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Produzido Por Almir Chedialt RT &Lumiar Ett*ora o Idealizado, prodt¿zido e editado por Almir Chediak Volume 2 .

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Produzido Por

Almir Chedialt

RT

&Lumiar

Ett*ora

o

Idealizado, prodt¿zido e editado

por Almir Chediak

Volume 2 .64 músicas contendo melodia, letra e harmonia (acordes cifrados) para violáo, guitarra, piano, órgáo e outros instrumentos. . Todos os acordes cifrados estáo representados graficamente para violáo e guitarra.

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r^r Editora

6u ediqáo

Songbooh

Volume

Gilberto Gil

No woman no cry (Ndo chore mais)............

I

Gilberto Gil: em constante ebuligáo Sem patente Caetano Velo so.......... Album de famflia.....

0

A/nir

Chediak..........

Biografi a An tónio Rís é rio Gil: pontos de luz António Risério.....

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O eterno Deus Mu danga........... Oragáo pela libertagáo da Áftca do SuI.......... Pai e máe.,.... Pega a voga cabeludo................. Preciso de vocé......... i.ancho da Rosa Encarnada.... Refavela.......

Reti¡os espirituais.....

nlrilstcAs,' tr Afoxé é.........i................... cl Agua de menir\os....... tr A máo da limpeia... tr Amarra teu arado á uma estrela tr Amor até o fim............ tr Axé baba...... tr Babá Alapalá tr Back in 8ahia............ Batada do lado sem 1u2........ tr Baúcum........ tr Beira-rrar..... tr Casinha Feliz tr Chuck Berry fields forever......... tr do Cliché cliché...... tr Coragem pra suportar. De Bob Dylan a Bob Marley (Um samba provocagdo)...,. tr tr Deixar voc0............. E De onde vem o baiáo. g Do Japáo...... tr Domingo no parque..... tr E1a................ tr E la poeira.... tr Ele falava nisso todo dia................ E

rasgado................... puder.. gera1............. Jeca úoraI...... Lady Neyde. Louvagáo..... Luar............. Luzia luluza. Mar de Copacabana. Meio de campo.......... Metáfora...... Minha ideologia, minha religiáo......... Minha senhora........ Mulher de coronel.... Yl*ga(Photographblues).. bios barracos da cidade (Barracos)... 1iossa."......... Frevo Funk-se quem Geléia

tr tr tr tr tr E

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Roda............. Sarará miolo

Sonho molhado................... Soy loco por ti América Super homem - a cangáo..... Tempo Rei............... Toda menina baiana.......... Toda saudade TradiEáo....... Vamos fugir.............

Discografra..

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Volume 2 Gilberto Gil: em constante ebuligáo A/n ir C he diak.......... Impressóes tropicais J o r g e M autne r................,

Gil, filho da Bahia Entrevisüa.....

M uniz Sodré...,..

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Songbonk

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Gilberto Gil

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ISBN - 85-85426-03-9

lOs copyights

das composig6es musicais inseridas neste álbum estáo indicados no final de cada música

g Editor rrsponsóvel: A]mi¡ Chediak

tr

Revisáo de Texto¡ Nerval M. Gongalves e Mauro Sérgio B. de Freitas

o

Tr¡nscrig6o de

o Crpe:

o

Bruno Libe¡ari

Ricardo Gilly

tr Arte e Produgño gráEce:

o

Tonim Fernandes

pcrtiturs:

Ricardo Gilly, Fred Martins, Sérgio Nacif, Bival e Guilherme Mayah

Revisio musicsl:

Reüs6o h¡rm6nica: Horondino Reis e Rica¡do Gillv

o

SuFrvisáo musical:

Ian Guest

1992

rsBN-85-8126-05-5

o Composigáo g¡fli6s dqs part¡tures e editoraSo eletrdr¡ics:

I

FotocomposigÁo: Cena¿l Griífica Editora [¡da.

Jacob lopes

o Composigío eletr6nica dc rordes

letrs co¡n cifr¡s: Jacob lopes e [,ou Nogueira c

o Acmrpuüeme¡¡to editorid Fátinu Perei¡a dos Santos 6 Assistente de produgio:

l¡tícia Dobbin

:

I D¡reitos de edigáo para o BrasiV Publishhg rights for Brazil: Lumiar Editora, Rua Bario de ltapagipe, 402 Rio de Janeiro. RJ 20261-005 Tef:55 21 228+8152 Filxr 55 21 38'12-281'7

www.lumiar.com.br [email protected] / [email protected]

Gilborto Gil: em constante ilberto Gil estiá entre os compositores mais criativos e musicais de todos os tempos. lnstrumentista e harmonizador de primeira linha, táo criativo que dificilmente toca duas vezes a mesma harmonia de uma música. A produgáo deste songbook foi a mais demorada e trabalhosa de toda a série já editada. Este trabalho teve início no ano de 1986, um pouco depois dejá ter comegado a produgáo do songbook de Caetano Veloso, o primeiro da série. Gil seria o segundo, o que náo foi possível devido á sua falta de tempo para os enconfos necessários is revisóes musicais ou mesmo para as entrevistas sobre sua vida, que compóem o material básico para a feitura de sua biografia, e que resulta numa entrevista que faz parte do segundo volume desta obra.

L-

O repertório para este songbook foi escolhido juntamente com Gilberto Gil. Encontramo-nos e, de posse de uma listagem de mais de 300 composiEóes, chegamos a uma selegáo de 130 cangóes, distribuídas em dois volumes. l¡mbro-me de que nesta nossa entevista, a primeira pergunta que fiz foi se ele preferia que no repertório escolhido constassem aBenas músicas de sua autoria, isto é, sem parceiros, e ele foi taxativo: "Quero as músicas mais representativas e muitas sáo em parceria.,'Gil é um compositor eclético, que já teve muitos parcei¡os como Chico Buarque, Caetano Veloso, Capinan, Torquato Neto, Joáo Donato, Jorge Mautner, entre outros presentes neste songbook. Para escrever os textos introdutórios deste tra-

balho, convidamos Caetano Veloso. o escritor

ebuliqáo baiano Antonio Risério, o compositor, inté¡prete e filósofo Jorge Mautner, e o professor e escritor

Muniz Sodré. Gilberto Gil acompanhou e ajudou em todo o processo de produgáo desta obra, desde a escolha do repertório, nas revisóes musicais, pesquisas

de fotos. Enfim, a sua participagáo direta foi da maior importáncia para a plena realizagáo des-

te songbook. Fazem parte do repertório c4ngoes de todas as fases de Gil, desde o seu primeiro üsco lnuvagáo,

gravado em 196ó, atn o Parabolicattwró, de 1992.

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G '6

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Na transcriEáo das músicas, tomaram-se como base as gravagóes originais dos discos, que, na sua maioria, tém como intérprete o próprio Gil, que, além de cantar, participa dos ananjós e toca violáo ou guitarra. A partir daí, foram feitas as revisóes, em que Gil em algumas músicas manteve a harmonia original e em oums rearmonizou-as para fica¡em mais ricas ou para facilitarem a execugáo. Agradego a todos que colaboraram direta ou indiretamente para que este tabalho fosse realizado.

Almir Chediatr

ImpressÓes tropicais ilberto Gil é, ao mesmo tempo-espago, um clássico e um moderno, um erudito e um popular, um artista de inspiraEáo individual e um artista industrial da indústria das artes atuais. um conservador e um revolucioniírio. Suas cangóes váo desde o filosofar pré-socrático até a captagáo de nuances familiares e pops e kitsches e bregas. Sua carreira toda é possuída pelo fogo do espírito santo, e cantar e compor sáo fungóes da missáo religiosa que o impulsiona, sem explicagáo

em plena densidade dos mistérios inexplicáveis.

Aliás, de táo autoconsciente deste fato, Gilberto Gil fez uma cangáo especificamente sobre o espírito santo. Mas sobre quais temas este pensador de violáo e cantor do templo do deus de vários nomes náo se debrugou?

Sua velocidade é de qualidade ciclónica e, ao mesmo tempo-espago, caminha pelo caminho do meio do Tao.

Jorge llfautner

I

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I I Songbook

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Gilberto Gil

a

Gil, filho da Bahia

a Dilmar Cavalher/AJB

orriam em Salvador os idos de 64. Certa noite, voltando daredagáo do

a

I

a

Jornal da Bahia:paracasa,

I

aconteceu-me parar num barzinho e ver umjovem de paletó e graváta+d.rar o violáo de um estojo para acompanhgr uma espécie de mendigo, possivelmen\e um desses homens de interior;tangidos\ pelo acaso, que cantava afinadamente um tema sertanejo. Chamou-mera atenEáo de imediato a qualidade do inskumentista: acordes bossa-novísticos, rápidos, precisos; no rosto, uma alegria cativante. Eis que de repente irrompe no bar um policial militar, dirige-se ao violonista, avisando: "Náo é mais permitido o sereno."

a

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I

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a

{

Nunca me esqueci da literalidade daquele aviso: simplesmente proibiam-se as serenatas, a música nas ruas. E o incidente me ficou como metáfora da violéncia do Golpe, quejá pesava nas cabeEas de toda uma geraEáo de jovens, como urn molosso deitado sobre a vítima. Mas eu

a

a

a

I

nunca mais esqueceria também que, naquele instante, pude fazer contato com

{

um jovem extraordinário, o violonista Gilberto Gil.

a

a

Na verdade, eujá ouvira falar dele, de suas composiEóes, seu canto afinadíssi-

a

mo, seu violáo náo menos. Só náo lhe tinha visto o rosto. A patir daí, naquele

a

mesmo ano,.estive próximo a ele em ocasióes variadas, e fez-se em mim acerteza

a

I

de que a singularidade artística de Gilberto Gil seria um dia reconhecida em

{

grandes traqos.

Cedo ficou evidente para mim que a música náo era o único dom de Gil. Ele era discursivamente articulado (foi o orador de sua formatura na universidade), tinha consciéncia político-social ativa, demonstrava sempre saber do que estava falando. Era, aliás, a opiniáo que tinha dele um Gláuber Rocha

Tons "perrrersamente

polimorfos"

E Gil, régua e compasso da Bahia nas máos, dentro do espírito do jogo de Angola, deu a volta ao mundo, camará. Ao longo de todos esses anos, mantenho, entretanto, como retrato seu, a impressáo do instante no bar: um criador, filho da classe média, cont recursos cultos, que interage com o povo. Nesta ima-

1()

a

:L*W Gil: umadas atragóes doshow Canando o

gem, destacam-se os tons "perversamenele perte polimorfos" de sua criagáo

-

tence ao mesmo sertáo de LuizGonzaga, á mesma dissonáncia de Joáo Gilberto, á mesma rítmica dos atabaques de terreiro, á mesma pulsáo de grito doído que viaja do blues do Mississippi ao reggae jamaicano, sem se esquecer da pemada política. Mas talvez seja isso mesmo que, em certo momento, se chamou de tropicalismo.

Estou convicto de que, existindo ora como músico, ora como político, Gilberto Gil está plenamente coerente com seu impulso originiírio, que no fundo sempre foi o do exercício filosófico, entendido náo como história académica dos sisternas de pensar', mas como reflexo intelectual da paixáo de viver. Nesta esfera, náo faz sentido a separagáo radical entre as coisas,

I

a

porque música, política e pensamento interpeneüarn-se enquanto modos de ser do estar-aí, enquanto conhecimento, Platáo náo expulsaria Gil de sua República.

a

O sereno

a

é

a

pemiüdo,

sim!

a

a

Bem faz Almir Chediak em eternizar o

a

compositor neste songbook. É uma maneira de as geraEóes ficarem sabendo que, na longa noite de trevas vivida pela NaEáo, o baiano Gilberto Gil foi um dos heróis que, de violáo em punho e o mundo na voz, retrucaram: o sereno é permitido, siml

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Muniz Sodré

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Songtrook

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Cilberto Gil L¡ta Cerqueira

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Shos 20¿nos de Gilberto

Gil

Sáo Paulo. 1985

Songbook

Entrevista I ALMIR CHEDIAK

-

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Gilbedo Gil

GilbeftO Gil

Como

foí

que

aconteceu a música na sua vida? Comegou cedo?

GILBERTO GIL

ComeEou muito

cedo. A consciéncia de estar cercado

pela música, num cerco idílico, como se uma especie de ninfa, de fada, ou alguma coisa {esse tiPo estivesse ali a me seduzir, chegoü,muito cedo na minha

vida. Eu brincava com as coisas, Drestava atenqáo na natureza' nas pessoas;ia esóolhendo coisas pelo sabor' As coisas boas no doce, as coisas boas no salgado, as boas sensaEóes para o corpo' as sensagóes de ofegáncia nas corridas

pelo quintal, pelos campos, os jo_gos,. o i¿¿i"é. Tudo isso enüava na minha vida e, é claro, eu ia criando as identificaEóes' as aproximagóes.

Eu dizia:'Vou

aer murtigueito"

Mas com

a música era diferente.

Música, quando eu escutava, estabelecia entáo um espago diferenciado na minha atenEáo. Como se, de rePente, alguma coisa, algum ente de um mundo específico, estivesse falando comigo de uma forma que as outras coisas náo falavam. Como as cores náo falavam, como as densidades náo falavam. Música falava comigo diretamente. Tinha uma seduqáo, uma coisa mágica' Logo cedo, aos dois, trés anos de idade' eu já tinha me decidido que, quando pudesse, quando estivesse capacitado, i¡ia estabelecer formas de contato com aquele mundo. Quando.minha máe perguntava, eu respondla que quena ser

musigueiro quando crescesse. Meu pai, minha avó, todos perguntavam: "O que vocé vai ser quando crescer?" Eu dizia: "Vou ser musigueiro." Eu jáqueria fazer música, ter alguma coisa com música.

- Vocé mortva do ínterior? ALMIR

numa cidade

Eu morava em ltuagu, uma - pequena, com menos de mil cidade habitantes naquela época. Uma cidade

GIL

muito emblemática, muito matriz da comunidade humaria urbana. Era uma sede