Schiller - Baladas

LAS BALADAS L a s grandes baladas de Schiller se p r o d u c e n desde 1797 a 1798 y desde 1801 a 1804. L a p r i m e

Views 200 Downloads 0 File size 8MB

Report DMCA / Copyright

DOWNLOAD FILE

Recommend stories

Citation preview

LAS

BALADAS

L a s grandes baladas de Schiller se p r o d u c e n desde 1797 a 1798 y desde 1801 a 1804. L a p r i m e r a serie abarca 8 composiciones, entre ellas E l Anillo de Polícrates, Las grullas de Ibico, La fianza y E l combate con el dragón, incluidas en esta antología. A l a segunda época pertenecen 4 composiciones : Hero y Leandro, Casandra, E l Conde de Habsburgo y E l cazador de los Alpes. L a s baladas de Schiller c o n s t i t u y e n u n género a p a r t e , sin relación con o t r a s composiciones coetáneas del m i s m o n o m b r e , n i siquiera con las baladas de Goethe. A l g u n a s , como E l combate con el dragón, h a n sido denominadas romances p o r el m i s m o Schiller. L a s baladas son piezas poemáticas n a r r a t i v a s , de u n a e s t r u c t u r a cerrada y clásica, l i m p i a s de t o d a clase de lírica n e b u l o s i d a d , organizadas con g r a n d e economía de medios expresivos, concisas, rápidas y d i r e c t a s . T o d o en ellas sirve a l a acción, desa r r o l l a d a p a r c i a l m e n t e o d o m i n a n t e m e n t e en f o r m a dramática. L a s baladas son p r e l u d i o s de las tragedias de Schiller. « E n s a y a n — dice Cysarz — palabras, gestos y situaciones trágicas, nuevos encuentros del h o m b r e con las fuerzas de l a N a t u r a l e z a y el destino. R a s t r e a n el c a m i n o que v a desde l a lírica ideológica a l Wallenstein, y costean l a senda que conduce desde Wallenstein

S C H I L L E R

83

a Guillermo Tell» (Schiller, pág. 288). E n ese orbe dramático, sin resonancias íntimas, se p e n e t r a de m a n e r a a b r u p t a . Pocas p a l a b r a s , dos o tres versos muchas veces, b a s t a n p a r a s i t u a r n o s en l a acción, que a v a n z a rectilínea, como en i m pulso v e r t i c a l , hasta el desenlace, también súbito. Cualquier r e t a r d o m u l t i p l i c a l a tensión, no h a y r e l a j a m i e n t o s n i diversiones. E l desarrollo es v e r t i g i n o s o en E l anillo de Polícrates (basada en u n r e l a t o de H e r ó d o t o ) . Pero no había o t r a m a n e r a de seguir el curso de los sucesos felices que v a n g r a v a n d o ' el « h a b e r » , en las cuentas de Polícrates con el destino. E l desenlace está sólo a l u d i d o . Pero l a p r e c i p i t a d a m a r c h a del r e y de E g i p t o i n i c i a con fuerza s u f i ciente l a c u r v a f i n a l de distensión. E l destino surge también i m p l a c a b l e en Las grullas de Ibico, pero asociado a l t e m a t r a s c e n dente de l a l i b e r t a d del h o m b r e . Sin embargo, Las grullas no son u n a m o r a l i d a d . N o es l a v o z de l a conciencia l a que d e l a t a a los asesinos de I b i c o ( « e l que había dejado escapar l a frase quisiera de nuevo g u a r d a r l a en su pecho »), sino el curso de los hechos, el paso de las g r u l l a s , que a n u d a dos experiencias trágicas. U n o de los eslabones de esa cadena es l a actuación del coro trágico en el t e a t r o de C o r i n t o . E l coro trágico es u n a preocupación técnica de Schiller (La novia de Mesina, Guillermo Tell). Pero aquí se presenta además como u n a solución posible de p r o b l e mas que p l a n t e a en su t o t a l i d a d l a naturaleza del a r t e dramático, preocupaciones que en l a conciencia de Schiller son de o r d e n práctico y

81

P A B Ó N

- F E R N Á N D E Z

R A M Í R E Z

especulativo a l m i s m o t i e m p o . E l curso del r e l a t o es de más p o r m e n o r en Las grullas, pero las estrofas, orbes también cerrados, se enlazan entre sí en v i r t u d de elipsis sorprendentes ( « t o d o s los congregados en las fiestas de Poseidón le oyer o n entre g e m i d o s » ) ( ) . Las grullas de Ibico y La fianza son las dos obras maestras del género. L a pequeña t r a g e d i a que es La fianza (sigue u n r e l a t o del gramático H y g i n u s ) se h a l l a m o n t a d a sobre u n hecho a p a r e n t e m e n t e i n v e r o s í m i l : l a aceptación por p a r t e de D i o n i s i o d e l cambio p r o p u e s t o . Si el t i r a n o desconfía de que v u e l v a D a m ó n , ¿por qué le suelta? Si confía en que v u e l v a , ¿por qué se a s o m b r a cuando vuelve? U n a a m i s t a d que es capaz de a p r o n t a r u n a fianza de t a l n a t u r a l e z a , no es verosímil que abandone a l f i a d o r . Sin embargo, D i o n i s i o j u e g a a l a c a r t a más r u i n , a l colmo de la m a l d a d posible, como dice Cysarz, a l sacrificio del inocente y a l a decepción d e l a m i g o . D o b l e f i n y , por consiguiente, r e d u p l i c a d a c r u e l d a d . U n a r a c h a de incidentes adversos — que l l e v a n a l p a r o x i s m o l a tensión de l a e x p e c t a t i v a , no de o t r o m o d o que l a serie de sucesos en E l anillo de Polícrates, a u n q u e de signo c o n t r a r i o — se h a l l a n a p u n t o de favorecer las cartas del t i r a n o y darle 1

(') Es curioso el testimonio de Goethe sobre el sentido de l a consición en Schiller : « H a y que tener sobrada maestría... para saber t a c h a r lo que conviene. Cuando Schiller editaba su Almanaque de las Musas, le he v i s t o reducir a siete estrofas u n a composición m u y ampulosa que tenía veintidós ; p o r cierto que l a o b r i t a no perdió nada en esta t r e m e n d a amputación » (Conversaciones con Goethe, de Eckermann).

S C H I L L E R

85

la razón. Pero el acaecimiento inesperado es s u f i cientemente patético para sacudir su corazón (sospechamos que D i o n i s i o ponía a p r u e b a la l e a l t a d de los h o m b r e s , preocupación piadosa ; pero esto es secundario). E n pocas palabras se resume l a crisis : « s e a y o . . . el tercero en v u e s t r a a m i s t a d ». F u e r z a y v i o l e n c i a sobre l a l i b e r t a d , táctica escalonada, segura penetración en las posiciones c o n t r a r i a s , t o r n e o dialéctico, todos ellos elementos de l a más p u r a cepa dramática y t e a t r a l , hacen también acto de presencia en E l combate con el dragón. N o es u n héroe jactancioso y a l t a n e r o el q u e l u c h a con el dragón. A n t e el Consejo de los caballeros del H o s p i t a l se presenta y a con ademán m o d e s t o . Pero esto no es b a s t a n t e . H a y que poner a p r u e b a esa m o d e s t i a . E l t o r n e o con el dragón, i n s c r i t o en e l m a r c o d e l t o r n e o j u d i c i a l , es también u n t o r n e o de h u m i l d a d . P o r q u e el héroe descubre su j u e g o . N o debe l a v i c t o r i a a l solo e m p u j e de su v a l o r y a l solo esfuerzo de su brazo, sino a u n a d i e s t r a m i e n t o p r e v i o y bien calculado en t o d o s sus detalles. Pero el j u e z no se r i n d e hasta que llega l a rendición t o t a l d e l héroe. L o m i s m o que en La fianza, el proceso t e r m i n a en el acto de reconciliación (La novia de Mesina i n v i e r t e , desgraciadamente, el o r d e n ) . E n c o n t r a s t e con otras composiciones líricas de Schiller, las baladas h a n pasado a f o r m a r p a r t e del r e p e r t o r i o lírico más estable, más i d e n t i f i c a d o con el espíritu t r a d i c i o n a l de A l e m a n i a , d e n t r o de su p a t r i m o n i o poético n a c i o n a l . Se p r o d u c e n en u n m o m e n t o de m a d u r e z , en l a v i d a

86

P A B Ó N

- F E R N Á N D E Z

R A M Í R E Z

artística de Schiller. M u c h a s i n q u i e t u d e s y experiencias, dramáticas, filosóficas, estéticas, se a c u m u l a n en ellas. L a abstracción que p a r a u n a conciencia n a c i o n a l puede suponer en algunas de ellas — entre las que se c u e n t a n las mejores — el h a b e r sido localizadas d e n t r o de l a Antigüedad clásica, está compensada p o r el e q u i l i b r i o que esa inspiración precisamente les h a p r o p o r c i o n a d o . Pocos p r o d u c t o s de l a Poesía se h a l l a n t a n cercanos de l a perfección i d e a l como algunas b a ladas. L a preocupación clásica, que daña a La novia de Mesina, ha d o t a d o de v i g o r arquitectónico y , p o r consiguiente, de p e r s o n a l i d a d a La fianza y Las grullas de Ibico. Pero de pocas v e r s i o nes de u n a o b r a poética a o t r a lengua puede decirse, como de las baladas, con más p r o p i e d a d , que no pueden ser, en el m e j o r de los casos, más que u n pálido reflejo del o r i g i n a l ; p o r q u e r a r a vez se h a n r e u n i d o p a l a b r a y pensamiento en enlace t a n feliz. N o es c o n t o r n o melódico n i c l i m a m u s i c a l l a pérdida más sensible, sino los proced i m i e n t o s únicos e i n t r a d u c i b i e s del decir, d e l i n c i d i r , d e l desprenderse de u n m o m e n t o p a r a pasar a o t r o , en l a perfecta y n u n c a superada ecuación entre p a l a b r a y t i e m p o dramático. N o son música las baladas, pero t a m p o c o pueden concebirse fuera de su r i t m o p r o p i o y a p r e s u r a d o .

EL

ANILLO

DE

POLÍCRATES

E s t a b a de pie sobre su a l m e n a d a t e r r a z a ; dirigía, c o m p l a c i d o , su m i r a d a sobre Samos, su señorío. « T o d o esto que ves m e está s u j e t o — comenzó a decir a l r e y de E g i p t o — ; reconoce que soy feliz ». « H a s gozado d e l f a v o r de los dioses. E l poder de t u cetro o p r i m e a los que antes f u e r o n t u s iguales. Pero aún v i v e u n o p a r a v e n g a r l o s ; no puedo l l a m a r t e feliz, m i e n t r a s vele e l ojo de t u enemigo». Y antes de que el R e y h a y a t e r m i n a d o de h a b l a r , preséntase a l . t i r a n o (*) u n mensajero e n v i a d o desde M i l e t o : « E l e v a , señor, los p e r f u mes del sacrificio y corona en fiesta t u s cabellos con alegres r a m a s de l a u r e l . » Cayó a golpe de lanza t u enemigo ; t u f i e l general P o l i d o r o m e m a n d a con l a n o t i c i a ». Y de u n a negra f u e n t e levantó aún s a n g r a n t e , con espanto de ambos, u n a cabeza b i e n conocida. (') « T i r a n o », conforme al sentido a n t i g u o , es t o d o soberano que no ha recibido el poder por herencia de una dinastía p r i m i t i v a .

88

P A B Ó N

- F E R N Á N D E Z

R A M Í R E Z

E l R e y retrocedió con p a v o r . «Guárdate, t e lo aconsejo, de confiar en l a d i c h a — d i j o con l a i n q u i e t u d en la m i r a d a — ; piensa en las pérfidas olas. L a t e m p e s t a d puede estrellar t u a r m a d a ; aún está en el aire su f o r t u n a ». Y antes de que lo h a y a d i c h o , le ha i n t e r r u m pido u n griterío que resuena, j u b i l o s o , desde l a bahía. R i c a m e n t e cargado de tesoros extraños, v u e l v e a las orillas p a t r i a s el espeso bosque de mástiles de las naves. E l huésped r e a l queda suspenso. « R i e n h u m o r a d a está h o y t u f o r t u n a . Teme, no o b s t a n t e , su inconstancia. L a s expertas t r o p a s de los cretenses t e a m e n a z a n con los peligros de l a guerra. Cercanas están y a de esta r i b e r a ».

S C H I L L E R

Sí)

r i d o : D i o s m e lo quitó ; le v i m o r i r y así pagué m i t r i b u t o a la fortuna. » P o r ello, si quieres g u a r d a r t e de d a ñ o , i m p l o r a a los invisibles para que mezclen el d o l o r a t u d i c h a . T o d a v í a no he v i s t o t e r m i n a r en l a alegría a nadie sobre quien los dioses d e r r a m a r a n sus dones con manos siempre llenas. » Y si los dioses no t e lo o t o r g a r a n a t i e n d e a l consejo de u n a m i g o y l l a m a p o r t i m i s m o a l a desgracia. Coge aquello que de todos t u s tesoros da más gozo a t u corazón y arrójalo sin más a l m a r » . Él, m o v i d o de m i e d o , d i j o entonces : « D e t o d o lo que l a isla encierra, es este a n i l l o m i bien más precioso. L o consagraré a las F u r i a s p a r a que m e perdonen m i dicha ». Y arrojó a las olas la a l h a j a .

A esto el huésped se volvió estremecido : « N o puedo permanecer aquí más. Desde ahora n o

» T a m b i é n a m í m e h a sucedido t o d o b i e n ; en todas m i s empresas reales, m e acompaña e l f a v o r del cielo ; pero tenía u n heredero b i e n q u e -

Y cuando el cocinero ha c o r t a d o el pescado, viene descompuesto y presuroso y g r i t a con cara de m a r a v i l l a d a sorpresa : «Mira, señor, el a n i l l o que llevabas ; lo he encontrado en el v i e n t r e d e l pez. ¡Oh, t u dicha no t i e n e límites!».

horror : « E n verdad, sin embargo, t e m o p o r de los dioses. E l goce l o t e de ningún m o r t a l .

Oyólo el huésped con debo e s t i m a r t e dichoso. Y , t i : m e asusta l a e n v i d i a sin mezcla de l a v i d a no es

A l a l u z de l a siguiente mañana preséntase a l príncipe u n pescador con alegre r o s t r o : « Señor, he pescado esta pieza que es t a l c u a l n i n g u n a o t r a entró en m i r e d ; t e l a t r a i g o como p r e sente ».

Y antes de que hubiesen caído de sus labios estas palabras, se ve que desembarcan en oleadas, y m i l voces g r i t a n : « ¡Victoria! L i b r e s estamos de la a n g u s t i a del enemigo.' L a t e m p e s t a d ha d i s persado a los cretenses. ¡Pasada, t e r m i n a d a está la guerra! ».

90

P A B Ó N

- F E R N Á N D E Z

R A M Í R E Z

puedes ser m i a m i g o . L o s dioses quieren t u r u i n a : corro p a r a no m o r i r contigo ». Así d i j o y se e m barcó a p r e s u r a d a m e n t e ( ) .

S C H I L L E R

91

acogedor. Séanos p r o p i c i o el dios h o s p i t a l a r i o que a p a r t a del e x t r a n j e r o l a i g n o m i n i a ».

1

LAS

GRULLAS

DE

I R ICO

A l c e r t a m e n de carros y canciones que en el i s t m o de C o r i n t o congregaba, alegres, a las gentes griegas ( ) , m a r c h a b a I b i c o , el a m i g o de los dioses. Habíale dado A p o l o el d o n del c a n t o , l a dulce lengua m o d u l a d o r a de poemas. T a l c a m i n a b a desde Regio, apoyado en ligero bastón y l l e n o de la presencia del dios. 2

A c r o c o r i n t o ( ) se m o s t r a b a y a sobre el dorso de l a montaña a l a m i r a d a del v i a j e r o , y con piadoso h o r r o r e n t r a b a en el espeso p i n a r de Poseidón. N a d a se movía en t o r n o suyo ; sólo le acompañaban bandadas de grullas que en p a r duscas escuadras c r u z a b a n hacia l a lejanía b u s cando l a t e m p l a n z a del Sur. 3

A p r e s u r a c o n t e n t o su m a r c h a y se ve y a en m i t a d del bosque. Y he aquí que en el estrecho sendero dos asesinos le c o r t a n súbitamente el paso. Tiene que prepararse a l a l u c h a , pero p r o n t o desfallece su m a n o . Ésta que ha sa'bido t e n d e r las dulces cuerdas de l a l i r a , n u n c a h a e s t i r a d o l a del arco. Clama a los h o m b r e s y a los dioses ; su súplica no llega a nadie que pueda salvarle. P o r lejos que m a n d a su voz, no se ve en derredor nada v i v i e n t e . « ¿ Y he de m o r i r aquí, a b a n d o n a d o , en t i e r r a extraña, sin lágrimas de nadie, caído en manos de unos m a l v a d o s , donde n i siquiera se m e m u e s t r a u n vengador? » .

Hallóse el cadáver desnudo y , p r o n t o , a u n q u e desfigurado p o r las heridas, reconoce el huésped de C o r i n t o los rasgos que le son t a n queridos. « ¿ Y he de v o l v e r t e a v e r así cuando esperaba ceñir con l a corona de p i n o tus sienes de c a n t o r , r a d i a n t e con el b r i l l o de su g l o r i a ? » .

(') E l poeta t e r m i n a dejando en el lector u n hondo p r e s e n t i m i e n t o de l a desgracia que amenaza a Polícrates. Éste vio, en efecto, los últimos tiempos de su reinado t u r b a d o s por l a guerra, y , a l f i n , cayó en u n lazo que le tendió Oretes, sátrapa de Sardes, quien le hizo m o r i r crucificado. () Se t r a t a de los Juegos ístmicos, una de las fiestas principales de l a Grecia a n t i g u a . () Ciudadela de C o r i n t o , situada en una a l t u r a u n poco a l sur de aquélla.

H e r i d o de m u e r t e viene a l suelo. Y en a q u e l p u n t o c r u j e el aleteo de las g r u l l a s . O y e — v e r y a no puede — c ó m o c a n t a n t e m e r o s a m e n t e sus voces cercanas. « P o r v o s o t r a s , ¡oh grullas d e l cielo!, y a que no hable o t r a voz n i n g u n a , elévese la acusación de m i m u e r t e » . Gritó así y se nubló del t o d o su m i r a d a .

«¡Salud, bandas amigas, que y a m e disteis c o m pañía p o r el m a r ! Sois p a r a mí de b u e n agüero ; m i destino es i g u a l a l v u e s t r o : v e n i m o s c a m i nando desde lejos y vamos en súplica de u n techo

2

3

92

P A B Ó N - F E R N Á N D E Z

R A M Í R E Z

S C H I L L E R

93

Las colas de sus negros m a n t o s a z o t a n sus caderas y en sus manos descarnadas b l a n d e n e l fuego r o j o y sombrío de las a n t o r c h a s ; no corre sangre p o r sus m e j i l l a s , y donde a m a b l e m e n t e f l o t a n a l v i e n t o los cabellos en t o r n o a las frentes h u m a n a s , vénse allí serpientes y víboras que i n f l a n sus v i e n t r e s henchidos de veneno.

Acaso a n d a con osado paso por m i t a d de los griegos y , m i e n t r a s le busca la venganza, está gozando d e l f r u t o de su c r i m e n . Quizá desafía a los dioses en el u m b r a l de su p r o p i o t e m p l o o se f u n d e a t r e v i d o en a q u e l l a ola h u m a n a que se a p r i e t a p a r a e n t r a r en el t e a t r o .

E l c u a l , austero y g r a v e , según a n t i g u o r i t o , con l e n t o s y b i e n medidos pasos, sale del fondo y recorre el r u e d o del t e a t r o . N o a n d a n así mujeres de l a t i e r r a , no son hijas de casa m o r t a l . L o gigantesco de sus cuerpos excede en m u c h o la estatura humana.

Pero ¿ d ó n d e está l a huella que, entre l a m u l t i t u d , a q u e l a p r e t a d o m a r de pueblos, dé a conocer a l tenebroso c r i m i n a l ? ¿Son bandidos que l o h a n asesinado cobardemente? ¿ L o hizo p o r e n v i d i a algún o c u l t o enemigo? Sólo H e l i o s podría decirlo, él que a l u m b r a todas las cosas de l a t i e r r a .

¿Quién contaría los pueblos, quién diría los nombres de los huéspedes allí congregados? D e la c i u d a d de Cécrope, de l a p l a y a de A u l i d e , de la F ó c i d a , de E s p a r t a , de l a r e m o t a costa de A s i a , de las islas todas h a n v e n i d o y escuchan a t e n t a m e n t e desde el t a b l a d o l a estremecedora melodía del coro.

Todos los congregados en las fiestas de Poseidón le o y e r o n entre gemidos; el d o l o r se adueña de Grecia entera, todos los corazones le echan de menos, y el pueblo — su r a b i a le i m p u l s a — se p r e c i p i t a en t o r b e l l i n o hacia los prítanes (*) p a r a que se v e n g u e n los manes del caído y se los a p l a q u e con l a sangre del h o m i c i d a .

L o s pueblos griegos, venidos en t o r r e n t e desde cercanas o lejanas t i e r r a s , están allí a g u a r d a n d o , sentados en apretadas hileras hasta casi r o m p e r los apoyos del t a b l a d o . Búhente como oleaje m a r i n o , h o r m i g u e r o de hombres, sube la fábrica d e l t e a t r o en arcos cada vez más escotados, hasta el a z u l del cielo ( ) . 2

() « Magistrados ». L a función de los llamados « p r í tanes » v a r i a b a grandemente de una c i u d a d a o t r a . ( ) Gomo es sabido, el sitio destinado a los espectadores en el t e a t r o antiguo estaba f o r m a d o por gradas 1

2

Y , g i r a n d o espantosamente en círculo, e m piezan a m o d u l a r el h i m n o que traspasa, desg a r r a d o r , el corazón y t r e n z a sus lazos en t o r n o del m a l v a d o . A l o c a d o r , t r a s t o r n a d o r del ánimo, resuena el c a n t o de las E r i n i a s ; resuena d e v o r a n d o los sesos del que escucha y no sufre el son i d o de la l i r a . que se elevaban u n a tras o t r a en semicircunferencias cada vez más amplias, y equivalía, por lo t a n t o , a m e d i a gradería de u n a plaza de t o r o s , cortada ésta por su diámetro.

94

P A B Ó N - F E R N Á N D E Z

R A M Í R E Z

« Dichoso el q u e , l i b r e de c u l p a y y e r r o , c o n serva u n a l m a p u r a de niño ; a él no se ha de acercar nuestra venganza ; l i b r e andará l a r u t a de su v i d a . Pero ¡ay, a y , de a q u e l que consumó f u r t i v o la i n f a m i a del asesinato! F i j a s en sus p l a n tas quedamos nosotras, la t e r r i b l e prole de l a Noche. » Y si piensa escapar p o r l a h u i d a , aladas estamos allí, lanzándole las serpientes en t o r n o a los pies f u g i t i v o s p a r a que caiga sin remedio a t i e r r a . Así, sin desfallecer, vamos en su caza ; paso a paso le seguimos hasta las sombras y n i allí m i s m o le dejamos l i b r e » . Cantando así, d a n z a n en r u e d a y u n silencio g r a v e como el callar de l a m u e r t e apesadumbra la estancia t o d a ; diríase que l a d i v i n i d a d está cerca. Y solemnemente, según a n t i g u o r i t o , con lentos y b i e n medidos pasos, r e c o r r e n el r u e d o del t e a t r o y desaparecen en el f o n d o . Y entre la ilusión y l a v e r d a d q u e d a n suspensos todos los pechos ; estremecidos v e n e r a n el t e r r i b l e poder que v i g i l a y j u z g a en l a s o m b r a , que, i n e s c r u t a b l e e insondable, t r e n z a las oscuras madejas del d e s t i n o , se revela en l a h o n d u r a d e l corazón y escapa a n t e l a l u z del sol. Y entonces en las gradas más altas se oye de p r o n t o u n a voz que g r i t a : « ¡Mira, m i r a allá, T i m o t e o , las grullas de I b i c o ! ». Y súbitamente se oscurece el cielo y , en negrísimo h e r v i d e r o , se v e pasar sobre el t e a t r o u n g r a n t r o p e l de grullas.

S C H I L L E R

95

« ¡De I b i c o ! ». E l n o m b r e q u e r i d o a g i t a t o d o s los corazones con nuevos rencores. Y , c o m o se suceden unas a otras las olas del m a r , así corre de boca en boca : « ¡ D e I b i c o a q u i e n todos l l o r a m o s ! , ¡el d e r r i b a d o p o r l a m a n o asesina! ¿Qué h a y con él! ¿Qué quiere decir? ¿Qué tiene que v e r e l paso de las grullas? ». L a p r e g u n t a se hace cada vez más de recio. Y e l p r e s e n t i m i e n t o , con fuerza de relámpago, v u e l a a través de los corazones todos. « ¡ C u i d a d , c u i d a d ! ¡Es el poder de las Euménides! E l piadoso poeta o b t i e n e venganza ; el asesino se nos p r e senta p o r sí m i s m o . A p r e s a d a l que h a lanzado esas palabras y a a q u e l a q u i e n las h a d i r i g i d o » . Y el que había dejado escapar l a frase quisiera de n u e v o g u a r d a r l a en su pecho. ¡En v a n o ! Su p r o p i a h o r r i b l e palidez descubre p r o n t o a los culpables. Apresados, se los a r r a s t r a a n t e los j u e ces ; l a escena se c o n v i e r t e en t r i b u n a l y los m a l v a d o s confiesan su c r i m e n , heridos p o r el r a y o de l a venganza. LA

FIANZA

H a c i a D i o n i s i o el T i r a n o (*) se deslizaba D a m ó n con el puñal b a j o e l v e s t i d o . Apresáronlo los esbirros. « ¿ Q u é ibas a hacer con el puñal, (!) Dionisio, t i r a n o de Siracusa, en Sicilia. L a t r a d i ción, en su fuente más a n t i g u a , nos h a b l a de Dionisio el J o v e n ; pero y a en l a Antigüedad algunos autores, entre ellos Cicerón, la refirieron a l padre de aquél, Dionisio el M a y o r (405-367 a. de Jesucristo).

96

P A B Ó N

- F E R N Á N D E Z

R A M Í R E Z

di? » — le increpó sombríamente el déspota — . «¡Libertar a l país del t i r a n o ! » . « Pues en l a cruz t e has de a r r e p e n t i r de ello ». « E s t o y — d i j o aquél — dispuesto a m o r i r y no he de p e d i r t e gracia de m i v i d a . Pero si quieres concederme a l g u n a m e r c e d , t e suplico me des tres días de plazo p a r a casar a m i h e r m a n a . Te dejaré como f i a d o r a u n a m i g o . Si y o m e escapo, puedes ejecutarlo ». Sonrió el R e y con malévola astucia y d i j o t r a s b r e v e reflexión: « Quiero concederte los t r e s días, pero sabe que si pasa ese plazo s i n que estés de nuevo en m i poder, morirá él sin r e m e d i o en t u l u g a r , a u n q u e a t i se t e perdone el castigo ». Y él v a a su a m i g o y le d i c e : « E l R e y m a n d a que pague con m u e r t e de cruz m i t e m e r a r i o i n t e n t o . N o o b s t a n t e , m e o t o r g a tres días de plazo para casar a m i h e r m a n a . Así, pues, quédate tú en p r e n d a con él hasta que y o venga a liberarte». Sin contestarle p a l a b r a a l g u n a , le abraza el f i e l amigo y se entrega a l t i r a n o . P a r t e el o t r o de allí, y antes de que asome l a tercera a u r o r a h a u n i d o a la h e r m a n a con el p r o m e t i d o y emprende solícito el regreso p a r a no f a l t a r a l plazo que ofreció. Pero entonces empieza a l l o v e r desaforadam e n t e , los m a n a n t i a l e s se p r e c i p i t a n de las m o n tañas y los a r r o y o s y regatos se h i n c h a n m i e n t r a s él llega a l a o r i l l a con su v a r a de peregrino... y

S C H I L L E R

97

he aquí que el t o r b e l l i n o a r r a n c a el p u e n t e , y las olas, con estrépito de t r u e n o , hacen saltar los arcos de su e m b o v e d a d o . Y e r r a sin consuelo p o r l a m a r g e n y p o r lejos que escruta y m i r a y lanza, l l a m a n d o , su voz, ningún b o t e se desprende de l a segura o r i l l a p a r a llevarle a l a t i e r r a deseada, ningún b a r q u e r o m u e v e su barca ; y l a c o r r i e n t e e m b r a v e c i d a se c o n v i e r t e en m a r . Entonces cae p o r t i e r r a en l a r i b e r a , l l o r a y suplica, alzando las manos a Zeus : « ¡Oh, refrena la f u r i a de la corriente! L a s horas se p r e c i p i t a n , el sol está y a en el mediodía y , si llega el ocaso sin que y o pueda alcanzar l a c i u d a d , m i a m i g o perecerá sin r e m e d i o ». Pero el f u r o r de l a a v e n i d a se r e n u e v a c r e ciente, las olas se suceden, pasan las horas u n a t r a s o t r a : entonces su p r o p i a angustia le i m p u l s a , t o m a coraje y se l a n z a a las ondas m u g i d o r a s ; c o r t a con brazos poderosos l a c o r r i e n t e y u n dios se compadece de él. Gana l a o r i l l a y apresura su paso d a n d o gracias a l dios que le h a salvado. Y he aquí que u n a c u a d r i l l a de b a n d i d o s sale de las sombras del bosque a cerrarle el c a m i n o . R e s p i r a n m u e r t e y c o r t a n el a p r e s u r a m i e n t o d e l v i a j e r o , b l a n d i e n d o una maza amagadora. « ¿Qué queréis? — g r i t a pálido de t e r r o r — . j N o t e n g o más que m i v i d a y he de entregársela 7.

PABÓN

: Schiller.

13.

98

P A B Ó N

- F E R N Á N D E Z

R A M Í R E Z

S C H I L L E R

09

V a poniéndose el sol, y el c a m i n a n t e , y a en las p u e r t a s de l a c i u d a d , ve la cruz y a l a m u l t i t u d que l a rodea b o q u i a b i e r t a . Y a l e v a n t a n con l a soga a l amigo ; entonces él r o m p e v i o l e n t a m e n t e el a p r e t a d o corro : « ¡A mí, v e r d u g o ! — g r i t a — . ¡Al suplicio conmigo! ¡Aquí estoy y o , por quien él dio fianza!».

Y de p r o n t o se siente u n b o r b o l l a r a r g e n t i n o como m u r m u r i o de c o r r i e n t e ; silencioso, se detiene a escuchar; y he aquí que de la roca b r o t a , susurrando, p a r l e r a y presurosa, u n a f u e n t e v i v a . Y agachándose gozoso, r e f r i g e r a en ella sus m i e m bros abrasados.

« P u e s si es t a r d e y no puedo ser saludado como salvador, l a m u e r t e debe u n i r m e a él. Que no se ufane el sanguinario t i r a n o de que el a m i g o h a f a l t a d o a la fe del a m i g o ; sacrifique dos víctimas en vez de u n a y crea en el a m o r y l a lealtad».

E l sol despide f l a m a abrasadora y las rodillas del c a m i n a n t e desfallecen de l a inmensa f a t i g a : « ¡ A y ! T u p i e d a d m e libró de manos de los b a n didos, m e has salvado del r a u d a l de las aguas, sacándome a l a t i e r r a deseada, y ¿he de perecer aquí de d e s f a l l e c i m i e n t o , m i e n t r a s m i a m i g o paga con l a m u e r t e su cariño hacia mí? ».

« ¡ A t r á s ! ¡Ya no puedes salvar a t u a m i g o ! Salva t u p r o p i a v i d a . E n este i n s t a n t e le están dando m u e r t e . D e h o r a en h o r a aguardó esperanzado t u regreso : ¡ni l a befa del t i r a n o p u d o a r r e b a t a r l e su confianza!».

a l R e y ! » . Y en a q u e l p u n t o a r r e b a t a l a maza a l más cercano : « ¡ P o r m i a m i g o siquiera, c o m p a deceos! » Y con vigorosos golpes d e r r i b a a t r e s de ellos, m i e n t r a s h u y e n los demás.

E l sol se cierne p o r el v e r d e de las r a m a s y p i n t a sobre las lozanas praderas las s o m bras gigantescas de los árboles. Y ve a dos pasajeros que c r u z a n el c a m i n o y les oye decir estas palabras : « A h o r a lo v a n a c l a v a r en l a cruz ». Y el a p u r o da alas a su a n d a r ; los t o r m e n t o s de angustiosa i n q u i e t u d le persiguen, las a l m e nas de Siracusa b r i l l a n allá lejos en el crepúsculo de l a t a r d e , y he aquí que le sale a l encuentro Filóstrato, el h o n r a d o i n t e n d e n t e de su casa, que reconoce, a t e r r a d o , a su señor.

E l asombro se adueña del pueblo en derredor ; y a está el uno en los brazos del o t r o y ambos l l o r a n de d o l o r y alegría ; ningún ojo queda sin lágrimas y se refiere a l R e y el m a r a v i l l o s o suceso. Presa éste de u n a emoción h u m a n a , m a n d a que al p u n t o se los conduzcan a n t e su t r o n o . Míralos suspenso l a r g o r a t o y a l f i n les dice : « H a b é i s logrado hacer fuerza a m i corazón : l a l e a l t a d no es u n v a n o engaño. T o m a d m e p o r compañero ; sea y o , concededme esta gracia, e l tercero en v u e s t r a alianza ».

100

P A B Ó N

- F E R N Á N D E Z

R A M Í R E Z S C H I L L E R

EL

COMBATE CON E L

DRAGÓN

¿Por qué corre el p u e b l o , p o r qué r u e d a , m u g i e n d o , p o r las luengas calles? ¿Se desmor o n a R o d a s ( ) b a j o llamas de incendio? V a a p i ñándose en t o r b e l l i n o y entre la m u l t i t u d puede observarse a u n caballero que descuella, j i n e t e en su corcel. Y detrás de él, ¡qué extraño caso!, llevan arrastrando a u n a n i m a l monstruoso ; u n dragón, diríase p o r su f o r m a , con ancha boca de cocodrilo. Y todos m i r a n , m a r a v i l l a d o s , y a a l caballero, y a a l dragón. x

Y g r i t a n m i l voces : « ¡Ésta es l a sierpe, llegad y v e d , que nos ha devorado pastores y rebaños! ¡Éste es el héroe que la ha v e n c i d o ! Otros m u c h o s p a r t i e r o n antes que él a arriesgar l a t r e m e n d a pelea, pero a n i n g u n o se le vio v o l v e r . ¡Hay que p r e m i a r a l audaz caballero!». Y el c o r t e j o se dirige hacia el m o n a s t e r i o donde l a O r d e n de San J u a n B a u t i s t a , los Caballeros del H o s p i t a l , se h a n r e u n i d o a p r e s u r a d a m e n t e en Consejo. Y a n t e el noble maestre preséntase el m a n cebo con modesto c o n t i n e n t e ; precipítase detrás el pueblo con fiera gritería y llena las gradas d e l estrado. Y aquél t o m a l a p a l a b r a y dice : « H e c u m p l i d o el deber de caballero : el dragón que asolaba esta t i e r r a yace m u e r t o a m i s manos ; l i b r e ha quedado el camino para el v i a j e r o ; el (*) L a isla de Rodas, cercana a la costa m e r i d i o n a l del Asia Menor, estuvo m u c h o t i e m p o en poder de la Orden de los Caballeros Hospitalarios.

101

pastor puede l l e v a r sus rebaños a l campo, y encam i n a r s e alegre el peregrino p o r l a senda r o q u e r a en busca de la i m a g e n milagrosa». Pero el Príncipe le m i r a severo y dice : « T e has p o r t a d o como u n héroe ; el v a l o r da h o n r a a l caballero y tú has demostrado u n ánimo audaz. Pero d i m e : ¿cuál es el p r i m e r deber del paladín de Cristo, que se a d o r n a con el signo de la cruz? ». Todos palidecen en t o r n o , pero él responde con n o b l e d i g n i d a d : « L a obediencia es el p r i m e r deber que le m u e s t r a d i g n o de su insignia ». « Y este deber, h i j o mío — r e p l i c a el maest r e — , le has q u e b r a n t a d o tú descaradamente. H a s e n t a b l a d o con corazón rebelde la l u c h a p r o h i b i d a p o r l a l e y » . « Señor, j u z g a cuando lo sepas t o d o — dice el j o v e n con ánimo reposado — , p o r q u e m i pensamiento fué c u m p l i r f i e l m e n t e el sentido y l a intención de l a ley. N o partí y o a t o l o n d r a d a m e n t e a pelear, sin más, con el m o n s t r u o ; m i i n t e n t o fué vencerlo en la l u c h a p o r la astucia y l a h a b i l i d a d de m i s trazas. » C i n c o de nuestra O r d e n , l a h o n r a de l a religión, habían sido y a víctimas de su audacia. T ú , entonces, p r o h i b i s t e a l a O r d e n la l u c h a . N o o b s t a n t e , a mí el despecho y el ansia de c o m b a t e m e roían el corazón ; a u n en el sueño de las noches calladas m e veía j a d e a n t e en l a pelea, y , a l v e n i r l a mañana t r a y e n d o noticias de nuevas calamidades, u n fiero pesar se adueñaba de mí, y , a l f i n , resolví i n t e n t a r p o r m i cuenta l a empresa.

102

PAJBÓN - F E R N Á N D E Z

R A M Í R E Z

» Decíame a mí m i s m o : ¿Qué es l o que i l u s t r a a l mancebo y da h o n r a a l varón? ¿Qué h i c i e r o n los héroes valerosos de que nos c u e n t a n las c a n ciones, aquellos a quienes l a ciega paganía a t r i b u y ó esplendor y gloria de dioses? L i m p i a r o n de m o n s t r u o s el m u n d o en audaces a v e n t u r a s , se e n f r e n t a r o n en l u c h a con el león, pelearon con el m i n o t a u r o p a r a l i b e r t a r a las pobres víctimas y n o se d o l i e r o n de l a p r o p i a sangre. » ¿Es sólo el sarraceno q u i e n debe ser c o m b a t i d o por la espada del c r i s t i a n o ? ¿ N o ha de guerrear éste sino con las falsas d i v i n i d a d e s ? Como salvador fué enviado a l m u n d o y su fuerte brazo h a de l i b e r t a r l o de t o d a opresión y de t o d o dolor. N o o b s t a n t e , l a p r u d e n c i a ha de regir su ánimo y l a a s t u c i a debe l u c h a r u n i d a a l a f o r t a leza. Así m e decía y o muchas veces y partía a i n f o r m a r m e de los pasos de l a fiera r a p a z . A l f i n m e sopló el espíritu y grité a l b o r o z a d o : ¡Ya está! » Y presentándome a t i t e d i j e : Quisiera p a r t i r p a r a m i p a t r i a . T ú , señor, accediste a m i ruego, y atravesé f e l i z m e n t e el m a r . Apenas desembarqué en la p l a y a de m i país, hice componer p o r m a n o del a r t i s t a u n a f i g u r a de dragón, f i e l reproducción de los b i e n observados rasgos. L a m o l e del largo cuerpo queda m o n t a d a sobre cortos pies y u n a cota de escamas protege espantosamente su espalda. » D e allí sale el l a r g o y e s t i r a d o cuello, y la a n c h a boca se a b r e h o r r i b l e m e n t e , semejante a u n a p u e r t a de i n f i e r n o , como ansiosa de a t r a p a r

S C H I L L E R

103

su presa. Desde el negro garguero amenaza l a espinosa f i l a de sus dientes, l a lengua parece p u n t a de espada, los ojos pequeños despiden centellas, la m o n s t r u o s a l a r g u r a del espinazo se t e r m i n a en u n a serpiente que se enrolla t e r r i b l e m e n t e alrededor de sí m i s m a , como si p r e n d i e r a en su rosca a u n caballo con su j i n e t e . » T o d o lo v o y f i g u r a n d o e x a c t a m e n t e y lo r e v i s t o de u n r e p u l s i v o color p a r d o ; a medias parece serpiente, a medias s a l a m a n d r a y dragón, criado en l a charca emponzoñada. Y cuando est u v o t e r m i n a d a l a f i g u r a , m e elegí u n p a r de dogos, fuertes, rápidos, de ágiles patas, avezados a l a caza d e l u r o salvaje. L o s azuzo u n a vez y o t r a c o n t r a l a sierpe, los enciendo en furiosa r a b i a p a r a que h a g a n presa con l a p u n t a de sus dientes y los v o y d i r i g i e n d o con m i voz. » Y los e x c i t o a que a t r a p e n l a fiera y c l a v e n sus dientes afilados allí donde el b l a n d o vellón de l a panza deja u n flaco a la aguzada m o r d e d u r a . Y o m i s m o , a r m a d o de m i arco, subo a m i corcel árabe de noble casta, y cuando he encendido su f u r i a lo lanzo c o n t r a el dragón, hiriéndole con las p u n t i a g u d a s espuelas ; y , a p u n t a n d o , disparo m i arco, como si quisiera a t r a v e s a r l a f i g u r a . » Y a u n q u e el corcel se e n c a b r i t a a s o m b r a d o , rechina los dientes y llena de espumas e l bocado, y m i s dogos a u l l a n l a s t i m e r a m e n t e , y o no descanso hasta que los tengo a c o s t u m b r a d o s . T a l fué m i solícito ejercicio hasta que se renovó

104

P A B Ó N - F E R N Á N D E Z

R A M Í R E Z

tres veces l a l u n a ; y cuando lo t i e n e n t o d o b i e n a p r e n d i d o , m e embarco hacia aquí en rápida n a v e . Ésta es l a t e r c e r a mañana desde que logré t o m a r t i e r r a ; apenas dejé descanso a m i s m i e m b r o s antes de a r r o s t r a r l a g r a n empresa. » V i v a m e n t e e x c i t a b a m i corazón el d o l o r de l a comarca, r e c i e n t e m e n t e r e n o v a d o ; despedazados habían e n c o n t r a d o a los pastores que se e x t r a v i a r o n h a c i a el p a n t a n o . Rápidamente m e resolví a o b r a r y no tomé consejo sino de m i corazón. E n u n v u e l o i n s t r u y o a m i s escuderos, m o n t o en m i y a adiestrado m o r c i l l o y , a c o m p a ñado p o r m i p a r de dogos, por caminos secretos donde no había testigo a l g u n o de m i acción, salgo presto a l e n c u e n t r o del enemigo. » C o n o c e s , señor, la iglesita que allá a r r i b a , en la cresta de u n a rocosa montaña que d o m i n a la isla t o d a , ha c o n s t r u i d o el genio osado d e l artífice. Parece despreciable, p o b r e y pequeña, pero encierra u n a m a r a v i l l a : l a V i r g e n m a d r e con el Niño Jesús, a l que o b s e q u i a n los tres reyes. P o r n o v e n t a gradas sube el p e r e g r i n o a la escarpada a l t u r a ; pero cuando la ha alcanzado, presa del vértigo, le refrigera la cercanía de su Salvador. » P r o f u n d a m e n t e e m b u t i d a en la peña en que está colgada l a iglesita, h a y u n a g r u t a húmeda del v a h o del vecino p a n t a n o , en l a que n u n c a p e n e t r a l a l u z d e l cielo. Allí h a b i t a b a y se guarecía l a sierpe, espiando su presa noche y día. Allí velaba como el dragón i n f e r n a l a l pie de la casa de D i o s ;

S C H I L L E R

105

y cuando llegaba peregrinando el r o m e r o y se desviaba a l c a m i n o de m u e r t e , saltaba el enemigo d e su emboscada y lo a r r a s t r a b a para d e v o r a r l o . » S u b í y o entonces p o r la peña antes de e m p r e n d e r l a grave l u c h a ; m e arrodillé a n t e Cristo niño y limpié m i corazón de pecados. M e ciño después, en el m i s m o s a n t u a r i o , las armas r e l u cientes ; a r m o m i diestra con la lanza y b a j o a l c o m b a t e . Atrás queda l a t r o p a de los escuderos ; les d o y a l p a r t i r m i s órdenes, salto p r e s t a m e n t e sobre el corcel y encomiendo m i a l m a a D i o s . » A p e n a s m e veo en el l l a n o , se p o n e n m i s dogos a l a d r a r y el bridón empieza a j a d e a r t e merosamente, se e n c a b r i t a y no quiere obedecer, p o r q u e allí cerca yace a r r o l l a d a en o v i l l o l a h o r r i ble f i g u r a del enemigo que se solea sobre el suelo caliente. L o s ágiles perros v a n a darle caza, pero p r o n t o se v u e l v e n , ligeros como flechas, cuando él abre, bostezando, su boca, exhala su a l i e n t o venenoso y a u l l a lúgubremente como el chacal. » R e f r e s c o rápidamente su coraje y apresan con r a b i a a su enemigo, m i e n t r a s y o con fuerte brazo a r r o j o l a lanza c o n t r a las ancas de la bestia : i m p o t e n t e , como delgada v a r a , r e b o t a en l a escamosa coraza ; y antes de que y o h a y a r e p e t i d o el d i s p a r o , se e n c a b r i t a m i corcel, asombrado de su m i r a d a de basilisco y d e l venenoso soplo de su a l i e n t o ; salta h a c i a atrás con espanto y m e veo del t o d o p e r d i d o . . .

106

P A B Ó N

- F E R N Á N D E Z

R A M Í R E Z

» E n t o n c e s m e echo rápidamente del caballo y a l p u n t o está desnuda l a espada : mas todos los golpes son vanos p a r a atravesar a q u e l arnés de roca. Y en su f u r i a m e ha a r r a s t r a d o por t i e r r a con la fuerza de l a cola. Y a veo que se a b r e n sus f a u ces, que acerca a mí sus feroces dientes..., cuando m i s perros, encendidos de r a b i a , se l a n z a n a su v i e n t r e con furiosas m o r d e d u r a s , de suerte que se detiene a u l l a n d o , desgarrado p o r monstruoso dolor. » Y antes de que se suelte de sus mordiscos m e yergo rápidamente, descubro el flaco de m i enemigo y le hiero en las entrañas, h u n d i e n d o el acero hasta la empuñadura. B r o t a u n caño de negra sangre, viene él a l suelo y en su caída m e e n t i e r r a a mí b a j o l a enorme b o l a de su cuerpo. Pierdo a l p u n t o el sentido, y , a l despertar, r e n o vadas mis fuerzas, veo en t o r n o m í o a los escuderos y a l dragón que yace m u e r t o en su p r o p i a sangre ». A l decir esto el caballero, el placer del aplauso, l a r g a m e n t e c o n t e n i d o , l i b e r t a el corazón de los oyentes todos y , rompiéndose múltiple en las bóvedas, r u e d a el sonido de sus voces mezcladas, que se p r o l o n g a m u g i e n d o en el eco. L o s mismos m i e m b r o s de l a O r d e n p i d e n en voz a l t a que se corone l a f r e n t e d e l héroe ; en su g r a t i t u d quiere el pueblo m o s t r a r l o a l pueblo en l a p o m p a d e l t r i u n f o . E n t o n c e s el maestre a r r u g a severo su frente e i m p o n e silencio.

S C H I L L E R

107

dios para el p u e b l o ; p a r a l a O r d e n , vuelves como enemigo. T u corazón ha engendrado u n a sierpe peor que el dragón m i s m o . L a serpiente que e m ponzoña ese corazón, p r o d u c t o r a de discordia y estrago, es el espíritu rebelde que se l e v a n t a c o n t r a la disciplina y r o m p e el vínculo sagrado d e l o r d e n ; ése es el que destroza el m u n d o . » A r r o j o , lo m u e s t r a también el m a m e l u c o ; l a obediencia es la prez d e l c r i s t i a n o . Allí en T i e r r a Santa, donde el Señor con t o d a su grandeza peregrinó en desnudez de siervo, establecieron nuestros padres l a a l i a n z a de esta O r d e n p a r a c u m p l i r el más difícil de los deberes : el v e n c i m i e n t o de l a p r o p i a v o l u n t a d . A t i , en c a m b i o , te h a m o v i d o l a v a n a g l o r i a ; retírate, p o r t a n t o , de m i v i s t a , p o r q u e el que no soporte el y u g o d e l Señor no debe adornarse con su cruz ». E s t a l l a entonces, b r a v i a , l a m u l t i t u d ; u n a v i o l e n t a t e m p e s t a d a g i t a e l palacio ; todos los hermanos p i d e n gracia. Pero el mancebo b a j a en silencio los ojos, se desprende, reposado, d e l hábito, besa l a severa m a n o d e l maestre y se v a . Él le sigue con l a m i r a d a , le l l a m a con cariño de nuevo y le dice : « ¡ A b r á z a m e , h i j o m í o ! H a s g a nado l a más d u r a b a t a l l a . ¡Toma esta cruz! E s el p r e m i o de l a h u m i l d a d que se vence a sí m i s m a ».

Y dice : « H a s h e r i d o con m a n o valerosa a l dragón que asolaba esta t i e r r a . T e has hecho u n