión científica, debemos hacer de la psicología social o psicología simplemente, un género, cuyas especies serán, la individual, la colectiva, y sus distintas diferenciaciones que

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se presentan en razón de la especialización de los estudios: infantil, etnográfica, de la asociación de los pueblos, etc. (Prieto, 1937, pp. 233).

La variación en el énfasis de los campos internos que componen la psicología parecía, entonces, una exigencia menor en la teorización. Aunque Prieto remarcó la tendencia observable en algunas corrientes sociológicas a establecer la unión con el campo de la psicología -propósito que el autor calificó de “indestructible”- y que generaba una suerte de aproximación dual hacia los asuntos concernientes a la sociedad, en una oscilación permanente entre lo objetivo y lo subjetivo. Se asume, aunque él no lo formulase directamente así, que la objetividad habrá de corresponder a la sociología y la subjetividad a la psicología. En este sentido se refería esencialmente a Giddings (1896), quien había postulado que lo social es predominantemente psíquico. Prieto interpretó este posicionamiento como una reacción a quienes sostenían que la sociedad es meramente un agregado de partes físicas. Y declaró, en contrapartida, que lo social es un agregado de conciencias. Creía que las nociones por él discutidas se reflejaban también en la misma noción de la psicología, que desde su concepción clásica como ciencia del alma logró condensar los diferentes aspectos que conciernen a los hechos del conocimiento, los sentimientos y la voluntad. Por lo tanto, le parecía claro que la psicología era la ciencia del espíritu, y es por ello que su campo envuelve la totalidad de los fenómenos psíquicos. En su distinción sobre lo que abarca la noción del espíritu, Prieto se fundamenta en un sociólogo, el estadounidense Lester Ward (1841-1913), quien dividió tal entidad en dos partes: sentido e intelecto. El primero generaba las propiedades afectivas, y el segundo, la noción del bien, del cual a su vez deriva una sensación agradable a la que puede entenderse como el placer. Las diversas formas que éste adquiere se manifiestan en el medio social, caracterizándose por su necesidad y utilidad: la reproducción, la nutrición, los placeres estéticos, los emocionales, los morales y los intelectuales. Sobre ellos se asienta la vida social, a cuya propagación debe tender la convivencia colectiva, conduciendo finalmente al progreso. Es por ello que Prieto juzgaba de suma utilidad los estudios psicológicos para la sociología, que debía orientarse fundamentalmente en la dirección que marca la interpretación psicológica, superando aquella visión limitada de la sociedad que se basa únicamente en la consideración de los aspectos físicos como su soporte esencial. Esta asimilación de la psicología a los contornos de la psicología social tuvo en Prieto, sin embargo, su último referente en la historia de la psicología social paraguaya. Los vínculos entre ambas disciplinas, que alcanzaron un grado muy significativo en los autores

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previos, no volverían a constatarse en el tiempo posterior. La razón más importante tuvo que ver con un cambio en las bisagras conceptuales y las orientaciones filosóficas, que dejaron sentir su peso. Al sobrevenir la declinación del positivismo, el interés en los estudios sociológicos siguió una ruta descendente (Heisecke, 1965). Ciertamente que la sociología perduró en las décadas siguientes, e incluso se constituyó en disciplina con rango universitario, aunque sobre premisas y objetivos muy diferentes. Desde la sociología, la progresiva evolución de la psicología social nos llevará a encauzar una veta diferente en lo que respecta al sentido de su influencia. En lo que puede verse como un giro conceptual, el lenguaje de la psicología individual comenzará a ocupar su lugar. Guillermo Enciso La vinculación de algunos referentes ligados de manera directa al ámbito de la política activa con los esfuerzos por teorizar sobre cuestiones atinentes a la psicología se corrobora una vez más cuando nos detenemos en la obra de Guillermo Enciso (1899-1963). Afiliado al Partido Colorado, le cupo actuar en la estructura gubernamental durante épocas singularmente oscuras y peligrosas, no solo para los destinos de la nación, sino del mundo entero. Intervino en los corrillos de la política nacional en medio mismo de los tumultos que causó la Revolución de 1947, una turbulenta etapa de anarquía y acérrima confrontación ideológica entre la izquierda y la derecha, y que en su momento dejó una profunda secuela en la sociedad paraguaya (Gómez Florentín, 2013). Los sucesos coincidieron con el escenario internacional que representó la posguerra y los prolegómenos que desembocaron en la permanente tensión entre el bloque soviético y los Estados Unidos. Enciso desarrolló sus estudios universitarios en Derecho y Filosofía en España (Centurión, 1961) y a su retorno al país se incorporó a una gestión pública muy variada. Desempeñó numerosas funciones en el ámbito educativo, desde los más simples que competen a la docencia cotidiana en aula hasta la titularidad de la Dirección General de Escuelas y el Ministerio de Educación, para el que fue designado en 1946 (López, 2014). Entre sus múltiples actividades figura el haberse consagrado a la enseñanza de la materia “Psicología Infantil”, que por entonces formaba parte de la malla curricular en los colegios secundarios del país (República del Paraguay, 1945), demostrando que su consagración intelectual a la disciplina sobrepasó los marcos normales de una simple iniciación de aficionado. Al mismo tiempo, incursionaba en el periodismo nacional, relacionándose con un buen número de revistas culturales, de las cuales Guarania encierra una especial significación, porque Enciso no solo fue el fundador

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sino que en sus páginas se difundieron algunos trabajos de su autoría que reflexionaban sobre temáticas que se sumergen de lleno en la temática psicológica. La suya era una época complicada, con el estigma de la aguda polarización a nivel internacional como resultado del fin de la Segunda Guerra Mundial y signada por el consecuente inicio de la Guerra Fría. En el plano local, Enciso tomó participación en los sucesos que afectaron al país entre 1946 y 1947, cuando el gobierno del General Higinio Morínigo (1897-1983), del cual formó parte en el rol específico de Ministro, había iniciado una promisoria apertura democrática, poco frecuente en la historia paraguaya. Esta, sin embargo, resultó muy fugaz, pues solo duró seis meses. El contexto de fondo era la instauración de un gobierno conjunto o de coalición entre el Partido Colorado, el Partido Revolucionario Febrerista y algunos representantes de la cúpula militar. Pero el experimento no funcionó muy bien y terminó precipitando una grave crisis, que se desencadenó al prescindir Morínigo de la participación de los militantes del febrerismo que ocupaban cargos en el gobierno nacional. Con el correr de las semanas, la controversial decisión fue aumentando la marca en el termómetro político y acabó precipitando la encarnizada Revolución de 1947, una guerra civil que dejó miles de muertos y exiliados a su paso y se recuerda, aún hoy, como uno de los episodios más oscuros de la historia contemporánea en el Paraguay. Esos hechos encontraron a Enciso como una de las figuras centrales en medio del vendaval político que fue consecuencia directa de las tensiones sectoriales que emergieron. Sin embargo, y pese a la impresión que aquellos eventos pudieran transmitir, el autor no fue solo un hombre inmerso en la acción política. Encontró tiempo para encaminar algunas discusiones teóricas que se situaron en el ámbito específico de la psicología social. Esa es la faceta que nos interesa explorar en este capítulo. Recientemente, García (2017a) estudió algunos de los escritos de Enciso y el modo y el contexto en que éste fue el primero en discutir las ideas del psiquiatra austríaco Alfred Adler (1870-1937) en el Paraguay. De hecho, Adler no es considerado habitualmente como un exponente característico de la psicología social. En el inicio de su carrera, él formó parte de un distinguido grupo de médicos europeos y estadounidenses que, en los primeros años del siglo XX, comenzaron la práctica del psicoanálisis creado por Sigmund Freud (1856-1939) (Greenwood, 2009). Pero como es sabido, las deserciones emergieron paulatinamente y la fragmentación del psicoanálisis original en diversas escuelas rivales que abrazaban variados supuestos teóricos fue la consecuencia más obvia y directa. La

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primera separación importante, y una de las que dejaron sentir con más fuerza sus efectos por la relevancia que había adquirido su líder en las reuniones iniciales del círculo psicoanalítico, fue precisamente la de Adler. Él lideró su propia orientación teórica en 1911, dando origen a lo que se denominó la psicología del individuo o psicología individual (Adler, 1917). La ruptura con su antiguo maestro resultó en extremo conflictiva, y además llena de amargas recriminaciones, principalmente las de Freud hacia Adler. Estas discordancias se dieron a conocer en muchas ocasiones y ocuparon los escritos de ambos hombres. El punto de fricción inicial fue la convicción adleriana de que la autopreservación es el más importante de los impulsos humanos, mientras que los sentimientos de inferioridad constituían la principal causa para las neurosis (Madsen, 1988). Tales puntos de vista contrastaron agudamente con la interpretación de Freud, que había reivindicado una hegemonía absoluta para la motivación sexual, que así se erigía como el eje central de su pensamiento. Pero además de los puntos estrictamente teóricos o interpretativos, las diferencias de fondo parecen haber sido esencialmente metateóricas (Mora Mérida & Laza, 1986), o incluso, en un sentido amplio, filosóficas. Un indicador de cuánto llegó Adler a distanciarse de las posiciones freudianas es que en la actualidad muchos consideran sus puntos de vista como afines al humanismo psicológico (Obuchowski, 1988), cosa que difícilmente podría afirmarse de los postulados del psicoanálisis clásico. A comienzos de la década de 1940, Enciso publicó un Ensayo de interpretación psicológica de lo social en las páginas del segundo número de la Revista del Ateneo Paraguayo (Enciso, 1941), por entonces, la más influyente revista cultural del país. Una revisión anterior sobre los orígenes y las fuentes de la psicología social en el Paraguay (García, 2003), contiene solo una breve alusión al trabajo de Enciso, por lo que ahora será pertinente una exposición más detenida aunque genérica sobre el núcleo de sus ideas. De entrada, Enciso advertía que su propósito no pasaba por esclarecer completamente y menos resolver los problemas teoréticos que afectan al campo de la psicología colectiva, pero al mismo tiempo argumentaba su convicción de que la psicología social debía sustentarse sobre las bases que le provee la psicología individual. Cuando él hacía esta mención en particular ya no estaba apuntando, como lo hiciera Pane (1917) más de dos décadas antes, a la psicología wundtiana, sino a la orientación iniciada años antes por Adler. El propio Enciso (1941) eligió para describirse a sí mismo el curioso adjetivo de pseudoadleriano, significando que su adhesión no era incondicional ni dogmática, sino crítica, y únicamente en aquéllos asuntos que

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congeniaban específicamente con su propósito. Pero además, por las intenciones que declaró de manera explícita, era patente que sus intereses no iban de la mano con los de la investigación básica, o del conocimiento de los procesos elementales del comportamiento social humano, sino con el de la aplicación práctica, que en su caso era persuadir al mundillo intelectual nacional sobre la importancia de los asuntos que encierra la investigación y la correcta interpretación que demandan esos problemas. Al mismo tiempo, expresaba determinadas reservas concernientes a la psicología social en sí, a la que juzgó una disciplina en estado embrionario y con un desarrollo teórico relativamente incipiente. Uno de los constructos esenciales en la psicología de Adler es el de la voluntad de dominio, que Enciso (1941), precisamente, asumió como fundamento para sus reflexiones. Y aunque el autor original del concepto lo utilizara para dar cuenta de los mecanismos responsables del comportamiento individual, equiparable incluso a la categoría de una emoción básica, Enciso lo trasladó al plano de la vida social, afirmando que tanto en la psicología individual, como en la más compleja realidad que se teje en los contactos sociales, configura una de las compulsiones elementales. Pero, al mismo tiempo, buscó desmarcarse de cualquier conceptualización que pudiera entender esta voluntad de una manera simplista y unilateral, como sería el deseo de una imposición forzosa o agresiva sobre las demás personas que conviven en el colectivo social. Enciso sugirió, en cambio, que la mayor ascendencia que exhiben algunos individuos respecto a sus congéneres puede referirse también a cuestiones en apariencia muy distantes, o desprovistas de toda ansia de dominación, sin que ello signifique anular o desterrar por completo la imposición física, que igualmente aflora con frecuencia. Una muestra se da con el fenómeno de la santidad, en cuyo caso, lo que ocurre con el sentimiento egoísta es que se transfiere o desplaza hacia el ámbito de mayor amplitud que representa el bienestar social. Es decir, se manifiesta como el propósito de buscar el bien para los otros. Enciso insertaba una consideración muy puntual referida al sentimiento de comunidad, que es una forma de comportamiento social, en apariencia carente de todo sentido de dominación y orientada hacia el interés colectivo, en el que pueden expresarse los impulsos básicos de la persona. También cabría entenderlo como el conjunto de los motivos dinámicos que previenen al individuo de ir contra los intereses comunitarios. Podría decirse que actúa en formas similares a la censura (De Man, 1985) que, como es sabido, juega un punto central en el psicoanálisis. Coincidía con la apreciación adleriana de que, entre la voluntad de dominio y el sentimiento de comunidad, subsiste una contraposición esencial.

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Todo ello le indujo a pensar en la perspectiva de Adler como una elaboración de corte finalista a la vez que optimista, condición que se mostraba en agudo contraste con el determinismo causal freudiano, hacia el que mantuvo agudas discordancias. La visión de Freud (1921/1981) se concentró en los impulsos irracionales inconscientes que dominan ciegamente a las masas. Estos preceptos se basaron a su vez en las observaciones que había realizado Le Bon (1895) respecto a estas mismas formaciones humanas y su dinámica respectiva. Es claro que Enciso (1941) no se cuenta entre los entusiastas más fervientes de aquél, sobre quien consideró que, por basarse su trabajo en una revisión histórica de los movimientos de masas que emergieron durante la Revolución Francesa, no atinaban a explicar satisfactoriamente a los grupos humanos permanentes, es decir, no circunstanciales, como ocurre con las masas revolucionarias. Para Adler, en cambio, el sentimiento de comunidad, que surge durante el proceso de desarrollo infantil, constituye la base más legítima para los acercamientos a la vida social. En efecto, los niños deben aprender a balancear las tendencias propias que conforman su individualidad con los requerimientos y renunciamientos que a veces imponen o exigen las circunstancias sociales, de manera que siempre es dable suponer, en principio al menos, la presencia de una tensión básica. Es innegable que Enciso (1941) valoró en mucho las aportaciones de Adler, pese a lo cual, no estuvo impedido de subrayar algunas disconformidades conceptuales, especialmente en su convicción de que la psicología individual no es del todo adecuada para explicar los procesos mentales humanos, pues la existencia del individuo psíquico aislado de la sociedad, no pasa de ser una invención ilusoria. Pero no concuerda con aquella visión que concibe a la psique social como una sumatoria de todas las subjetividades individuales. Enciso creía que las personas son el resultado de su composición hereditaria, innata o congénita, combinada con los elementos que provienen del entorno social compartido. La causalidad hereditaria, sin embargo, no es fatalista, pues siempre actúa en equilibrio con las vicisitudes que acarrea el aprendizaje. Por lo tanto, ni la psicología a nivel individual ni la psicología a nivel social se anulan entre sí. Ambas se complementan armónicamente. Es claro que la condición para la existencia de cualquier organización humana es esencialmente psicológica y deriva de los intercambios entre los individuos que la componen. Al mismo tiempo, la diferenciación mental se produce desde los días de la más tierna infancia, y esto puede entenderse de múltiples maneras. Se manifiesta, pongamos por caso, en la competencia entre dos hermanos pequeños por obtener los favores y la atención de la madre. Tales procesos fueron vistos por Adler como

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expresión de un deseo muy elemental de supremacía, que puede tomar diversos rumbos, por ejemplo, al transformar la agresión inicial que brota entre los hermanos hacia sentimientos de compasión y solidaridad. Estos son los que finalmente generan el sentimiento de comunidad. Pero Enciso (1941) estimaba que esa emoción en realidad no es una expresión meramente antagónica con el deseo de supremacía, sino una consecuencia directa del mismo, una forma en la cual se produce la evolución del propio afán de dominio o el instinto de poder, en camino siempre hacia la mejor y más acabada expresión de la individualidad. Los humanos adolecen de una incompletitud esencial, y el único modo de satisfacer el conjunto de las necesidades más fundamentales es a través de un incesante contacto social. Las estructuras creadas por los hombres responden esencialmente a ese fin, y entre ellas, la más destacada es la familia, cuya existencia desborda el mero objetivo reproductivo. Las masas cumplen similar función, porque sirven para canalizar las necesidades sentidas por los individuos y que se dirigen hacia realizaciones en el orden de la existencia compartida con sus demás integrantes. Por ello, las masas no representaron para Enciso la concreción de un estadio involutivo en el comportamiento humano, sino todo lo contrario. Eran la materialización cabal del afán de dominio, expresado en tales colectivos sociales, y dando cobijo a los que padecen de las limitaciones impuestas por el sentimiento de inferioridad, otra de las construcciones teóricas muy típicas en el modelo de Adler (1930). Enciso va más allá inclusive y no descarta que estos agregados humanos puedan configurar una tendencia hacia la concreción de una comunidad ideal, que se fundamente en el sentimiento solidario. La razón de ser de los líderes, tan esencial en la configuración de los movimientos colectivos, fue entendida por él como una expresión de la necesidad de la muchedumbre para obtener el apoyo y soporte indispensable que harían factible su propia permanencia. Es, una vez más, la expresión congruente de una acción del extendido afán de dominio (Adler, 1917), que opera en todos los sujetos. Más que basarse simplemente en una reproducción simplista y dogmática de los preceptos psicológicos adlerianos, la visión de Enciso (1941) se concebía como una oportunidad real para el crecimiento personal, que no solo ayudaba a comprender con objetividad los hechos sociales sino que contribuía, sobre todo, a un elevamiento cualitativo de la humanidad. Esa era la perspectiva que su autor buscó transmitir, sobre todo, a los exponentes de la intelectualidad local de su tiempo.

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Los campos colaterales: El carácter nacional del paraguayo y la psicología de los pueblos autóctonos Los estudios que emprendieron Báez, Pane, Prieto y Enciso configuran las líneas de reflexión más congruentes entre todas las que guardan relación con el ámbito de la psicología social en el Paraguay. Esos trabajos pueden visualizarse al menos de dos diferentes maneras: a) como reflexiones atinentes a las conexiones de la psicología con la producción sociológica, que identifica la aproximación de los tres primeros autores, y b) como la aplicación de conceptos provenientes de otras divisiones de la psicología o disciplinas afines con el propósito de esclarecer las influencias del entorno social sobre los procesos mentales, de los que el trabajo de Enciso constituye el ejemplo más apropiado. Por ende, estos cuatro autores conjugan lo más característico de la psicología social paraguaya en lo que se denomina el periodo preuniversitario (García, 2005b), es decir, aquella fase inicial de la psicología cuya vigencia correspondió al cultivo de la disciplina como un área conceptual asociada o en dependencia de otros sectores afines, y en un tiempo cronológicamente anterior al surgimiento de la profesión. Lo que es más importante, en esa etapa aún no se contaba con la ventaja que ofrece un desarrollo científico autónomo, en orden a fortalecer una disciplina que pudiera hallarse precisamente definida. Sin embargo, en el lapso posterior, no volvieron a destacarse otros académicos que ofrecieran una propuesta teórica significativa en este ámbito, o que apuntasen a la construcción de sistemas e ideas propias, e incluso que propendieran a la adaptación de enfoques ideados en el exterior hacia problemáticas del ámbito local, en busca de una interpretación de la realidad colectiva paraguaya. Es por ello que, luego de considerar los trabajos producidos en la primera mitad del siglo XX, la teorización se percibe como muy escasa, y el declive resulta evidente. Esto ha sido verdad especialmente para las décadas recientes, en que la psicología se instauró como un área de formación profesional, pero donde, pese a ello, la enseñanza superior ha dado frutos muy limitados en lo que respecta a la investigación sistemática e intensiva del comportamiento y los procesos cognitivos. Pero si nos mantenemos en la línea temporal que marcan los años previos a la fundación de las carreras universitarias, es posible destacar ciertas orientaciones que resultan pertinentes en el contexto amplio de la producción intelectual nacional y en las cuales, aunque no se trabajase de manera directa o explícita con el concepto de psicología social o en la profundización de cualquiera de los tópicos que comprende

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su temática, se descubren intentos por vincular factores o variables provenientes del medio físico, social o cultural con una explicación funcional del comportamiento. Estos pueden relacionarse, aunque en grados variables, con la psicología social en cuanto disciplina. En esta visión más amplia corresponde mencionar la existencia de áreas colaterales a la psicología social, especialmente los trabajos que intentaron desentrañar el carácter nacional de los paraguayos. Por cierto que este no es un concepto muy simple de analizar, pues abarca un conglomerado extremadamente diverso de características que se asignan como típicas a los individuos nacidos en el espacio geográfico del país y que, pretendidamente, condicionan parte de sus hábitos y formas diferenciadas de pensar y sentir. Estos rasgos se suponen compartidos por los individuos que pertenecen, por razones de origen o vinculación familiar, a ese mismo espacio geográfico, y además poseen similar configuración racial. En su esencia básica, la idea sintetiza una nutrida variedad de factores físicos, climáticos, alimentarios y culturales. Sin embargo, esta búsqueda de las singularidades no se agota en la especificación del carácter de los pueblos. También destacan otras líneas de similar aproximación, aunque enfocadas en una orientación diferente, esto es, la psicología que se presume como típica en los habitantes precolombinos del país. Estas comunidades recibieron denominaciones variadas: indígenas, nativos, autóctonos o pueblos originarios, y en el contexto paraguayo se han referido predominantemente a la etnia de los guaraníes. En este ámbito de investigación fueron los antropólogos profesionales quienes incursionaron más productiva y decididamente, superando con sobrada amplitud a los psicólogos, quienes tradicionalmente y por su énfasis en los asuntos aplicados, no consideraron que estos temas formaran un campo de investigación adecuado para su disciplina. De este modo, quedaron muy rezagados en lo atinente a su exploración sistemática. La manera como se ha elaborado un discurso intelectual que concierne a la psicología de los habitantes primigenios del país, además de los que nacieron y se criaron en el territorio luego del arribo de los españoles en la primera mitad del siglo XVI conforma lo que, en las décadas pasadas, se visualizó como una manifestación de la amalgama “racial” que se produjo entre españoles y guaraníes, generando un prototipo humano con rasgos mixtos, tanto físicos como psicológicos. El proceso que acompañó estos cambios y sobre todo sus resultados visibles constituye el tópico de interés central para estas indagaciones. En algunos autores también ha prevalecido un punto de mira que combina, a la vez, e estudio del carácter nacional con el de la mentalidad de los indígenas.

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Las diferentes versiones y respuestas que se dieron a estos complejos asuntos han sido objeto de varios recuentos de contenido histórico en tiempo reciente. Con ellos se demuestra un interés en aumento de los historiadores de la disciplina por documentar la evolución de las reflexiones psicológicas centradas sobre las características particulares que definen a las poblaciones autóctonas de los países latinoamericanos, así como a la interrelación entre la diversidad cultural y los hábitos y costumbres típicas, que devienen como su directo resultado. Estas reflexiones, presentes en numerosos países de la región, se pueden apreciar en obras colectivas como la de Salazar (2001) y dejan amplia constancia de las motivaciones y preocupaciones surgidas en la producción de algunos escritores de nuestro continente entre finales del siglo XIX y comienzos del XX. De acuerdo a la impresión de Valderrama (1986), tales autores se mostraron intrigados por lo que concebían como problemas recurrentes en sus respectivos países, en especial la aparente falta de progreso material y cultural que se verificaba en algunos de ellos y que se volvían muy patentes al compararlos con los avances que se percibían en las antiguas colonias de habla inglesa, especialmente los Estados Unidos, que ya comenzaba a insinuarse como una gran potencia. En algunos países de la región, inclusive, los trabajos que forman la base histórica para estas aproximaciones y que reflejaron diversas propuestas de interpretación dentro de esta línea resultaron bastante numerosos, proveyendo material suficiente para emprender análisis de conjunto. Eso ocurre, por ejemplo, en una importante obra de Vilanova (2001), que discute los estudios surgidos en la Argentina. Pero más aún que ello, denotan una tendencia muy marcada de la psicología del momento a enfatizar la prevalencia de aspectos ambientales, así como climáticos, geográficos, e hidrográficos y orográficos inclusive, en la determinación de las singularidades nacionales. Las fuentes bibliográficas específicas para estos temas, así como la acumulación de investigaciones referidas a las ideas de estos autores han ido en un progresivo aumento. Entre quienes escribieron con mayor asiduidad sobre el carácter nacional, el principal es Manuel Domínguez (1868-1935). Historiador profesional, político y hombre de leyes, ejerció varias asignaciones públicas de importancia, entre ellas el cargo de Rector de la Universidad Nacional. Se interesó vivamente en clarificar lo que consideraba las características privativas en la personalidad de los paraguayos, que en su óptica los hacían muy distintos y hasta superiores en determinados aspectos a los ciudadanos de otras nacionalidades, sobre todo los habitantes de los países vecinos. La razón principal de las cualidades distintivas de los paraguayos se originaba en el influjo de la raza, un

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concepto muy prevaleciente en el marco explicativo de la psicología de la época. Domínguez (1903) la denominó causa interna, que era fruto de la combinación biológica que se había gestado durante siglos entre los españoles y los guaraníes autóctonos del país. Esa concepción de la raza se deriva de los conceptos que por la misma época había defendido el psicólogo francés Théodule Ribot (1839-1916) (Ribot, 1873). Pero en la perspectiva de Domínguez, la superioridad de los paraguayos era tanto física como intelectual, lo cual también se reconoce en su estirpe guerrera, que los convierte en grandes soldados para el combate. Influido por los condimentos que imponían un fuerte nacionalismo y el afán de reivindicación de la nacionalidad, Domínguez mantuvo una opinión acentuadamente optimista sobre las condiciones personales que adornan a sus compatriotas, a diferencia de lo que era frecuente en otros lugares, donde predominaron las valoraciones negativas y pesimistas, con ejemplos muy patentes en la obra de Arguedas (1979) en Bolivia o Bunge (1918) en la Argentina. Además, Domínguez poseyó el mérito de ser un escritor de gran calidad y talento, poseedor de una cuidada expresión y elegante redacción. Dejó plasmadas sus ideas en numerosos trabajos, repartidos entre artículos y libros, principalmente las Causas del heroísmo paraguayo (Domínguez, 1903), La Nación (Domínguez, 1915), El alma de la raza (Domínguez, 1918) y El Paraguay, sus grandezas y sus glorias (Domínguez, 1946). En los últimos años encontraron cabida en las páginas de algunas revistas de psicología unos pocos trabajos que analizan sus ideas sobre el hombre paraguayo en un contexto más general y respetando el sentido histórico que les corresponde (García, 2012a, 2015), así como otros más específicos que se concentran en la influencia que un pequeño grupo de científicos europeos, como el antropólogo y anatomista alemán Hermann Schaaffhausen (1816-1893), ejercieron sobre sus interpretaciones particulares (García, 2016b). Por supuesto, las conexiones relevantes sobre el pensamiento de Domínguez con autores representativos de su época no acaban aquí y requieren de análisis más extensos y pormenorizados. La fascinación por el tema, sin embargo, halla sus raíces aún más atrás en el tiempo. Es así que, a mediados del siglo XIX, ya resulta posible identificar escritores que adelantaron juicios e impresiones sobre los aspectos que les parecían privativos en el comportamiento de los paraguayos. Tales autores fueron extranjeros que se hallaban en el país en plan de exploradores, por negocios o diversos motivos personales. Resultan especialmente destacables los escritos del médico y explorador francés Alfred Demesay (1815-1891), autor de una importante Historia física, económica y política del Paraguay y de los establecimientos de los

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jesuitas (Demersay, 1860), así como del naturalista e historiador belga Alfred du Graty (1823-1891), que también escribió una influyente obra sobre La República del Paraguay (Du Graty, 1862, 1865). Ya entrado el siglo XX, ensayistas como Juan Natalicio González (1897-1966), autor muy prolífico en la producción de obras históricas, entregó algunos estudios como Proceso y formación de la cultura paraguaya (González, 1988), que fuera editado por primera vez en 1938. En él presentaba un análisis concerniente al origen y naturaleza de la nacionalidad paraguaya, que acompañó con relevantes observaciones de carácter psicológico desde una perspectiva que, a criterio de Heisecke (1965), combinaba elementos nacionalistas y espiritualistas. Cabe recordar también aquí a Justo Prieto, cuyas ideas expusimos con anterioridad al referirnos a su tratado sociológico, y que entre sus muchos libros escribió Paraguay, la provincia gigante de las Indias. Análisis espectral de una pequeña nación mediterránea (Prieto, 1951). En esta obra analizó la formación de la nacionalidad desde un punto de vista histórico, discutiendo también los componentes físicos que consideraba responsables de su formación y de la singularidad de los paraguayos. Entre ellos se contaban la geografía, la raza, la historia y los elementos ambientales. La lista de los historiadores que entregaron obras de versación y contribuyeron al análisis de las características idiosincráticas se amplía con Justo Pastor Benítez (18951963), a quien Cáceres Mercado (2011) califica como uno de los más lúcidos intérpretes de la cultura nacional. Benítez fue responsable de varias obras de relevancia en este contexto específico, entre ellas Formación social del pueblo paraguayo (Benítez, 1967), publicada originalmente en 1955. Al mismo tiempo, Ignacio A. Pane, cuyas ideas en el ámbito de la psicología social hemos discutido más arriba, extendió su mirada inquisitiva al descubrimiento de los condicionantes físicos, geográficos, climáticos y naturales que influencian el comportamiento humano, en un largo ensayo titulado Geografía Social (Pane, 1916a), publicado en la revista La Enseñanza, y que fue incorporado sin cambios en el texto a compilaciones póstumas de los escritos del autor (Pane, 1976). Más recientemente, autores provenientes de ámbitos tan variados como el periodismo, el sacerdocio y la arquitectura, dejaron impresas sus observaciones sobre el modo de ser de los paraguayos. Ellos son el escritor, periodista y abogado Helio Vera (1946-2008), quien produjo una obra ampliamente leída que se titula En busca del hueso perdido. Tratado de paraguayología (Vera, 1990) y el sacerdote Saro Vera (1922-2000), quien no guardaba relación de parentesco con el anterior más allá de la identidad del apellido, y cuyo significativo aporte

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es El paraguayo: Un hombre fuera de su mundo (Vera, 1996). Estas dos obras, pese a la procedencia de sus autores, son muy ricas en observaciones psicológicas que deberían servir como punto de partida para estudios de mayor profundidad, en los que se apliquen las herramientas metodológicas que provee la ciencia psicológica moderna. Ambas recibieron un comentario conjunto en una revista peruana de psicología (León, 2003). Igualmente merecen destaque una obra de la arquitecta y artista plástica paraguaya Maia Riquelme (1961- ), quien fija residencia en Francia desde hace muchos años, y que publicó un libro de nombre Paraguay rojo y verde: Los colores de la identidad (Riquelme, 2001). En los planteamientos que ella expone se percibe un claro acento ecologista y ambientalista. La idea principal que defiende es que esos colores se asocian a la identidad nacional de los paraguayos. Otros ensayistas realizaron incursiones reflexivas muy creativas respecto a determinadas producciones culturales como El tereré, un libro publicado por el también religioso Derlis Benítez Alvarenga (1967- ) (Benítez Alvarenga, 1997). Siendo la bebida popular más tradicional en el Paraguay, el tereré se prepara en base a la yerba mate (ilex paraguariensis). Esta se halla contenida en un recipiente especial denominado guampa y dentro del cual se mezclan infusiones con diversas clases de hierbas (pohä ñana), diluyéndolas luego en agua fría para absorberlas mediante una bombilla de metal. Puede consumirse individualmente o ser compartido por varias personas a la vez. Asimismo, en un contexto que combina muy productivamente la historia, la sociología y la cultura, el periodista Reinaldo Montefilpo Carvallo (19231998) dio a conocer una obra titulada Raíces, tiempo y memoria. Origen, formación y carácter del ser paraguayo (Montefilpo Carvallo, 1997) que contiene interesantes datos y análisis en la intersección de la cultura y el ser paraguayo. La otra vertiente colateral de gran importancia es el estudio de la psicología de los habitantes autóctonos del país y la cultura que mantenían antes del arribo de los españoles en el siglo XVI. Al igual que la investigación sobre el carácter nacional, el tema concitó la atención de los historiadores de la psicología en el tiempo reciente, dando lugar a un reducido pero importante número de búsquedas sistemáticas, como lo atestigua una obra colectiva editada por Mardones Barrera (2017) y que presenta capítulos referidos a varios países de América Latina, específicamente Brasil, Chile, Ecuador, Paraguay y Perú, así como una revisión general sobre los indígenas mesoamericanos. Para otras naciones donde la presencia del elemento autóctono es bastante marcada y forma un componente esencial de sus culturas, especialmente Bolivia, son

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necesarios más análisis esclarecedores que se enfoquen en esta misma línea. En el Paraguay pueden encontrarse expresiones de un interés centrado en la comprensión de los procesos psicológicos que corresponden a los habitantes ancestrales del país ya desde inicios del siglo XIX. La secuencia que hilvana esta orientación comienza con el explorador español Félix de Azara (1742-1821), el ya mencionado Demersay, el embajador Charles Ames Washburn (1822-1889), quien fuera jefe de la legación diplomática estadounidense durante la Guerra contra la Triple Alianza, y el científico suizo Moisés Santiago Bertoni (1857-1929). Los conceptos de estos cuatro autores fueron analizados en conjunto por García (2017b). De todos ellos, quien ha recibido la atención predominante es Bertoni, así como las mayores objeciones, lo cual no es una casualidad. Este naturalista suizo, que llegó a América en busca de un horizonte ideal donde concretar antiguos sueños de juventud que lo ligaban al pensamiento político anarquista (Baratti & Candolfi, 1999), terminó fascinado por la exuberancia del ambiente natural que se disfruta en esta parte del mundo, y que le inspiró a emprender una vasta y compleja obra. Desde hace muchas décadas, Bertoni es considerado uno de los prototipos más característicos de la investigación científica en este país. Como afirma Ceaser (2002), su nombre alcanzó un aire casi legendario entre los paraguayos. Se dedicó extensamente al estudio de la flora y la fauna, pero es particularmente recordado por sus estudios sobre la yerba mate o ilex paraguariensis, en cuya explotación con fines comerciales también estuvo involucrado. Del mismo modo, aportó trabajos muy valiosos sobre la Stevia Rebaudiana Bertoni (Bertoni, 1918). Otro ámbito en el que incursionó fue el de la antropología, dejando como legado varios artículos, capítulos en actas de congresos y libros cuya temática central eran los guaraníes, enfocados en los diferentes aspectos de su cultura. En este sentido, publicó en 1914 su Resumen de prehistoria y protohistoria de los pueblos guaraníes (Bertoni, 1914), obra que llevó al papel el texto de tres conferencias que había pronunciado durante el año previo de 1913 a estudiantes secundarios del Colegio Nacional, en Asunción. Más tarde vendría la edición de su obra de mayor aliento, que tituló La civilización guaraní, y se hallaba dividida en tres gruesos volúmenes. El primero trataba de etnología, en lo que concierne específicamente al origen, extensión y cultura de la raza Karaí-Guaraní y la protohistoria de los guaraníes (Bertoni, 1922); el segundo tenía como eje fundamental la religión y la moral de este pueblo (Bertoni, 1956); y el tercer tomo se enfocaba en asuntos relacionados a la etnografía, los conocimientos, la higiene y la

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medicina guaraní (Bertoni, 1927). El volumen primero y el tercero fueron publicados en vida de Bertoni, en 1922 y 1927 respectivamente, mientras que el tercero salió a la luz recién en 1956, veintisiete años luego de su muerte. Las razones tuvieron que ver con las dificultades prácticas y sobre todo financieras para hacerlo en el momento de terminar su redacción, y puesto que el tercer libro estuvo concluido antes que el segundo. Bertoni pensaba que los guaraníes dieron forma a una auténtica civilización, de ahí el nombre que dio a su trilogía de libros. Creía que su grado de avance era incluso superior al de otras naciones autóctonas. Es más, constituían una raza superior en sí mismos, que se reflejaba en aspectos tales como su gran belleza, su espiritualidad y la resistencia que mostraban ante toda adversidad. Sobre el aspecto físico esgrimió determinados argumentos en favor de esta etnia que recuerdan las antiguas doctrinas de la frenología y la fisiognomía, en asuntos como la configuración del cráneo y las características del rostro (Baratti & Candolfi, 1999). El grupo étnico al que pertenecían, que denominó guaraniano, habría sobresalido en índices tan importantes como los conocimientos científicos en astronomía, botánica y zoología, así como en su religión, moral, organización política y económica y pericias agrícolas. Bertoni supuso que extendieron sus asentamientos territoriales en un área tan grande que iba desde las Antillas hasta la Pampa argentina. Para respaldar estas afirmaciones, desarrolló una elaborada teoría sobre la llegada de los primeros humanos al continente, dentro de cuyo contexto situó la presencia de los guaraníes en América. Debido a ello, mantuvo divergencias y hasta algunas duras polémicas que afloraron durante el Congreso Científico Internacional Americano, celebrado en Buenos Aires en 1910, con el antropólogo argentino Florentino Ameghino (1854-1911) (García, 2016c), quien defendió su propia aproximación (Ameghino, 1918), muy controvertida también, sobre el origen del hombre americano. En los aspectos que más nos conciernen, Bertoni realizó numerosas observaciones y descripciones sobre las costumbres, los hábitos, la psicología y la moral de los guaraníes, pero sus conclusiones fueron cuestionadas por los antropólogos y eruditos posteriores, que han debatido, a veces con cruda fiereza, la exactitud de sus conclusiones (Bareiro, 1990; Chase-Sardi, 1990; Melià, 2011). Sin embargo, la importancia científica de este trabajo estriba en que fue el primero en detenerse en la observación de ciertos aspectos psicológicos y “morales” propios de los guaraníes, y sin dudas también fue él quien por primera vez realizó el intento por esbozar una descripción cognitiva de los mismos. Por lo tanto, aunque puedan contener visiones discordantes con

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los criterios modernos y algunas perceptibles exageraciones, sus conclusiones, y sobre todo sus observaciones comportamentales, no deberían ser desechadas con arrogante ligereza (García, 2014b). Bertoni tuvo el mérito de fijar su atención detenida sobre las costumbres, las creencias y conocimientos y las particularidades psicológicas de los guaraníes, como ningún otro había hecho antes, y como nadie volvió a hacer después. Allí radica lo esencial de su valor. A comienzos del siglo XX también se destacó la obra y figura del explorador italiano Guido Boggiani (1861-1900), un hombre de múltiples talentos entre los que se contaban el de fotógrafo, pintor, dibujante y antropólogo. Boggiani realizó trabajos etnográficos muy originales con etnias que habitan el Chaco y que formaron la base para una serie de estudios publicados en entregas sucesivas de la Revista del Instituto Paraguayo (Boggiani, 1900), así como en algunos libros. Pero el destino de Boggiani fue infelizmente aciago y pereció víctima de los indígenas que estudiaba, en particular de un chamacoco, etnia con la que convivió y trabajó, pero cuyos integrantes llegaron a temerle porque lo recelaban como a un “brujo” peligroso. Su obra aún requiere de un análisis intensivo en lo que respecta a sus descripciones conductuales de los habitantes primigenios del Chaco.

El panorama general en las últimas décadas La psicología social Como disciplina inserta en la rutina pedagógica de los ambientes universitarios, y en el proceso de su constitución como uno de los pilares en que se asienta la formación del psicólogo, la psicología social ocupa los últimos cincuenta y cinco años de esta historia. En una secuencia cronológica, la primera cátedra funcionó al interior de la carrera de Psicología que la Universidad Católica “Nuestra Señora de la Asunción” estableció en la capital del país en 1963. Durante esta primera década de su existencia, la institución se hallaba regenteada por los jesuitas, como ocurre todavía con varios importantes centros universitarios de América Latina. Pero esta congregación religiosa habría de ceder su dirección a comienzos de la década de 1970, transfiriéndola a la egida de la Conferencia Episcopal Paraguaya (CEP), bajo cuya responsabilidad general se imparte la enseñanza hasta el presente. La Facultad de Filosofía y Ciencias de la Educación, como fue su

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denominación originaria hasta que cambió a Facultad de Filosofía y Ciencias Humanas en 1978 (Universidad Católica, 1992), tuvo su primera sede en las instalaciones edilicias del Colegio Cristo Rey, que puede caracterizarse como la institución jesuita más tradicionalmente ligada con las actividades educacionales en el Paraguay. Por ello no extraña que la organización de la carrera fuese una tarea liderada por un grupo de académicos que pertenecieron a dicha orden, secundados por médicos psiquiatras de simpatía psicoanalítica y, en menor medida, profesionales que provenían de otros ámbitos de formación. Algunos de los primeros catedráticos jesuitas representaban una línea psicológica de corte psicométrico y otros difundieron una visión más espiritualista, que resultó muy funcional a los postulados esenciales de la fe cristiana. Junto a ellos, también enseñaban unos pocos docentes psiquiatras que utilizaban el psicoanálisis. Pero a mediados de la década de 1960 sobrevinieron algunos cambios en la orientación conceptual que ayudaron a reformar el espíritu y los conocimientos científicos que se impartieron desde los inicios. En tal sentido, Alonso (2015) recalcó el protagonismo que le cupo al padre Luis Ignacio Ramallo, sacerdote español que se incorporó a la carrera en 1966 y permaneció en ella hasta 1969, cuando fue expulsado del país junto a otros clérigos, por orden del dictador Alfredo Stroessner (1912-2006), quien gobernó opresivamente el país entre 1954 y 1989. Poco tiempo antes de su incorporación a la Universidad Católica, Ramallo obtuvo un doctorado en psicología social en la Universidad de Harvard, donde estudió bajo la guía de los distinguidos académicos norteamericanos David McClelland (1917-1998) y Gordon W. Allport (1897-1967), cuyas ideas y enseñanzas difundió activamente en el contexto de la nueva carrera. Esto contribuyó a dar un cariz más científico a los cursos, acorde a las tendencias de la disciplina en aquel momento, sobre todo en los Estados Unidos. Alonso (2015) informa que Ramallo utilizó la traducción de la obra de Allport (1970) sobre la personalidad, muy reciente por entonces, como uno de los textos para sus clases. Pero en la década siguiente hubo cambios sustanciales en los liderazgos. Durante el decenio de 1970 y toda la primera mitad de los ochenta, el psicoanálisis constituyó el enfoque hegemónico en la psicología paraguaya, dejando pocas opciones que pudieran marcar una diferencia sustancial con dicha tendencia. Esa condición se reflejó agudamente en el contenido de la enseñanza universitaria. El panorama se puede constatar documentalmente en un breve informe referido a la psicoterapia en Paraguay que fue elaborado a mediados de la década de 1970 (Franco Costa, 1975). Aunque en esa época había psicoanalistas de

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variadas tendencias, una parte importante de los académicos se identificaba con los postulados que trazó el psiquiatra suizo-argentino Enrique Pichón-Rivière (1907-1977), cuyo concepto particular sobre la psicología social era homologado, con bastante frecuencia, con el de toda la disciplina. Esta era también la posición que mantenía un grupo de profesores de la Universidad Católica, afines al psicoanálisis o a algunas de sus variantes derivadas. Tal concepción de la psicología social fue enseñada y discutida, aunque centrándose mucho en sus propias formulaciones, sin lograr la asimilación de otras perspectivas divergentes que también integraban el espectro teórico de la disciplina. Eso hacía que prestaran muy escasa atención a los desarrollos que se verificaban en otras partes del mundo. En particular, constituía una ruptura con el concepto prevaleciente en los medios académicos estadounidenses, que concebían a la psicología social como una disciplina ocupada de la investigación como su finalidad primaria. Podía percibirse algo semejante a una mezcla de niveles epistemológicos, pues mientras la psicología social es corrientemente concebida como un área dentro de la psicología básica y cuya finalidad esencial es la producción del conocimiento, la psicología social de Pichón-Rivière se planteaba a un nivel diferente, el que usualmente correspondería al de una alternativa teórica divergente del freudismo, y orientada esencialmente hacia la práctica. La de Pichón-Rivière (1985a) era una teoría psicológica asociada en su origen con el psicoanálisis, del cual puede considerarse un desprendimiento. Por lo tanto no fue concebida, en lo esencial, como un área de investigación dentro del cual pudiesen converger diferentes perspectivas conceptuales, sobre todo si estas albergaran diferentes nociones sobre la mente o la conducta. Su justificación se hallaba más cercana a la incursión activa sobre diversos aspectos del comportamiento social. El propósito fue ambicioso. Con su teoría del vínculo, PichónRivière intentó expandir los alcances del psicoanálisis ortodoxo, ampliando su tradicional estilo intrapsíquico y centrado en la dinámica interna hacia un enfoque de características más sociales que visualizaba al individuo como el resultante de interacciones diversas, establecidas entre los procesos o los “objetos” que se originan en el mundo interno de la persona en dirección a la realidad externa. De esta manera, se consideraba que todo lo atinente a la relación humana adquiría un cariz “dialéctico”. El individuo es conceptualizado como un “emergente” de tales situaciones. Al prestar una atención cercana a los procesos grupales, Pichón-Rivière (1985b) propuso cruzar el Rubicón desde las orillas del psicoanálisis clásico hacia la psicología social. La fuerza de esta orientación resultó bastante influyente en la academia, sobre todo en la

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Universidad Católica durante parte de las décadas de 1970 y 1980 y continuó en el tiempo posterior, aunque en contextos diferentes, como atestigua el hecho de que la carrera que fundó la Universidad Metropolitana de Asunción en 2005, y que cuenta con un grado terminal de psicología social en la licenciatura, se organizara principalmente en base a estas ideas. Por lo demás, la psicología social no ha consolidado un modelo teórico dominante en el lapso más reciente, pero algunas investigaciones tuvieron salida cubriendo un abanico de temáticas muy diversas, como puede apreciarse en una revisión de publicaciones que se dio a conocer hace algunos años (García, 2006). La psicología comunitaria Como muestra de su versatilidad, la psicología social ha establecido vínculos con áreas colindantes dentro de la misma psicología, a tal grado que algunos practicantes no reconocen una auténtica diferencia entre sectores disciplinariamente emparentados. El resultado evidente es que, al momento de conceptualizar, no se distingan separaciones muy estrictas de unas con otras. Entre los campos convergentes, el más resaltante es el de la psicología comunitaria, cuyo interés comenzó a crecer a comienzos de la década del 2000. Para muchos que se desenvuelven en esta rama, constituye la verdadera psicología social, cuyo nivel de importancia se define por la prevalencia que otorga a la práctica y la intervención que realiza en la esfera de problemas que por lo común afectan a poblaciones muy ignoradas por la sociedad. Esto la lleva, deliberadamente o no, a exhibir una cierta desatención a las explicaciones científicas del comportamiento, actitud que se deriva, obviamente, de la divergencia de objetivos que existe entre la psicología social y la psicología comunitaria. Esa condición se explica también por las raíces teóricas que identifican a la misma psicología comunitaria en todo el continente, cuyas fuentes esenciales apuntan hacia una nutrida diversidad de influencias que van desde la psicología clínica y el psicoanálisis hasta el enfoque de Pichón-Rivière y la psicología social de la liberación de Ignacio Martín-Baró (1942-1989) (Montero & Serrano-García, 2011). En lo que concierne a la psicología comunitaria en el Paraguay, sus orígenes fueron estudiados de forma específica por Rabito & Soto (2011), mientras que García (2011) realizó su correspondiente análisis en el contexto de las relaciones con la psicología clínica y la psicología política (García, 2013a). En cuando materia, la psicología comunitaria se imparte en varios centros universitarios privados y públicos que disponen de una carrera de psicología en su oferta académica. El grado de inserción, no

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obstante, resulta muy variable. En algunos casos figura simplemente como una materia de estudio que compone el curriculum regular, y en otros, aparece como área de formación específica dentro de las posibilidades que ofrecen las licenciaturas. En sentido cronológico, la primera alternativa institucional coincide con la apertura de la carrera de Psicología en la Universidad Católica del Alto Paraná, en Ciudad del Este, fronteriza con el Brasil. Allí se fundó, en 1994, una opción académica en Psicología que tenía cinco años de duración, organizados en diez semestres, y una de cuyas opciones terminales era un área denominada “Psicología Clínico-Social”. El objetivo básico de esta licenciatura era formar psicólogos con habilidades y condiciones para realizar intervenciones clínicas y sociales en el área de la Triple Frontera, una zona geográfica en la que convergen los territorios de Argentina, Brasil y Paraguay (Rivelli, Lafuente & Lafuente, 1994). En la práctica, este programa era un equivalente de la psicología comunitaria, aunque se le haya dado una denominación diferente. Años más tarde, ya en Asunción, comenzaron a entrenarse psicólogos comunitarios, primero en la Universidad Nacional, que comenzó a planificar la apertura del área desde 1999 para darle apertura real en el 2004, y luego en la Universidad Católica. En la primera institución funcionó como área dentro de la licenciatura y posteriormente fue anunciada como maestría entre el 2006 y el 2007, aunque solo pudo abrirse en una ocasión y sin que algún trabajo de tesis haya llegado nunca a su culminación efectiva (Penayo & Rabito, 2013), mientras que en la segunda, existe como grado terminal correspondiente a la licenciatura a partir del 2012. En la Universidad Nacional, la primera cátedra que funcionó con precedencia a la habilitación de la especialización tuvo como docente a la psicóloga Alcidia Unzaín, quien había tenido una formación específica en el Brasil. Esta cátedra, que comenzó a dictarse en 1999 (Casuriaga, 2014), dejó de existir como materia dentro del curriculum cuando comenzó a implementarse el área de formación profesional específica en el 2004, y con ella, una nueva malla curricular. La finalidad eminentemente aplicada que distingue a la psicología comunitaria en cuanto modalidad de formación es subrayada por Rabito & Soto (2011) en su comentario sobre la creación de esta especialidad en la Universidad Nacional. Ellas apuntan que la implementación obedeció, principalmente, a los reclamos frecuentes que surgían con respecto al predominio de lo teórico y a la escasez de experiencias pedagógicas prácticas. En ambas universidades se mantiene como requisito terminal para los alumnos la elaboración de una tesis para aspirar a la titulación, lo cual implica la realización de una investigación

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original. El problema, sin embargo, es que estos trabajos, lo mismo que aquéllos que provienen de otras áreas de la psicología, no llegan al estadio final de la publicación, que es la meta para cualquier investigación que se precie, y su contribución real queda severamente limitada, no superando el propósito muy práctico que motiva al alumno a realizarla. En contrapartida, los psicólogos comunitarios despliegan actividades a diversos niveles y en varios frentes. Como resulta muy común en la psicología nacional, se registra un mayor movimiento al nivel de la profesión aplicada que en las actividades propias de la investigación. Las principales esferas de intervención se localizan en poblaciones de las zonas ribereñas del Río Paraguay, especialmente en el Bañado Tacumbú de Asunción y en proyectos comunitarios centrados en la educación popular en la ciudad de Villa Elisa, contigua a la capital (Rabito & Soto, 2011). También se ha trabajado en ámbitos relacionados con la educación de niños en situación de calle, la infancia desatendida, la promoción y defensa de los derechos de los niños y las mujeres, entre otros (Penayo & Rabito, 2013). En el contexto local también fue muy determinante la experiencia resultante del incendio del supermercado Ycuá Bolaños en Asunción, que tuvo lugar el 1º de agosto del 2004, y cuyas víctimas ascendieron a 400 fallecidos y cerca de 500 heridos. El motivo principal del siniestro fue que los responsables del supermercado adoptaron la temeraria decisión de ordenar el cierre de las salidas para evitar que los clientes abandonaran el establecimiento sin abonar por los productos que habían adquirido. El dantesco episodio afectó a un número elevado de familias en el Barrio Trinidad de Asunción, donde ocurrió la catástrofe, y generó numerosas intervenciones comunitarias, sistematizadas en parte por Moreno Giménez (2005). La psicología política Otro sector adyacente es el de la psicología política, cuyo avance ha sido moderado y sin llegar todavía a constituir un campo provisto de identidad fuerte dentro de la disciplina y un claro reconocimiento institucional. En las universidades, no aparece como área de estudio independiente y su enseñanza se incluye, en algunos casos, como contenido integrado a otras materias, especialmente de psicología social. Por ello, aún se encuentra a la espera de la creación de cátedras específicas que abarquen su enseñanza. En el Paraguay, la psicología política ha tenido un desarrollo limitado si se la concibe como área de investigación con un campo de indagación específico y continuado. Pese a lo cual, es posible reconocer algunos aportes circunstanciales, cuya característica más resaltante es la asociación del comportamiento con

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factores o variables que remiten a la contingencia política, aunque no superen el nivel de la elaboración teórica. El grado de profundidad que guardan estos trabajos corresponde de manera más congruente al de las producciones reflexivas que a la implementación de investigaciones empíricas. En este sentido, además de revisar las aportaciones de Manuel Domínguez, a las que antes nos referimos en relación al carácter nacional, puede mencionarse el trabajo de Epifanio Méndez Fleitas (1917-1985), un referente importante de la militancia política dentro del Partido Colorado que había ocupado los cargos de Jefe de Policía de 1949 a 1952 y luego Presidente del Banco Central del Paraguay, entre 1952 y 1955. La llegada al poder de Stroessner por un golpe de estado en 1954 frustró la carrera política de Méndez Fleitas, quien no comulgó con las prácticas políticas que acostumbraba el dictador. Ya en plena disidencia, escribió una serie importante de obras sobre economía e historia, pero el trabajo más relevante para nosotros se titula Psicología del colonialismo (Méndez, 1971). En el libro se discutía la influencia del colonialismo y el imperialismo brasileño, norteamericano y británico en diversos momentos y episodios de la historia paraguaya, la creación de una persistente dependencia política y económica en relación a esos grandes centros del poder, y la forma como esa circunstancia modeló la psicología de la nación dominada. Para Méndez (1971), en el Paraguay se produjo la sustitución de lo que él llamó el ego particularizado para beneficiar intereses de clases, grupos o imperios, completamente ajenos a los propios intereses del individuo. Un análisis amplio y en coordenadas históricas sobre el desarrollo temporal de la psicología política también lleva a comprobar que sus orígenes guardan relación estrecha no solo con la ciencia psicológica en cuanto tal, sino con sucesos y producciones que surgen en el contexto más abarcador que remite a la cultura nacional (García, 2013b, 2016d). El crecimiento de la literatura en psicología política durante el tiempo reciente ha sido muy esporádico. Uno de los eventos que con mayor fuerza marcó la producción en este campo fue la organización en Asunción, en noviembre de 1992, del 1er. Congreso Internacional «Salud psicosocial, Cultura y Democracia en América Latina», del que se conservan tres volúmenes con el texto íntegro de las ponencias que allí se presentaron (Arestivo, Riera & Campos, 1993). Junto a las colaboraciones internacionales, que incluyeron a psicólogas políticas muy conocidas como la venezolana Maritza Montero y la chilena Elizabeth Lira, varios autores paraguayos incluyeron presentaciones cuyas temáticas reflejaban muy claramente las inquietudes que predominaban en los sectores intelectuales del país, a escasos tres años de la abolición

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de la dictadura. Entre otros, esos trabajos estaban centrados en problemas como las relaciones psicológicas entre el torturador y el torturado, un tópico que apuntaba directamente a algunas de las experiencias más nefastas que habían sufrido los prisioneros políticos en el pasado reciente (Arestivo, 1993; Arriola-Socol, 1993); la reinserción social de estas víctimas de la tortura (Riera & Corvalán, 1993); la repatriación de los emigrados y la salud psicosocial (Caballero & Torres de Gutiérrez, 1993); la violencia y su incidencia en el segmento joven de la población (Jiménez & Sottoli, 1993), entre otros temas. Igualmente, algunos investigadores que entregaron escritos en la línea de discusión de la psicología política son Caballero & Caballero (1991) que trabajaron sobre la represión política y la aparición de patologías represógenas y Caballero & Corvalán (1993) que exploraron las relaciones entre impunidad, corrupción y ciudadanía. Más recientemente, García (2012b) analizó los diferentes posicionamientos que surgieron respecto al juicio político y posterior destitución del Presidente Fernando Lugo el 22 de junio del 2012, a la luz de la teoría de la disonancia cognoscitiva de Festinger (1975). En relación a este mismo tema, Franco & Sandoval (2012) evaluaron las respuestas de participantes de un encuentro de sociodrama organizado por el Centro de Estudios Humanistas Arandú Saité, quince días después de la destitución de Lugo. Sus herramientas metodológicas fueron las técnicas sociodramáticas. Por su parte, Arnoso, Bobowik & Beristain (2015), que son investigadores de la Universidad del País Vasco y la Universidad de Deusto, en España, evaluaron el impacto emocional en los rituales de conmemoración y la eficacia percibida de la Comisión de Verdad y Justicia, creada por ley en el 2003 y activa desde el año siguiente, para investigar las violaciones a los derechos humanos cometidos durante la dictadura de Stroessner. Ellos trabajaron con una muestra de víctimas y participantes no afectados. Igualmente, el psicólogo y periodista Pedro Servín Fabio ha escrito un libro titulado La mente criminal en Paraguay: Investigación para el debate (Servín Fabio, 2014), con estudios de casos que involucran crímenes famosos, incluyendo algunos que tienen a la tortura y a la violencia política como sus componentes. Hace tres años, la revista Psicología Básica y Aplicada, editada por la Universidad Católica de Asunción, dedicó una sección especial al problema de las relaciones entre tortura y psicología, con participación de autores nacionales (Servín Fabio, 2015) y extranjeros, concretamente de Brasil (Jacó-Vilela & Braghini, 2015), Chile (Lira, 2015) y México (Bezanilla & Miranda, 2015). Por otra parte, se encuentra en su etapa final una investigación que explora las relaciones entre ideología, sistema político e identidad

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nacional en once países (Espinosa, 2018), y en la que Paraguay integra la muestra correspondiente. La coordinación local de la experiencia corresponde al psicólogo Edilberto Álvarez.

Conclusión Las teorizaciones iniciales que se referían a las relaciones entre la psicología social y los campos aledaños dentro de la ciencia y la filosofía, los esfuerzos por identificar su apropiado objeto de estudio, las semejanzas y diferencias metodológicas con la sociología y otras áreas, y la paulatina asimilación de las diversas tradiciones internas que cobraron fuerza al interior de la disciplina, deben tomarse como el punto de partida para una reconstrucción ordenada y sistemática de la historia de la psicología social en el Paraguay. Apoyados en este criterio, es razonable afirmar que el estudio sistemático de las influencias sociales sobre el comportamiento tiene al menos ciento dieciocho años de historia en este país. En sus inicios, desde luego, no exhibía el perfil claro y preciso que es corriente en las áreas del conocimiento que gozan de mayor trayectoria y donde sus contornos conceptuales se encuentran mejor delimitados. Sabemos que la evolución de los constructos científicos no ocurre con rapidez o brusquedad, y está sujeta al influjo de numerosas variables que provienen del entorno cultural, social, político y educativo. Es por eso que los cambios en la historia de la ciencia siguen un ritmo y trayectoria que, por lo común, resultan graduales y sinuosos, en ocasiones incluso muy poco predecibles. Todo ámbito de indagación muestra periódicas variaciones de objeto y metodología, que pueden llegar a presentarse con apariencias muy diferenciadas y cambiantes, según cuáles sean las influencias que predominan a cada momento y la eficacia de su asimilación por parte de una comunidad específica que se constituye en usuarios de sus conceptos. Lo que indican Pickren & Rutherford (2010) respecto al perfil originario de la psicología social es muy útil de recordar en este sentido: Preguntas referentes a la temática apropiada para la psicología social, quién debería estudiarla, y con qué métodos han sido tan contenciosos como cualquiera en la historia de la psicología. Preguntas sobre si la psicología social debería tomar al individuo en el contexto social o la vida social en sí misma, como su unidad de análisis; la naturaleza de la relación entre el individuo y lo social; y si la psicología social

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pertenece más propiamente al dominio del sociólogo, del psicólogo, o para el caso, el historiador, el politólogo o el economista, reflejan solo algunas de estas complejidades (Pickren & Rutherford, 2010, pp. 169).

A comienzos del siglo XX, y en un claro reflejo de las tendencias que prevalecían en el resto del mundo, fue el influjo del positivismo lo que se vislumbraba con mayor fuerza y coherencia en la cultura nacional paraguaya (Benítez, 1983). Sin embargo, hay que entender correctamente la manera como se produjo esa presencia. En la psicología paraguaya, el positivismo no condujo a la fundación de laboratorios psicológicos que tuvieron la finalidad expresa de estudiar los procesos cognitivos humanos bajo condiciones controladas, como sucedió en otras naciones de la región. Lo que el positivismo impulsó en el Paraguay fue la conformación de un sedimento intelectual muy consistente, que aportó elementos significativos para una determinada visión de la realidad, elaborada y compartida por los exponentes del estamento intelectual. El deseo, la necesidad y aún el propósito concreto de encaminar acciones de investigación prácticas se encontraban notablemente ausentes. Por ello, esta psicología paraguaya de los comienzos fue esencialmente teórica, más que experimental, como hubiera cabido esperar por una preeminencia de la orientación positiva. En esas obras, que fructificaron varios campos del pensamiento nacional, lograron sedimentar con fuerza algunas ideas que se transformaron después en aportes a otras disciplinas, no solo la sociología, sino también la pedagogía, la historia, y hasta el ensayo literario. No es extraño que los estudios sociológicos figuraran entre las áreas más fecundas que revela esta influencia. Bien sabido es que a partir de Comte, la sociología es la hija dilecta del positivismo, y eso volvía muy predecible el lazo que habría de establecerse entre ambas. La psicología social que se discutía en los primeros años del siglo XX se fue insertando paulatinamente y de manera implícita en el discurso teórico que correspondía a otras especialidades, preferentemente las ciencias sociales, por lo que, en sus inicios, careció de plena autonomía disciplinaria. Su perfil no era el de una ciencia consolidada, pues constituía un campo completamente subsumido por la sociología. Esto resulta muy notorio al leer las obras de Báez, Pane y Prieto, y sobre todo, al comparar sus disquisiciones sobre la psicología social, la que en ocasiones se presentaba como una parte o una rama de la sociología, aunque a veces también era perfilada como un ámbito separado. No existe unidad completa en este sentido. Además, quienes fueron los primeros comentaristas de la psicología social eran abogados que enseñaban sociología y no albergaron el proyecto de ser psicólogos. Unas décadas más tarde, Enciso se encontró en un plano

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ligeramente distinto, pues él provenía de la filosofía y la educación. Pero la clase de psicología social que representó no guarda diferencias cualitativas de importancia con los demás autores mencionados, sobre todo en lo que concierne a un detalle fundamental: su carácter esencialmente teorético y especulativo. Esto no significa que determinadas acotaciones, por ejemplo, sobre las características típicas que pueden reconocerse en los individuos y la relación que guardan los condicionantes biológicos y ambientales con el comportamiento social estuviesen por completo ausentes de sus escritos. Pero cuando hicieron su aparición, no eran derivados de la investigación empírica, sino de observaciones asistemáticas. Con los pioneros que trabajaron durante el periodo preuniversitario era notoria una predominancia de la discusión teórica y la intención de divulgación y docencia. Las alusiones a temas vinculados al comportamiento social formaron una articulación muy congruente con lo que podríamos llamar un discurso psicológico incipiente. No obstante, la psicología social mantuvo un sentido fundamentalmente instrumental en el marco de esta primigenia sociología paraguaya, en la que ocupó un sitial muy destacado porque servía de soporte argumental a los posicionamientos sociológicos de sus autores. Es por este motivo que hemos hablado, en este capítulo y en otros lugares (García, 2003, 2017c), de la vigencia de una sociología muy psicologizada. La fundación de las primeras carreras de psicología supuso, como uno de sus efectos directos, el inicio de un proceso de afirmación de la psicología social como área independiente. Aunque su perfil, al menos durante los primeros años de inserción universitaria, no se apartó en demasía del estilo sustancialmente teórico que ha venido reproduciendo desde sus comienzos. La aspiración de generar conocimiento fáctico y replicable solo comenzó a lograrse a partir del establecimiento de las carreras de psicología. Para ello fue indispensable el acceso al contexto académico, aunque en la mayoría de las ocasiones esa actividad investigadora únicamente alcanzase a los trabajos que los estudiantes deben elaborar antes de culminar sus carreras y que se conocen con el nombre de tesis. A pesar de ello, la exigencia primaria de la investigación no se ha sentido mucho en los claustros universitarios. En una apreciable mayoría, los profesores continuaron impartiendo sus cátedras sin incorporar la producción de conocimiento de una forma muy decidida, razón por la cual, los proyectos de investigación continuados y que logran consistencia a lo largo de los años, resultan harto infrecuentes. Esto le confiere a la psicología social y a sectores más amplios dentro de la disciplina un carácter más reproductivo de trabajos foráneos que verdaderamente productivo, en el sentido de impulsar innovaciones o adaptaciones locales, y que parece más atento al razonamiento discursivo y el análisis razonado que a la

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comprobación empírica. Es probable que esta situación se vaya modificando en los años por venir, habida cuenta la mayor disponibilidad de incentivos económicos para la investigación que existen desde hace algunos años, la gradual toma de conciencia en los organismos oficiales que controlan y acreditan carreras sobre la urgencia de impulsar el trabajo científico, y la creciente oferta de revistas académicas nacionales donde es posible visibilizar los resultados que se obtengan. También ayuda el ingreso al ámbito académico de profesores en edad intermedia, muchos de ellos con formación de posgrado en el extranjero, que visualizan de manera más realista el oficio del investigador que muchos de sus predecesores. Algunas de estas condiciones son alentadoras, como lo es la posibilidad cierta de que los psicólogos sociales comiencen a prestar mayor atención a los condicionantes sociales del comportamiento tal como actúan en su misma cultura, y de esa manera aportar con su mirada crítica a la comprensión de lo propio y singular. La interpretación de la conducta social en el contexto local deberá sintetizarse con lo universal, en una más completa y acabada descripción sobre la verdadera dinámica de los eventos psicológicos. En una historia de la psicología social no deben obviarse las áreas que se desarrollan de forma colateral pero independiente a la psicología social misma y guardan convergencias importantes con ella. Algunos de estos campos favorecen potenciales extensiones desde la teoría hacia ámbitos específicos de acción. Entre ellas sobresale la psicología comunitaria, que se ha constituido en una herramienta efectiva para la intervención práctica en problemas que acusan ciertos sectores sociales de limitados recursos económicos o que han sido tradicionalmente excluidos de la acción social, así como en ciertas minorías muy rezagadas en la función preventiva de los organismos públicos. En esta dimensión, la psicología comunitaria representa una alternativa que contribuye a superar la finalidad esencialmente centrada en la investigación y trascender, principalmente, hacia el plano de la intervención activa. Quizás por este motivo, su punto más débil estriba en la relativa limitación, que por el momento aún se observa, de la faceta relacionada con la producción del conocimiento. No es una dificultad insalvable, pero la psicología comunitaria tendrá que hallar el camino para incursionar de un modo más firme en la rutina de la investigación durante los años venideros. La otra área con reales implicancias para el estudio del comportamiento social, por ahora poco exploradas, es la psicología política. En referencia a esta, se requiere una mayor promoción en el contexto académico y el diseño de agendas de investigación pertinentes, que identifiquen problemas actuales y al mismo tiempo brinden continuidad a los esfuerzos que se vieron en las décadas previas, cuya profundización, sin dudas, redundaría en una mejor

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comprensión del comportamiento político de los paraguayos. De acuerdo a lo que se observa en la actualidad en referencia a la enseñanza universitaria y el aumento de los fondos públicos para la investigación, que apenas se hallaban disponibles en años recientes, cabe esperar un futuro optimista tanto para la psicología social como en sus áreas vecinas. Con un aumento en el rubro de la investigación y mayor fuerza para su rol protagónico de entrenar a los futuros egresados, la psicología social no solo habrá de reencontrarse con algunas de sus tradiciones distantes, sino también podrá trazar metas renovadas, inaugurando una etapa nueva en estos largos ciento dieciocho años de historia. Referencias Adler, A. (1917). The neurotic constitution. Outlines of a comparative individualistic psychology and psychotherapy. New York: Moffat, Yard and Company. Adler, A. (1930). The science of living. London: George Allen & Unwin Ltd. Allport, G. W. (1970). La Personalidad. Su configuración y desarrollo. Barcelona: Herder Alonso, M. (2015). Luis Ignacio Ramallo y las bases de la psicología científica en el Paraguay. Psicología Básica y Aplicada, 1(1), 20-23. Amaral, R. (2000). Báez, Cecilio. En R. Amaral, A. Benítez, M. Durán Estragó, J. A. Galeano, B. González de Bosio, M. G. Monte de López Moreira, P. D. Molinari, O. Quiroga, M. Rivarola Espinoza y L. Verón (Eds.), Forjadores del Paraguay. Diccionario biográfico (pp. 61-62). Buenos Aires: Distribuidora Quevedo de Ediciones. Amaral, R. (2006). El novecentismo paraguayo. Hombres e ideas de una generación fundamental del Paraguay. Asunción: Servilibro. Amaral, R. (2010). La filosofía en el Paraguay. Anticipos (1814-1918). Ensayos de investigación cultural y bibliográfica. Asunción: Fondec/Intercontinental Editora. Ameghino, F. (1918). La antigüedad del hombre en el Plata. Buenos Aires: La Cultura Argentina. Arestivo, C. A. (1993). Notas sobre lo siniestro en la relación torturador-torturado. En C. A. Arestivo, G. Riera & D. Campos (Comps.), Salud psicosocial, cultura y democracia en América Latina. Análisis de la violencia política, Vol. 2 (pp. 53-63). Asunción: Editora Atyha IPD. Arestivo, C. A., Riera, G. & Campos, D. (1993) (Comps.), Salud psicosocial, cultura y democracia en América Latina. Asunción: Editora Atyha IPD, 3 vols. Arguedas, A. (1979). Pueblo enfermo (fragmento). Latinoamérica. Cuadernos de cultura latinoamericana. México: Coordinación de Humanidades. Centro de Estudios Latinoamericanos. Arnoso, M., Bobowik, M. & Beristain, C. (2015). La Comisión de Verdad y Justicia en Paraguay: La experiencia emocional en los rituales de conmemoración y la eficacia percibida de la comisión. Psicologia Política, 15(32), 137-155. Arriola-Socol, M. (1993). Una reconstrucción necesaria. Nuestras experiencias de personas torturadas en el Paraguay de Stroessner. En C. A. Arestivo, G. Riera & D.

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8 La psicología social en el Perú: Una reflexión acerca de su pasado, su presente y sus olvidos Ramón León Parafraseando a Hermann Ebbinghaus (1850-1909; Ebbinghaus 1908), podemos decir que la psicología social también tiene en el Perú un largo pasado, pero una corta historia. Su pasado se pierde en el tiempo y si quisiéramos ponerle una fecha de inicio tal vez deberíamos ubicarla en los primeros años de la Conquista, poco después de que las huestes encabezadas por Francisco Pizarro pisaran por primera vez lo que hoy es el suelo peruano encontrando un mundo de riquezas y fantasías, que ellos destruirían en buena medida, pero del cual han quedado testimonios, como lo evidencia Crónica del Perú, de Pedro Cieza de León (15201554), el así llamado príncipe de los cronistas.

La “prehistoria” de la psicología social en el Perú Estamos, evidentemente, hablando de lo que podríamos llamar la “prehistoria de la psicología social en el Perú”. Una prehistoria que es necesaria porque resulta claro aun para el más desavisado lector que las ciencias no aparecen en el aire sino siempre tienen un anclaje en la realidad social que las origina y les da material de reflexión, así como que, mucho antes de que la psicología como ciencia hiciera su aparición, existía ya una reflexión psicológica, como lo anota la frase de Ebbinghaus que nos hemos permitido parafrasear. Dedicaremos por ello, al comienzo de esta comunicación, algunos párrafos a esa “prehistoria”. En un estilo elegante y con juicio certero, Cieza de León escribe la Crónica del Perú, que “fue la primera que buscó una concepción

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integral de la historia del Perú, desde los orígenes más remotos que podía alcanzar, colindantes en sus criterios con la leyenda, hasta la agresiva contemporaneidad de sus días en los Andes” (Pease 2005, pg. X). La Crónica del Perú es la obra fundacional de los estudios peruanos. La información que aparece en sus páginas responde a un objetivo: “Mi intención principal en esta primera parte es figurar la tierra del Perú y contar de las ciudades que en él hay, los ritos y ceremonias de los indios de este reino, dejaré su origen y principio […] por donde se navega de Panamá a todos los puertos de Perú” (Cieza de León 1962: 3536). Pero el mundo nuevo de los Conquistadores era nuevo solo para ellos. Para los habitantes de ese territorio no era el nuevo mundo, sino el mundo, o, para decirlo en palabras más precisas, su mundo. Los habitantes del Imperio Incaico no contaban con la llegada de los foráneos y mucho menos con la destrucción que ellos traerían consigo. De ese mundo, como bien sabemos, ha quedado poco, muy poco: solo ruinas, algunas de ellas monumentales e imponentes, como Machu Picchu, y objetos de los más diversos, que pueden ser vistos en los museos de Lima o Cuzco. Dado que hasta ahora no se ha descubierto la existencia de un sistema de escritura entre los antiguos habitantes del Perú nos es imposible saber qué se pensaba, cómo se vivía, qué se enseñaba y, mucho menos, qué se sentía en el Perú de los Incas. Hay, sin embargo, dos testimonios “de parte”. Nos estamos refiriendo a los Comentarios reales, del Inca Garcilaso de la Vega (15391616), y a Nueva corónica y buen gobierno, de Guamán Poma de Ayala (1534-1615). Quienes las escribieron, en especial el Inca Garcilaso de la Vega, son hoy figuras legendarias de la historia del Perú y las referencias a ellas constituyen un verdadero ritual cada vez que alguien quiere estudiar el pasado de lo que hoy es el Perú. Claro: es evidente que no se trata de estudios sociológicos o psicosociales del Perú antiguo. La Crónica del Perú, los Comentarios reales y la Nueva corónica no fueron escritas con fines académicos o con el objetivo de estudiar la psicología de los peruanos de aquel entonces. El objetivo fue otro: se trataba probablemente de fijar en letras y con tinta las mil nuevas experiencias y los mil nuevos asombros que Cieza de León experimentaba a cada nuevo kilómetro recorrido en el hasta entonces ignoto territorio que después sería el Perú; y, en el caso de Guamán Poma de Ayala y de Garcilaso de la Vega, de dejar testimonio del mundo de ayer, de ese mundo al cual ellos nunca más volverían, porque era irrepetible, porque estaba destruido. En esa rememoración dolorosa y

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orgullosa al mismo tiempo Guamán y Garcilaso no solo dijeron verdades, también incorporaron fantasías y leyendas, todo lo cual hace que la lectura de estas obras demande el asesoramiento de un especialista. Por allí comienza la psicología social en el Perú, o en lo que después habría de llamarse Perú. En la Colonia encontramos también obras que de uno u otro modo corresponderían en alguna medida a lo que hoy se denominaría psicología social. El Virrey Francisco de Toledo (1515-1582), tal vez el más conocido por ser el más importante, ordenó una serie de viajes a visitadores a lo largo de todo el virreinato entre 1570 y 1575, y éstos reunieron valiosa información demográfica y realidad psicosocial del Perú de entonces. Si bien la finalidad de las visitas ordenadas por Toledo era recabar información sobre aspectos económicos y de recaudación, es cierto también que el representante del rey de España, Felipe II, en el Perú, deseaba obtener una visión amplia de la realidad humana del territorio que tenía por encargo administrar. Así, en una de sus cartas al soberano, Toledo escribe: “Hay otros muchos útiles que resultan de esta visita, que por no cansar a Vuestra Majestad no los referiré aquí; solo quiero concluir con uno en que a mi parecer se suman todos, y es la noticia que resultará a vuestro Visorrey de conocer las personas del reino, de entender sus talentos e inclinaciones, de verificar por su persona los hechos de las cosas para poder mejor acertar a gobernar el reino y servir mejor a Dios y a Vuestra Majestad, a quien suplico considere si es trabajo de algún momento hacer esto en tierra donde los mas de ella de todos estados juran que es perderse el reino y para confirmar esto, forjaron todas las trazas de mentiras y sofisterías que fuere menester buscar” (tomado de Cook 1975; pg. X).

Alexander von Humboldt y sus apreciaciones, e Hipólito Unanue y sus Observaciones sobre el clima de Lima En 1802 Alexander von Humboldt llega a Lima, en el marco de un extenso viaje por la América de habla hispana que le permitiría años después escribir su gran obra Kosmos. Tanto en el Perú, y en Lima en particular, como en los otros países (todos ellos entonces colonias de España), el científico alemán lleva a cabo importantes estudios de naturaleza geográfica, climática y reúne información sobre minerales y lenguas aborígenes. Tampoco escapan a su capacidad de gran observador

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las costumbres y formas de vida de los habitantes de estas tierras. Lima no es la excepción, por cierto. Sus apreciaciones sobre esta ciudad y los limeños no son precisamente muy favorables: “se podría decir que el dios Rímac, que según Garcilaso era llamado el dios hablador, preside también a todas las clases sociales de Lima, pues hay pocos lugares en el mundo donde se hable más y se obre menos”, escribe (Núñez & Petersen 1971; pg. 20). Años después encontramos un nuevo intento de descifrar la realidad peruana, en este caso más bien limeña: en 1806, Hipólito Unanue (1755-1833), figura de primer orden de la ciencia peruana de su época, publica un libro titulado Observaciones sobre el clima de Lima (Unanue 2012), que contiene una serie de observaciones acerca de la realidad climatológica de la capital del virreinato, pero también apreciaciones acerca de la psicología del habitante de la ciudad en función de la supuesta influencia del clima (“[…] de aquí es ser la pereza un vicio inherente a los moradores de estos climas. El cuerpo enervado solo desea el reposo y los placeres. Es preciso estímulos muy fuertes para sacarle de su apatía, y aunque la juventud fogosa y agitada supera esta fatal inclinación al ocio; pero pasados los ímpetus de los años florecientes, se adelanta por lo común la edad que llaman de la prudencia, cual es la de no hacer nada”; pg. 82)

Manuel González Prada Se inicia entonces un largo interregno que es solo interrumpido a mediados de los años 1880, después de la derrota del Perú en la Guerra del Pacífico, en la que en alianza con Bolivia enfrentó a Chile. El país fue ocupado por casi cuatro años y tras la partida de las tropas de ocupación chilenas el Perú quedó postrado y arruinado. Es en ese contexto que se alza la voz de Manuel González Prada (1844-1918), pensador peruano influido por el positivismo, que al mismo tiempo que lanza catilinarias en contra del país derrotado y su clase dirigencial, formula agudas y duras apreciaciones sobre la forma de ser del peruano (González Prada 1894), basadas ellas en la observación pero que aún hoy suelen ser mencionadas y consideradas como válidas a pesar de todo el tiempo transcurrido. González Prada es probablemente el primero que reconoce la inmensa fractura que recorre a toda la sociedad peruana, en la cual los

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criollos y mestizos manejan el país ignorando la inmensa masa indígena que se encuentra en los Andes, y que es mirada con menosprecio considerándola como poco dotada intelectualmente y solo apropiada para el trabajo manual. En efecto: muchos de los trabajos de análisis de la realidad peruana de esos años tienen un componente racista que es difícil de ignorar pues “salta a la vista”. Los principales intelectuales peruanos casi compiten en denigrar y menospreciar a la población indígena y en considerar que solo la presencia de más personas de raza blanca habrá de cambiar el destino del Perú: Javier Prado (1871-1921), Alejandro Deustua (1849-1945), Francisco García Calderón Rey (1883-1953), Clemente Palma (1872-1946), en sus tesis de bachillerato o en sus escritos de la madurez, expresan unánimemente una imagen de desprecio y desconsideración hacia la población indígena. Señalemos solo a modo de ejemplo, la tesis de bachillerato del último de los mencionados, El porvenir de las razas en el Perú (Palma 1897). En una forma un poco más humana de manifestar su minusvaloración de la población indígena, un grupo de intelectuales peruanos forman un movimiento a favor de éstos, de protección de los indios peruanos. Destaca el papel de Dora Mayer de Zulen (1868-1959). Ya en los años 1930 comienza a encontrarse un interés más marcado por estudiar la realidad social y psicológica de la población nacional. Hay atisbos de psicología social. Pero, por supuesto, no de la psicología social tal como la conocemos y la practicamos hoy sino exactamente como lo que hemos dicho: atisbos. Atisbos también en psicología en general. Se puede, por cierto encontrar libros de psicología general en el siglo XIX y en los años 20 del siglo XX. Pero su lectura nos permitirá verificar lo que es evidente: se trata de “otra” psicología, de una psicología de escritorio, fuertemente vinculada a la filosofía y a la lógica y con poca cercanía y semejanza con la psicología tal como hoy la conocemos y tal como hoy la practicamos. ¿Quiénes escribían esos libros de psicología, de esa “otra” psicología? Lo hacían abogados y filósofos sobre todo, ambos poco preocupados por sustentar en hechos sus afirmaciones pero sí consecuentemente interesados en dar a conocer todo lo que ocurría en Europa, con especial referencia a la chair psychology, y donde se podía, con algunas referencias a la entonces naciente psicología experimental. La figura de Hermilio Valdizán (1885-1929) cambia el panorama de la psicología. Provinciano esforzado, Valdizán culmina

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estudios de medicina en el Perú y parte para un detenido programa de perfeccionamiento al exterior. El país que elige es Italia. Interesante elección. España es, por razones históricas e idiomáticas, mucho más cercana al Perú, pero en los años en que Valdizán inicia su labor de perfeccionamiento, poco queda de la España imperial frente a la cual se sentía temor y respeto al mismo tiempo. La guerra de 1898 contra los Estados Unidos puso punto final al periodo de grandeza de esa nación y dio inicio a una época de incertidumbre, de caos, de reflexión dolorida acerca del pasado definitivamente sellado. Y en materia de psiquiatría no se ve en la Península Ibérica ninguna figura que brille con luz propia, si bien debe reconocerse que la personalidad de Santiago Ramón y Cajal (1852-1934) deslumbra. Pero Ramón y Cajal no es un psiquiatra ni un psicólogo, sino un neurólogo y un creativo investigador. Italia sí tenía algunas figuras de importancia. Rodrigo Ardigò (1828-1920) era una de ellas, Cesare Lombroso (1835-1909) es leído en esos años con mucha atención: su teoría del criminal nato es recibida con gran interés en las costas sudamericanas. Y está, por último, Sante de Sanctis (1862-1935), la más importante de las figuras de la psiquiatría italiana de su época. Trabajador, estudioso detenido, creador del concepto de demencia precossisima, estudioso del sueño antes que Freud (quien lo mencionará en La interpretación de los sueños; Freud 1968a). Sante de Sanctis es el maestro de Valdizán en Italia. En ese país Valdizán permanecerá algunos años y obtendrá valiosas enseñanzas. A su retorno al Perú, comienza a desplegar la impresionante actividad que ha hecho de él el creador de lo que Javier Mariátegui, su más distinguido biógrafo, denomina la psiquiatría peruana (Mariátegui 1981). Trabajador incansable y autor de numerosos libros así como fundador y editor de varias revistas en el mundo de la medicina, Valdizán emprende en 1918, al lado de su más destacado discípulo, Honorio Delgado (1892-1969), la publicación de la que es la primera revista especializada en temas psiquiátricos en el Perú. Nos estamos refiriendo a la Revista de Psiquiatría y Disciplinas Conexas, la misma que aparecerá en coedición de ambos y tendrá una existencia hasta 1924, en que los avatares propios de la actividad científica y societaria del Perú, siempre cambiantes y poco institucionalizada, determinan su desaparición. La Revista estaba especializada, como decimos, en temas psiquiátricos, pero en el marco de la presente contribución queremos

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destacar el resto del título “y disciplinas conexas”. ¿Qué entienden los editores por disciplinas conexas? Una revisión de la publicación nos permite identificar a un conjunto de disciplinas que podrían hoy considerarse tranquilamente como ciencias sociales. Veamos el modo en que estas se presentan en el primer volumen: “Revista de Psiquiatría y disciplinas conexas. Publicación trimestral de psiquiatría, neuropatología, psicología, psicoanálisis, pedología, sociología, medicina legal, criminología e historia de la medicina”. Quien, además, revise el contenido de esta publicación encontrará que el contenido de ella a lo largo de todos sus volúmenes hace justicia a su título. Se encuentran en efecto a lo largo de toda la publicación trabajos en casi todas las ramas, con privilegio especialmente del psicoanálisis, disciplina por la cual en esos años Honorio Delgado mostraba no solo especial interés, sino además desarrollaba una activa labor de difusión que le valió inclusive ser mencionado por el padre del psicoanálisis en la segunda edición de la Historia del movimiento psicoanalítico (Freud 1968b), en la que no solo se refiere al joven psiquiatra peruano, sino también indica que la Revista de psiquiatría (así la cita el padre del psicoanálisis) es el principal órgano de difusión de su doctrina en el mundo de habla hispana. Hermilio Valdizán tuvo una muerte prematura en 1929, cuando apenas frisaba los 44 años de edad. Ya para entonces Honorio Delgado, su antiguo discípulo y permanente colaborador, era un psiquiatra distinguido, razón por la cual, tras el fallecimiento de su maestro, ocupó la cátedra de psiquiatría que él había dejado vacante en la Facultad de San Fernando, Facultad de Medicina) de la cuatricentenaria Universidad Nacional Mayor de San Marcos. En esa cátedra Delgado permanecería hasta 1961, fecha en la cual renuncia para participar activamente en la fundación de la Universidad Peruana de Ciencias Médicas y Biológicas, hoy Universidad Peruana Cayetano Heredia. Decir que Delgado se interesó por la psicología social sería una exageración. Él era psiquiatra, pero pertenecía a esa estirpe de especialistas a los cuales se les suele llamar “psiquiatras-filósofos” (como Karl Jaspers, Ludwig Binswanger, Henri Baruk). Hombre de intereses muy amplios, que desbordaban la psiquiatría y la medicina misma y se extendían por la literatura, la filosofía, la historia de la ciencia y el arte, Delgado también mostró gran interés por la psicología. Tanto que, en colaboración con otro destacado intelectual peruano, abogado de profesión pero filósofo por vocación, Mariano Iberico (1892-1974),

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preparó un tratado de psicología que lleva por título precisamente Psicología, y que desde su aparición, en 1933, hasta el día de hoy ha alcanzado nada menos que diez ediciones, lo cual es todo un record en la literatura psicológica peruana (Delgado & Iberico 1933). La lectura de esta obra, de gran influencia en el modo en que los peruanos de la primera mitad del siglo XX conceptuaban a la psicología, no deja de provocar un sentimiento de extrañeza. Sorprende la gran cantidad de referencias a autores en alemán, francés e inglés, en un medio predominantemente monolingüe como es el peruano; sorprende asimismo la orientación decididamente filosófica de la obra, en la que los autores deslizan algunas opiniones más bien negativas acerca de las posibilidades del experimento en el conocimiento de la vida psicológica. Y, si bien es verdad que hay un capítulo dedicado a la psicología social, ese capítulo respira una intensa atmósfera filosófica en una época en la cual ya la psicología social norteamericana y europea mostraban grandes avances. Un último rasgo no menos llamativo de esta obra, por lo demás sumamente valiosa y escrita en un castellano de factura superior, es la ausencia casi total de referencia a problemas del Perú, algo que sorprende más cuando se sabe que tanto Delgado como Iberico conocían la realidad del país, habían participado en proyectos para solucionar algunos de los problemas nacionales, y eran, a no dudarlo, personas muy enteradas sobre todas las cosas que hacían y hacen del Perú una nación llena de problemas. Como hemos dicho, esta obra alcanzó numerosas ediciones y, en un medio en el cual la vertiente objetiva de la psicología apenas encontraba acogida, fue muy influyente en la formación de todos aquellos que se interesaban por esta ciencia en nuestro país (Alarcón 2000). En 1935 llega al Perú Walter Blumenfeld (1882-1967), un psicólogo alemán formado en la Universidad de Berlín y doctorado bajo la dirección de Carl Stumpf (1848-1936), una de las figuras más importantes de la psicología en los últimos años del siglo XIX y los primeros del siglo XX. Si bien los intereses de Blumenfeld en el caso de la psicología lo habían llevado a preparar una tesis doctoral en el campo de la psicofísica (1912), a su ingreso a la vida laboral en la Universidad Técnica de Dresde, Blumenfeld se había dedicado al campo de la psicotécnica, llegando a convertirse en una figura muy importante en el movimiento psicotécnico de la época, por cierto muy activo. En 1935 Blumenfeld fue privado de su cátedra por motivos de su naturaleza judía y, sin posibilidades de encontrar empleo en la

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conmovida Europa de esos años, acepta una oferta para trasladarse al Perú, un país que le era completamente desconocido, a fin de dirigir un Instituto de Psicología y Psicotécnica y dictar clases de psicología experimental en la Universidad Nacional Mayor de San Marcos, la más antigua y prestigiada del país andino. Podemos imaginarnos su llegada al país andino: todo le era nuevo, desconocido y extraño. En poco tiempo, sin embargo, el psicólogo alemán aprendió el castellano, dictó clases en la casa sanmarquina y dirigió con acierto y efectividad el centro para el cual había sido convocado. Lamentablemente, la psicología peruana no estaba preparada para recibirlo. El enfoque de la psicología en el Perú estaba demasiado influido por la filosofía y, de otro lado, la condición de judío de Blumenfeld, hizo que en poco tiempo una serie de anticuerpos actuaran en su contra: el Instituto de Psicología y Psicotécnica fue cerrado e inclusive su posición docente en San Marcos corrió peligro, razón por la cual lanzó una suerte de pedido de ayuda con la finalidad de emigrar a otro país. Las cosas no llegaron a tanto, sin embargo. Para 1941 encontramos a Blumenfeld en un puesto directivo en el recién creado Instituto Psicopedagógico Nacional, en donde desplegaría una intensa labor de investigación en el campo de la psicometría, la psicología educacional y aun la psicología social. Como evidencia de la importancia de su trabajo para la psicología social podemos mencionar contribuciones suyas tantos antes de su paso por el Instituto como en años posteriores, tanto en castellano (e. g. Blumenfeld 1939-1940) como en alemán (Blumenfeld 1952). En los años 1950 la psicología aparece como una especialidad por derecho propio en la Universidad Nacional Mayor de San Marcos y tiempo después se crea el programa de estudios que conduce a la obtención del título de psicólogo tanto en esa casa de estudios como en otras primero en Lima y después en Arequipa. Sin embargo, el énfasis no se puso en la psicología social y educativa, sino en la psicología clínica. Esto se debió en buena medida al hecho de que los primeros programas de estudio fueron dirigidos por psiquiatras, todos con un excelente conocimiento de la psicología, pero todos también con una visión de la psicología como una rama anexa a la psiquiatría, razón por la cual los cursos de diagnóstico psicológico, pruebas psicométricas, consejería psicológica y técnicas proyectivas recibieron particular atención en los programas de estudio de aquellos años iniciales de la psicologٕía profesional en el Perú.

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A pesar de ese interés de los psiquiatras por los temas clínicos propios de su especialidad y por su influencia en la constitución de los primeros programas de estudio de formación de psicólogos, podemos encontrar en algunos psiquiatras gran interés y aportes de valor a la psicología social. Solo mencionaremos unos pocos nombres a modo de ejemplo. Ese es el caso de Carlos Alberto Seguín (1907-1995), importante figura de la psiquiatría peruana que representó durante años al psicoanálisis en el Perú y que tuvo una destacada actuación al frente del Servicio de Psiquiatría del antiguo “Hospital Obrero”, hoy rebautizado como “Hospital Almenara”. En esa institución hospitalaria, cuyo público usuario hasta hace algunos años estaba conformado por trabajadores que cumplían labores manuales en las pocas industrias que hay en el país, Seguín cumplió además una activa labor formadora de cuadros de las nuevas generaciones de psiquiatras, algunos de los cuales posteriormente mostraron gran interés por la medicina folklórica (tal el caso de Mario Chiappe Costa 1938-1988, y Oscar Valdivia Ponce 1919-2001; Chiappe Costa 1976, Valdivia Ponce 1970) o el psicoanálisis en su estudio de la sociedad peruana (Hernández 2012). Un libro editado por Seguín, Psiquiatría y sociedad (Seguín 1962), reúne algunos de los aportes de su grupo de trabajo al conocimiento de la sociedad peruana: vistos con los ojos de hoy se trata de estudios de naturaleza esencialmente descriptiva y con muy elemental tratamiento estadístico, algo que se explica teniendo en cuenta que la formación en la disciplina estadística en el campo de las ciencias de la salud era en ese entonces muy deficitaria. Aparte de eso, el propio Seguín, reconocido psicoterapeuta y hombre de horizontes culturales que desbordaban la psiquiatría y se extendían a la literatura, la antropología y hasta la filosofía, publicó muy activamente y muchos de sus escritos tratan también (o rozan) temas de la psicología social (Seguin 1974). De otro lado, Baltazar Caravedo (1915-1990), Humberto Rotondo (1915-1985) y Javier Mariátegui (1928-2008) publicaron un valioso libro titulado Estudios de psiquiatra social en el Perú (Caravedo et al. 1963), concentrado en el estudio de la población limeña. De esta obra se puede decir lo mismo que se ha dicho del libro editado por Seguín y, si bien hoy día apenas es mencionada, constituye un valioso aporte para conocer cuáles eran los intereses de los estudiosos de la realidad peruana en los años 1960. El último de los autores, Javier Mariátegui, hijo de José Carlos Mariátegui, el más distinguido representante del marxismo en el

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Perú, merece una especial mención dado su gran interés por temas sociales. Psiquiatra de profesión pero poseído de una gran vocación social y poseedor de una gran cultura humanística, Mariátegui fundó y estuvo al frente entre 1982 y 1987 del Instituto Nacional de Salud Mental “Honorio Delgado-Hideyo Noguchi”, el más ambicioso proyecto en materia de prevención y atención en materia de salud mental en toda la historia del Perú. Ubicado en una zona en la que confluyen algunos de los distritos más pobres de la capital peruana (San Martín de Porres, Comas, Independencia), el Instituto, bajo la dirección de Mariátegui impulsó la investigación en las diversas áreas de la psiquiatría, y su órgano oficial, los Anales de Salud Mental, acogió en sus páginas valiosos trabajos sobre psicología y psiquiatría sociales, algunos de la pluma del propio Mariátegui (1985). Como casi siempre sucede en nuestro país, la acción de enemigos personales y oportunistas determinaron que Mariátegui se alejara de la dirección del Instituto, pero él ha dejado testimonio de su paso por esa institución en un libro que es una lectura de mucho valor para los interesados sobre los avatares de la salud mental en el Perú (Mariátegui 1988). No podemos cerrar esta breve exposición de la historia de la psicología social en el Perú sin hacer al menos una referencia a la presencia de esta disciplina en los programas de estudios universitarios. Casi todos los programas de formación de psicólogos en el país incluyen al menos un curso de psicología social, para el cual se suelen emplear textos procedentes del extranjero. En algunos casos la asignatura se denomina así, Psicología social; en otros, asume la denominación de Conducta social. En los años del terrorismo el curso era visto, especialmente en las universidades estatales, con cierta sospecha por parte de las autoridades, dado que se tenía la impresión de que en esa asignatura se procedía en muchas ocasiones a difundir ideas subversivas. De hecho, algún docente de ese curso fue detenido y condenado por actividades de apoyo al movimiento terrorista. Lamentablemente, la asignatura de Psicología social no suele ser estímulo para un interés mayor por el área entre los estudiantes, si bien la actividad investigatoria sobre el particular, antes casi mínima, ha ido in crescendo en los últimos años. Es sorprendente este escaso interés si se tiene en cuenta la compleja y desafiante realidad del Perú, que ofrece tantos aspectos y temas por investigar. Si en el pasado fue la psicología clínica la rama de principal atractivo para los estudiantes, en la

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actualidad lo es la psicología organizacional, motivo por el cual los interesados en especializarse en psicología social son muy pocos. Una segunda razón para el poco interés en la psicología social en el Perú estriba, a nuestro parecer, en el hecho de que los principales empleadores de los psicólogos sociales son las ONGs y el estado peruano, que suelen ofrecer remuneraciones bastante modestas. Una de las figuras más representativas de la psicología social en el Perú es Carlos Franco (1939-2011), formado en la Universidad de San Marcos y con estudios de postgrado en Lovaina. Con una amplia trayectoria como docente en el campo de la psicología social en las principales universidades peruanas y también en FLACSO (Quito), Franco empleó sobre todo la forma del ensayo para exponer sus ideas (véase por ejemplo Franco 1998) e incursionó en el análisis de las identidades urbanas en Lima (Franco 1991), como también en el campo de la psicología política (1980). Su activa participación en los años de la dictadura de Juan Velasco Alvarado (1968-1975), uno de los regímenes más rodeados de polémicas y animosidades en la historia del Perú, le valió a Franco muchas enemistades y reproches. Él, por su parte, ha dejado uno de los más completos estudios de ese régimen, casi como un testimonio de parte (Franco 1983). Mario Tueros (1998) ha hecho una adecuada valoración del aporte de Franco a la psicología social en el Perú. Después de este breve recuento histórico pasemos a analizar lo que sucede con la psicología social en el Perú de nuestros días. Los tres grandes problemas que afronta la psicología social en el Perú El Perú es, a no dudarlo, un país de gran complejidad, proveniente a su vez de su gran diversidad. Justificadamente, un antropólogo peruano señaló que no había un país más diverso que el Perú (Degregori 2000). Su diversidad está vinculada a sus grandes dimensiones. El Perú es uno de los países más grandes de Sudamérica, y en él conviven varias culturas. Esa gran extensión se vuelve aún mayor cuando se considera que cruza todo el país de norte a sur la cordillera de los Andes, inmenso macizo pétreo que plantea numerosas dificultades para la comunicación, dividiendo al país en tres grandes regiones históricas: la Costa, la Sierra y la Selva.

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En cada una de ellas se pueden encontrar características culturales propias. Así, por ejemplo, es frecuente aún hoy oír hablar de la cultura mestiza, caracterizada por su asentamiento en la región de la Costa bañada por el Océano Pacífico. Se suele decir que la mentalidad del costeño es abierta al mundo, criolla, amante del gozo y hospitalaria, fundamentalmente agraria. En la Sierra, por su parte, encontramos la cultura andina, con habitantes cuyo fenotipo difiere del de los costeños, con presencia de lenguas como el quechua y el aymará, poco habladas en la Costa, y en la cual se encuentran poblados ubicados hasta cerca de los cinco mil metros de altura, con predominio de una agricultura de subsistencia y con la presencia de actividad minera que en muchas ocasiones va asociada a graves problemas sociales. Por último, pasando los Andes en dirección al Oriente está la Selva, inmensa región, aún hoy poco conocida y muy mal comunicada con el resto del país, con lugares exóticos, vive de la agricultura y de la explotación del petróleo, y alberga a numerosas tribus, algunas de las cuales están poco o casi nada integradas a la sociedad y al estado peruanos. Se comprenderá por ello cuán difícil es el trabajo que pueda llevar a cabo el psicólogo social. Durante muchos años se señaló que los grandes problemas del Perú tenían su origen en el abandono y desconocimiento del mundo y la cultura andinas. Desde González Prada, importante e influyente pensador, la población indígena fue objeto de particular atención y se desarrollaron programas paternalistas de protección de ellos que convivían perfectamente con una acendrada mentalidad discriminatoria. Esto ha cambiado hoy, en que los problemas sociales más graves parecen más bien haberse trasladado a las grandes ciudades: la delincuencia rampante, la inseguridad ciudadana, el consumo de drogas y el narcotráfico, la corrupción, la presencia de pandillas que protagonizan actos vandálicos, el congestionamiento del tráfico con la consecuente pérdida de tiempo y stress por parte de quienes lo padecen de modo cotidiano. Todos tienen como escenario de fondo a las grandes ciudades. Pero, el mundo andino continúa siendo un tema de gran interés. Muchos de los numerosos problemas sociales que vive el Perú de hoy tienen que ver con la posesión de la tierra en los Andes, con la posibilidad de llevar a cabo importantes programas de explotación minera que encuentran abierta (e irreversible) oposición en la mayoría de los

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pobladores de las regiones en las cuales se encuentran importantes yacimientos mineros. También debe destacarse la situación de abandono material y pobreza extrema, extendidas en Ayacucho, Huancavelica y Apurímac, por ejemplo. Por si todo esto fuera poco, en algunas partes la problemática social se agudiza cada año con el así llamado friaje: olas de intenso frío, por ejemplo en Puno, en la frontera con Bolivia, son fenómenos esperados con temor y la llegada de ellas hace aún más difícil la vida de quienes viven allí, que esperan en vano una rápida y efectiva intervención del estado. En otras zonas de los Andes la contaminación ambiental alcanza niveles alarmantes, como resultado de una actividad minera reñida con las más elementales normas de cuidado ambiental: tal es el caso de La Oroya, a unos trescientos kilómetros de la capital. De allí que el mundo andino deba ser estudiado como en efecto lo es, pero no por los psicólogos. Quienes más han contribuido a ese estudio son antropólogos, sociólogos e historiadores, pues en su estudio nos enfrentamos a un segundo problema: el del idioma. Conocer una cultura supone siempre conocer su idioma, y lo cierto es que muy pocos psicólogos sociales formados en Lima o en las universidades de provincia tienen un conocimiento apropiado o por lo menos de trabajo del quechua y del aymará, idiomas que casi nadie fuera de las regiones en que se hablan quiere aprender, Un tercer problema es que la complejidad de los problemas sociales de todo el país, con gran cantidad de culturas y una gran incomunicación entre una región y otra, exige una abordaje interdisciplinario en el que sociólogos, antropólogos, etnólogos, psicólogos y politólogos trabajen de consuno y puedan por tanto analizar desde diferentes ángulos, pero en constante interacción los problemas que el país tiene. Sin embargo, es un hecho que la posibilidad del trabajo interdisciplinario es más eso, una posibilidad que una realidad. Cada vez que el país ha enfrentado problemas de envergadura el trabajo llevado a cabo y en el cual se ha hecho intervenir a gente de diferentes disciplinas ha tenido resultados que apenas han generado consenso sino que, por el contrario, han dado lugar a más polémica y a encendidos enfrentamientos, no solo en la opinión pública sino inclusive entre los gremios profesionales. Un ejemplo de eso lo tenemos en el informe presentado con motivo de investigar la matanza de Uchuraccay, ocurrida en 1983, en una lejana comunidad quechuahablante en Ayacucho (Vargas

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Llosa et al. 1983). Otro, en lo sucedido con el Informe Final de la Comisión de la Verdad y Reconciliación, que trabajó todo lo sucedido en los años del terrorismo1. Por último se encuentra el problema de la posición laboral. La mayoría de psicólogos sociales trabajan para el estado, pero con remuneraciones sumamente bajas y con proyectos que cambian con cada nuevo régimen gubernamental. Los grandes problemas peruanos tienen que ver con la discriminación racial, la misma que en el pasado apenas fue anotada como un tema de interés pero que hoy la encontramos en el centro de la preocupación de muchos estudiosos, como lo acredita la amplia producción bibliográfica sobre el particular (e. g. Bruce 2007, Portocarrero 2007, Santos 2002, Kogan & Galarza 2014). El tema de la discriminación fue abordado desde los años 70 y probablemente responde a la creciente democratización del país. El Perú ha dejado de ser un país de latifundistas y campesinos para transformarse en un país de ciudadanos que viven en grandes metrópolis que albergan a más o menos el 40% de la población. En las grandes ciudades los procesos de democratización se aceleran y por ello problemas que en el campo apenas pueden ser considerados como de interés en las grandes ciudades se convierten en focos que atraen la atención de muchos. Eso es lo ocurrido con el problema de la discriminación. La corrupción viene cobrando gran importancia como objeto de estudio en nuestro país, y cada día es reconocida como una de los grandes frenos del avance de la sociedad peruana. Escándalos y denuncias de corrupción de marca mayor o de menor envergadura ocupan la primera plana de los diarios todos los días. Y las encuestas sobre la corrupción ofrecen un panorama sombrío y decepcionante acerca de la honradez de los peruanos, y de su clase dirigente en especial (véase, entre lo más reciente, Compañía Peruana de Estudios de Mercados y Opinión Pública 2017). Carrión et al. (2015), analizando los resultados del Barómetro de las Américas a través de diez años, encuentran que en el 2014 el 10% de los encuestados en el Perú reconocen a la corrupción como uno de los más graves problemas, y que la mayor victimización en lo concerniente a la corrupción tiene que ver con la interacción de los ciudadanos con los municipios, la policía y los juzgados. Los autores concluyen con un mensaje de optimismo: “cuando se promedia el porcentaje de los 1

El informe puede leerse en http://www.cverdad.org.pe/ifinal/index.php (recuperado el 18 de octubre del 2017)

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encuestados que declara haber sido víctima de por lo menos una instancia de corrupción, se encuentra que la cifra correspondiente a 2014 es de 26,4%. Este valor es menor al registrado en la encuesta de 2012 (28,5%), que a su vez fue menor que lo encontrado en 2010 (32%). Es probable que se esté en presencia de una tendencia decreciente en la victimización por corrupción, y si esto fuera así, sería una cosa muy saludable para la democracia peruana” (pg. 18). Siendo un problema tan habitual en la sociedad peruana, la corrupción es un fenómeno que cada día puede ser más denunciado pero que es difícil de estudiar por su propia naturaleza, secreta, ajena a la publicidad y al control de la prensa y de las instituciones propias de un país. No sorprende por ello que en el Perú ese tema no haya sido abordado por los psicólogos, sino sobre todo desde el ángulo histórico y sociológico (Quiroz 2013). Algo semejante puede decirse de la escasa vocación democrática de los peruanos. El Perú es un país que ha tenido escasos periodos de plena democracia. En la actualidad se viene destacando entre la opinión pública el hecho que desde el 2001 cinco gobiernos constitucionales se hayan sucedido a través de elecciones muy reñidas, pero que nadie se atreve a decir que hayan estado manchadas por el fraude o manipuladas. Sin embargo, en la mentalidad del peruano común y corriente la idea y la fascinación por gobiernos autoritarios es muy grande: Carrión et al. (2007) encontraron que el 62.3% de entrevistados en una encuesta se mostraban a favor de la democracia, este porcentaje, a pesar de ser elevado, era uno de los más bajos en la región (en Costa Rica era de 86.1% por ejemplo), y el apoyo a la opción autoritaria alcanzaba el 18%. Tres años después, el porcentaje de apoyo a la democracia había descendido al 60.1% (por comparación en Uruguay era de 86.2%% y en Costa Rica, de 80.4%), y era el más bajo en toda América (Carrión et al. 2010). Este hecho lo podemos ver en nuestro días cuando se registra que un amplio porcentaje de la población considera que el gobierno de Alberto Fujimori (1938-, presidente del Perú entre 1990 y 2001) fue el mejor de los últimos tiempos, a pesar de que Fujimori se encuentra condenado por actos de lesa humanidad y crasa corrupción (Burt 2011) y a pesar, asimismo, de que la población tiene plena conciencia de que su gobierno estuvo lastrado por marcados actos de corrupción (Proética 2012). Y eso no solo ocurre en el caso de Fujimori. La cantidad de mandatarios y de presidentes de regiones del Perú y que se encuentran en

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proceso de investigación, requisitoriados por la justicia o detenidos, es sumamente grande. El consumo de drogas es asimismo uno de los grandes problemas del país, con el agravante de que el Perú no solo es consumidor, sino también productor de cocaína. Los niveles en los cuales se mueve hoy el narcotráfico alcanzan inclusive el plano de la política y el problema parece estar a punto de escapar por completo al control del estado. Carecemos de trabajos psicológicos sobre el particular. Un problema muy grave, con el cual la sociedad peruana convive con gran naturalidad, es el de la informalidad. El Perú es uno de los países con más altos niveles de actividad económica informal en el mundo. Para la mayoría de la sociedad peruana el problema de la informalidad no parece serlo (probablemente porque informalidad no es sinónimo de ilegalidad, o sea de actividades consideradas como delitos), pero estudios sociológicos y económicos demuestran cuán graves son las consecuencias de ella en la vida social y en la calidad de vida de los peruanos. Barragán Arque (2005) calculó a comienzos del siglo XXI que la economía informal era el equivalente al 35% del PBI y al 60% de las horas-hombre trabajadas La informalidad supone la ausencia de control de calidad, la pérdida por parte del estado de miles de millones de soles en materia de recaudación de impuestos, supone asimismo que las personas que desempeñan actividades informales no cuentan con la posibilidad de tener vacaciones, tiempo de servicios, seguro social y, por si todo eso fuera poco, con una jubilación que de una u otra manera los proteja en la vejez. Así, “en las áreas urbanas de un conjunto de 12 países de Latinoamérica, la proporción de trabajadores sin cobertura de salud fue en el Perú 63,6%, mientras que el promedio simple de los 12 países fue 38,2%. Solo Ecuador y Paraguay superan, pero por poco, al Perú con 66,4% y 67,6%, respectivamente”, anotan Rodríguez & Higa (2010, pg. 1). Sobre el particular los psicólogos tampoco han dicho nada. La calidad de la educación en el Perú es evidentemente muy baja como lo demuestran los decepcionantes puntajes alcanzados por los estudiantes peruanos en la pruebas PISA (Ministerio de Educación 2017). La calidad del profesorado, las remuneraciones que los docentes perciben, la estructuración y contenido de los programas de estudio, la calidad y funcionalidad de la mayoría de locales en los cuales funcionan las escuelas estatales, todo esto y mucho más provoca la alarma cuando no la indignación por parte de la opinión pública. Sin embargo, y a pesar de que todos reconocen verbalmente la importancia de la educación y la urgente necesidad de llevar a cabo reformas profundas, lo cierto es que

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poco o casi nada se hace en materia de mejorar la instrucción que se imparte en el país. Si eso sucede con respecto a la educación primaria y secundaria, casi lo mismo puede observarse en lo que concierne a la educación superior. Los efectos de ella en la formación de los cuadros profesionales se ven aminorados por las deficiencias formativas que vienen de la escuela. Por eso, “es alarmante comprobar, finalmente, que el pobre nivel de desempeño en lectura, de los jóvenes peruanos, se prolonga durante su etapa universitaria, lo que dificultará su futura colocación en el mercado laboral formal y limitará sus capacidades para la investigación e innovación (De la Puente 2017, pg. 72). Dejando de lado algunas islas de excelencia, las instituciones universitarias peruanas no figuran entre las más destacadas ni a nivel latinoamericano ni mucho menos a nivel mundial. La nueva ley universitaria y el esfuerzo desplegado por el estado para regular y elevar la calidad de las universidades en el país vienen dando resultados no muy prometedores y enfrentando una permanente oposición por parte de las propias universidades públicas así como por parte de las privadas. A pesar de esta realidad tan poco alentadora, es llamativa la escasa literatura producida por los científicos sociales y por los psicólogos sobre la realidad universitaria del país (León & Sugimaru 2013), sobre la cual, sin embargo todos los días se debate en la radio, la televisión y la prensa escrita.

Los traumas de la sociedad peruana Toda sociedad tiene sus traumas. Para los Estados Unidos, la perdida guerra de Vietnam fue uno de ellos, pero pasó a ser opacado de modo sangriento por el atentado al World Trade Center el 11 de setiembre del 2001, que ha generado angustia y temor en la sociedad norteamericana, de los cuales aun no se ha recuperado. Los países que a partir de la perestroika se liberaron del yugo impuesto por la desaparecida Unión Soviética, por ejemplo Lituania, Letonia y Estonia, así como también Ucrania, tienen también un largo y doloroso proceso de reconstrucción de su historia y de aceptación de un pasado triste que los ha marcado de modo definitivo. En América del Sur sucede lo mismo, y la sociedad peruana no es la excepción. Por el contrario, para los peruanos, cuando ellos miran al

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pasado de su país, muy pocas etapas de su historia pueden ser consideradas como positivas y dignas de alabarse: la mayoría tiene una imagen positiva solo de los años del Incanato, que aparecen a sus ojos como una suerte de edad de oro (León 2010b). Uno de los traumas de la sociedad peruana es el referido a la conquista: ¿cómo así un imperio poderoso, el más importante de la región, con un gran desarrollo cultural y que ha dejado evidencias de grandes construcciones, como Machu Picchu y Sacsayhuaman, pudo derrumbarse de un momento a otro por acción de un pequeño grupo de españoles? ¿cómo? Esa pregunta nos acompaña desde los albores de nuestra historia. Otro trauma, otra herida abierta es la referida a la Guerra del Pacifico, contienda perdida que determinó la mutilación de una parte importante del territorio peruano y la ocupación de Lima y, a largo plazo, el fin del predominio del Perú como el país más importante de la costa sudamericana del Pacifico a favor de Chile. ¿Cómo fue posible eso? ¿qué papel (triste y hasta despreciable para unos) jugaron algunos de los más destacados integrantes de la clase dirigente peruana de aquel entonces? Un tercer trauma es el referido al terrorismo. Lo ocurrido en los años 80 y 90 fue una inesperada eclosión de violencia y un baño de sangre que se extendió casi a lo largo y ancho de todo el país, y que en algún momento amenazó con derrumbar al estado peruano e imponer un régimen casi polpotiano. El terrorismo no solo dejó decenas de miles de muertos y desaparecidos, destrucción material superior en su valor a la ocasionada por la invasión chilena al Perú en la Guerra del Pacífico. También acabó con la imagen, siempre difundida y especialmente propalada por el Presidente Fernando Belaúnde Terry (1912-2002, en cuyo segundo periodo, 1980-1985, se inició la actividad terrorista) del peruano como un pueblo pacífico y solidario, una imagen que hoy es vista como una broma de mal gusto, casi como un chiste sangriento. La presencia y el avance del terrorismo coincidieron y fueron alimentados por la grave crisis económica que vivió el Perú en los años 1980 y que alcanzó niveles inimaginables en la segunda parte del primer gobierno de Alan García. La inflación alcanzó cifras casi surrealistas que pulverizaron los ahorros de la clase media, sumiendo al país en la pobreza y la desesperanza, obligando a la emigración a muchos que contemplaban el desastroso estado de la sociedad peruana y la absoluta ineficacia y corrupción de ese gobierno. Mucho de ese sentimiento apocalíptico ha quedado reflejado en obras publicadas en esos años, la más conocida e

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importante de las cuales es Desborde popular y crisis del estado, del antropólogo José Matos Mar (1985) Una prueba del carácter traumático de estos hechos la tenemos en la gran cantidad de literatura que hay sobre el particular. Podemos afirmar que no hay año en que no aparezcan nuevos trabajos sobre cada uno de estos tres temas. Pero también hay una amplia producción bibliográfica sobre personajes paradigmáticos de la historia del Perú, que fueron protagonistas o víctimas de esos hechos traumáticos: así, por ejemplo, el estudio del Inca Garcilaso de la Vega es casi una obsesión para los intelectuales peruanos (véase por ejemplo Hernández 1993) y podemos afirmar que ningún otro personaje, excepto Francisco Pizarro (e.g. Porras Barrenechea 1978, Lavallé 2007), ha sido tan analizado, tan estudiado, tan visto desde tantos y tantos ángulos, como el Inca Garcilaso. El Inca Garcilaso de la Vega y Francisco Pizarro son figuras antinómicas: el primero es considerado el “primer mestizo” del Perú (Miró Quesada Sosa 1925), y el conquistador español es el villano por excelencia, aquel en cuya persona y conducta se encuentra el origen de muchos de los males y defectos de la sociedad peruana (León 2010c). Y en lo que concierne a la guerra con Chile no hay año igualmente en que no aparezca un nuevo libro sobre el particular. Se trata de toda una industria bibliográfica que siempre va a tener acogida e interés. Entre lo más reciente y solo a modo de ejemplo de lo mucho que se publica véase McEvoy (2016) y Polack (2017). Por último, sobre el terrorismo el Informe preparado por la Comisión de la Verdad y Reconciliación fue cuestionado por muchos y apenas ha sido leído y comentado de modo critico y sereno. En los últimos años la cantidad de literatura sobre el terrorismo senderista ha experimentado un gran aumento, así como también recientemente se ha filmado una película (La hora final) sobre el particular. Lo interesante es que todos estos temas han sido tratados fundamentalmente por historiadores, sociólogos, antropólogos y periodistas; no por psicólogos. Sin duda alguna, éstos tienen una gran deuda con el país en el estudio de estos temas, de gran actualidad. Agreguemos a los antes señalados, a los literatos. José María Arguedas (1911-1969) es el autor de novelas en que ha quedado plasmado el drama del mundo andino, como Los ríos profundos (Arguedas 1958) y Todas las sangres (Arguedas 1964). Julio Ramón Ribeyro (1929-1994), destacado novelista peruano, nos ha dejado sugerentes análisis de la clase media limeña, sus temores, su racismo, sus medianías y su lucha por la

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supervivencia (Higgins 1991). Mario Vargas Llosa (1934-), el Premio Nobel de Literatura 2010, es el autor de una novela que tiene casi el carácter de clásico moderno de la literatura peruana: Conversación en la Catedral (Vargas Llosa 1969), ambientada en la época de la dictadura de Manuel A. Odría (1896-1974), entre 1948 y 1956. No menos importante es La ciudad y los perros (Vargas Llosa 1963), que lo lanzó a la fama (véase Aguirre 2015). El propio Vargas Llosa explica cómo es que las obras literarias reflejan e influyen en la comprensión de los problemas sociales: “La problemática social puede tener muchísimo mayor impacto cuando llega a los lectores a través de una historia que conmueve y que apela no solo a la razón, sino también a los sentimientos, a las emociones, a los instintos, a las pasiones, mostrando de una manera mucho más vívida que un ensayo lo que significan la pobreza, la explotación, la marginación, las desigualdades sociales. En una novela, un problema social –pongamos el ejemplo de alguien que por pertenecer a un determinado sector social tiene cerradas las puertas de la educación y el progreso económico- puede tener un impacto en el lector sin necesidad de hacer de la literatura una pura propaganda, una pura pedagogía política” (Vargas Llosa 2017; pg. 27).

Áreas particulares Encontramos, por supuesto, una serie de contribuciones sobre temas que pueden ser agrupados en lo que podríamos llamar miscelánea. Así, por ejemplo, Federico León viene trabajando desde hace muchos años el tema de la influencia del clima en una serie de fenómenos psicológicos y sociológicos, como resultado de lo cual ha publicado en revistas extranjeras una serie de importantes trabajos, todos ellos caracterizados por sustentar sus puntos de vista y por un despliegue de sofisticados procedimientos estadísticos (e. g. León & Burga León 2014, 2015). Federico León, además, dio a la luz en calidad de editor el libro Psicología y realidad peruana. El aporte objetivo (León 1986), valiosa obra de consulta también en lo relevante a estudios de psicología social de la época. En fecha aún reciente este ha dado a la luz un importante inventario de la producción bibliográfica peruana en las áreas de la psicología social y organizacional (León 2013).

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El recientemente fallecido Ernesto Pollitt (1938-2016), si bien estuvo concentrado en temas de relación entre la conducta y la nutrición, ha dejado trabajos sobre el particular que tienen asimismo gran valor (Pollitt 1982, 2002; Pollitt et al. 1996). Lo mismo puede decirse de Rolando Arellano, importante y activo psicólogo social que en un estilo de fácil acceso al lector sin mayor formación académica ha dado a la publicidad libros en los que trata sobre los estilos de vida de los peruanos, la clase media, los mitos que la rodean (Arellano 2000,2010, 2012), entre otros temas. Hay asimismo numerosos trabajos que tienen que ver con la identidad nacional, algunos con una perspectiva psicoanalítica y otros siguiendo los patrones propios de la psicometría (e. g. Salgado 1999, Espinoza & Calderón-Prada 2009, Rottenbacher & Espinoza 2010, León 2010a). Entre ellos destaca la obra de Reynaldo Alarcón, probablemente el psicólogo peruano más conocido en el exterior, quien a lo largo de su dilatada carrera académica ha publicado numerosos estudios dedicados a temas de la psicología social. En primer lugar está su Psicología, pobreza y subdesarrollo (Alarcón 1986), un análisis, tal vez el primero llevado a cabo en el Perú, de las relaciones de la pobreza con la psicología. Hace poco ha aparecido otra obra suya, con un gran significado para la psicología social: Psicología de los peruanos en el tiempo y en la historia (Alarcón 2017). En las páginas de ese libro, Alarcón pasa revista a la historia del Perú y a la influencia que los acontecimientos y las circunstancias de ésta han influido en la forma de ser de los peruanos. Psicología de los peruanos en el tiempo y en la historia es una obra ambiciosa: en sus seis capítulos (“Cultura y rasgos psicológicos del peruano ancestral”, “El Virreinato: rasgos psicológicos de blancos, criollos, negros y mestizos”, “Estilos de comportamiento en el Perú colonial y en las primeras décadas de la república”, “La pregunta por el ser: ¿quiénes somos los peruanos”, “La psicología de los peruanos, desde el enfoque etnopsicológico”, y “Del Perú ancestral al Perú actual. Legados a través del tiempo”), el autor nos ofrece una panorámica de la realidad subjetiva del habitante del país andino, en la cual utiliza información histórica, antropológica, sociológica y la que él ha obtenido en numerosas investigaciones, en las que empleó el enfoque de las premisas histórico-socioculturales, de Rogelio Díaz-Guerrero. Pero algunos temas se han quedado sin ser abordados. Conocemos muy poco acerca del machismo en el Perú, una ideología que atraviesa toda la sociedad peruana. Tenemos muy pocos trabajos

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asimismo acerca de la selva del Perú, una verdadera terra incognita sobre la cual hay muchos mitos, estereotipos y hasta leyendas pero de la cual se conoce muy poco en efectivo. Conocemos asimismo muy poco acerca de la realidad de la tercera edad en el Perú, un país en el cual cada día hay más viejos. Esas y otras carencias deberán ser debidamente superadas por el trabajo de los psicólogos sociales en los centros de investigación y en las universidades. Cabe asimismo un importante papel en el cumplimiento de esa tarea al Colegio de Psicólogos del Perú.

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9 La psicología social universitaria en Uruguay: Aportes para una historia crítica Jorge Chavez Bidart Enrico Irrazabal

Introducción La pluralidad del campo de la psicología resulta una característica propia de la disciplina, que actualmente se percibe con mayor nitidez por la proliferación y diversidad de perspectivas teóricas y aplicaciones técnicas y por las múltiples versiones locales de éstas y sus territorializaciones en los ámbitos académicos y profesionales. Estas versiones locales resultan de encuentros, recepción y adaptaciones que tienden a hibridar las redes de circulación del conocimiento. En el caso específico de la psicología social en Uruguay, ésta se constituye como perspectiva, resultado de relaciones entre diferentes actores en torno al quehacer o las formulaciones teóricas, adaptaciones singulares, alianzas con centros de producción o institucionalizaciones locales, que brindan materialidad a un heterogéneo repertorio de relaciones, que abordaremos considerando la idea de indigenización propuesta por Danziger (2009). Desde esta perspectiva y utilizando conceptos de los estudios sociales de la ciencia y la tecnología nos proponemos aproximarnos a los modos en que se fue produciendo la versión local de la psicología social en Uruguay y conocer las características que le aportan rasgos de singularidad, tanto como, de común, con otras versiones. Las perspectivas clásicas sobre los modos de circulación del conocimiento han instalado la idea de que el conocimiento, en su versión

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científica, se ha producido en espacios centrales de Europa y desde allí ha irradiado sobre otras zonas geográficas. Como plantea Danziger (2009), esta imagen además de proponer la asimétrica relación entre centroperiferia, se puede trasladar al interior de la disciplina a través de las clasificaciones que ubican desarrollos básicos y otros de aplicación. Se suma a esto el consensuado circuito de movilización de la psicología experimental desde Alemania a Estados Unidos y luego la exportación a zonas periféricas con el efecto ‘evidente’ de hegemonización de la psicología. Los circuitos de movilización del conocimiento han sido facilitados por otro tipo de componentes, como las relaciones diplomáticas, comerciales, los procesos de expansión territorial propios del siglo XIX y principios del XX, entre otras dimensiones que configuran redes de conexión, que en definitiva dan cuenta de quienes tuvieron la capacidad de generarlas, mantenerlas y volverlas funcionales para sus fines. Una red extensa por donde circulan datos, mediciones, mapas y cálculos y diferentes elementos que acercan mundos distantes, elementos que Latour (1992) denomina móviles inmutables y combinables. Basta con rememorar la historia del continente para reconocer todos los elementos que fueron movilizados hacia los centros europeos, permitiendo que estos centros supieran más sobre estas regiones, para incluirlos en redes, que se codificaron desde lógicas comerciales, geopolíticas o de circulación de conocimientos. Esta idea de Latour es tomada por Raj (2007), quien plantea que en aquellas zonas donde se dio el encuentro entre dos culturas, llamadas zonas de contacto, la recepción del conocimiento científico tuvo el inesperado efecto de hacer visibles aspectos culturales específicos de esas zonas periféricas. En sus estudios sobre la circulación de conocimiento entre Europa y Sur Asia, constató cómo la introducción de nuevos dominios comerciales y de administración civil posibilitaron la construcción de nuevos conocimientos. Concebir la movilización del conocimiento, desde la perspectiva clásica, relega a los espacios de recepción a una disposición contemplativa y sin incidencia en el campo de las ideas. Sin embargo, claramente los receptores locales y las condiciones de recepción resultan singulares, lo que, en definitiva, a la vez que recepcionan se convierten en condiciones para la transformación de ese conocimiento. Tomaremos esta idea para abordar la circulación de conocimiento en esta zona del sur de América, desestimando la idea que los actores locales fueron carentes de agencia y estableciendo de este

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modo la singularidad de una historia local del conocimiento en conexión con redes internacionales, enfocándonos en los devenires y procesos de construcción de la psicología social en Uruguay.

La emergencia de lo social en el pensamiento psi. Un rasgo determinante del Uruguay al incluirse en redes de comercialización o industrialización ha sido su diminuta extensión y la ausencia de riquezas naturales que la hicieran destacar entre los dos grandes países que la rodean, Argentina y Brasil. Sin embargo, esta imperceptible presencia, ha sido el aspecto potencializador para el despliegue de un devenir social y político particularmente singular. El territorio uruguayo, fue uno de los últimos en ser colonizados y en ese sentido, el entramado de acciones, instituciones y procedimientos que la colonización dispuso para su tarea, llegó con cierta debilidad en comparación con el resto de América. Las primeras Universidades españolas, Lima en 1551 y México en 1553, mantienen una distancia de más de 250 años con la recepción de la escolástica como filosofía inicial en Montevideo. Una recepción mediada por la Universidad de Córdoba (Argentina), creada en 1623, y que refleja la incorporación tardía del pensamiento y de la institucionalidad de la iglesia por estas tierras. El siglo XIX abre con la filosofía escolástica y para 1830, ya compartía el escenario intelectual con el enciclopedismo1 y luego con el liberalismo político y el liberalismo económico de la Fisiocracia, los que fueron determinantes para consolidar un proceso de secularización del Estado y posteriormente de una enseñanza pública, laica y popular (Ardao, 1945/1994). Se pasó de la influencia española a la francesa y a fines del siglo XIX, la cultura anglosajona permeó el nobel pensamiento local. A fuerza del proyecto modernizador, el país ingresó a las redes comerciales que el proyecto inglés materializó a través de artefactos como trenes, telefonía, telégrafos, tecnologías para la ganadería, bancos y préstamos financieros, y también con un pensamiento utilitarista que 1

Dentro del enciclopedismo, la ideología fue la corriente que se incluyó en la cátedra de filosofía. La ideología fue la heredera del pensamiento enciclopedista luego de la Revolución francesa y se caracteriza como la segunda etapa del iluminismo francés. Abre un camino de “escepticismo religioso precursor del que iba a caracterizar al próximo positivismo” (Ardao, 1962, p.40).

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afianzó la filosofía positiva, tanto para el campo intelectual como para el rumbo político que el estado y la nación comenzó a delinear. En ese entramado generado a partir de la imposición y asunción de nuevos intereses, comerciales en su mayoría, se dio el pasaje de una psicología ligada el espiritualismo francés de Cousin para incluir la psicología experimental en la cátedra de filosofía de Vaz Ferreira2 en 1897. Como correlato empírico del programa de psicología, Vaz Ferreira creó un laboratorio que funcionó hasta 1908, momento en que la psicología dejó de ocupar su interés (Chavez, 2016). Tuvieron que pasar un poco más de 30 años, para que se institucionalizara el primer Laboratorio de Psicopedagogía en el país. Durante esos treinta años, se sucedieron viajes de maestros a los principales espacios de tratamiento de deficientes escolares en Europa (Suiza, Bélgica, Francia), experiencias breves y concisas de medición de aptitudes y habilidades de escolares en algunas escuelas públicas, profesionalización de la formación de maestros, difusión de experiencias en psicología de medición de aptitudes y un amplio abanico de argumentos sobre el mejoramiento de los rendimientos escolares y su incidencia en el proyecto de ciudadanía de la nación y en el desarrollo del país. Se instaló y asentó la idea de lo necesario que era formarse y experimentar en psicología en el marco de la enseñanza primaria. En setiembre de 1933 se creó el Laboratorio de Psicopedagogía, adscripto al Instituto Normal ‘Joaquín R. Sánchez’ y bajo la dependencia inmediata de la Inspección Técnica del Consejo Nacional de Enseñanza Primaria y Normal. El laboratorio emerge de un proceso en donde se destaca: el posicionamiento de la psicología experimental por parte de educadores y médicos en el trabajo con deficientes mentales y en la enseñanza especial, el acceso a la dirección de Instrucción Primaria de las nuevas generaciones que traían todo el bagaje psicopedagógico del circuito europeo (Decroly, Binet, entre otros) y principalmente por la problematización (Foucault, 1999) de la infancia por parte del gobierno del momento3. 2

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Carlos Vaz Ferreira (1872-1958) fue filósofo, escritor y profesor de enseñanza secundaria y universitaria. Su interés por la psicología se dio en sus primero años como profesor para luego volcarse de lleno a la filosofía. Fue Rector de la Universidad en dos períodos (1928-1930 y 1935-1941) y Decano de la Facultad de Humanidades y Ciencias en tres ocasiones (1945-1949, 1952-1955 y 1955-1958). El gobierno de esa época fue un gobierno de facto, dirigido por Gabriel Terra (19331938) y de cierta forma coincide con la dictadura de Latorre (1876-1879), en que fueron dos períodos de facto donde se realizaron reformas sustantivas para la vida del

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La labor del Laboratorio de Psicopedagogía tendió a mixturar la psicología experimental con las mediciones estadísticas, accediendo a través de su práctica a la medición de condiciones, aptitudes y habilidades de la población escolar, actividad que siguió hasta mediados de los 60. En el circuito de la medicina y específicamente en la psiquiatría, desde las primeras décadas del siglo XX hasta los años 40, la psicología se caracterizó por ocupar un lugar subsidiario. El perfil técnico, reservado para quienes practicaron la psicología, fue el de la figura de asistentes. Los primeros técnicos formaron parte de la Clínica Médico Psicológica del Hospital para Niños, espacio desde el que se comenzó a formar a Técnicos en Psicología Infantil a partir de 1948. Esta formación técnica, elaborada alrededor de la figura central del médico, determinó un ejercicio acorde a esa disposición, dependiente del médico. En la década del 50, en la Facultad de Humanidades y Ciencias, se comenzó a elaborar un nuevo proyecto de formación en psicología. En este caso, se le solicitó a Horacio Rimoldi4 elaborar una propuesta de formación que no llegó a buen término debido a las resistencias que médicos uruguayos ejercieron frente a su propuesta. Finalmente se concretó en 1956 un proyecto que desplazó el perfil estadístico de la psicología y propuso un enfoque experimental, incluyendo enfoques clínicos hermenéuticos que siguieron manteniendo cierta centralidad en la figura médica y una tendencia formativa hacia la investigación. La renuncia de Berta5 en 1966 abrió las puertas a un grupo de personas no tan afiliadas a la investigación, sino con el propósito de fortalecer la

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país. En la dictadura de Latorre se efectuó la Reforma Educativa Vareliana (1876), que impulso la educación pública, laica, gratuita y obligatoria y en la dictadura de Terra se aprobó el Código del Niño (1933), se creó el Ministerio de Protección a la Infancia (1933) y se crearon instituciones dirigidas al cuidado de la infancia Horacio Rimoldi (1913- 2006) fue un médico y psicólogo argentino que desarrolló su actividad de investigación en Estados Unidos, Inglaterra y Argentina. En 1944, en el marco de la investigación sobre ‘El Normotipo uruguayo’ dirigida por Mira y López y desarrollada por el Laboratorio de Psicopedagogía, brindó un seminario sobre Estadística Psicopedagógica dirigida a los técnicos del Laboratorio de Psicopedagogía. Mario Berta (1920-2009) fue el primer Director del Instituto de Psicología de la Facultad de Humanidades y Ciencias, médico psiquiatra, que se formó en torno a la figura de Alfredo Cáceres y compartió esa formación, con Juan Carlos Carrasco, que no terminó su formación médica y se dedicó enteramente a la psicología. Mario Berta luego de su renuncia por presiones de los estudiantes, volvió como Director de la Escuela Universitaria de Psicología, institución creada en 1975, durante la dictadura cívico-militar (1973-1984) y con el objetivo de ‘encauzar’ la formación de psicólogos luego del cierre definitivo, en 1973, del Instituto de Psicología de la Facultad de Humanidades y Ciencias y su licenciatura.

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aplicación de la psicología, en la que se destaca la figura de Juan Carlos Carrasco6. En ocasión de celebrarse las Primeras Jornadas Nacionales de Psicología Infantil, las palabras de cierre a cargo de Juan Carlos Carrasco (1966)7 performaron el horizonte hacia el cual dirigir las acciones e intereses de la psicología local, producto de un compromiso que debía asumir con la comunidad, “la psicología sin proyección comunitaria corre el riesgo de transformarse en un juguete de lujo en manos de privilegiados” (p.181). Este enunciado se puede significar como un acontecimiento, tal como lo entiende Pecheux (1999), un punto donde la memoria y el presente se cruzan, haciendo posible la apertura de futuros nuevos escenarios. No lo ubicamos como un acontecimiento fundante u originario, sino como uno entre varios, que, en una extensa red de agentes, dirigieron sus acciones para la consolidación de una psicología autónoma y con un enfoque psicosocial a construir.

La Psicología Crítica Alternativa. La década en la que la psicología ingresó al ámbito universitario coincide con la promulgación de la ley orgánica de 1958, que hizo de la Universidad de la República8 una institución autónoma y cogobernada. Al año siguiente, se creó el Departamento de Extensión Universitaria y Acción Social, con los objetivos de “Capacitar a la comunidad para la comprensión y solución de sus problemas mediante el esfuerzo organizado de la propia comunidad...Realizar el estudio de problemas de interés general, propendiendo a su comprensión pública en estrecho 6

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Juan Carlos Carrasco (1923-2010) fue director del Instituto de Psicología desde 1968 hasta que tuvo que exiliarse, se instaló en Chile hasta la caída de Allende y luego se instaló en Holanda. En la Universidad de Utrecht se dedicó a la pedagogía comparada e intervino desde la psicología con colectivos de exiliados sudamericanos. Al volver del exilio fue figura fundamental en la restauración democrática de la Universidad de la República y especialmente de la psicología universitaria. Carrasco integraba en ese momento de la Comisión Directiva de la Escuela de Colaboradores del Médico, donde fue el encargado del curso de Psicología Infantil. La Universidad de la República fue, desde 1849 año del inicio efectivo de sus actividades, hasta el año 1984, la única institución de educación terciaria y superior del país. En el año 1984, la dictadura cívico militar en su último acto legislativo, creó la Universidad Católica del Uruguay.

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contacto con el pueblo (Bralich, 1991, p. 51). Esta definición respondió a un enfoque que se le dio al accionar universitario, del que participaron actores de diferentes disciplinas, alineados en torno a la idea de ubicar la Universidad de cara al pueblo. Cuando Carrasco ingresó como director del Instituto de Psicología en 1968, su labor se dirigió en primer término, según sus palabras, hacia “la formación de psicólogos con una identidad propia...la otra idea que también creo fue una idea fuerte, una idea básica, era la de la formación en el contexto social del psicólogo. Oriento el Instituto de Psicología hacia la Extensión Universitaria” (Picos, 2005, p.146). Esta coyuntura universitaria coincidió con la complejidad de la situación social y política en América Latina, condiciones que provocaron un proceso de revisión y crítica en las bases teóricas de las ciencias sociales en general y de la psicología en particular. Según la apreciación de Carrasco, la psicología ‘institucionalizada’ u ‘oficial’ como se denominaba a las modalidades hegemónicas de hacer psicología, resultaron incompetentes frente a las realidades existentes en el sur de América. Por un lado el movimiento estudiantil de la época y por otro lado la creciente demanda de asistencia psicológica creada por la crisis social, desbordaron las posibilidades instrumentales de los consultorios y de las cátedras, generando exigencias ante las cuales la psicología oficial se mostró impotente. (Carrasco, 2010a/1983, p. 254)

Este proceso de revisión venía siendo parte de las inquietudes de Carrasco desde la década del 40. En ocasión de realizar su trabajo en el Hospital psiquiátrico, Carrasco planteó las limitaciones de los conocimientos adquiridos en su formación y en las diferentes experiencias que tuvo en Europa, tanto para el diagnóstico, como para el análisis psicológico de las personas internadas en el hospital. Debido a esta apreciación, durante fines de los 40 e inicios de los 70, su ejercicio profesional se caracterizó por la invención y adaptación de técnicas, así como concebir modos de acercamiento y tratamiento de esas personas. Los pacientes psiquiátricos venían de sectores rurales del interior del país y de las zonas más vulnerables de la capital y como sucedía con gran parte de la población local, existía una distancia en los códigos con que las técnicas psicológicas habían sido confeccionadas en los centros de producción de conocimiento psicológico.

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Esto, mostraba para Carrasco, que grandes sectores de la población quedaban fuera del radio de acción de las psicologías institucionalizadas. La psicología como conocimiento teórico entonces, además de tener serias limitaciones en sus concepciones, exigía para su aplicación una instrumentalización técnica con ‘ciertas condiciones’ lo que, en la mayoría de los casos, a nivel local, no se lograba (Carrasco, 2010/1983). Carrasco constató en los diferentes países que actuó como docente, primero, que los estudiantes pertenecían a la burguesía nacional y, en segundo lugar, la existencia de un ciclo en la formación profesional que se repetía. Este ciclo consistía en que los primeros años, habitualmente de formación teórica, discurrían sin dificultades, mientras que, cuando los estudiantes comenzaban con sus prácticas, los problemas aparecían Los problemas en la experiencia práctica se caracterizaban por las dificultades en poder responder a los requerimientos de la gente común y en la dificultad para implementar la clásica modalidad de intervención utilizada por los psicólogos, la psicoterapia. La constatación de Carrasco, que involucraba la formación en psicología, sus estudiantes y la aplicación del conocimiento en los años 60, resultaba en una situación más compleja cuando se sumaba la idea que “lo cualitativo del conocimiento está mucho más en función del contexto referencial del experimentador que del objeto estudiado” (Carrasco, 1983, p.234). Esta idea, del contexto referencial del experimentador o también, como la llamó, ‘el colectivo’ de referencia, sintetizan la mixtura de cultura, clase y experiencia histórica, y resulta en una óptica y conocimiento particulares de un colectivo experto. Este colectivo experto en el conocimiento psicológico se encuentra alineado al circuito de la ciencia válida, que a la vez que incluye los parámetros de los centros de producción y difusión del conocimiento, deja de lado el análisis riguroso de las ‘sociedades marginales’. De esta forma, las condiciones de experticia exigen de la neutralidad del psicólogo y a la vez, exigen a las personas un sentido de realidad propio de esos colectivos de expertos (Carrasco, 1983). En este sentido, para Carrasco, la psicología instituida o ‘mainstream’ produce un problema que se traduce en las condiciones materiales y en la forma que su aplicación exige, por lo que la práctica en contextos locales donde no se cumplían estos requerimientos impuso la necesidad de elaborar una perspectiva que considerase las críticas y cuestionamientos que se desprendían de la experiencia.

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Desde esta perspectiva, a la que llamó Psicología Crítica Alternativa (en adelante PCA), se consideró al ser humano como un ser en situación, inseparable de la situación en que vive, que a la vez que produce su realidad es producto de ella, sujeto y objeto de la historia. La situación era entendida por Carrasco como el contexto donde la persona desarrolla su existencia a través de prácticas concretas, vividas como Vida Cotidiana. La Vida Cotidiana se formula como una categoría importante en el pensamiento y la práctica de Carrasco, ya que en esa vida cotidiana se expresan las estructuras económicas y sociales que determinan la presencia de instituciones, la cultura, las formas de relacionarse y los valores imperantes. Es en la Vida Cotidiana o Cotidianeidad que se construye el modo de percibir la realidad y los modos de vivirla, una percepción determinada por las fuerzas dominantes en los procesos históricos, a esta percepción condicionada, la llamó Percepción Anticipada. La Percepción Anticipada de una objeto o situación, resulta que el sujeto perciba y califique una experiencia según las determinaciones del contexto, más que por una experiencia real vivida. Esas imágenes previas, que forman parte de los elementos del contexto, ya que los dispone como producto de las fuerzas dominantes, forma parte del sustrato psicológico de la percepción anticipada. Esas imágenes entonces resultan construidas, estáticas y ahistóricas. Para Carrasco (1983) la Percepción Anticipada no “es un prejuicio, sino que es un no-juicio” (p. 246), la entiende como la base psicológica de la ideología. La naturalización de estas percepciones, determinadas por el contexto y que no son cuestionadas, refieren al conjunto de fenómenos psicológicos y sociales que configuran la noción de cotidianeidad, en tanto “traducción psicológica en el adentro, de la Ideología existente en el afuera” (p. 247). Es a su vez, el objeto de la práctica psicológica, ya que opera como síntesis del adentro y del afuera. La elaboración de esta perspectiva fue resultado de una práctica desarrollada en pequeños grupos desde la década del 60 y que recién en los 80, durante el exilio, logró ser sistematizada. Se nutrió de los aportes de Marx, Althusser, Fromm y otros de la escuela de Frankfurt, y con un destacado lugar para los desarrollos de Georges Politzer y la Psicología Concreta. En consonancia con los planteos extensionistas de la Universidad y de las críticas a las ciencias sociales por parte de pensadores latinoamericanos, la PCA constituye una posición frente al conocimiento y frente a la población con la que se trabajaba en diálogo. La PCA reconoce que en la gente está el saber sobre la problemática

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psicológica y la labor del psicólogo es ordenarlo, establecer conexiones y volverlo a trabajar con la misma gente, así se asegura: “en primer término, la no pérdida de conexión entre el conocimiento y la realidad concreta y en segundo término, que el saber sea manejado y utilizado por quienes son sus verdaderos productores y destinatarios” (Carrasco, 2010/1983, p. 250). El énfasis que tuvo la PCA en el trabajo empírico y en la reflexión sobre las experiencias concretas, no fue acompañado con la sistematización necesaria como para consolidar un corpus pasible de ser acumulable, a la vez que transmisible, recepcionado y reelaborado. Esta condición resultó decisiva al momento de que el espacio de la reflexión e intervención psicosocial comenzó a contar con otras perspectivas.

Ensamble rioplatense: la psicología social en las dos orillas En los años 60 el interés por lo social se volvió una dimensión ineludible, incluso desde el psicoanálisis se reflexionaba en torno a su irrupción violenta en el set analítico. De hecho, algunos consideraban que “aislarse y prescindir del proceso histórico-social, lejos de constituir una actitud neutral, es un modo activo de tomar posición” (Achard, Pereda, Casas, Pla, Viñar y Ulriksen, 1971, p.45). Este tipo de enunciados estuvo motivado por el caos social y la muerte de estudiantes universitarios a inicios de los 70. En el ámbito académico, un grupo de estudiantes y docentes del Instituto de Psicología de la Facultad de Humanidades, se interesaron en formarse para la intervención psicosocial, ya que en ese momento, el programa de formación de la licenciatura no incluía componentes específicos para esa actividad. A instancias de Yolanda Martinez9, quién conoce a Armando 10 Bauleo en Buenos Aires, se gestiona la posibilidad de formación en 9

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Yolanda Martinez, psicóloga uruguaya que integró un grupo de psicólogos que participaron en la formación de varias asociaciones como la Asociación Uruguaya de Psicología y Psicopatología de la Expresión y la Asociación de Psiquiatría y Psicopatología de la Infancia y Adolescencia del Uruguay. Armando Bauleo (1932- 2008) fue psiquiatra, psicoanalista y psicólogo social, argentino, trabajó junto a Enrique Pichó Rivière y algunos de sus trabajos más relevantes son: Ideología, grupo y familia (1970), Contrainstitución y grupos (1977) y Notas de psicología y Psiquiatría social (1988).

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psicología social primero a través de la figura de Bauleo y luego por parte del colectivo nucleado en torno a Pichón Rivière11. El grupo receptor, formado por Yolanda Martinez, Nieves Labruscherie, Martha Olivera y Alejandro Scherzer12, eran algunos, docentes del Instituto de Psicología, otros de la formación de técnicos en Psicología Infantil y todos integrantes de la Asociación Uruguaya de Psicología y Psicopatología de la Expresión13 (en adelante AUPPE). Los contactos en la vecina orilla, luego de la venida de Bauleo durante 1966 y 1967, buscaron contar con presencia de Pichon Riviere en Montevideo. Esto no fue posible y desde la Escuela de Psiquiatría Social continuó viniendo Bauleo y durante 1968 y 1971, se sumaron Hernán Kesselman, Gregorio Baremblitt y Juan Carlos de Brasi14. El grupo de la Escuela de Psiquiatría Social llegó a Montevideo con una propuesta sistematizada e institucionalizada, con la lógica de formación de grupos privados. Esto provocó que ya en los primeros años, se instalase el planteo del pago por la formación, lo que significó un punto de tensión con Carrasco y su propuesta universitaria de raíz extensionista. Otro acontecimiento difícil en esa coyuntura fue la decisión que tomó la directiva de AUPPE de realizar un análisis institucional en la asociación. La decisión tuvo el voto contrario de Carrasco y Mauricio Fernandez15; en definitiva, la fractura que se generó en AUPPE se continuó hasta su posterior disolución. 11

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Enrique Pichon Rivière (1907-1977), psiquiatra y psicólogo social argentino. Su perspectiva psicosocial aportó al desarrollo de la psicología social en el Río de la Plata, destacándolo como uno de los intelectuales mas influyentes en el campo de la psicología. Alejandro Scherzer, médico y psiquiatra uruguayo. Tuvo un rol importante en la recepción y divulgación de la psicología social en el Uruguay. Fue Decano de la Facultad de Psicología de la Universidad de la República durante 1994 y 1998. Algunos de sus trabajos se pueden encontrar en: http://alejandroscherzer.com/psicosocial/ La AUPPE se fundó en 1963 y sus actividades se enfocaron a la prevención y promoción en salud a través de talleres de expresión, al tratamiento a psicoterapéutico desde el enfoque de la psicoterapia dinámico-expresiva y diagnóstico de desarrollo por medio de la Escala Montevideo. Entre sus fundadores se encuentran Mauricio Fernández, Juan Carlos Carrasco y Yolanda Martinez. Baremblitt y Kesselman formaron parte del Grupo Plataforma en Argentina y los tres integraron el movimiento grupalista, movimiento que reflejó en la publicación de Lo Grupal un pensamiento y un hacer ético y político singular que permitió en el Río de la Plata transitar hacia versiones críticas de la psicología y del pensamiento social. Mauricio Fernandez (1923-2016), médico uruguayo estudioso de la psicología, junto a Juan Carlos Carrasco idearon la creación del Primer Instituto de Formación

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El escenario de la psicología social en Uruguay contó en la segunda mitad de los 60, con la presencia de dos ‘modalidades’ de concebir y hacer psicología social. Por un lado, la representada en las figuras de Carrasco y Mauricio Fernández y por otro, en Bauleo y el colectivo pichoniano. En torno a estas dos modalidades, permanecían vinculados y mezclados, aquellos interesados por formarse en psicología social, habitando un espacio donde la brecha que comenzaba a aparecer, se convertiría en diferencias insalvables, volviendo irreconciliables a ambas modalidades y a sus referentes principales, quedando en un lugar delicado, entre esas disputas, aquellos que formaron parte de ambos circuitos. Las actividades de Bauleo en Montevideo alcanzaron un grado de institucionalización tal, que contó con un plan formativo, un establecimiento edilicio y un grupo de personas interesadas que fue en aumento. La formación que brindó a través del curso de Psicología Social y Grupos Operativos y que se dio en la Asociación Cristiana de Jóvenes, contó con el trabajo práctico en los grupos de líderes de la ACJ y permitió la formación en coordinación y observación de grupos. En 1971 se organizó una mesa redonda en la Facultad de Humanidades y Ciencias en las que participaron Carrasco, Caparrós, Bauleo y Bleger, “Y ahí se organiza, confesado posteriormente, décadas después, de que el objetivo era confrontar a Bauleo por parte de Carrasco” (Alejandro Scherzer, 9 de octubre 1998). Las discrepancias y disputas entre Carrasco y Bauleo se dieron en torno a múltiples temas, que fueron desde las posiciones ideológicas y políticas, hasta la posición más crítica de Carrasco frente a el dispositivo psicoanalítico y la relación con lo monetario. El dinero, como analizador o excusa, sirvió para argumentar, actuar y definir posiciones. Sintetizó el enfrentamiento de dos modalidades de pensar y hacer psicología, puso en cuestión las posiciones frente a la producción y aplicación del conocimiento, el relacionamiento con los usuarios y evidenció la tensión entre aquellos alineados a la propuesta universitaria y quienes utilizaron como plataformas a las instituciones privadas. Cuando planteamos la escisión entre universidad e instituciones privadas, no debemos desconocer tampoco, el interés existente en que la perspectiva pichoniana ingresara al ámbito universitario, y la resistencia que esto provocó en parte del Instituto de Psicología, dirigido por Carrasco. En ese sentido, las diferencias emergieron como parte de un proceso en el que las posiciones de los Preescolar, lo que desde 1956 fue el Colegio y Liceo Latinoamericano. En 1972 se exilió en Chile y falleció en ese país.

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actores fueron variando y transformándose hasta provocar el distanciamiento. En 1972 ha solicitud de Bauleo y mediado por Alejandro Scherzer, se realizó un encuentro entre los dos referentes, que nada indica que se hayan salvado las diferencias. En ese mismo año, 1972, el año previo al golpe de Estado, se creó el Centro de Psicología Social. Con alumnos formados en los cursos de la Asociación Cristiana de Jóvenes funcionó por cerca de un año, debido a las dificultades para reunirse por causa de las medidas restrictivas de la dictadura. Luego algunos de ellos pasaron a formar parte del Centro de investigación y Orientación Psicológica Integral (en adelante CIOPI). Sylvia Castro16 dice: “trabajaban con el modelo clásico, en instituciones educativas, digo clásico porque mantenían un gabinete donde se estudiaban a los chicos...en técnicas de psicodiagnóstico” (Entrevista a Sylvia Castro, s/f, 1998). El ingreso de Castro y de Sergio Marrero le aportaron al CIOPI una mirada institucionalista adquirida en la formación en la ACJ. Un año después del inicio de la dictadura, algunos integrantes de las primeras experiencias de formación en psicología social (Caprario, Martinez, Sienra), fundaron el Instituto de Psicología y Orientación Familiar (IPOF). La creación de instituciones privadas ligadas a la intervención profesional resultó parte del proceso de institucionalización de la psicología social, proceso que vió truncado su desarrollo en el ámbito universitario debido a la intervención, que en 1973, efectuó la dictadura cívico-militar. Se perdía con el cierre definitivo del Instituto de Psicología, una forma de relacionamiento de la psicología con la comunidad, mediada por la extensión universitaria. En un informe de la Universidad intervenida sobre el Instituto de Psicología se menciona que su Director Juan Carlos Carrasco ‘había dejado su cargo y abandonado el país17’, que los administrativos y otros docentes de la Facultad de Humanidades y Ciencias solicitaban que ‘sacaran psicología de la institución’, y que el estudiantado rompió muebles, hizo pintadas, “muchas son las anécdotas que dejaron estos jóvenes estudiantes y mucho el desaliento que crearon en quienes realmente querían estudiar” (UdelaR, 1975, p. 6). 16

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Sylvia Castro es psicóloga y fue profesora titular de Psicología Social desde 1988 hasta 2005. Fue Decana de la Facultad de Psicología durante el período de 2005 al 2007. El ‘abandono’ que menciona el informe, es una imagen retorcida de la persecución que sufrieron militantes universitarios y en el caso de Carrasco, el abandono estuvo motivado por la inminente posibilidad de su captura y encarcelamiento.

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Muchos estudiantes y docentes de aquella época le dieron a la formación en psicología y a la práctica que desarrollaron desde la universidad una impronta política muy fuerte. El cierre del Instituto de Psicología marcó el corte de un proceso de formación e interés en la cuestión social que fue difícil de recuperar durante el período dictatorial. En setiembre de 1975, por decreto Ministerial, se creó la Escuela Universitaria de Psicología (en adelante EUP). Intervenida por la dictadura, con un programa ligado a la psicología de inicios de los 60, con tendencia hacia la psicología experimental y con la dirección del Dr. Psiq. Mario Berta. El plan de estudios de la EUP de 1977 incluyó una nueva versión de la psicología social. La materia se cursaba en el cuarto año de la carrera y en una modalidad teórica -práctica anual. El contenido incluía: análisis experimental crítico de las interrelaciones humanas. Hallazgos experimentales en Psicología Social y sus aplicaciones para el mejoramiento de la tecnología de las comunicaciones en el desarrollo comunitario y en la administración de personal dentro de las instituciones. El valor de la Psicología Social en la crítica del lenguaje literario y musical. (UdelaR, 1979, p. 13)

La formación en psicología social de la EUP, poco tuvo que ver con la de los años 60, que lejos de extinguirse con la represión dictatorial, se desplazó donde el exilio llevó a sus referentes y en otros casos, se transmitió en pequeños grupos de formación. El caso de la Psicología Crítica Alternativa es singular, ya que su principal referente Juan Carlos Carrasco, situó la perspectiva y su accionar desde el ámbito universitario y con ciertos lineamientos que claramente evidenciaron un posicionamiento ético, estético y político arraigado a la experiencia local. De todas formas, la experiencia del exilio, le permitió continuar con cierta práctica psicológica con grupos de exiliados a la vez que sistematizar los desarrollos de la Psicología Crítica Alternativa, sin llegar a la institucionalidad que logró el grupalismo.

El escenario democrático y la expansión de la psicología social Finalizada la dictadura cívico militar en 1984, el escenario democrático sirvió de plataforma de recepción de una multiplicidad de

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enfoques y teorías de la psicología y específicamente en psicología social. Debido a la variedad adquirida por el campo ‘psi’ de ese momento, vamos a tener en cuenta cuatro aspectos para presentar el nuevo escenario post dictadura: la apertura democrática, los centros de formación privada, la formación de Psicología Social en la Universidad de la República y el escenario editorial de la Psicología Social. Estos cuatro aspectos no agotan las experiencias, los agrupamientos, las instituciones y los desarrollos que componen el espacio de la psicología social. Apertura democrática Una atmósfera diferente, una nueva sensibilidad, experiencias, discusiones y movilizaciones, la actualización de los reclamos y las luchas por la emancipación en los 60 y 70 en América Latina, así como de los enfrentamientos con las dictaduras de los 70 y 80 en el continente, transversalizan la experiencia académica en general y de manera particular, las Psicologías en el Sur de América. Las actividades de militancia política, la discusión sobre la violencia de Estado, las demandas de las organizaciones sociales, barriales, las demandas de psicoterapias de militantes resonaban en Europa y en América Latina. Autores que reflexionaban sobre las condiciones social-históricas de las producciones subjetivantes circulan en las Facultades, grupos de estudios, el institucionalismo, la antipsiquiatría, las teorías de grupos rasgan las prácticas psi antes, durante y en los primeros momentos de la transición democrática. Política y vida, cambio social y psicología, movilización social y clínica, organizaciones, barrios, forman el plano consistente de ese momento (Saidón, 2012). La apertura democrática invadía todo o componía todo, la liberación de las presas y los presos políticos, la desclasificación de las personas codificadas durante la dictadura según grados de peligrosidad, el retorno de los exiliados, la restitución de los destituidos, la desclandestinización, la búsqueda de los desaparecidos, la elecciones nacionales, la reapertura del parlamento, los proyectos de reactivación de la economía, la salud, la educación y el trabajo, como primeros pasos de aplicación de “recetas” mundiales neoliberales. La dimensión social-histórica impulsa la producción de la Psicología Social en varias direcciones: conceptual, en sus intervenciones y en la formación privada y pública universitaria. Los centros de formación privada Los centros de formación en psicología social, de carácter privado, fueron una iniciativa de colectivos que intentaron recuperar

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líneas de formación coartadas por la dictadura, a la vez que se actualizaron con las nuevas producciones que los centros de producción europeos, básicamente el pensamiento francés, elaboraron mientras América Latina y especialmente Uruguay estuvieron a espaldas de los desarrollos y redes académicas internacionales. Uno de los espacios de formación en psicología social fue el Centro de Investigación, Formación y Asistencia en Psicología Social y Grupal “Enrique Pichón Rivière” (en adelante CIFA). El CIFA planteó en el primer número de su revista, en octubre de 1988 que: se propone crear un espacio para múltiples encuentros entendiendo que hay un lazo que une en la preocupación por la “cuestión social” y una psicología social que vincula al sujeto con su capacidad de crítica social. Agrega que este espacio fue sacudido desde estructuras de poder y eso significó que el trayecto de la Psicología Social no fue ascendente y continúo, sino lleno de sobresaltos, con cierres y aperturas Y que a pesar de esto cuando un grupo se cerraba, otro nacía. (CIFA, 1988, p. 3)

En ese primer número de la revista, se alude a la importancia de los aportes en el inicio de los desarrollos de la psicología social en Uruguay de Armando Bauleo, junto a Kesselman, Pavlovsky, Baremblitt, y De Brasi. El CIFA se inauguró en octubre de 1984; en la conmemoración de su segundo aniversario, Sylvia Castro se encargó de la apertura y sintetizó la perspectiva de ese centro diciendo: “..se entrelazan la vida y la muerte. Tiempo vivido y tiempo perdido (… ) por un instante en que nos reconocemos, todo está adentro y al mismo tiempo está afuera, presente que articula pasados y futuros” (Castro,1988, p.8). Perspectiva y memoria, ese día a su vez se cuelga una placa recordando a Enrique Sobrado18, quien fue un actor central en esta historia de la psicología social y fundador del centro. La historia de este centro y sobre todo de sus objetivos, así como su adscripción a la concepción operativa de grupos se encuentra enraizada a los procesos de formación en psicología de las décadas del 60 y 70 en nuestro país, no solo por su enfoque, sino por la definición de 18

Enrique Sobrado (s/d), fue un psicólogo argentino radicado en Uruguay. Tuvo una intensa actividad profesional, fue docente de psicopatología en la Escuela Universitaria de Servicio Social y de psicología en la cátedra de psiquiatría de la Facultad de Medicina.

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incluirse en la Universidad. A fines de los 80 los integrantes del CIFA resolvieron disolver la institución y continuar su labor de enseñanza en el marco de la Universidad Otra de las instituciones que se funda a inicios de la década de los 80 es la Sociedad Uruguaya de Terapia Familiar (en adelante SUTEFA). Esta institución compartía con el CIFA el trabajo con la técnica operativa de grupo y desarrolló su especificidad en la terapia familiar. Alejandro Scherzer expresa sobre la creación de SUTEFA que: “Acá (en Uruguay) se funda, armamos un taller, el Taller Montevideo, estaban Carlos Saavedra, Mercedes Pérez, María del Carmen Nogueira y yo. Fue un poco el precursor de la SUTEFA, la Sociedad Uruguaya de Terapia Familiar” (Alejandro Scherzer, 9 de octubre 1998). Estas dos instituciones, además de compartir la concepción teórico-técnica, compartían una historia común, muchos de los actores involucrados en la creación de estos centros, participaron de los espacios de formación en la ACJ, por los años 70. En la misma línea de formación en la técnica operativa de grupo, pero incluyendo la novedad de las perspectivas institucionalistas, se creó el Taller de Análisis Institucional y Grupo Operativo (en adelante TAIGO). El recorrido de institucionalización de este centro de formación viene desde inicios de los 80 en la ciudad de México y de la mano de Beatriz Lapolla y Joaquín Rodriguez Nebot19, quienes nominan el proceso de conformación del TAIGO, como el pasaje del Taller de Aprendizaje e Investigación en Grupo Operativo a Taller de Análisis Institucional y Grupo Operativo, un periplo que va desde México a Montevideo (Lapolla y Rodriguez Nebot, 1987/2010). El proceso de creación del TAIGO difiere de los procesos locales, pero al igual que los demás centros, hunde sus raíces en la formación pichoniana. El Taller de Aprendizaje e Investigación en Grupo Operativo se creó como una institución de enseñanza de la teoría y técnica de grupo operativo en 1983. Debido a una serie de avatares de la institución, se comenzó a buscar aportes en los desarrollos del Análisis Institucional con el objetivo de instituir dentro del centro creado, las propuestas del Análisis Institucional y así producir una 19

Joaquín Rodríguez Nebot ( 1953),psicólogo y psicólogo social formado en la Escuela de Psicología Social de Buenos Aires. Fue Profesor Titular de la Facultad de Psicología hasta el año 2017.

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convergencia epistemológica del Análisis Institucional y las proposiciones pichonianas. Esta concepción del nuevo TAIGO, arribó a Uruguay en épocas de apertura democrática y se instaló en Montevideo como centro de formación en la teoría operativa de grupos y con la incorporación de los desarrollos franceses en el campo del análisis institucional, así que esta institución aportó un sesgo innovador al panorama de la psicología social local. La formación en Psicología Social en la Universidad de la República La transición democrática y universitaria estuvo signada por la creación de una nueva institucionalidad, tanto para la Universidad en general como para la psicología en particular. A la salida de la dictadura la formación universitaria en psicología se brindaba en dos espacios, la Escuela de Tecnología Médica, donde egresaban los Técnicos en Psicología Infantil y la Escuela Universitaria de Psicología, de donde se egresaba con la titulación de psicólogos. Existía, además, una formación alternativa durante la dictadura en el Instituto de Filosofía Ciencias y Letras, que posteriormente se convertiría en la Universidad Católica del Uruguay. Esto mostraba una clara dispersión en la formación de profesionales en psicología, diversidad en los contenidos transmitidos y diferencias en las titulaciones otorgadas. Para allanar este problema, desde los diferentes sectores de la psicología se propuso la creación de un Centro Único. En octubre de 1985, Juan Carlos Carrasco, en calidad de Director (restituido) del Instituto de Psicología le hace llegar una carta al Rector de la Universidad solicitándole la creación del Claustro General de Psicología. En 1988 se crea el Instituto de Psicología de la Universidad de la República (en adelante IPUR), iniciándose una nueva etapa para la psicología universitaria, que tendrá un hito importante en 1994, con la creación de la Facultad de Psicología (Chavez, 1995). La implementación del nuevo centro y su plan de estudios se dio en pleno auge del neoliberalismo en América Latina, por lo que fueron moneda corriente, los recortes presupuestales para la Universidad, la escasez de recursos de equipos docentes y se dio un fenómeno regional, la explosión de la matrícula estudiantil.

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En esas condiciones se dio la formación universitaria en Psicología, cuestión que hacía que la Psicología Social tuviera una intensa dinámica. El desmontaje de planes anteriores, tanto EUP y Psicología Infantil y el montaje del plan de estudios del IPUR, así como la ausencia de partidas presupuestales para funciones como la extensión y la investigación, y de políticas estratégicas fuertes, en estas condiciones, hizo que los equipos docentes se agruparan en cursos, priorizando la función de enseñanza. En la nueva estructura académica del IPUR, se creó el Área de Psicología Social. El objetivo general del Área fue: “Propender al desarrollo universitario de la Psicología Social en la investigación, docencia y extensión, con la finalidad de elaborar, producir y transmitir conocimientos específicos de Psicología Social dentro del IPUR y participar en la comunidad”. (Castro, 1994, p.40) La expresión del Área de Psicología Social en el nuevo plan de estudios se daba específicamente en el tercer y cuarto ciclo de la formación. El Curso de Psicología Social (Tercer Ciclo) era anual y de dos horas semanales, de carácter teórico-práctico e incluía un contenido temático básico sobre Psicología de los ámbitos y del vínculo. En el ciclo siguiente, el curso era de Psicología Grupal e Institucional, con una carga de dos horas semanales durante un semestre, con la posibilidad de profundizar el segundo semestre con tres horas semanales. Los contenidos referían a psicología de grupos, organizaciones e instituciones (Castro, 1994). Otra de las expresiones de la psicología social en la formación del IPUR fue el curso de Introducción a las Técnicas Psicoterapéuticas. En el proyecto para la encargatura del curso de Introducción a las Técnicas Psicoterapéuticas, aprobado por el Consejo de la Facultad de Psicología de la UdelaR en diciembre de 1994, Rodríguez (1995) propone conceptos y acciones propias de la Psicología Social del Río de la Plata20. Estableciendo que las psicoterapias son el estudio, la investigación y las acciones terapéuticas sobre la subjetividad, Rodriguez (1995) propone un estatuto epistemológico múltiple, donde entran en diálogo autores como Derrida con la idea de la diseminación del objeto de conocimiento, Deleuze con la propuesta de las teorías parciales y Bordieu 20

Se denomina de esta manera a los diferentes procesos de formación y producción en psicologia social que se dieron entre los colectivos situados a ambas márgenes del Río de la Plata, situados básicamente en Buenos Aires y Montevideo.

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con el planteo de los campos de trabajo, la construcción de escalas de análisis y de distinciones. La dimensión epistemológica le servía para construir una topografía donde destacaban tres vectores: espacio-tiempo, franjas etarias y psicopatología, lo que habilitaba al entrecruzamiento entre lo individual, pareja-familiar, grupal, institucional, con niñez, adolescencia, adultos, tercera edad y las categorías de neurosis, psicosis y borderline. La propuesta de Rodriguez rescataba el valor innovador que tuvieron los desarrollos de autores rioplatenses en las intervenciones psicoterapéuticas, a saber: Pichón Rivière, Bleger, Bauleo, Baremblitt, Scherzer y Galeano (Rodríguez,1995). Los anclajes de la psicología social en el plan de estudios del IPUR, y luego de la Facultad de Psicología, tanto en los cursos de psicología social como de psicoterapéuticas, permiten un rápido referenciación a genealogías diferentes, cada una con sus actores, instituciones y circunstancias particulares. A la vez, propiciaron la recepción de un repertorio de autores inaccesibles durante la dictadura y que de cierta manera ayudaron a una lenta actualización con el circuito internacional, recostado fuertemente sobre la producción francesa, con autores como Lourau, Castel, Lapassade, Foucault, Derrida, Deleuze, Guattari, Castoriadis, entre otros. El escenario editorial de la Psicología Social (80-90) El aumento de la producción teórica, las inserciones profesionales en diferentes organizaciones públicas y privadas, la presencia en la Universidad de la República y el crecimiento de quienes adherían a la Psicología Social en nuestro país, resultó un fenómeno constatable en diferentes escenarios hacia fines de los 80 y mediados de los 90 del siglo pasado. La transición democrática, como expresamos más arriba fue compleja y multifacética y el caso de la Psicología Social de inspiración pichoneana e institucionalista, no fue ajeno a la textura histórica. Un escenario que muestra este proceso es el editorial. Si bien no presentaremos un recorrido exhaustivo, podemos afirmar que las publicaciones tuvieron un crecimiento importante y se publicaron títulos en tres editoriales principalmente, que concentraron, la casi totalidad de la producción. Estas fueron Imago, Banda Oriental y Multiplicidades. Tomaremos algunos ejemplos solo con la intención de señalar este desarrollo. La editorial Imago, por ejemplo, perteneciente a Enrique Sobrado, promovió la publicación de diferentes producciones en el

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campo de la psicología y específicamente en psicología social. Se destacan en este plano dos producciones, una de autoría de Sobrado: Acerca del ser sujeto, de noviembre de 1978 y una recopilación a cargo de Bauleo donde participaron quienes formaron parte de sus cursos, titulado: Grupo operativo y psicología social. De Ediciones de la Banda Oriental se destacan las producciones de Alejandro Scherzer: Emergentes de una psicología social sumergida, de mayo de 1987 y La familia, grupo familiar e instituciones: desde la práctica hacia la salud, del año 1994. Finalmente, se destaca la editorial Multiplicidades, que en un primer momento del emprendimiento editorial se denominó Signos, nucleó y editó la producción de docentes universitarios vinculados a los espacios de la psicología social en la formación de grado universitaria. En febrero de 1991, a través de la editorial Signos se publicó uno de los primeros textos que inaugura una producción de una Psicología Social universitaria, titulado Multiplicidades. Los autores pertenecían a diferentes cursos del IPUR. Tres de ellos fueron directores y decanos del IPUR y la Facultad de Psicología de la UdelaR, Alejandro. Scherzer, Víctor Giorgi21 y Sylvia Castro. En agosto de 1994 se publica Psicología Social en el Proyecto Universitario, de Sylvia Castro, en Multiplicidades. Este texto juega un papel importante porque será el proyecto de organización de las actividades universitarias del Área de Psicología Social de Facultad de Psicología durante un largo período. En 1995 Multiplicidades editó: Dimensiones de la Grupalidad, en el que participaron autores vinculados al Área de Psicología Social de la Facultad de Psicología, Sylvia Castro, Leonael Elola, Gabriel Galli, Alfonso Lans, Alejandro Raggio y un invitado de Argentina, Juan Carlos De Brasi. Ese mismo año se publicaron las producciones de Joaquín Rodríguez Nebot: En la Frontera, Trabajos de Psicoanálisis y Socioanálisis y de Alfonso Lans: Subjetividad y transformación social: Historias de la grupalidad. El escenario editorial fue un espejo del proceso de institucionalización universitaria de la psicología social y la posibilidad de divulgar el reportorio de temas, enfoques y experiencias que 21

Victor Giorgi (1952) es psicólogo, fue Profesor Titular y Decano de la Facultad de Psicología en dos períodos 1999 - 2003 y 2003 – 2005. Fue presidente del Instituto del Niño y Adolescente del Uruguay durante el 2005 y el 2009. Actualmente ocupa la Dirección General del Instituto Interamericano del Niño, la Niña y Adolescentes, Organismo Especializado de la OEA en materia de niñez y adolescencia.

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configuraron en las décadas de los 80-90 el campo de la psicología social universitaria.

Conclusiones El proceso de conformación de la corriente, subdisciplina o perspectiva denominada psicología social a nivel local, ha tenido la impronta de haber sido profundamente situada, social e históricamente. El encuentro con las diferentes versiones de la psicología aplicada en el trabajo en instituciones o comunidades tuvo en primera instancia una recepción crítica de las mismas. Las propuestas vinculadas a la experimentación o arraigadas al set analítico no configuraron para cierto sector de profesionales o académicos la oportunidad de intervenir sobre lo social. La inconformidad con el mainstream de la psicología del momento, motivó el avance sobre la elaboración de una perspectiva propia y posteriormente, el encuentro con otras versiones provocó las disputas y controversias propias de la construcción y conquista de las jurisdicciones disciplinarias (Abbott, 1988). Esa disputa mostró en el campo de la psicología social, lo que había acontecido ya entre la psicología estadística de Rimoldi y la experimental de Berta, una nueva versión del clásico rioplatense, la disputa por la dirección y el control de la jurisdicción de la nobel disciplina por parte de los actores locales a inicios de la década del 50. Con el tiempo, la hibridación rioplatense fue un hecho, y la perspectiva grupalista dominó el escenario local, rememorando otra escena de la psicología autóctona, la recepción del psicoanálisis en el Uruguay de la mano de referentes argentinos (Freire, 1988). El ensamble rioplatense no implicó un traslado de la versión argentina sobre el territorio uruguayo, sino que fue una composición donde las producciones locales y más que nada, la institucionalización local de la psicología social, se dio con la referencia explícita de la Universidad de la República como faro ético y político. Las organizaciones privadas no permanecieron operativas mucho tiempo luego de la vuelta de la democracia, fue el ámbito universitario el que albergó a quienes se formaron en los espacios experienciales de AUPPE y en los cursos de la ACJ, ensamblando los elementos de cada una de aquellas modalidades que, en definitiva, permitieron elaborar una psicología social universitaria.

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Referencias Abbott, A. (1988). The System of Professions. An Essay on the Division of Expert Labor. Chicago: The University of Chicago Press. Achard, L,. Pereda, A., Casas, M., Pla, J.C., Viñar, M. y Ulriksen, M. (1971). Crisis social y situación analítica. En Langer, M. Cuestionamos. Buenos Aires: Editorial Granica. Alejandro Scherzer, 9 de octubre 1998. Entrevista realizada por Chavez, Picos e Irrazabal. Ardao, A. (1945/1994). Filosofía pre-universitaria en el Uruguay: De la escolástica al socialismo utópico 1787-1842. Montevideo: Fondo de Cultura Universitaria. Bralich, J. (1991). Historia de la Universidad. Montevideo: Editorial Multiplicidades. Carrasco, J. C. (1966). Palabras de clausura. En Primeras Jornadas Nacionales de Psicología Infantil. Montevideo: Facultad de Medicina. Carrasco, J.C. (2010a/1983). Análisis crítico de una práctica personal y propuestas alternativas. En Aportes II. Comentarios sobre una práctica psicológica 1959-2008. Montevideo Carrasco, J.C. (2010b/1983). Psicología Crítica Alternativa. En Aportes II. Comentarios sobre una práctica psicológica 1959-2008. Montevideo Castro, S. (1988). Palabras de apertura. En C.I.F.A. (1988). Revista del C.I.F.A/Centro de Investigación, Formación y Asistencia en Psicología Social y Grupal “Enrique Pichón Riviere”, pp. 8-12. Montevideo: Imprex. Castro, S. (1994). Psicología Social en el Proyecto Universitario. Montevideo: Ed. Multiplicidades. Entrevista a Sylvia Castro, s/f, 1998. Entrevista realizada por Chavez, Picos e Irrazabal. Chavez, J. (1995). La creación de la Facultad de Psicología. En Universidad e Historia de la Psicología en el Uruguay. Montevideo: Ed. Multiplicidades. Chavez, J. (2016). La psicología en la construcción de ciudadanía del Uruguay moderno. Revista de Historia de la Psicología, 37, 23–31. C.I.F.A. (1988). Revista C.I.F.A./Centro de Investigación, Formación y Asistencia en Psicología Social y Grupal “Enrique Pichón Riviere” Montevideo : Imprex. Danziger, K. (2009). Universalism and Indigenization in the History of Modern Psychology. En Brock, A. Internationalizing the History of Psychology (pp. 208-225). New York: New York University Press. Foucault, M. (1999). Estética, ética y hermenéutica: Obras esenciales, Volumen III. Barcelona: Paidós. Freire de Garbarino, M (1988) Breve Historia de la Asociación Psicoanalítica del Uruguay. En Revista Uruguaya de Psicoanálisis- Noviembre, 1988- pp3-10. Lapolla, B., Rodriguez Nebot, J. (1987/2010). El análisis institucional, los grupos operativos y la vida cotidiana. En Rodriguez Nebot, J. Clínica y Subjetividad, pp.201218. Montevideo: Editorial Psicolibros. Latour, B. (1992). Ciencia en acción. Cómo seguir a los científicos e ingenieros a través de la sociedad. Barcelona, España: Editorial Labor. Pecheux, M. (1990). Estrutura ou acontecimiento. Campinas: Pountes Editores. Picos, G. (2005). (una) historia de la psicología crítica alternativa. Cartografía sobre la vida y obra del Prof. Juan Carlos Carrasco. Montevideo: Psicolibros. Raj, K. (2007). Relocating Modern Science. London: Palgrave Macmillan.

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10 Abrapso e Silvia Lane: uma história que se imbrica Ana Mercês Bahia Bock No início dos anos 2000 tive a oportunidade de sentar e conversar com Silvia Lane sobre a criação da ABRAPSO. Esta conversa ficou registrada em uma publicação sobre a psicologia social (LANE e BOCK, 2003). Em 2006, Silvia faleceu aos 73 anos. A ABRAPSO, oficialmente criada em 10 de julho de 1980, mantém-se viva e constitui-se como uma entidade de referência que aglutina um grande conjunto de professores, pesquisadores, profissionais e estudantes interessados nos debates que haviam sido plantados nos idos dos anos 1970. Mas, sem dúvida, a história da ABRAPSO está intimamente relacionada a Silvia Lane, seu trabalho, suas inquietações e suas relações pela América Latina1. Silvia Tatiana Maurer Lane professorou na PUC de São Paulo. Foi diretora do curso de psicologia e instalou, ali, em 1972, o programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, Como professora e como pesquisadora foi inquieta e ousada quanto às relações que a psicologia mantinha com a sociedade brasileira e com a América Latina; insatisfeita com as concepções de humano que estavam na base da psicologia e da psicologia social. Havia, nos anos 1970, uma Associação Latino-americana de Psicologia Social (ALAPSO), criada em Congresso da Sociedade Interamericana de Psicologia (SIP), no Uruguai, com Aroldo Rodrigues indicado para sua presidência. Entidade frágil, com poucos associados, com poucas presenças em suas assembleias e com eleições pouco concorridas. Em 1976, em Miami, Marilia de Andrade2 e Silvia Lane foram eleitas, 1

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Este texto está baseado no texto já referido de construção conjunta minha com Silvia Lane e publicado em 2003, sob o título ABRAPSO – uma história da Psicologia Social enquanto práxis. Os dados da publicação encontram-se nas referências. Antonieta Marilia Oswald de Andrade, bacharel em psicologia, mestre e doutora em psicologia social pela PUC RJ e Columbia University, EUA respectivamente. Dedi-

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respectivamente, para vice-presidente e tesoureira da zona do Atlântico Sul, período de 1976-79. Mas as dificuldades de desenvolvimento da ALAPSO eram grandes. No entanto, a Associação Venezuelana de Psicologia Social (AVEPSO) caminhava bem, fortalecendo-se em seu país, aglutinando um conjunto grande pessoas e debatendo assuntos de extrema importância, relacionados a relação da psicologia social com as demandas da sociedade. Isto fazia com que, aos poucos, se fosse entendendo que a estratégia correta estava em fundar associações de psicologia social em cada país. Em julho de 1979, em Lima, Peru, em novo Congresso da SIP, surge a ideia de construir a Associação Brasileira de Psicologia Social, dando forma e concretude à análise e projeto de construção de associações por país. Alberto Abib Andery3 e Silvia Lane estavam lá e, ao voltarem ao Brasil, conheciam a tarefa que deveriam realizar: criar a ABRAPSO como forma de fortalecer a organização dos psicólogos que atuavam e pesquisavam na área da psicologia social, criando espaços para o diálogo e o avanço desse campo. O Brasil não estava sozinho. No Peru, Gladys Montecino trabalhava no resgate da literatura indigenista; no México, Carmen Myer y Teerã buscava na sociologia a possibilidade de uma psicologia social crítica; a Venezuela mantinha seu trabalho na AVEPSO com Maritza Montero. Estas contribuições foram importantes para a construção, no Brasil, a partir do trabalho de Silvia Lane e Alberto Abib Andery na PUC de São Paulo, da chamada psicologia social comunitária. O Chile também fez sua experiência e sua entidade foi fechada pela ditadura Pinochet. Na PUC de São Paulo, estes dois professores, associados em seguida a Odette de Godoy Pinheiro4, passaram a debater e experimentar

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cou-se posteriormente à dança. Pós-Doutorado em Dança (Laban Centre / Londres,1991) Pesquisadora e professora universitária nas áreas de Psicologia e Dança. Idealizou e implantou o Departamento de Artes Corporais e o Curso de Graduação em Dança da UNICAMP. Nos anos 70, colaborou significativamente com Silvia Lane e outros para a organização da psicologia social na América Latina. Alberto Abib Andery era psicólogo e professor no curso de psicologia do Sedes Sapientiae e posteriormente na Faculdade de Psicologia da PUCSP, quando da união destes dois cursos. Teve importante participação na construção da área de psicologia comunitária na PUCSP e como parceiro de Silvia Lane na construção da ABRAPSO. O prof Abib era padre e afastou-se da PUC para dedicar-se ao sacerdócio na região da Brasilândia/SP. Faleceu em dezembro de 2016. Odette de Godoy Pinheiro é psicóloga e foi professora no curso de psicologia da PUCSP, onde dirigiu o curso e ocupou vários cargos importantes de representação e administração. Odette teve, comno diretora do curso, papel importante no avanço do curso de psicologia na direção da psicologia comunitária (anos 80) e das políticas pú-

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espaços acadêmicos de estágio e pesquisa que pudessem indicar um novo caminho para a Psicologia Social. Algumas experiências foram importantes: Abib ministrou uma disciplina no curso de psicologia que se chamava “Caracterização sociopsicológica do trabalhador brasileiro.” Silvia ofereceu uma disciplina que se chamava “Estudos Livres”, onde os alunos escolhiam temas para investigar e estudar. Os temas eram de escolha dos alunos mas deveriam versar sobre questões sociais brasileiras, incentivando o debate sobre a realidade do país; Odette buscava formas de intervenção a partir dos conhecimentos da clínica e da avaliação psicológica que pudessem aproximar a psicologia da população pobre em São Paulo. Em 1972, o setor de Pós-graduação da PUCSP instalou seu mestrado em Psicologia Social. Silvia assumiu a coordenação do Programa em 1977. Em 1978, foi criado o doutorado em Psicologia Social. Silvia Lane trabalhava em uma publicação importante para a Editora Brasiliense, em sua Coleção Primeiros Passos: O que é Psicologia Social (1980). O campo da psicologia social fervia e espalhava este calor para outros estados e outras universidades no país. Em setembro de 1979, a ALAPSO enfrentou uma disputa importante: a ideia de criar entidades em cada país não recebeu o apoio de seu presidente Aroldo Rodrigues, que se retirou do encontro deixando vitoriosa a proposta. No dia do encontro da ALAPSO, em São Paulo, acontecia o enterro do operário Santo Dias, morto pela ditadura militar brasileira. O Brasil resistia à truculência da ditadura com crescimento de movimentos sociais e fortalecimento de entidades. O momento político era difícil, mas, contraditoriamente, propício à criação da ABRAPSO, que nascia comprometida com as lutas sociais e com a tarefa de “evitar outros Santo Dias”, como afirmou a assembleia de criação da entidade. Desencadeado o processo de criação, foi nomeada uma comissão para redigir o seu estatuto e na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em 1980, no Rio de Janeiro, o estatuto foi apreciado em assembleia e aprovado, nascendo, oficialmente, a ABRAPSO. Em 1980 chegava às livrarias o livro “O que é Psicologia Social” (Lane, 1980), que indicava novos caminhos e possibilidades teóricas para a Psicologia Social. blicas (a partir dos anos 1990). Foi conselheira no CFP e no CRP SP. Hoje aposentada colabora na Fundação Aniela e Tadeusz Ginsberg; é membro associado do Instituto Silvia Lane.

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(...) a Psicologia Social estuda a relação essencial entre o indivíduo e a sociedade, esta entendida historicamente, desde como seus membros se organizam para garantir sua sobrevivência até seus costumes, valores e instituições necessários para a continuidade da sociedade. Porém a história não é estática nem imutável, ao contrário, ela está sempre acontecendo, cada época gerando o seu contrário, levando a sociedade a transformações fundamentalmente qualitativas. E a grande preocupação atual da Psicologia Social é conhecer como o homem se insere neste processo histórico, não apenas em como ele é determinado, mas principalmente como ele se torna agente da história, ou seja, como ele pode transformar a sociedade em que vive. (Lane,1980, p.10)

Silvia Lane deixava claro que estava utilizando novos fundamentos para as construções teóricas da Psicologia: o materialismo histórico e dialético. Eram novos tempos; novos paradigmas eram introduzidos na Psicologia Social e uma nova concepção de sua relação e tarefa na sociedade estava colocada. Lane ocupou a presidência da ABRAPSO. A estrutura da entidade incluía na direção vice-presidentes regionais. Em 1981, na reunião da SBPC, nova diretoria foi eleita, privilegiando o eixo Rio-São Paulo, que apresentava as melhores condições de sustentação para a entidade em crescimento. Posteriormente, pode optar por direções que estivessem em outros locais e regiões do país. Assim, Ângela Caniato levou a sede da ABRAPSO para Maringá, Paraná; Elizabeth Bomfim, para Belo Horizonte, Minas Gerais. Neste período, a ABRAPSO teve sua revista dinamizada e foram realizados encontros regionais que fortaleceram a entidade até colocá-la como uma das mais fortes entidades do campo da psicologia. Logo depois de criada, a ABRAPSO lançou o Boletim Psicologia e Sociedade, que tinha a participação em sua edição de Alberto Abib Andery, Bronia Liebesny e Odair Furtado. Era o germe da Revista Psicologia e Sociedade que, lançada posteriormente, teria Antonio Ciampa como seu primeiro editor. Encontros nacionais ocorriam bienalmente e nos anos intermediários aconteciam os encontros regionais. A qualidade dos trabalhos apresentados e dos debates que ocorriam nesses espaços demonstrava a força que a entidade adquiria. Sob a presidência de Elizabeth Bomfim, a ABRAPSO passou a realizar, a partir do final dos anos 90 e inicio dos anos 2000, simpósios internacionais, inseridos nas reuniões anuais da ABRAPSO, com a participação de pesquisadores de vários países. A revista Psicologia e Sociedade também recebeu um grande impulso, garantindo sua indexação nacional e internacional.

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A ABRAPSO abarcou trabalhos que, realizados em outras áreas da psicologia (clínica, educacional, organizacional, do trabalho, esporte, jurídica e outras), identificavam-se com o chamado da psicologia social. Pensava-se uma nova relação com as urgências da sociedade brasileira, fomentada pelas experiências da Psicologia Social Comunitária. Voltavase o olhar para as camadas pobres, para a desigualdade, para a violência, enfim para as questões emergenciais da sociedade que exigiam uma outra ciência, outra profissão e outro compromisso. A ABRAPSO havia nascido da insatisfação com a psicologia europeia e estadunidense. A Psicologia Social desenvolvida naqueles países não oferecia soluções e nem mesmo explicação para os problemas de uma sociedade marcada pela desigualdade social e pela miséria. Tornava-se necessário rever, criticamente, o conhecimento científico como práxis e construir um saber que tomasse como referência a realidade brasileira. As intenções da ABRAPSO foram sempre a construção de uma psicologia social crítica, voltada para os problemas brasileiros, acolhendo diferentes correntes epistemológicas, desde que comprometidas com a construção de uma sociedade mais justa. Lane acreditava que a Psicologia Social fortalecida em sua vertente e perspectiva críticas poderia emprestar a outras áreas uma nova concepção de humano, permitindo uma transformação mais ampla em toda a psicologia. Assim, em 1984, publicou o texto A Psicologia Social e uma nova concepção do homem para a Psicologia, verdadeiro manifesto de uma nova perspectiva epistemológica para o campo da Psicologia. O texto estava inserido em uma publicação organizada por Silvia Lane e Wanderley Codo, intitulada Psicologia Social: o homem em movimento. Estavam ali, escrevendo para uma nova psicologia social: Iray Carone, Antonio Ciampa, José Roberto Tozoni Reis, Marilia Gouvea de Miranda, José Carlos Libâneo, Alfredo Naffah, Alberto Abib Andery, além de Silvia Lane e Wanderley Codo, Na apresentação do livro, Lane afirmava “Esperamos contribuir para uma psicologia voltada para os problemas concretos de nossa realidade, tornando o profissional um agente de transformação na sociedade brasileira” (Lane, 1984, p.7). E, ao final do texto que afirmamos aqui ser um manifesto desta nova perspectiva, Lane escrevia: Toda a psicologia é social. Esta afirmação não significa reduzir as áreas específicas da Psicologia à Psicologia Social, mas sim cada uma assumir dentro da sua especificidade a natureza histórico-social do ser humano. (...) não se pode conhecer qualquer comportamento humano isolando-o ou fragmentando-o, como se este existisse em si e por si.

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Também com esta afirmativa não negamos a especificidade da Psicologia Social – ela continua tendo por objetivo conhecer o Indivíduo no conjunto de suas relações sociais, tanto naquilo que lhe é específico como naquilo em que ele é manifestação grupal e social. Porém, agora a Psicologia Social poderá responder à questão de como o homem é sujeito da História e transformador de sua própria vida e da sua sociedade, assim como qualquer outra área da Psicologia. (Lane, 1984, p. 19)

Durante mais de 35 anos de ABRAPSO pudemos acompanhar seu desenvolvimento e sua importante contribuição para a produção de uma psicologia crítica. Hoje, a ABRAPSO compõe com mais 22 entidades nacionais o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia BrasileiraFENPB, que congrega as entidades: Associação Brasileira de Editores Científicos de Psicologia (ABECIPSI), Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP), Associação Brasileira de Orientadores Educacionais (ABOP), Associação Brasileira de Psicologia do Desenvolvimento (ABPD), Associação Brasileira de Psicologia Jurídica (ABPJ), Associação Brasileira de Psicologia nas Emergências e Desastres (ABRAPEDE), Associação Brasileira de Psicologia Política (ABPP), Associação Brasileira de Neuropsicologia (ABRANEP), Associação Brasileira de Psicoterapia (ABRAP), Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE), Associação Brasileira de Psicologia do Esporte (ABRAPESP), Associação Brasileira de Psicologia da Saúde (ABRAPSA), Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP), Associação Brasileira de Rorschach e Métodos Projetivos (ASBRo), Conselho Federal de Psicologia (CFP), Coordenação Nacional de Estudantes de Psicologia (CONEP), Federação Nacional dos Psicólogos (FENAPSI), Federação Latino-americana de Análise Bioenergética (FLAAB), Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP), Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar (SBPH), Sociedade Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT), Sociedade Brasileira de Psicologia e Acupuntura (SOBRAPA) e a Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO). Além disto, a ABRAPSO é uma das muitas entidades filiadas à União Latino-americana de Entidades de Psicologia - ULAPSI. Muitas são as iniciativas da ABRAPSO e todas convergem para a construção de uma sociedade mais justa, com vida digna para todos, a partir de uma perspectiva crítica no campo da psicologia. A Psicologia Social Comunitária tomou força na ABRAPSO, que passa a ser identificada como espaço para os debates e construções na área. O desenvolvimento da consciência torna-se tema fundamental e a

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ênfase em uma psicologia que se afaste dos discursos abstratos encontrados na maior parte das teorias se torna meta. A Psicologia Comunitária não era uma criação originalmente brasileira. Nos EUA já era conhecida e o projeto MEC-USAID já estimulava e financiava projetos comunitários na América Latina. Mas a Psicologia Social Comunitária, de que falamos aqui, nascida a partir da aplicação de conhecimentos da Psicologia Social nas comunidades, era e é uma criação original dos países da América Latina, em especial aqueles que se encontravam sob ditaduras. Os profissionais que se envolviam com essa área buscavam a rua, o bairro, o grupo religioso, o sindicato, o movimento social, a comunidade. A Psicologia Social Comunitária tornava-se uma intervenção típica dos países da América Latina e se constituía em uma alternativa profissional e uma forma de enfrentamento à repressão política. Foi, sem dúvida, uma contribuição importante para o desenvolvimento de uma visão crítica na psicologia social. A Psicologia em geral e a psicologia social em especial, baseadas em uma visão dicotômica do humano, haviam se posto de costas para a realidade social; prescindiam dela. A visão predominante era a naturalizadora do humano, entendendo suas manifestações e sua organização psíquica como potencialidades, pertencentes à espécie e que, quando estimuladas adequadamente, desabrochavam surgindo como capacidades humanas. Esta visão dicotômica e naturalizada não necessitou, para suas explicações, da inclusão dos determinantes sociais. Eles entravam apenas como fatores de influência. Mesmo a Psicologia Social estudou a conduta humana quando na presença de outro, restringindo seu objeto aos encontros sociais. A noção mais ampla de sociedade, suas instituições, valores, modos de vida, classes sociais, nada disto importava ou estava incluído nas leituras da psicologia social. Seus temas eram atitude, mudança de atitude, grupos, socialização, relações interpessoais, preconceito, percepção do outro, primeira impressão...nada que se assemelhasse a uma visão ampla de uma sociedade complexa, marcada pela desigualdade social, pela dominação de classe, pela pobreza, pela ideologia e pela alienação. Pode-se dizer que era uma psicologia social fundamentalmente ideológica. São as lutas contra as ditaduras, a insatisfação com a vida vivida e com a situação de nossos países que movimentam a sociedade. Na arte, nas várias profissões e nas várias ciências há movimentos críticos. A Psicologia não escapou desses tempos e começou a ser incomodada pela pergunta “a quem estamos servindo?”. Não havia como não perceber que o momento exigia escolha, escolha de um dos lados da luta social. A Psicologia perdia a ingenuidade que havia marcado seu desenvolvimento no

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Brasil. Uma profissão e uma ciência colada aos interesses da elite que se via agora pronta para escolher a mudança “de lado”. A ABRAPSO foi uma iniciativa importante nessa direção. O movimento do qual a ABRAPSO era uma das mais importantes expressões, colocou em questão o positivismo, a neutralidade científica e a despolitização do saber e dos fazeres profissionais. O modelo experimental positivista, que oferece ao cientista a segurança do método como forma de garantia do rigor, foi questionado duramente e o que passou a importar era o compromisso com as urgências de uma sociedade, cujos cidadãos sofrem com a miséria, com a desigualdade e com a dominação. O método que se buscava era aquele que permitisse um olhar mais amplo, mais profundo, mais largo, que nos aliasse à historicidade como companheira crítica. Silvia Lane, nas suas relações com outros profissionais e pesquisadores da América Latina (Argentina, Cuba, Venezuela, Peru) não hesitou em adotar o materialismo histórico e dialético como referência. A ABRAPSO acolheu rapidamente essas iniciativas que vinham de muitos lugares do Brasil. Em Gramado, na 2ª. Reunião da Associação Nacional de Pesquisa e pós-Graduação em Psicologia, ANPEPP, em 1989, a convite de Aroldo Rodrigues, Silvia Lane defendeu as bases científicas da psicologia marxista. Criticou a base positivista do modelo experimental hegemônico e apontou o comprometimento ideológico da ciência, defendendo a base materialista dialética e histórica que o marxismo incentivava. Não se pode pensar que essa ousadia fosse unanimidade. Havia muitas resistências e o próprio Aroldo Rodrigues acreditava que se confundia ciência com política. As Universidades resistiam; outras áreas da psicologia receavam a desestabilização; a visão de que a ciência não se mistura com a política era uma crença forte, que impedia ou dificultava a aceitação da nova visão. Mas Silvia Lane e a ABRAPSO (aqui querendo reunir muita gente que resistiu junto) resistiram. Silvia incentivava seus orientandos a produzirem com base nessa nova visão. Acreditava que era com produção científica que se deveria responder. Nos anos 1990 vamos encontrar uma psicologia que afirmava, corajosamente, um novo compromisso com a sociedade e com a busca de maneiras de se produzir ciência e trabalhar profissionalmente que abandonasse definitivamente aquela psicologia positivista, neutra, apolítica, mantida de costas para as necessidades e problemas da sociedade onde se inseria. A ABRAPSO tinha papel importante nessa construção. A Psicologia crítica colocou em questão a concepção de humano que se adotava hegemonicamente. Já indicamos a importância da pu-

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blicação de Psicologia Social: o homem em movimento (1984). O que aqui registramos são os avanços dos anos 1980-90, preparando o século XXI. A sistematização, por Silvia Lane, e a continuidade dada pelos seus orientandos (Bader Sawaia, Ana Bock, Odair Furtado, Maria da Graça M. Gonçalves, Antonio Ciampa, Wanda Junqueira Aguiar, Sergio Ozella, Sueli Terezinha Martins, Luiz Fernando Bonim, Helerina A. Novo, Inara B. Leão e outros) da chamada Psicologia Sócio-Histórica é um dos indícios importantes do trabalho realizado para o alcance das metas indicadas. Pensar o humano sem fragmentá-lo e concebê-lo qualitativamente diferente dos animais são bases que permitem essa reformulação. Lane se fez acompanhar de autores como Moscovici, Poiteau, Pêcheux para fundamentar esta afirmação. A perspectiva histórica é categoria fundamental. O humano visto como produto e produtor de si e do mundo. A atividade como categoria importante para se entender a relação que se estabelece entre o humano e o mundo material, buscando compreender e explicá-los como uma totalidade dialética, sendo que eles não são a mesma coisa, não se confundem, mas a relação que estabelecem constitui a ambos. Entender o humano como histórico é concebê-lo como constituído ao longo do tempo pelas relações sociais e atividades coletivas. O humano tem natureza social. Para o fortalecimento dessas ideias, além da base marxista, Silvia Lane se fez acompanhar de autores soviéticos como Vigotski e Leontiev, bem como estabeleceu parceria com a psicologia cubana de Fernando Gonzalez Rey. Essa trajetória levou Lane à escolha das categorias atividade, consciência e personalidade como instrumentos de análise. A produção de Antonio Ciampa (seu orientando) nos anos 1980, sobre identidade como metamorfose, faria Silvia Lane substituir a categoria personalidade por identidade. A tese de Ciampa foi publicada em 1987, com o título A Estória do Severino e a História da Severina: um ensaio em Psicologia social. A desnaturalização do humano foi então se constituindo, fazendo frente a todas as concepções a-históricas e, portanto, naturalizadas, que a psicologia alimentava e que faziam dela uma ciência e uma profissão conservadoras, que não se voltavam à sociedade para compreender a gênese do fenômeno psicológico.

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Silvia Lane e a ABRAPSO deram então importância aos grupos. O trabalho comunitário fortaleceu a necessidade de estudar os grupos com novos olhos e novas ferramentas. A linguagem, a análise do discurso e das falas se tornaram tarefas importantes naqueles anos que antecederam o século XXI. Lane procurava com seus orientandos os melhores recursos metodológicos para analisar a fala dos sujeitos, pois sabia a importância dela como expressão e fonte do conhecimento da subjetividade e de sua relação dialética com a objetividade para conhecer o sujeito e o mundo na sua imbricação, na sua relação de constituição mútua. Em seguida, já nos anos 2000, Silvia Lane se voltou aos afetos. Arqueologia das emoções, de 2000, em parceria com Yara Araújo (sua orientanda), foi a publicação que informou os caminhos que Lane escolheu trilhar nos últimos anos de sua vida, retomando e aprofundando o interesse por resgatar os afetos e as emoções como categorias importantes para o estudo do psiquismo. Gonzalez Rey escreveu aí um capítulo: O emocional na constituição da subjetividade (p.35-56) A ABRAPSO refletia todas essas tentativas. Como uma entidade aberta ao novo, às novas possibilidades na busca de uma psicologia crítica, esteve sempre disponível como espaço para essas construções, experiências e debates, dando guarida a essa busca e, como associação, pode colaborar na construção de uma psicologia social crítica. Fez-se ciência construindo a ABRAPSO; organizou-se a psicologia fazendo psicologia social. Foram muitos os parceiros que Silvia Lane, aqui apresentada como símbolo do coletivo que trabalhou nestes quase 40 anos, reuniu, estimulou, incentivou, divergiu, debateu, produziu. Silvia Lane era uma professora e pesquisadora disposta a encontrar e produzir o novo. Para isto acolheu muitas e muitos pesquisadores. A ABRAPSO foi construída à sua imagem e semelhança. A ABRAPSO está composta por profissionais (pesquisadores, psicólogos, militantes, gestores públicos) e estudantes (em processo de graduação ou pós-graduação) que, por meio do ensino, investigação, atuação profissional ou difusão, contribuem para o desenvolvimento da Psicologia Social no Brasil. Seus objetivos, de acordo com o estatuto da entidade, são: 1. Congregar pessoas que se empenham no desenvolvimento da Psicologia Social no Brasil;

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2. Garantir e desenvolver as relações entre pessoas dedicadas ao estudo, ensino, investigação e práxis da Psicologia Social no Brasil; 3. Propiciar a difusão e o intercâmbio de informações sobre o desenvolvimento do conhecimento e prática da Psicologia Social; 4. Promover a integração da Psicologia Social com outras áreas do conhecimento que atuem em uma perspectiva social crítica; 5. Incentivar e apoiar institucionalmente o desenvolvimento de ações no campo social. Seus encontros regionais e nacionais se mantêm. Seus núcleos regionais são ativos e responsáveis pela realização de eventos e encontro regionais. Abrangente, atuante e posicionada, a ABRAPSO faz jus a sua história de resistência e de produção, guiada sempre pela certeza de que TODA A PSICOLOGIA É SOCIAL, no sentido de que é necessário assumir a natureza histórico social do ser humano (Lane, 1984).

Referências Abrapso. Estatuto. Site da entidade visitado em 15 de outubro de 2017. http://www.abra pso.org.br/conteudo/view?ID_CONTEUDO=547 Ciampa, Antonio da C. (1987). A Estória do Severino e a História da Severina. São Paulo: Brasiliense. FENPB, Forum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira. Site visitado em 15 outubro de 2017. http://www.fenpb.org/entidades.aspx Gonzalez-Rey, Fernando (1999). O emocional na constituição da subjetividade. Em Lane, Silvia T.M., & Araújo, Yara. Arqueologia das emoções (pp. 37-56). Petropolis:Vozes. Lane, Silvia T.M. (1981). O que é Psicologia Social. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Brasiliense. Lane, Silvia T. M. (1984). A Psicologia social e uma nova concepção do homem para a Psicologia. Em Lane, Silvia T. M. & Codo, Waderley. Psicologia Social -o homem em movimento (pp. 10-19). São Paulo: Brasiliense. Lane, Silvia T.M., & Araújo, Yara (Orgs.). Arqueologia da emoções. Petrópolis: Vozes, 1999. Lane, Silvia T.M., & Bock, Ana M.B. (2003). ABRAPSO – uma história da Psicologia Social enquanto práxis. Em Jacó-Vilela, Ana M., Rocha, Marisa L., & Mancebo, Deise (Orgs.). Psicologia Social – Relatos Na América Latina (pp. 145-155). São Paulo: Casa do Psicólogo.

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Sobre os autores

Adriana Kaulino Doutora em Psicologia, com graduação na Universidade Santa Úrsula, Brasil. Professora da Universidad Diego Portales, Santiado de Chile. Albertina Mitjáns Martínez Doutora em Psicologia, Professora Titular da Universidade de Brasília. Álvaro Díaz Gómez Doutor em Ciências Sociais, Infância e Juventude. Professor titular da Universidad Tecnológica de Pereira, Colômbia. Ana Maria Jacó-Vilela Doutora em Psicologia. Professora associada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil, onde coordena o Laboratório de História e Memória da Psicologia – Clio-Psyché. Ana Mercês Bahia Bock Doutora em Psicologia. Professora da Pontifícia Univesidade Católica de São Paulo, Brasil. Ana Ostrovsky Doutora em Psicologia. Investigadora do CONICET. Professora da Cátedra Historia Social de la Psicología. Grupo de investigación: Historia, enseñanza y profesionalización de la Psicología en el Cono Sur de América. Facultad de Psicología. Universidad Nacional de Mar del Plata, Argentina. Ana Vergara Doutora em Estudos Sociológicos. Professora da Universidad Diego Portales, Santiado de Chile.

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Maria Cristina Di Doménico Licenciada em Psicologia. Professora da Cátedra Historia Social de la Psicología. Directora Grupo de Investigación: Historia, enseñanza y profesionalización de la Psicología en el Cono Sur de América. Facultad de Psicología. Universidad Nacional de Mar del Plata, Argentina. Enrico Irrazabal Profesor Titular – Instituto de Psicología Social Facultad de Psicología – Universidad de la República – Uruguay Fernando González-Rey Doutor em Psicologia, Professor da Universidade de Brasil e do Centro Universitário de Brasília, Brasil. Jorge Chavez Bidart Profesor Agregado – Instituto de Fundamentos y Métodos de la Psicología – Facultad de Psicología – Universidad de la República – Uruguay. José Emilio García Licenciado em Psicologia. Professor Responsável pela Cátedra de Psicologia Geral I e II e Componentes da Personalidade I e II na Universidad Católica Nuestra Señora de la Asunción, Asunción, Paraguay. Josué Rafael Tinoco Amador Doutor em Investigación Psicológica. Professor da Universidad Autónoma Metropolitana – Iztapalapa, México. Luis Alberto Moya CONICET. Especialista em Docencia Universitária. Cátedra Historia Social de la Psicología. Grupo de investigación: Historia, enseñanza y profesionalización de la Psicología en el Cono Sur de América. Facultad de Psicología. Universidad Nacional de Mar del Plata, Argentina. Manuel González Navarro Doutor em Psicologia. Professor da Universidad Autónoma Metropolitana – Iztapalapa, México.

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Ramón León Doutor em Psicologia. Professor da Universidad Ricardo Palma – Lima, Perú. Raquel Peltzer Mestre em Psicologia Social. Professora da Cátedra Psicología Social. Instituto de Psicología básica, aplicada y tecnológica (IPSIBAT). Facultad de Psicología. Universidad Nacional de Mar del Plata, Argentina. Salvador Arciga Bernal Mestre em Psicologia Social. Professor da Universidad Autónoma Metropolitana – Iztapalapa, México. Salvador Iván Rodríguez Preciado Doutor em Ciencias Humanas. Professor do Instituto Tecnológico y de Estudios Superiores de Occidente, México.

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Esta obra foi impressa em oficinas próprias, utilizando moderno sistema de impressão digital. Ela é fruto do trabalho das seguintes pessoas: Editoração: Elisabeth Padilha Uyhara Z. Amora

Acabamento: Afonso P. T. Neto Anderson A. Marques Carlos A. P. Teixeira Lucia H. Rodrigues Maria José V. Rocha Marilene de O. Guimarães Nádia Sabatovski Rosinilda G. Machado Terezinha F. Oliveira Vanuza Maciel dos Santos

Índices: Emilio Sabatovski Iara P. Fontoura Tania Saiki Impressão: Lucas Fontoura Marcelo Schwb Marlisson Cardoso

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